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sexta-feira, 30 de abril de 2021

HIPOXIA SILENCIOSA...

 

Conheceram-se no primeiro ano do Liceu e enamoraram-se. O amor foi à primeira vista, o casamento só 10 anos depois. Ela com 17 e ele com 19 anos.

Sem as características do enredo dos famosos romances Romeu e Julieta, de Shakespeare ou  Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, (obstáculos, rivalidades familiares ou  amor impossível de se concretizar), diria que parecia bastante semelhante nas emoções.

A filha, linda, formou-se em Economia , curso de que  depende para viver, mas é pela História duma maneira geral e pela mais arrebatadora história de amor portuguesa,  entre D. Pedro e Inês de Castro, em particular, que se deixa inebriar. O profundo conhecimento deste Capítulo, tem-lhe proporcionado convites para fazer várias palestras sobre o assunto em Escolas de Itália e outros lugares.


Mosteiro de Alcobaça

Mas hoje parece ter-se desmontado toda esta harmoniosa "pirâmide".

O marido/pai, de 60 anos, adormeceu com covid-19, (pensa-se agora) sem sintomas (apenas uma ligeira anemia), pelas 5 horas da manhã, junto da companheira de uma vida e não acordou mais. Adorava viver rodeado de amigos, de contar anedotas, da horta alentejana aos fins de semana

Hipoxia silenciosa?

Não estou documentada sobre o que se diz ser também uma das características do vírus - bloqueamento dos sinais de alerta dos sintomas… Mas pode ler-se um pouco sobre o tema em:

Covid-19: o que é “passaporte imunológico” e o que dizem os cientistas

Cientistas descobrem anticorpo que bloqueia infecção por Sars-CoV-2


Imagens Net

domingo, 25 de abril de 2021

DIA 25 DE ABRIL 2021



« Não Estou
Não estou pensando em nada
E essa coisa central, que é coisa nenhuma,
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o Verão quente do dia.
Não estou pensando em nada, e que bom!
Pensar em nada
É ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
É viver intimamente
O fluxo e o refluxo da vida…
Não estou pensando em nada.
É como se me tivesse encostado mal.
Uma dor nas costas, ou num lado das costas.
Há um amargo de boca na minha alma:
É que, no fim de contas,
Não estou pensando em nada,
Mas realmente em nada,
Em nada…»

 Poemas de Álvaro de Campos/ Fernando Pessoa

Hoje, dia 25 de Abril, é o Dia da Liberdade em Portugal / dia da Revolução dos Cravos.


in blog. a minha escola



segunda-feira, 19 de abril de 2021

JOGANDO ÀS RIMAS

 

Hoje faz anos a Antonieta

Oitenta e nove faz a Noetinha!

Senhora da casa, Henriqueta

É quem lhe oferece  a festinha

 

De origem francesa, Marieta

Amiga de valor “sem preço”

Juntamente com a Greta

Oferecem uma Expresso

 

Por ser criativa, Simoneta

Dá show de canto ou dança

Como tem quinta, Georgeta

Com uma caldeirada avança

 

E a magnética  Indaleta

Pouco conhecida - sabiam…

Mais a dinâmica Nicoleta

De Primavera extasiam

 

A  romântica Juju, Julieta

Tem presente um  amigão

A Margarida ou Margareta

Que traz ela na mão?

 

A pequena, doce Violeta

Nunca esquece ninguém

Nem a "volúvel" Borboleta

Que é muito  amiga também


Obras de Romero Britto - Garden Butterfly





sexta-feira, 16 de abril de 2021

A MINHA VIZINHANÇA

Tenho reparado que, num curto espaço de tempo, muitas das pessoas com que me vou cruzando no hall de  entrada/ saída do prédio onde moro há umas boas dezenas de anos, vão deixando de ter aspecto “familiar”

E como não chovia nem estava frio, sentei-me num dos bancos do jardim ali em frente para retroceder no tempo dos primeiros moradores / vizinhos, distribuídos por 12 andares, 2 condóminos por piso ( direito e esquerdo). Eram maioritariamente recém-casados ou com  filhos bastante novos mais 2 ou 3 solteiros.

Todos em idade de trabalho intenso, saindo de manhã e voltando ao fim da tarde, além do bom dia/ boa tarde/ boa noite em encontros na garagem, no elevador, nos colégios/ escolas dos filhos ou reuniões de condomínio,  não sobrava tempo para um melhor conhecimento.

No entanto, este tipo hábitos quotidianos foram suficientes para criar sorrisos de empatia, praticar regras de convivência, resolver problemas de forma amigável, evitar intrigas e  construir uma relação saudável, com características de “família” alargada.


A necessidade de conviver e de relacionamento não se modifica com o envelhecimento; pode até aumentar ( faz parte da natureza do ser humano). 

Com a reforma permanece-se mais tempo em casa, há mais deslocações a pé, tempo para “tomar um café" ou prolongar o simples “bom-dia” com um pouco mais de conversa nos, agora, muitos encontros ocasionais ou seja, existe uma maior  possibilidade de usufruir o espaço de partilha em que se está integrado - o prédio. Logo, a questão da vizinhança na cidade é importante pelo que convém que seja bem alicerçada. 



Porém, como disse, os agora esperados bate-papos mais frequentes e agradáveis, parecem ser cada vez menos abrangentes no número de  participantes "gente boa" , conhecida. 

Ao olhar, aqui do banco do jardim para as janelas da fachada principal, que vejo eu?

Apenas 8 condóminos de origem, 3 de filhos de pais já falecidos , 2 de filhos de pais que foram morar para outras casas e 11 novos proprietários, o que faz toda a diferença. 

E a evasão parece continuar a ameaçar 

Há mais de um mês que deixei de ouvir a minha vizinha de baixo. Viúva, com acentuada e progressiva lordose da coluna cervical, tinha como companhia uma gata amarela (já por mim descrita neste blog) e também, ultimamente,  uma prestadora interna de cuidados. Porem, o relacionamento entre as duas parecia deteriorar-se de dia para dia e agora, as janelas que estavam sempre cheias de claridade, revestiram-se de aconchegadas tabuinhas horizontais…Onde estará a ML?

O vizinho de cima, também viúvo há mais de uma dezena de anos, cansado de viver sozinho, tomou a iniciativa de se transferir para uma Casa de Repouso. Soube disso porque o encontrei, por acaso, no dia em que saía de casa com uma almofada debaixo do braço. Surpreendida, perguntei se nos ia deixar. Sim, disse ele, não me tenho sentido muito bem. Gosto de não causar problemas … mas não dispenso a minha almofada.

E assim vai a minha vizinhança

“Não tente viver para sempre, você não terá êxito” George Bernard Shaw, dramaturgo, Nobel da Literatura, 1925.


Imagens Google