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terça-feira, 15 de maio de 2018

O DIA 13 DE MAIO DE 2018


O dia 13 de Maio de 2017 foi, como referido naquela data, um dia invulgar para  o País desde a visita do Papa Francisco a Fátima para as celebrações do centenário das Aparições e canonização de Francisco e Jacinta Marto, até ao Benfica tetracampião e à conquista, pela primeira vez, do primeiro lugar no Festival Eurovisão da Canção.

Um ano depois, no mesmo dia 13 de Maio - 2018 - Portugal organiza o evento do Festival Eurovisão no Parque das Nações, em Lisboa. 
Lisboa, uma cidade “aberta, tolerante, cosmopolita, vibrante, que acolhe todos", nas palavras de Fernando Medina, presidente da Câmara e o Parque das Nações, dotado de uma sala de espectáculos com capacidade para dez mil espectadores e espaço para apoio às mais de 40 delegações presentes.

Houve quem recordasse com saudade e orgulho o grande “feito” da Exposição Internacional de Lisboa de1998, com o maior Oceanário do mundo, etc…

Foto de João Chambel, autor de um blogue de fotografia

Num contexto de “simplicidade, de despojamento e de beleza – “excelente palco, luzes, realização e som” – foram-se ouvindo, segundo alguns críticos, “productos descartáveis” com raras excepções.




Portugal, ao contrário do ano anterior, ficou na última posição


Ou, analisando de outra forma, com Salvador Sobral na companhia de Caetano Veloso e do pianista Júlio Resende a "Amar pelos dois" novamente, entre um piano, a voz e a emoção, ganhámos outra vez. 

"Mano a mano", o novo single de Salvador, poderia ter sido a canção vencedora.
 ("Deixa lá o teu piano namorar a minha voz")





Também Fátima voltou a ser brindada, não com o Papa, mas com um recital de acção de graças na Basílica da Santíssima Trindade, pelo tenor italiano Andrea Bocelli, um dos artistas mais apreciados em todo o mundo, prodígio nos anos 90 com mais de 90 milhões de discos vendidos, dez óperas gravadas e vários álbuns de música popular, tem no curriculum cinco BRIT Awards e três Grammy Awards.

Sob a habitual direcção musical de Carlo Bernini, Bocelli  fez-se acompanhar pela pianista francesa Elisabeth Sombart e pela violinista ucraniana Anastasyia Petryshak.

A essência do concerto, "fundamentalmente uma oração"  foi partilhada pela fadista Ana Moura, convidada especial de Andrea Bocelli que interpretou “Avé de Fátima”, um dos 11 temas apresentados de música sacra, considerado a assinatura musical mais emblemática do Santuário.

Bocelli, que encerrou as cerimónias no Santuário de Fátima,  teve um gesto imprevisível - ajoelhou-se e acabou por dar uma volta à capelinha das aparições juntamente com os devotos que cumpriam as suas promessas.

Andrea Bocelli rezou na Capelinha das Aparições antes do recital, em Fátima. 
Bocelli foi recebido com os aplausos dos cerca de 10 mil espectadores e despdiu-se de igual modo, após  ter interpretado várias obras de música sacra

O recital, patrocinado pela empresa brasileira Dançar Marketing e pelo Colégio Vértice, é uma oferta ao Santuário de Fátima e consequentemente aos seus peregrinos, proporcionando um momento de ação de graças pelo Centenário das Aparições, através da música, que é uma das mais sublimes formas de oração” -Lusa

O Benfica?
Pois, não ganhou nada. Abriu alas ao FCP e ficou-se pelo futsal.
Conquistou a quarta Taça de Portugal de futsal feminino consecutiva (no total de cinco edições), ao vencer o Novasemente por 3 -1  em jogo disputado em Gondomar e a Taça da Liga de futsal, ao derrotar o Sporting por 5-2 numa final realizada no Pavilhão Multiusos, de Sines.


sexta-feira, 11 de maio de 2018

ANTÚRIOS EM PASSERELA




Este ano o “meu” dia da Mãe  vestiu-se de vermelho

Dizem que são originários da Colômbia? Guatemala? Equador? – os antúrios – e que podem significar confiança, iluminação, desapego, imponência, autoridade, luxo/fortuna, tenacidade e hospitalidade.
O desapego (desprendimento?) e o luxo (ostentação?) parecem não encaixar lá muito bem no mesmo nome -“ A bota não dá com a perdigota”. Mas como é a perceptilidade de cada pessoa que faz a avaliação... Segundo os cientistas, as plantas em flor possuem mecanismos que estimulam respostas positivas -  emocionais e sociais - nos seres humanos. 
Faz parte de uma trajectória de lendas, misticismo, simpatia, religiões. E como  a simbologia das flores e das respectivas cores já está convencionado, convém saber alguns significados para não ferir susceptibilidades.

Sempre estive convencida que a flor seria a parte mais atractiva, de cores que vão do branco  ao vermelho (rosa, lilás, salmão, laranja, verde, marrom, preto) mas é uma inflorescência - conjunto formado pela espádice (espiga onde brotam as verdadeiras e minúsculas flores amarelas) e a espata ou folha modificada do antúrio cuja função é atrair os insectos/ agentes polinizadores.

Todas as espécies de antúrio são levemente tóxicas e algumas provocam irritação e dor. Multiplicam-se por sementes, por mudas laterais, divisão do caule e cultura de tecidos. 

Perante uma beleza tão exótica, apetece desfilar algumas em passerela...



 Com um pedacinho do meu lá de cima, claro...




Imagens Google


segunda-feira, 7 de maio de 2018

AS MÃES BALANÇAM SEM CAIR


O Dia da Mãe, celebrado em todo o mundo, foi aprovado por decreto no Congresso dos Estados Unidos em Maio de 2014, ao estabelecer o segundo domingo de Maio como “Dia da Mãe”.
A ideia da celebração está relacionada com a morte de Ann Marie, em Maio de 1905. Para demonstrar o amor pela Mãe, a filha, Ann Jervis, decidiu solenizá-lo, ensinando crianças a valorizar também as mães delas e fazendo uma campanha para que o dia fosse reconhecido a nível nacional

Alda Carrasqueira Fernandes - Publicado a 06/09/2015

As mães balançam
Balançam
Balançam
As mães balançam
Balançam sem cair …



"Passar o Dia dos Namorados sozinho é normal. Ruim mesmo é passar o Dia das Mães sem a mãe, o Dia dos Pais sem o pai"(Desconhecido)sobretudo (acrescento eu), para pessoas que não são mães e vivem sozinhas. Conheço quem vá ao cemitério "estar" um pouco com elas nesse dia…

Como curiosidade (intrigante, no mínimo ), ao reparar no Google Doodle do "Dia da Mãe" vejo que a ideia é muito semelhante à do meu poste do dia 6.Julho.2017, onde os meus pais estão representados pela entrada da casa e os filhos (exactamente seis), por simbólicas seis mãos.


Imagens Google

domingo, 29 de abril de 2018

"GAPS", CONFLITOS, INSUCESSO



Escultura criada pelo ucraniano Alexander Milov , um dos destaques do festival Burning Man em 2015 e que diz demonstrar um conflito entre um homem e uma mulher de costas viradas, não realizando aquilo que as suas crianças desejam: aproximação


A falta de sintonia e de ajuste na concordância de valores não permite o desenvolvimento de hábitos saudáveis de convivência num ambiente familiar ou de trabalho. A existência de “gaps”, muitas vezes detectados mas negligenciados ou não enfrentados, representa um grave risco à perenidade dos alicerces dum “edifício” e são, penso, as características comportamentais que definem como os indivíduos reagem diante de situações de conflito, dúvidas e pressões.

Embora o conflito faça parte da essência da pessoa, geralmente tem um ponto de partida desencadeante do acontecimento que se desenvolve ao longo do tempo podendo transformar-se num processo complexo de desacordo com outras pessoas. Porem, nem sempre o conflito é negativo; pode mesmo desencadear uma solução construtiva. Depende da forma como se reage na situação conflitual e um dos problemas mais difíceis de resolver é a tendência “obstinada” de ambos os lados” para recusar a mudança de atitude - exige que, pelo menos, uma das partes esteja disposta a correr o risco de dar o primeiro passo.

Vencer a Todo Custo, tendência para respostas apressadas ou humilhantes, abster-se de agir e descontrolo de uma das partes, são factores que contribuem para criar problemas de longa duração entre duas pessoas.

Os perfeccionistas, os inconstantes, os que não elogiam um bom desempenho, os controladores, os que são pouco acessíveis ou que não procuram o contributo dos outros, os egocêntricos ou acham que têm sempre razão, os arrogantes, sarcásticos e grosseiros, os exploradores que se apropriam do mérito dos outros ou são desleais, são as pessoas que mais contribuem para a perturbação conflituosa.


 Esoterikha.com

O fracasso e o humor amargo de uma pessoa é, muitas vezes, o resultado de um vínculo sanguíneo e não emocional, de uma família disfuncional


No início os filhos amam os pais. Depois de um certo tempo passam a julgá-los. Raramente ou quase nunca os perdoam.
Anónimo




Fonte: Ana Maria Maia Gonçalves, Conflict Dynamics Profile(CDP), 2015.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

LUGARES DE ONTEM E DE HOJE


Mês de Março. O dia estava excelente e era singular. Almoçar fora num local aprazível, seria o programa.
Onde? Perguntava-se
Pois…
Entretanto toca o telefone e fala-se da Figueira da Foz, dos encontros de outrora e da Serra de Nossa Senhora da Boa Viagem
Boa deixa!
mais de vinte anos que não via aquela paisagem de beleza invulgar, o "Parque Natural da Serra da Boa Viagem", rico em património natural, arqueológico e paisagístico e o requintado ambiente acolhedor do restaurante Abrigo da Montanha.

Renovado depois do incêndio, o Abrigo continua igual com uma vista magnífica sobre o mar/ areal imenso/cidade da Figueira da Foz, serviço simpático (um pouco demorado) e ementa variada, óptima na confecção e na apresentação. Embora o peixe marque presença, também não faltam alguns pratos de carne da região, como lombinho de porco preto com migas Beirãs, pernil de borrego à Serra da Boa Viagem ou pato assado com molho de romã.
E porque a tarde ainda mal tinha começado, era fundamental dar uma volta pela cidade e pela praia que, de tão extensa, precisa de luz nas enormes passadeiras para, ao entardecer, se chegar ao mar.

Se não fosse o vento, teria sido um dia perfeito de Primavera


"Abrigo da Montanha" e panorama (ainda pouco nítido)



 Figueira da Foz: Um pedacinho de praia (com patos), a calçada e um edificio de familiares,

Passagem por Peniche: Farol do Cabo Carvoeiro e Baleares (ao fundo)


quinta-feira, 26 de abril de 2018

"THINKING MIND" - BLOG

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"Thinking mind"


"Thinking mind" é o blog a que acabo de aderir. 

Uma pessoa de espírito livre não tem medo de ter ideias próprias nem aceita as circunstâncias desfavoráveis/desagradáveis passivamente; gosta de frequentar lugares onde nunca esteve antes e de fazer as actividades rotineiras de forma diferente; é despretensiosa; prefere viver numa casa pequena para atrapalhar menos a liberdade; orienta os gastos para as viagens e descarta o que não usa; cultiva o optimismo e o exercício físico para superar os problemas com mais facilidade.

Não ter medo da originalidade e da inovação pode ser libertador mas exige, também, coragem.

É preciso estar atento às armadilhas da vida contemporânea, aos desafios constantes, a um sistema individualista, competitivo, egoísta e de "jogos de egos" que impedem o desenvolvimento humano, a satisfação de carências e de necessidades existenciais mais profundas. 

Sucesso para os dois.



quarta-feira, 28 de março de 2018

TRADIÇÕES



Quando era criança
Havia a tradição
Lá na região
Ter como lembrança
Um bolo folar
Para pascoar

De corpo franzino
Nossa Avó Emília
Dava prá família
O grande bolo fino
Para o deliciar
E a Páscoa grafar

Já que o passado
É lugar presente
Nunca ausente
Evoco de bom grado
O amarelo folar
Prá Páscoa exaltar





 Na minha aldeia, o "Folar ou Bolo de Azeite", era o presente que os padrinhos ofereciam aos afilhados no Domingo de Páscoa. Com ou sem manteiga, “desaparecia" num ai! Uma delícia…


domingo, 18 de março de 2018

UM OLHAR SOBRE OLIVENÇA

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Passaram cinco anos sobre a sensacional notícia publicada pelo DN, 27 de Setembro de 2012:« A Igreja de Santa Maria Madalena, em Olivença, único lugar de culto espanhol de estilo manuelino, foi eleita "O Melhor Recanto de Espanha 2012", num passatempo promovido pela petrolífera Repsol». "Rica em azulejos e em motivos decorativos marítimos que remetem para a época dos Descobrimentos portugueses, a Igreja de Santa Maria Madalena (Estremadura) é visitada diariamente por centenas de turistas".(Expresso).
Para o Grupo dos Amigos de Olivença, a escolha representa uma “indecorosa tentativa de legitimação da ocupação do território de Olivença junto da opinião pública portuguesa”. (Público)

Na altura, depois de alguma investigação no Google, fiz um poste a que também dei o título de “O melhor recanto de Espanha 2012” e, como não conhecia, projetei uma provável visita para quando oportuno.

Com o céu um pouco nublado, vento fraco e nevoeiro persistente, as condições meteorológicas predominantes não eram as mais favoráveis para gandear naquela tarde de sábado, 6 de Janeiro. Mas era Dia de Reis e, em Espanha, feriado nacional. É costume haver crianças espanholas na rua com os novos presentes “oferecidos” na noite do dia 5 pelos três Reis Magos, Belchior, Baltazar e Gaspar.
Olivença, a 236 Km de Lisboa foi, assim, a opção


A ligação entre Elvas e Olivença (Olivenza) faz-se por uma ponte sobre o Guadiana construída em 2000 ao lado das ruínas da antiga Ponte da Ajuda.


Parcialmente destruída pelo exército castelhano com barris de pólvora em 1709, a maior ponte-fortaleza da Europa foi projectada por Dom Pedro I de Portugal para assegurar a logística da povoação que se encontrava isolada no interior do território castelhano mas só em 1510 é que Dom Manuel I ordenou o arranque da grandiosa obra de engenharia militar com 380?/390? metros de extensão, apoiada sobre 19 arcos, com 5 metros de largura, 15 metros de altura e defendida por um sólido torreão erguido no centro.

A cidade (ainda chamada vila), está bem conservada, é bonita, repleta de marcas históricas lusas,  muito portuguesa/alentejana com casas de alvenaria, cal, cantaria e imponentes chaminés.
 Porém, nada mais do que isso. 
Não havia crianças na rua e os poucos adultos vagabundeavam, solitários, de semblante meio desconfiado e tristonho, falando parcamente um português espanholado ou vice-versa. Um pequeno arraial na praça principal com música sem qualidade, era a única marca de festa. 

Os nomes das ruas, topónimos e referências históricas estão mudados. A maioria dos brasões foi arrancada e os os símbolos de Portugal destruídos.


 Ruas de Olivença, desertas - 6.1.2018

Por ser feriado, os monumentos estavam fechados. Quanto a exteriores, assinala-se o Castelo, a Igreja de Santa Maria Madalena, a Igreja de Santa Maria do Castelo, a atual sede do ayuntamiento com a sua porta manuelina e outros pormenores 

O Castelo, que ficou bastante danificado durante a Guerra da Independência Espanhola (1808-1814), esteve abandonado durante vários anos. Recuperado em 1975 passou a ser a sede do Museu Etnográfico da cidade.

As Igrejas de Santa Maria Madalena (antiga Sé da Diocese de Ceuta) e de Santa Maria do Castelo

Torre de Menagem do castelo medieval e Brasão dos Duques de Cadaval

Actual sede do ayuntamiento com a sua porta manuelina e uma mostra das muitas  casas apalaçadas

Portugal ou Espanha?
Espanha é bulício, gente divertida, bem-humorada e vistosa, de movimento, de conversas audíveis e altiva.
Portugal alentejano é gente independente, alegre embora de feições duras, sobranceira no olhar, um tudo-nada desconfiada, de quadras brejeiras e muito agarrado à terra…
Logo, na época actual, os habitantes de Olivença não se "encaixam" em qualquer dos países.
Direi que a cidade parece mais um lugar de cativeiro onde se disfarça a nostalgia duma  identidade perdida. 
Os contactos entre as gentes de ambas as margens do Guadiana, são diminutos. A alfabetização (só em espanhol) na época de Franco provocou um sentimento de inferioridade nos luso falantes; tudo  foi espanholizado desde as ruas, às letras da música popular, aos apelidos. Até os termos hipocorísticos (afectivos) portugueses estão sendo  substituídos pelos espanhóis ( Zé por Pepe ou Chico por Paco, por ex.). No entanto,  as alcunhas continuam a denunciar a origem...  A entoação oliventina é  mais exclamativa e de tom mais elevado do que a estremenha em geral. Hoje já se estuda português na escola primária, mas como língua “estrangeira”

Enfim, partindo de todas estas coisas, circunstâncias e factos, acho que os oliventinos  se sentem (e são) tratados como rejeitados na sua própria terra; sofrem o complexo incutido duma história (portuguesa) de ideias e valores  inferiores.

Penso que, depois desta constatação, antes ser oliventino português (talvez com nível de vida menos elevado) do que oliventino espanhol tratado com desdém, achincalhado. Há muitas Espanhas dentro de Espanha. Nós somos um país uno de “patriotas e nacionalistas enraizados a um nível de tal maneira  profundo” (Luís Miguel Rocha) que  os oliventinos não conseguem apagar.

Segundo (PERDIDOS E ACHADOS - Portugueses de Olivença), numa reportagem feita pela SIC no Jornal da Noite de 29 de Maio de 2015, os oliventinos dizem que "os portugueses podem ter esquecido Olivença, mas os oliventinos não esqueceram Portugal. Tanto assim que muitos estão a pedir a nacionalidade portuguesa e a aprender a língua dos avós."
O corolário dessa reportagem é assim apresentado:
- "Nós fomos portugueses antes, e já seguimos falando [=continuámos a falar] o português. (...) É o nosso, aqui, falar o português! (...) Nós seremos portugueses já até que morramos. (...) 
- Então vocês são espanhóis... portanto... espanhóis diferentes? 
- Nós somos espanhóis... espanhóis portugueses, porque falamos à portuguesa! É o único, nada mais

NotaO VÍDEO foi retirado por?