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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

LOLITA, TIGRE E MIMI



A Lolita, o Tigre e a Mimi, são três gatos domésticos que hoje resolvi pôr no podium não só porque são de familiares mas também porque são estrelas que já fazem parte do mundo bloguista (HORTA À PORTA) pelo talento, amizade e ternura que os seus donos neles reconhecem. 

Apesar de não possuir quaisquer conhecimentos sobre Felis catus, tentei investigar caraterísticas para lhes atribuir a Raça. 
Como existem mais de 200 espécies baseadas no temperamento, tamanho, tipo e cor de pelagem por um lado e desconheço que cruzamentos, idades e comportamentos têm por outro, apenas posso induzir que todos são gatos tigrados/Tabby porque têm um padrão de pelagem com letra M na testa.



No entanto, vou hipoteticamente incluir o Tigre como muito próximo da raça Bengal cujas carateristicas são:
Reflexos rápidos devido à sua origem selvagem mas afetuoso com o dono; ronrona e mia forte às vezes.
Cabeça grande, orelhas pequenas, arredondadas na ponta e ponteagudas; olhos grandes ovais, verdes ou amarelos; corpo alongado.
A extremidade da cauda é preta; a barriga com marcas; as almofadas das patas são de acordo com a cor do corpo e com a cor das patas.
A pelagem é curta, abundante, macia, sedosa, brilhante, com pintas dispostas de forma horizontal, de preferência formando rosetas.




Tanto a Mimi como a Lolita têm as características base dos gatos tigrados:
Uma linha semelhante a um risco de caneta, na face, saindo do canto externo dos olhos; um M na testa e marcas ao redor dos olhos. 
Pêlo com bandas claras e escuras alternadas (agouti). 
A cor dos olhos está relacionada com a cor dos pêlos.
Os gatos com manchas nas pontas (focinho, patas e rabo)  possuem olhos azuis.
As cores da pelagem, tal como a cor dos olhos, são influenciados pelos genes herdados do pai e da mãe.





Todavia, acho que também parecem ter semelhanças com o gato de raça Burmilla na cor da pelagem, pernas longas e esbeltas, pés ovais e pequenos, cabeça angular e focinho alongado; temperamento independente.
Mas na Mimi há sinais de que, quando menos pequena, poderá caracterizar-se como blotched...

Parece que a Lolita, disfarçadamente, foi "dar uma volta" sem mais! 
Espero que não se tenha desorientado no regresso...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O IDEAL SERIA IR DE FÉRIAS...




Tinha acabado de fazer o meu post quando, por acaso, encontrei um blog com a imagem que tomo a liberdade de reproduzir, juntamente com uma frase que encaixa exatamente no que eu penso:"Portugal perdeu-se. Perdeu a identidade e o amor por si."


Portugal já não ri. Não me lembro de ter vivido num País tão triste e tão depressivo.
É!
Gostava mesmo de interromper este enorme cansaço duma política dominante que proíbe o fim da crise, que dispara a dívida pública com “austeridades” insanas e que se afunda à medida que a economia encolhe e a receita fiscal baixa, numa recessão cada vez mais profunda!

O ideal, o melhor antídoto, seria ir de férias. Para uma estância muito … longe!
Seria.
Mas não posso.
O IRS aumentou e as taxas sobre rendimentos também; a contribuição para ADSE desceu; a sobretaxa de 4% do IRS é aplicada mensalmente; as pensões sofreram mais cortes; a electricidade vai subir 2,8%; o subsídio de férias já era; o Assis não quer andar de Clio; os políticos não não prescindem de  regalias; e se houver restos, lá estará o BPN no assalto com o saco sem fundo.

Continuo, todavia, com a faculdade de as fantasiar.


E assim, sem dinheiro, vou começar por imaginar passar uma semana em Méribel  (Savoie), nos Alpes franceses.
É uma estância elegante e aprazível que preserva um selo único de tradição e tranquilidade, instalada no domínio de 3 Vallées, com clientela internacional, repleta de confortáveis chalets construídos com materiais da zona.
De “grande esqui”, contribui para recrear o espírito dos que sabem esquiar mas também o dos que não sabem, como eu.
Há trens de cães, bons meios mecânicos de acesso aos vales, cinema, discoteca, casino.
Em paralelo com as pistas preparadas na floresta do aeroporto, há um percurso pedestre e raquetes de neve para quem quiser experimentar umas quedas divertidas.




A seguir, e porque já estou nos Alpes franceses, vou instalar-me outra semana na famosa Estância Termal “Uriage-les-Bains, um lugar lindo com várias estórias de personalidades famosas que por lá passaram e uma fonte termal rica em sais minerais, a 15 km de Grenoble.
Posso usufruir da indicação médica para a reumatologia.
Não deixarei de entrar no Restaurante “lés Terrasses”, o mais chique do Hotel e mesmo da região, onde a ementa consta geralmente de 5 entradas, “amuse-bouche”, 21 bonitos e fantásticos pratos (entre principais e sobremesas) e uns Chateau tinto e branco.
Antes do jantar haverá a sessão de hidroterapia com banho de lama, massagem e hidromassagem com águas d’Uriage.





Que óptimos 15 dias!

Mas ainda faltam duas semanas para prosseguir no meu devaneio... de "rica" graças às offshore, aos cargos políticos, aos “amigos”, às PPPs, aos lugares de gestor ou consultadoria nas grandes empresas, à acumulação das fantásticas várias reformas, à sui-géneris democracia portuguesa.
Até custa a acreditar como é que tudo aconteceu assim… tão facilmente...

E se agora optasse por um destino exótico, num cantinho ao sol, nas águas quentes e transparentes das praias de areia fina nas Ilhas Baleares?


Ou por zarpar até Machu Picchu, no Peru! Viajar por cima dos Andes, lagos isolados, vilarejos remotos, Cusco, Lima…


Não, irei sentir-me melhor muito mais longe!

Poderá ser até numa outra fatia (uma das suas ainda 16 colónias!) do modus vivendi francês - sem querer com isto demonstrar que os franceses são meus predilectos - A Nova Caledónia.
Mas porque é uma ilha perfeita, cabal, de beleza natural fantástica no coração do Pacífico, rodeada por um mar verde-esmeralda de águas quentes, cheia de praias de areia branca, tesouros ecológicos, boa cozinha, resorts de luxo e de charme cosmopolita.
Depois há os desportos náuticos e radicais - surfing, windsurfing, vela, parapente, mergulho, canoagem - e ciclismo, caminhadas, passeios de canoa que lhe conferem o exotismo absoluto, a emoção, o deslumbramento, mesmo para quem não pratica muitos destes desportos.
O colorido dos peixes tropicais, as comidas típicas deliciosas, a multifacetada, cativante e acolhedora população e as mais de 700 espécies de corais são ainda outros ingredientes para completar o fantástico e despreocupado cenário de férias das minhas duas últimas semanas.
No inverno o clima é mais temperado e agora, de Novembro a Abril é mais húmido, mas o que não faz falta mesmo é um terramoto semelhante ao de 14 de Janeiro de 2011…




Ironicamente, neste momento, até à fantasia de "ser rica muito longe" vou ter que renunciar porque, na realidade, apenas posso continuar a falar de uma "estância muito específica" onde ninguém gosta de passar férias. 
Por enquanto, nesta categoria, ainda é daquelas onde este deprimente País vai fazendo a diferença quando confrontado com outros. 


Maior parte de imagens Google

domingo, 14 de outubro de 2012

A GATA AMARELA



A M.L. nasceu na Galiza mas ao casar-se com um português, tornou-se minha vizinha desde há longos anos.
Ser dona-de-casa a tempo inteiro foi sempre a única profissão e conversar ao telefone durante grande parte do dia, o seu maior passatempo (além de alguns momentos com os netos).
Entretanto o marido, um respeitável engenheiro agrónomo, faleceu. 
Além dos trabalhos habituais de manter a casa limpa e arrumada, fazer as compras para as refeições e cozinhar, o telefone, mau fado, continua a ser o principal entretenimento.
Estranha observação, poderá pensar-se. Talvez, sublinho eu. Mas quem não ficará cansado ao fim da emissão de algumas horas seguidas de vários monólogos em voz clara de timbre potente, demasiado elevado?

Pois agora, felizmente, arranjou como companhia uma outra distração (secundária) com quem também “conversa” mas em tom bastante menos extensivo - uma gata amarela (como esta).


A gata é linda. E curiosa; quando está no parapeito da janela, sempre que eu espreito da minha em cima, retorce o pescoço e olha com ar provocante convidando-me para uma tagarelice. 

Os gatos domésticos surgiram na África subsaariana há 12 milhões de anos depois de várias evoluções, aparecimento e desaparecimento de espécies. Há muitas teorias sobre a aproximação entre gatos e o homem mas a domesticação ocorreu das necessidades de ambos - maior facilidade em encontrar alimentos por parte do gato e afastamento de roedores e pequenos predadores por parte do homem.
Hoje, todas as raças que existem são fruto de acasalamentos influenciados, promovidos ou controlados pela ação do Homem.
Atualmente existem à volta de 250 espécies, classificadas de acordo com o peso e vivem entre os 15 e os 20 anos ou mais. São digitígrados como a maioria dos mamíferos, o que os torna mais suaves e mais ágeis para a caça de ratos, baratas, insetos, lagartixas, passarinhos.

Estatisticamente existe uma fémea amarela para cada três machos amarelos.
A cor amarela nos gatos é uma característica que deriva do gene ligado ao sexo, o X. Existem vários tons de amarelo, desde o muito claro ao escuro quase vermelho.
Ao gato, para ser amarelo basta ter um X amarelo mas a gata precisa de dois X amarelos.
Não é normal haver machos tricolores (XXY - preto, branco e amarelo) e quando há, geralmente são estéreis.
As cores dos filhotes de uma fêmea tricolor dependem dos genes do pai e todos poderão ter manchas brancas.

Pessoalmente gosto mais de gatos tigrados, considerados como tendo a cor original.


Acredita-se que o padrão tabby deriva do padrão de gato selvagem Africano, embora haja quem discorde dessa opinião. Os gatos possuem um M na testa, marcas ao redor dos olhos, uma linha semelhante a um risco de caneta na face, saindo do canto externo dos olhos e o pelo alternado de bandas claras e escuras.

O clássico ou blotched, para além do M tem remoinhos em cada lado do corpo, as riscas são mais largas formando o desenho de uma borboleta nos ombros e branco nos lados. Nas patas e na cauda as riscas também são mais marcadas.


O Mackerel ou listrado, apresenta pequenas e finas riscas verticais de cada lado que podem ser quebradas e transformar-se em pintas. À volta do pescoço as riscas parecem colares, por vezes não contínuas.
Este é o padrão mais vulgar.


O Spotted ou pintalgado, resulta da quebra de riscas do padrão mackerel, o que faz confundir os de pintas com os de risca quebrada.


Há raças em que as pintas são mais definidas como na Bengal e outras

Na casa dos meus Pais houve sempre muitos gatos de variadíssimas cores e talvez, também, de várias espécies mas todos recolhidos por abandono.
A Mãe chamava-lhes “chaninhos” e eles, satisfeitos, tocavam-lhe levemente nas pernas fazendo rom-rom. Às vezes traziam-lhe pequenos ratos como presente.

Eu, como animal de estimação, apesar de gostar de gatos, prefiro os grandes cães de guarda…

Imagens Google

terça-feira, 9 de outubro de 2012

"VOAR"





Há dias referi-me em “Como os pássaros” ao alucinado sonho de Ícaro que flutuou no céu como se fosse um pássaro e aterrou no Mar Egeu onde ficou submergido.
Ora os homens ainda não voam pelos seus próprios meios, batendo as asas que não têm, a não ser de forma imaginária
Não ter asas será o primeiro impedimento, embora também haja uma enorme quantidade de aves que perdeu a capacidade de voar porque se adaptou à vida aquática ou terrestre e insetos e morcegos que voam.

Com ou sem imaginação, há “fenómenos extraordinários” que, sendo uma autêntica invenção engenhosa, para pequenos espectadores são vistos como verídicos.
Estou a recordar uma vez mais aquela Super Máquina kitt, o incrível carro com inteligência artificial “pilotado” pelo jovem Michael Knight que conversava, pensava, tomava decisões e corria a 300 km/h com bombas de fumaça e lança-chamas; que nos anos 80 foi uma verdadeira febre para adultos - talvez mais pelo enredo - e crianças entre meses e cinco anos, pela plenitude da realização dos grandes voos...; que quando ele ordenava: “Forças que comandam o ar, ergam-me para que eu possa voar!” E saía voando…; que são coisas que quem viu nunca irá esquecer.


Pois na altura, como também referi em tempo, o meu filho interpretava mesmo as peripécias como sendo autênticas e voavanão só pela rua fora mas saltando degraus (Ícaro sem asas de cera) com algumas consequências. À “super máquina” nem faltava o respetivo “ruido”…
Hoje ainda não se esqueceu de ter imitado o carro e eu, recordando as imitações dele, lembro-me da maquinação dos planos.


A "super máquina" entre 1 e os 5 anos

Quem dera que essa cruzada a defender a causa dos oprimidos onde os criminosos e os vilões se sobrepunham à lei, não fosse apenas uma odisseia de aventuras mas um verdadeiro Kitt de captura!
Transpor o sentido figurado para o significado literal…dava muito jeito ao País e ao Mundo!  

Adoro andar de avião porque me empresta as asas que eu não tenho.  
Voa de acordo com as leis de Newton; o movimento mantém-se devido à troca de forças entre ele e a Terra. Essa troca de impulsos é realizada pelas asas do avião que direcionam o ar para o chão e a Terra reverte o movimento. A circulação do ar que desce com a do ar que sobe faz (basicamente…) voar um pássaro, um helicóptero, um avião.




Parece ter havido um engenheiro holandês, Jarno Smitees, que diz ter desenhado e construido umas asas totalmente funcionais, "Human Bird Wings", que lhe permitiram imitar o voo das aves batendo os braços sem qualquer ajuda mecânica, durante um minuto em cerca de 100 metros de distância.



Verdadeiro? Falso?
As dúvidas foram muitas...
E parece ter-se já chegado à conclusão que o vídeo era mesmo falso porque foi feito com a ajuda de computação gráfica.

Será que não foi ainda no dia 19 de Março de 2012 que o primeiro homem conseguiu voar exatamente como tanto ambiciona - criando asas como os pássaros?


Para seguir alguma análise sobre a veracidade ou não do voo, ver vídeo no Blog Anexo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

COMO OS PÁSSAROS




Voar, planar, rodopiar, correr no alto e vasto céu azul. Sem limites. Procurar em grupo as Primaveras. Cantar com alegria o nascer e o pôr-do-sol. Explorar o mundo.
Como os pássaros.

Se a reencarnação existir ( há relatos que a explicam numa perspectiva médica) e não se limitar apenas à espécie humana, gostaria de ter, na próxima, as características dum passeriforme canoro de plumagem colorida. 
Porque me identifico com eles. Sem gaiolas. "Pássaros engaiolados deixam de ser pássaros. Porque a sua essência é o voo" (Rubem Alves). 
E não diria nunca que não voaria mais por estar velha e cansada. Nem teria motivos para "angústia existencial". Nem viveria presa a casas, ruas, bairros, cidades ou países.

O sonho de decifrar o voo dos pássaros é tão antigo quanto a curiosidade humana assim como a tentativa de conquistar o espaço, imitando-os. Mas só o conseguiu através da asa-delta, aviões, helicópteros, balões ou outros equipamentos.
Ao contrário da ciência moderna, na sociedade antiga e Aristotélica, era impensável imaginar algo a funcionar sozinho. Logo, imitar os pássaros para voar, faz todo o sentido. A conceção de voo já vem da mitologia em que o homem os imitava batendo as asas. Na lenda grega, Dédalo, para fugir da ilha de Creta juntamente com o filho Ícaro, fez umas asas de penas unidas com cera. Leonardo da Vinci, em 1485, também inspirado no voo dos pássaros, morcegos e insetos, projetou um aparelho (ornitóptero) feito com asas para baterem ligadas aos braços, pedalando com os pés.

    Ícaro caindo ao mar Egeu                Design for a Flying (Leonardo de Vince-1495)

E então, sendo pássaro, gostaria de ser um beija-flor/colibri.


O colibri tem as penas da cauda um pouco mais arredondadas que o beija-flor

As cores são vivas e reluzentes, o bico alongado para sugar o néctar das flores e é levezinho para poder pousar nos pequenos ramos (sem ter sequer de pôr as patinhas no chão). O coração é enorme (!) para lhe permitir voar de 30 a 70 km por hora, vibrar as asas 50 a 70 batidas por segundo e alimentar-se. Só ele consegue ter energia suficiente para pairar literalmente no ar, descolar e descer à terra na vertical ou recuar em pleno voo. É fantástico, acrobático!


Voando… e descendo a pique

E até faz gala em mudar de toilette sempre que a refração da luz lhe modifica a cor das penas.
Pode viver ou "fazer férias" em vários microssistemas - florestas, desertos, terras frias ou nubladas do continente… americano (desde o Alaska à Argentina).
Porém, como emigrar é o que está a dar, pois lá estaria.

Belicoso, ágil e rápido, nem se intimida com as investidas dos gaviões que ataca como balas, deixando-os atordoados e com medo.
Toma banho rápido em riachos, tipo dois ou três mergulhos de piscina e vai secar as penas num ramo da árvore mais próxima, saracoteando-se para as ajeitar.
Tem, como eu, preferência pela cor vermelha o que o leva a escolher as flores dessa tonalidade para polinizar.

 
                              Tomando banho

A fêmea é que se responsabiliza pela construção do ninho, incubação e alimentação dos, geralmente, não mais que dois filhotes.

Ninho de beija-flor

Como feminista quanto baste, não concordo muito com esta filosofia de o trabalho não ser repartido mas, partindo do princípio que o ninho é feito de palha reforçado com fios de seda fabricados pela aranha e coberto de líquen para se confundir com o ambiente, acho que o macho não teria a necessária destreza… 
Talvez ajude a transportar material!

E o parapente é, para os arrojados/as, um dos meios que deve dar a sensação de estar voando como os pássaros…





Imagens Google