- Sabes quem morreu?
- ?
- Foi a ME. Também já não andava por cá a
fazer nada Era velha.
- Teve uma vida longa, sim. Mas “vejo-a”
a pensar que ainda não esperaria que fosse a “hora” dela...
Amanhã ? Amanhã apenas terá deixado de ser. “Apagou-se”. Pronto.
Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!”
Florbela Espanca
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Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Mário de Sá Carneiro
Se depois de eu morrer, quiserem
escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.
Não há nada mais simples
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus.
…
Um dia deu-me o sono como a qualquer
criança.
Fechei os olhos e dormi.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Fechei os olhos e dormi.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa
Minha essência tornou-se finita.
Exauriu-se chegando ao fim,
Só deixando aqui esta escrita
Exauriu-se chegando ao fim,
Só deixando aqui esta escrita
Levi Bronzeado Santos
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Não me deem elogios que não mereço
Nem flores que nunca recebi
Tampouco lembranças que não tenham
…
Não me tragam lágrimas que não sintam
Mensagens que nunca me enviaram
Cartas de amor que não me deram
Não!
Não quero velório.
Fato velho e caixão pobre.
Onde tudo é amarelo, algodão e morte.
Não quero velório.
Fato velho e caixão pobre.
Onde tudo é amarelo, algodão e morte.
…
A lágrima que não me lembro de ter
chorado.
TDM
"Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição
...
A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade..."
João Pereira Coutinho, jornalista
Imagens Google
"Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição
...
A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade..."
João Pereira Coutinho, jornalista
Imagens Google
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