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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

UM "PARAÍSO" EM DISSOLUÇÃO? - 1


“Ah! Se não fossem os PORTUGUESES, Portugal seria o PARAÍSO…
 (Comentário feito por alguém quando Mira Amaral, a propósito de uma pergunta que lhe foi feita sobre” se Angola é um El Dourado”e ele  respondeu com a expressão de Jorge Coelho: “Se vocês estão cá e é para ir morrer em Angola mais vale morrer em Portugal porque os caixões lá até são mais caros”)

Na verdade, a não ser “obrigada”, eu jamais trocaria o meu país por qualquer outro para viver (entre os muitos que já conheci)

Imaginando uma balança (analogicamente falando) e colocando num dos pratos a carga negativa indiciadora de um caos social e da implosão enquanto estado soberano e no outro o lugar onde a gente se sente bem, podemos tentar fazer uma análise que separe o país no seu todo da situação específica da maioria dos seus naturais.


Apesar da inegável mediocridade das "elites" que fazem parte da lista dos multimilionários do costume, cujas actividades constituem o grosso da riqueza e da iniciativa empresarial do país - é forçoso reconhecer que, individualmente, os portugueses estão mais pobres - Portugal precisa de ser amado tal qual é, com tudo o que tem de bom e de mal porque é nosso.

Felizmente muita gente ainda pensa assim.


Começando pelo prato das "coisas boas"…


ALGUMAS MARCAS DO PORTUGAL SINGULAR

1- Um filme promocional de Portugal "A Beleza da Simplicidade" (apesar das críticas) premiado várias vezes:
- Medalha de ouro no Festival Internacional de Filmes de Turismo e Ecologia da Sérvia - "SILAFEST 2012", na categoria Melhor Filme de Turismo.
- No Festival Cannes Corporate Media & TV Awards 2012, o maior evento a nível europeu de filmes corporativos
- Medalha de ouro no "Tourfilm Riga" 2012, na categoria Filme Comercial, na Letónia
- Medalha de prata no "World Best Films Awards", na categoria Curta-Metragem, em Nova Iorque.

A música é da responsabilidade de Nuno Maló, músico português radicado em Los Angeles, com uma carreira internacional na área publicitária e na indústria cinematográfica de Hollywood.


 «Chama-se "A Beleza da Simplicidade", mas na realidade é um caso complexo. O vídeo do Turismo de Portugal que foi multipremiado internacionalmente promove o país com a geografia de Lisboa adulterada via manipulação de imagem.» 
«Visto à lupa, percebe-se que adultera as ruas de Lisboa com uma montagem de imagens que adicionam à capital uma verdadeira avenida fantasma. Durante quatro segundos, numa vista panorâmica da cidade, a Rua Braancamp é transformada numa longa avenida, onde se repetem não só os jardins do Parque Eduardo VII, como também a rotunda do Marquês de Pombal. Para enganar o olhar do espectador, apenas a estátua foi apagada da montagem.»
Paula Cosme Pinto



2 - Constatações de estrangeiros


Gabriel Buruaga, CEO da Havas - retrato do marketing digital quando esteve no país
 - "Portugal não tem problema nenhum: não tem delinquência, não tem terrorismo. Tem um maravilhoso clima, pessoas alegres, cultura, praias, gastronomia, humor. Tem todos os ingredientes para contar boas histórias sobre o país na Internet, mas não tem qualquer notoriedade".


Pallavi Shah, operadora turística esteve no Douro.
E ficou encantada com a "paisagem mágica". 

Defende que Portugal tem que conseguir mudar a "imagem de um país de praias baratas", que perdurou durante muito tempo, para um local com "história, paisagem e cultura”.
"Os americanos gostam de vinho, de turismo de vinho, de cidades bonitas e os portugueses têm tudo


A Associação de Viagens britânica, ABTA, elegeu Portugal como uma das tendências entre os destinos de viagem mais populares de 2014, referindo como trunfos do país a "óptima gastronomia, as cidades históricas, a linha de costa acidentada e a paisagem deslumbrante, com muito charme".

O Alentejo é uma região de excepcional beleza natural com florestas de eucaliptos entrecortadas por rios, sobreiros e olivais e a cidade universitária de Coimbra, Património Mundial da Humanidade da UNESCO, e a misteriosa cidade templária, Tomar”"


A Eduniversal volta a distinguir dezenas de mestrados de cinco universidades portuguesas no seu ranking anual "Best Masters 2013/2014"

“A mais bem classificada é, mais uma vez, a Nova School of Business and Economics, constando também da tabela a Católica-Lisbon School of Business and Economics, o ISCTE, a Universidade do Porto e a Universidade Técnica, agora designada Universidade de Lisboa. No total, são 70 programas das universidades portuguesas que constam destas listas divididas em 30 áreas de formação.



Alexander Ellis, Embaixador do Reino Unido em Portugal, sublihou antes de partir:

"Coisas que nunca deverão mudar em Portugal"

- Portugueses: 2010 tem sido um ano difícil para muitos; incerteza, mudanças, ansiedade sobre o futuro. O espírito do momento é de pessimismo, não de alegria.  Mas o ânimo certo para entrar na época 
natalícia deve ser diferente. Por isso permitam-me,  em vésperas da minha partida pela segunda vez deste pequeno jardim, eleger dez coisas que espero bem que nunca mudem em Portugal.


1. A ligação intergeracional
Portugal é um país em que os jovens e os velhos conversam - normalmente dentro do contexto familiar. O estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa - e ainda bem. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para o benefício de todos.
 2. O lugar central da comida na vida diária.  
O almoço conta - não uma sandes comida com pressa e mal digerida, mas uma sopa, um prato quente etc, tudo comido à mesa e em companhia. Também aqui se reforça uma ligação com a família.
 3. A variedade da paisagem.  
Não conheço outro pais onde seja possível ver tanta coisa num dia só, desde a imponência do rio Douro até à beleza das planícies  do Alentejo, passando pelos planaltos e pela serra da Beira Interior.
 4. A tolerância
Nunca vivi num país que aceita tão bem os estrangeiros. Não é por acaso que Portugal é considerado um dos países mais abertos aos emigrantes pelo estudo internacional MIPEX.
 5. O café e os cafés
Os lugares são simples, acolhedores e agradáveis; a bebida é um pequeno prazer diário, especialmente quando acompanhado por um pastel de nata quente.
 6. A inocência.  
É difícil descrever esta ideia em poucas palavras sem parecer paternalista; mas vi no meu primeiro fim de semana em Portugal, numa festa popular em Vila Real, adolescentes a dançar danças tradicionais com uma alegria e abertura que têm, na sua raiz, uma certa inocência.
 7. Um profundo espírito de independência. 
Olhando para o mapa ibérico parece estranho que Portugal continue a ser um país independente. Mas é e não é por acaso. No fundo de cada português há um espírito profundamente autónomo e independentista.
 8.  As mulheres. 
O Adido de Defesa na Embaixada há quinze anos deu-me um conselho precioso: "Jovem, se quiser uma coisa para ser mesmo bem feita neste país, dê a tarefa a uma mulher". Concordei tanto que me casei com uma portuguesa.
 9.  A curiosidade sobre, e o conhecimento, do mundo
A influência de "lá" é evidente cá, na comida, nas artes, nos nomes. Portugal é um pais ligado,  e que quer continuar ligado, aos outros continentes do mundo.
 10.  Que o dinheiro não é a coisa mais importante no mundo
As coisas boas de Portugal não são caras. Antes pelo contrário: não há nada melhor do que sair da praia ao fim da tarde e comer um peixe grelhado, acompanhado por um simples copo de vinho.

Então, terminaremos a contemplação do país não com miséria, mas com brindes e abraços. Feliz Natal.


3 - Opinião de Portugueses não diferenciados

A arquitectura tão caracteristica da casa portuguesa
Os azulejos nas fachadas
Os petiscos - rissóis de camarão, pastéis de bacalhau e croquetes
O cheiro a sardinha assada no braseiro da calçada
O melhor bacalhau do mundo
A imperial e os tremoços
O marisco e o peixe grelhado
A luxúria da doçaria conventual.
As castas de vinhos
As flores ainda cheiram a cravos, a rosas… e a fruta, a frutos
As paisagens raras, agrestes e lânguidas. 
A suavidade com que o ar roça a pele
A brisa do mar, da montanha ou dos vales que enche os pulmões
Os lugares fantásticos num espaço geográfico tão pequeno
O cheiro da terra
A mistura e idiossincrasia de culturas enraizadas ao longo dos tempos
A tranquilidade à sombra de um choupo
A luz de Lisboa
A cor azul e profunda do céu
O por do sol nas praias
O verde-esmeralda das ondas do Atlântico
As cores do Alentejo no Outono
A sonoridade densa, única, das palavras
A nostalgia singular que provoca na ausência


4 - Ser Português

Emigradas na capital londrina, Dina e Olga, livraram-se da senha queirosiana: "gostamos de ser portuguesas, está na hora de acreditarmos mais em nós, no que somos e no que somos capazes de fazer" e abriram uma loja de produtos portugueses em Londres, A Portuguese Love Affair na rua do Flower Market – o mercado das flores londrino, que recebe milhares de pessoas a cada fim-de-semana.



As portuguesas fazem chegar a Inglaterra produtos como faianças Rafael Bordalo Pinheiro, bolachas Paupério, conservas Tricana, ou até mesmo as tão conhecidas sombrinhas de chocolate Regina.
Memórias de criança, sabores inesquecíveis e a essência de ser português.
Resolveram abrir a loja por duas razões: sentiam saudades de Portugal e, acima de tudo, perceberam que a pátria podia ser um bom negócio, que os produtos portugueses têm valor num sector endinheirado do mercado, o gourmet, o arts and crafts, o handmade, o artesanato.
Ao todo, Portuguese Love Affair trabalha com quase 30 fornecedores portugueses,
 - "Achamos que é uma boa maneira de dar a conhecer Portugal e mudar a imagem que os portugueses têm de si próprios
O que interessa é o amor pelo país.


Carlos Mesquita transformou uma banca de engraxador num império de reparação de sapatos em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde é o homem de eleição para casas como a Chanel e estrelas como Jennifer Lopez.
Carlos Mesquita, de 63 anos, começou o negócio em Portugal com uma banca de engraxador na barbearia do pai, mas é hoje o dono das lojas Leather Spa, onde os nova-iorquinos reparam e personalizam os seus sapatos e outros acessórios em pele.


A revista Time Out escreveu que o português “é o Dr. de sapatos escolhido e celebrado pelos ricos e exigentes” da cidade norte-americana “Dediquei muito tempo a este negócio. Não se cria um negócio, para o qual quase não havia clientes, de um dia para o outro".
O empresário dá emprego a 73 pessoas e tem três lojas: uma na Rua 55, uma na Grande Centrçal Station e uma terceira no hotel de luxo Plaza, junto ao Central Park.
Em média, as lojas recolhem 450 pares de sapatos e outros acessórios em pele por dia. 
Mesquita tem uma gama de produtos Leather Spa – com atacadores, ceras, palmilhas e cremes – e propostas para criar um franchise, que chegam de outras cidades norte-americanas, do Qatar, do Dubai e da Argentina.


Mourinho abre o coração e diz o que lhe vai na alma!
 (2010)

«Sou português há 47 anos e treinador de futebol há dez. Sendo assim, sou mais português do que treinador. Posto isto, para que não restassem dúvidas, vamos ao que importa…
(…)
E quando estes eleitos a quem Deus deu um talento se juntam para jogar por Portugal, devem faze-lo a pensar naquilo que são - não simplesmente profissionais de futebol (esses são os que jogam nos clubes), mas, além disso, portugueses comuns que vão fazer aquilo que outros não podem fazer, isto é, defender Portugal, a sua auto estima, a sua alegria (…)»

"Leitura Obrigatória"Ver


Universidade Aberta distinguida pela Comissão Europeia


“No final de Dezembro de 2013, a Universidade Aberta, em Portugal, foi distinguida com o Selo de Qualidade da Comissão Europeia.
Numa homenagem conferida às instituições de ensino superior que aplicam o Suplemento ao Diploma de forma rigorosa e gratuita, o mesmo é válido para o período entre 2013 e 2016. 
As diretrizes de Bolonha têm vindo a ser seguidas pela Universidade Aberta desde 2008, com especial enfoque sobre a aplicação do Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos (ECTS) e a emissão gratuita de Suplementos ao Diploma bilingues (português e inglês) ”.


Sophia de Mello Breyner Andresen



Exílio
Quando a pátria que temos não a temos 
Perdida por silêncio e por renúncia 
Até a voz do mar se torna exílio 
E a luz que nos rodeia é como grades 
Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'


«Em Lagos, em Agosto, o sol cai a direito e há sítios onde até o chão é caiado. O sol é pesado e a luz leve. Caminho no passeio rente ao muro mas não caibo na sombra. A sombra é uma fita estreita. Mergulho a mão na sombra como se a mergulhasse na água.»

E são algumas migalhas - ao acaso - duma grande OBRA, PORTUGAL, o "Paraíso" em dissolução...


Imagens Google

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

GOOGLE - A INFORMAÇÃO A UM CLIQUE DE “MOUSE"



Se eu, que não sou jornalista, empresária, profissional a precisar de promoção, estudante, empreendedora, publicitária, nem faço parte de qualquer precisa conjuntura e sinto que o Google mudou completamente o meu modo de vida, acredito que muita gente já tenha pensado na dependência que passou a ter dos serviços virtuais da rede mundial e para a qual dificilmente encontraria ferramenta alternativa.

De forma gratuita? 

Na realidade, é a grande isca para atrair audiência. A partir daí, o Google transforma-se numa gigantesca máquina de publicidade que fatura milhares de milhões. E os parceiros são todos os outos sites, portais e blogs que cedem os seus espaços em troca de uma remuneração quase nula.
Como um polvo, o Google invade e ocupa todos os espaços livres.

Googleplex - Em março de 1999, a empresa mudou sua sede para Palo Alto Califórnia


Fascinante, perverso, “ monopólio predador”, supercentralizado, combinando a ausência de prestação de contas com o desrespeito pela lei (receita para a tirania), o "perfeito lobo na pele de um cordeiro" (Dont be evil), tem duas faces - faz muitas coisas boas com óptimos produtos e esconde também muitos problemas.


Em apenas 15 anos de vida, tornou-se a empresa mais mais bem-sucedida da era digital.
Foi fundada em 1988 por Larry Page e Sergey Brin (imigrante russo) quando eram estudantes na Universidade de Stanford nos Estados Unidos com a finalidade de “organizar a informação mundial e torná-la universalmente acessível e útil “


no infindável universo de opções da internet o Google é o site mais visitado do mundo.



Actualmente, a empresa conta com mais de 30. 000 colaboradores e com uma equipa de gestão que inclui muitos dos mais experientes profissionais no setor tecnológico. 
O acesso às informações ficou mais prático, mais rápido, mais simples.


Quando a Google estava ainda a dar os primeiros passos, os fundadores enumeraram “10 factos” que sabiam ser verdadeiros e que, segundo eles também, “esperam que o sejam ainda”, pedindo aos utilizadores para estarem atentos e críticos:

- Dedicação ao utilizador e o resto virá naturalmente
- É melhor fazer apenas uma coisa, mas fazê-la realmente bem.
- Ser rápido é melhor do que ser lento.
- A democracia na Web resulta.
- Não é necessário estar sentado na secretária para precisar de uma resposta.
- É possível obter lucros sem comprometer a integridade.
- Existe sempre mais informação para descobrir
- A busca de informação atravessa todas as fronteiras
- Não é preciso ser formal para ser levado a sério.
- Excelente ainda não é o bastante.


Todavia, a 15 de dezembro de 2013:

“Google acaba de revelar Plano de 5 Passos para dominar o mundo”:

- Controlar o fluxo de informações
- Controlar o acesso à informação
- Controlar a rede de transporte
- Controlar o mercado de trabalho físico
- Controlar os mistérios da vida em si

Extractos dos 5 Passos que poderão ser lidos na íntegra no interessantíssimo texto do Anexo deste blogue aqui


- «Hoje todos os dias o Google processa mais de 1.000 milhões de buscas em 146 idiomas, notas e a busca na Internet está em suas "mãos de ferro". "Os serviços adicionais desde o Gmail até ao YouTube ou Play Store para Android, oferecem acesso a certos tipos de informação, o que permite ao Google ainda mais controle sobre as nossas vidas.»




- «O Google produziu o sistema operacional de smartphones mais popular do mundo, já que o Android ocupa 81% do mercado." Mas não estava satisfeito e o computador foi levado mais longe: apenas aos nossos olhos, sob a forma do Google Glass. Embora os computadores transmitam informações, o Google Glass envolve-nos com a informação como uma segunda pele. "As pessoas são leais aos iPhones, mas enlouquecerão pelo Google Glass, porque ele concederá tudo o que for necessário em qualquer momento. Um dia, no futuro não muito distante, você vai usar o Google Glass para chamar um táxi-Google, que conduzirá sozinho usando apenas o software do Google»


- «Se alguém quer controlar tudo e todos, os veículos 'Auto tripulados' são imprescindíveis e o Google tem-nos. Os carros sem condutores eliminariam o "fraco fator humano" das ruas e economizariam muitos milhões de dólares. E enquanto ficamos livres da tarefa de conduzir, poderemos mergulhar na internet para encontrar mais informações no Google”.


- «A Boston Dynamics, a oitava empresa que o Google adquiriu este ano, é famosa por criar os robôs mais avançados do mundo. Embora até agora só saibam andar e correr, tal como as pessoas e os animais, algum dia poderão aprender a fazer outras tarefas, como preparar um jantar perfeito, por exemplo. "Pouco a pouco os robôs irão cuidar de todo o trabalho físico, deixando o intelectual aos humanos. É ai onde o Google será implementado na infra-estrutura económica global».

A Schaft foi criada por investigadores da Universidade de Tóquio e faz parte do projecto de robótica que a multinacional americana está a desenvolver.

- «Em Setembro o Google anunciou a fundação de Calico, uma empresa que se dedicará à pesquisa sobre o envelhecimento, longevidade e a busca de formas de aumentar a vida útil. "Todas as ambições são pálidas comparadas com esta". "Com esta solução na mão, o Google vai controlar não só o seu acesso à informação, mas também quanto tempo você pode viver para a aceder."
- Alex Planes


O lado perigoso do Google

Scott Cleland , pesquisador norte-americano que criou também a Netcompetition.org, entidade que estimula a competição e o desenvolvimento das empresas de serviços de banda larga adverte:

«Todos conhecem os benefícios e as coisas maravilhosas que o Google nos proporciona. Poucos, entretanto, têm consciência dos riscos decorrentes da destruição de sua privacidade, do rastreamento permanente de suas consultas e do uso antiético de informações pessoais por esse monstro digital, que indexa, armazena e manipula milhões de terabytes por dia.
(…)
O poder do Google cresce de forma tão aterradora que nos faz relembrar a advertência do Lord Acton (o historiador britânico), que escreveu: O poder tende a corromper. E o poder absoluto corrompe absolutamente.

Cleland levanta questões cruciais, como esta: ”Será que os líderes do Google – os fundadores Larry Page e Sergey Brin e o presidente contratado Eric Schmidt – se estão afastando de sua promessa de tornar o mundo um lugar melhor? Ou estão disfarçando com tamanha eficiência os seus verdadeiros objetivos e que ninguém foi capaz de perceber?”

E faz do futuro da empresa uma previsão catastrófica: “Em cinco anos poderão ocorrer desastres na área de segurança e muitos problemas de soberania. Aliás, o Google não respeita a soberania dos países”.

Cleland até já compilou um código satírico das dez diretrizes que orientam a acção do Google:

1. A regra básica do Google: Quem controla as informações alheias governa.
2. A regra dourada do Google: Trate os outros da forma como o Google não quer ser tratado.
3. O relativismo moral do Google: Inferir que outros são maus faz o Google parecer ético.
4. A bússola moral do Google: “Mau é aquilo que Sergey (um dos fundadores do Google) diz que é mau” – Eric Schmidt, presidente ou chairman.
5. O código de ética do Google: “A política do Google com relação a muitas coisas é aproximar-se ao máximo dos limites do obscuro e não cruzá-los” – Eric Schmidt
6. O princípio básico do Google: Se a coisa não aumenta, ela não pode ser monopolizada.
7. A lei da liberdade do Google: “Nasce um idiota a cada minuto”.
8. A lei da privacidade do Google: A análise de perfis está no olho de quem vê.
9. A lei de propriedade do Google: Tudo que é bom vem para aqueles que se apoderam dele. Por outras palavras, apodere-se de algo para dele obter o melhor resultado.
10. A lei da inovação do Google: Se no princípio você não obteve êxito, compre aquilo que obteve.

Ou quem serão realmente os verdadeiros donos do Google?




Escrevi este poste sobre o Google depois de nele ter investigado tudo quanto apresento.
Poderá ser a estrada digital para a servidão e a destruição da privacidade mas é exactamente como gigante de informação que o procuro.

Onde existe hoje a privacidade?

Basta ter o telemóvel ligado que mesmo sem atender ou efectuar qualquer chamada, é possível saber o ponto onde está - se o operador sabe


Snowden explica que isso é um problema. “Porque a privacidade é importante. A privacidade é o que nos permite definir quem somos e quem queremos ser.”

Mas diz também que «uma criança nascida hoje vai crescer sem qualquer conceito de privacidade. Nunca saberá o que quer dizer ter um momento privado para si própria, um pensamento não gravado, não analisado»..


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

AS PRIMEIRAS-DAMAS DE PORTUGAL - 4



Maria do Carmo Xavier de Oliveira Barros Leite Braga
2ª Primeira-Dama de Portugal


Nasceu no Porto em 14 de Novembro de 1841.
Era filha de António Pedro Xavier de Oliveira do Couto Alão de Barros Leite e de Ana Amália Martins da Cruz Xavier de Castro e Sousa e irmã de Júlio Xavier de Matos - psiquiatra, um dos mais importantes reformadores do ensino da Psiquiatria em Portugal e fundador do primeiro hospital psiquiátrico de Lisboa,Hospital Júlio de Matos, assim chamado desde 1942.




Casou em 1868 na Igreja Paroquial de Cedofeita, Porto, com Joaquim Teófilo Fernandes Braga, natural de Ponta Delgada, escritor e professor da Universidade de Coimbra.


Teófilo Braga foi Presidente três vezes:

- Presidente do Governo Provisório republicano de 5 de outubro de 1910 a 3 de setembro de 1911, função que acumulou com as de chefe do Estado até à eleição de Manuel de Arriaga


Tomada de posse do Governo Provisório

-Presidente da República em substituição de Manuel de Arriaga de 29 de Maio a 4 de Agosto de 1915. 
Lisboa, edifício do parlamento, 29 de maio de 1915: dois momentos do programa oficial de investidura do PRP Teófilo Braga

- Presidente da República de transição até ao dia 5 de Outubro do mesmo ano, face à renúncia de Manuel de Arriaga (substituído por Bernardino Machado).

Tiveram três filhos que morreram prematuramente:
- Joaquim, quase à nascença (1869)
- Teófilo, aos 13 anos (1886)
- Maria da Graça, aos 16 anos, em Março do ano seguinte.

Maria do Carmo, que sempre foi de saúde frágil, consternada, entrou numa enorme tristeza (depressão?).
Faleceu em Lisboa a 14 de Setembro de 1911, numa modesta casa da Travessa de Santa Gertrudes (actual Rua Teófilo Braga), n.º 70, pouco tempo depois de o marido se tornar Presidente do Governo Provisório e a dois meses de completar 70 anos.

Está sepultada no Cemitério dos Prazeres, num jazigo muito deteriorado pelo tempo (Rua F, n.º 3588).

A homenagem a Teófilo Braga.
O cortejo junto do Monumento aos Restauradores, 1912 



A 15 de Maio de 1887, ainda viva, o marido fez o testamento. Através dele soube-se que a família era remediada; tinha apenas o dinheiro ganho com a docência e alguns bens que foram dados a Maria do Carmo pelo casamento. 
Teófilo gostava muito da sua mulher.
Desde que ficou viúvo, infeliz, isolava-se na biblioteca para se dedicar à escrita, lugar onde morreu.
Vestia pobremente e até chegou a remendar algumas peças de roupa branca que tinham sido usadas por Maria do Carmo porque lhe faziam recordar os bons momentos.







A obra literária de Teófilo Braga é imensa 







Imagens Google

sábado, 18 de janeiro de 2014

PAULA REGO - INTRIGANTE E PROVOCADORA


Paula Rego - Fotografia: Eamonn Mccabe

«É tudo copiado à vista», sublinha PAULA REGO, expondo as pinturas juntamente com os seus desenhos preparatórios feitos na presença dos modelos.
Os traços inserem-se numa poética de naturalismo expressionista – mas um realismo que sempre se origina da observação do verdadeiro.

«Aprender a desenhar é muito importante. Eu também não sei muito bem, mas estou a aprender».
Só sei pensar com a mão por meio do lápis. Tenho a imagem na cabeça. Há duas fases: primeiro a ideia que surge e, depois, o trabalho com o modelo. (…) Está tudo no desenho, a história, tudo. O desenho não a ilustra, mas o que me interessa é a acção de fazer o risco sobre a pedra, o papel; a disciplina. A ligação física e visual é essencial. A história dá o impulso.»

É assim que Paula Rego, nascida em Lisboa (1935), oriunda de uma família republicana, liberal, culta e abastada e que partiu para Londres a fim de frequentar a Slade School of Art, onde conheceu o artista britânico Victor Willing - com quem casou - descreve o trabalho no seu atelier.

Paula Rego e o marido Victor Willing, na Ericeira, 1970

Paula Rego com o marido, Victor Willing e os seus 3 filhos – Victoria, Nick e Caroline.


A pintora, com um nome reconhecido em todo o mundo, é colocada entre os quatro melhores pintores vivos em Inglaterra.
  
Dame Paula Rego at Buckingham Palace. Photograph: Wpa Pool/Getty Images

Em 2010 foi eleita a Personalidade Portuguesa do Ano pela Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal que foi fundada há 31 anos e reúne jornalistas de mais de 20 países a trabalhar regularmente no País.
Foi também agraciada pela Rainha Isabel II com o grau de Dama Oficial da Ordem do Império Britânico “pela sua contribuição para as artes.”  
A Reitoria da Universidade de Lisboa atribuiu-lhe ainda as insígnias de Doutor Honoris Causa, distinção raras vezes concedida a personalidades no campo das artes.
E muitos outros prémios

Luís Moreira:
«Com personalidade vincada, Paula Rego é conhecida pelos seus olhos profundos e pela forma peculiar como estes observam o mundo. Tem enorme capacidade de dissecar e criticar, retratando muito bem a realidade e as questões que considera prementes. Pinta a guerra, o aborto, mas também a metamorfose da obra homónima de Kafka, ou as mulheres de “O Crime do Padre Amaro”, de Eça de Queirós. 


Entre as Mulheres, 1997, da série O Crime do Padre Amaro

A sua obra tem uma “força extraordinária” frisa Mário Matos Ribeiro, produtor de moda, em “ambientes tão banais, tão caseiros, que se torna perturbadora”.
A maneira quase infantil de se expressar – tanto na pintura como na oralidade – torna-a uma personagem intrigante, a quem ninguém fica indiferente. Em certos momentos, tem uma perturbante doçura. Noutros, uma assustadora agressividade. Mas os seus quadros são belos, como tudo o que é indomável.»

Stefano Valente:
«Os temas tratados pela pintora fazem ressaltar uma visão escandalosa da sexualidade e da morte (…) È provável, porém, que tenhamos de relevar um outro elemento das representações por Paula Rego: a ausência de normalidade, ou melhor, a normalidade que é a exploração, a análise do limite extremo da personalidade feminina (…).

The Vivian Girls as Windmills, 1984

É, no fundo, a cristalização do instantâneo: do tempo – quotidianamente grotesco, hórrido ou cruel, ou apenas banal – em que bailarinas, meninas (As Meninas, obra conjunta com a escritora Agustina Bessa Luís – 2001), loucas, ou simplesmente mulheres adormecidas, contam as suas histórias. Histórias sempre impiedosas…»
A mulher quase sempre é representada consigo própria, imersa no abismo do tédio (veja-se, por exemplo, Lush) – que é também o momento em que qualquer crise, qualquer delírio, qualquer abandono pode acontecer.

The Lush

A leitura dos romances de Henry Miller marcou o seu percurso, ao abordar temas do imaginário erótico feminino.

Alexandre Pomar:
«(...) Estas pinturas reconstroem os poderes das imagens e das suas ilusões Surgem como resposta poderosa à indiferença ambiente e são reconhecidas como tal muito para além das fronteiras especializadas do «mundo da arte».

Paula Rego A Dança 1988 Água-forte e água-tinta

Numa recente montagem dos espaços da Tate Gallery, Paula Rego presidia com o seu grande quadro A Dança, de 1988, a uma vasta galeria dedicada à tradição britânica da pintura narrativa do séc. XX («People and Places»), onde se sucediam a Walter Richard Sickert, obras de Stanley Spencer, Carel Weight, Ronald B. Kitaj, David Hockney, Peter Blake e outros pintores que contam histórias, sugerem situações ou descrevem relações humanas.»

«O naturalismo está muito fora de moda, mas eu não me importo» Paula Rego.
«A moda passará. Estas revolucionárias 'pinturas silenciosas, com as suas réplicas sombrias', sobreviverão», num artigo do «Daily Telegraph».


"Pintar é (um acto) prático mas também mágico. Estar no meu estúdio é como estar dentro do meu próprio teatro” Paula Rego


Paula Rego quer mostrar que  «a mulher é uma história por contar». Porque «a história das mulheres nunca foi contada em pintura».
E assim, radicada em Inglaterra, todas as manhãs, uma modelo - quase sempre portuguesa - posa para a pintora no atelier de Kentish Town.

Não gosto das mulheres quase disformes de Paula Rego. Nem dos homens horrendos.
Mas concordo que é uma pintura desafiadora, denunciante, crua, austera, perturbadora, incómoda, carregada de solidão, sofrimento, angústia, humilhação e vergonha; que "abala as crenças e as ordens de ontem e de hoje".

Como facilmente se pode comprovar pelo quadro 'The Last Feed' , da sua última exposição em Londres 'The Dame with the Goat's Foot' (Janeiro - Março 2013) que recebi, via email, e sem o qual não estaria agora aqui a reconhecer o grande talento da sui generis pintora.

'The Last Feed'

O comentário descrevia-o como uma figura de 'palhaço rico' com a mão esquerda a 'coçar a micose' (o retrato perfeito… de Cavaco) com um pé no pedestal, a sugar os seios de uma velha decrépita e aperaltada (República?) com um chapéu.

Noutro comentário:
"Se o mamão for mesmo Cavaco, o quadro já pode ficar para a galeria dos presidentes."
Segundo a artista, o quadro não viajará até Portugal.


O Museu e As Óperas

A inauguração da exposição "As Óperas" marcou a entrada da Casa das Histórias num novo ciclo após a extinção, em Março deste ano, da Fundação Paula Rego e da assinatura de um novo acordo entre a pintora e a Câmara Municipal de Cascais, que passou a gerir o museu.

Segundo a agência Lusa, recebeu um total de 32.404 visitantes em cerca de quatro meses.

Casa das Histórias Paula Rego é um museu em Cascais, e tem como missão o conhecimento e fruição da obra de Paula Rego e suas ligações artísticas
Acolhe uma exposição permanente com obras de Paula Rego e duas exposições temporárias por ano.

Exposição actual

"Paula Rego/ Honoré Daumier: mexericos e outras histórias"
Catarina Alfaro, co curadora da exposição, explica que o que une os dois 
artistas, na apresentação da exposição, "é o inequívoco facto de que tanto Daumier como Paula Rego terem usado a sua produção artística gráfica como elemento diluidor das hierarquias e da diferenciação entre a arte erudita e a popular, sempre comunicante com o tempo presente através das suas vozes críticas, por vezes mordazes e socialmente interventivas

A colecção presente reflecte todo o percurso artístico e criativo de Paula Rego, incluindo ainda obras do seu marido (morreu em 1988), o artista britânico Victor Willing.

"Quando tinhamos uma casa no campo"
Paula Rego - 1961, Colagem e óleo sobre papel
 Paula Rego - Estudo para Aida 1983, Tinta sobre papel Segredos e Histórias 1989, Água-forte e água-tinta

Horário de funcionamento
Todos os dias, excepto 1 de Janeiro, 1 de Maio e 25 de Dezembro
Inverno - 10 h às 18 h
Entrada Gratuita
Av. da República, 300
Cascais

Nova exposição
Abre amanhã, 24 de janeiro, em Londres, na galeria Marlborough Fine Art.
Admite-se, também aqui, que é possível identificar uma personagem de feições muito semelhantes às de Carlos Carreiras, atual presidente da Câmara Municipal de Cascais, no quadro que tem por título "Avareza".


      "Avareza"  com o protagonista pintado por Paula Rego e Carlos Carreiras

Confrontado com a notícia do jornal Expresso, o Presidente da Câmara responde:
(…)  Não vou desmentir o que é evidente: há parecenças? Há. Algumas. Mas sendo verdade houve então um claro favorecimento. Não sou assim tão bonito. É só comparar com uma fotografia minha.
(…)
E assume, no Facebook, que está a negociar um novo protocolo com a pintora.


Imagens Google