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terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

AINDA A DÉCADA DE 60



Quando a sensação de incompletude e os valores inversos à vida são demasiado sufocantes, dou uma escapadela no tempo à década de sessenta, a década da revolta que mudou o mundo de modo a que nada voltasse a ser como dantes.
Porem, neste caso concreto, refiro-me, especialmente, à primeira etapa, caracterizada por uma certa sensação de lirismo, evidente idealismo e uma mudança cultural nos mais variados grupos sociais desde a música, as transmissões televisivas a cores, as personalidades-líderes e artistas, Neil Alden Armstrong, o cinema de grandes musicais, a influência pelas ideias de liberdade...




Filho de pai irlandês e mãe mexicana, 13 filhos, com "cara de índio", um autêntico monstro-sagrado, grande figura mítica do palco e do cinema, '' maior do que a vida'', inesquecível (como tantos desta época), exemplo de alguém que soube vencer apesar dos obstáculos, carismático,  senhor de uma energia empolgante, é a minha estrela preferida para o post de hoje no filme  “Zorba, o Grego, 1964”Anthony Quinn. 

Uma interpretação magistral no papel de Alexis Zorba, um simples camponês grego com um enorme amor pela terra e pela vida"
A famosa cena onde o personagem interpretado por Quinn dança o Sirtaki, rodada na praia do vilarejo de Stavros.


"Zorba the Greek", é um inesquecível e absorvente filme (Hollywood Reporter) greco-americano de 1964 , baseado no romance e filmado na ilha de Creta que mostra o lado bom da vida.
O tema principal é a amizade construída entre um tímido e reservado escritor inglês, Basil (Alan Bates), que chega a Creta para trabalhar numa mina herdada do pai, grego e Alexis Zorba (Anthony Quinn), um camponês extrovertido e exuberante, cheio de amor pela vida. Zorba concorda em trabalhar na mina abandonada de Basil originando-se, durante o contacto entre ambos, uma  gradual passagem de observador do mundo (por Basil) a participante. Ele descobre que a vida é mais rica do que a mina herdada do pai, que é mais misteriosa e imprevisível do que ele imaginava, que "não deixa romper as horas sem saborear os minutos". 
Temos e havemos de aprender a passar pelo mundo"Gdantas, em recanto das letras - resenhas de filmes). 
Para ter esse olhar mais amplo sobre a existência, o amor e a amizade, Basil e Zorba dançam junto ao  mar imenso, "símbolo do inconsciente, de profundezas que só aprendemos ousando, indo ao encontro do desconhecido, da arte de saber viver". Obvious magazine
Zorba,  transcende a mediocridade e a burocracia do sistema. É um ser livre, espontâneo e responsável pelas suas opções.


No início dos anos sessenta os adolescentes/jovens agrupavam-se em pequenos grupos para fazer as festas em garagens, casa de amigos, Clubes, Casas de Recreio, Sociedade de Belas Artes, etc.
“A Lareira” era uma "boite" em Lisboa, situada na Praça das Águas Livres, que se apresentava como uma casa de chá onde se podia dançar à hora do “lanche”, ao som dos discos da época de The Animals, The Beach Boys, Freddie & the Dreamers, The Rolling Stones, The Beatles, The Crickets, The Swinging Blue Jeans e outros.


Mas o Zorba acabava de chegar, era a dança do momento. Todos unidos em circulo, treinando, treinando até acertar o ritmo. 
Porem, confesso, nunca cheguei a acertar lá muito bem os meus passos com os do grupo...


Imagens Google