À esquerda, um neurónio normal cheio de conexões com
outros neurónios. À direita, o neurónio de um deprimido, pequeno, com
poucas conexões.
"O meu passado foi lixo
Sinto-me abaixo de zero
Medicamentos pra quê?
Isso de que adianta
Já não tem solução...
Só me apetecia morrer
Pró que ando cá fazer
Acha que Deus existe?
Hoje não vou ao Ginásio
Nem volto lá mais
Também não vou ao "Favas"
Olham pra esta cara...
Sinto-me tão mal!
Estou a ficar quase cego
Tenho aversão ao PC
Já nem sei a password
E a TV está prá ali...
Olho pra ela mas não vejo.
Olho pra ela mas não vejo.
Não converso com ninguém
Vai sair e fico sozinho?
Oitenta anos! É o fim!
O Gaspar, o Chico, a Guida...
Estou uma pilha de nervos
Vou tomar um xanax
A que horas tomei o último?
Estou uma pilha de nervos
Vou tomar um xanax
A que horas tomei o último?
Gostava de jantar cedo
Porque a dormir não penso
Que dia é amanhã?
Uma noite descansada"
E desde há alguns anos que tem sido assim, várias vezes, arrastando vagarosa e ruidosamente os chinelos. O tempo vai passando sem interrupções. Ou pelo tempo se vai passando.
Neste desfavorável ambiente, em ritmo de compasso, vão-se fazendo as variadas e necessárias actividades.
Por vezes, num momento de "pausa", espreita-se o espelho ... E ele, genuíno na reprodução da imagem, prova que os anos por que não demos, passaram mesmo.
Por vezes, num momento de "pausa", espreita-se o espelho ... E ele, genuíno na reprodução da imagem, prova que os anos por que não demos, passaram mesmo.
Tomara que Mia Couto tivesse razão quando diz que “Devia era,
logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a
ruga”, porque, então, só teríamos que fazer com que isso acontecesse.
Imagens Google
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