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quinta-feira, 23 de abril de 2020

INCONGRUÊNCIAS DA NOSSA "DEMOCRACIA" - PLÁGIO


“Leis são como teias de aranha: boas para capturar mosquitos, mas os insectos maiores rompem sua trama e escapam.”Sólon


ECCO:
Estado de Emergência III 
A Renovação em vigor até 2 de Maio de 2020 foi aprovada em Parlamento com os votos a favor do PS, PSD, CDS-PP, Bloco de Esquerda e PAN.
Além do levantamento da cerca sanitária a Ovar e o das comemorações do 1.º de Maio,vão manter-se em vigor as Restrições e respectivas excepções:
-Doentes com Covid-19 ou pessoas sob vigilância, vão permanecer em internamento hospitalar ou domiciliário.
-Pessoas em grupos de risco, com mais de 70 anos ou outras “morbilidades”, devem evitar sair de casa.
-População em geral deve manter-se em casa, realizando deslocações apenas quando for necessário.
-Não deve haver ajuntamentos de mais do que cinco pessoas,
-A Autoridade para as Condições do Trabalho tem competências reforçadas para fiscalizar empresas. 
-Nas actividades económicas que envolvam o atendimento ao público em estabelecimentos comerciais, a regra é o seu encerramento.
-Restaurantes, cafés, pastelarias e outros semelhantes, devem ser encerrados no atendimento ao público. 
-A realização de funerais está condicionada à adopção de medidas organizacionais que garantam a inexistência de aglomerados de pessoas e o controlo das distâncias de segurança


Constantino Sakellarides, antigo diretor geral de Saúde:
“A nossa legislação permite a quarentena obrigatória para casos como o coronavírus”, remetendo para o decreto-lei n.º 81/2009 e para a Lei de Bases da Saúde de 2019.

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa:
"Só ganharemos Abril se não facilitarmos, se não condescendermos, se não baixarmos a guarda. Outras experiências mostraram que situações do grupo de risco e visitas à terra e à família custaram explosões entre os 30 e os 50 dias de epidemia"

"Além da medida de confinamento dos cidadãos aos seus concelhos de residência, o Governo proíbe ajuntamentos de mais do que cinco pessoas, excepto pessoas com laços familiares".

Semanário:
A decisão de assinalar a Revolução do 25 de Abril com uma sessão solene no Parlamento, com a presença de cerca de 130 pessoas, em plena pandemia de Covid-19, está a revoltar muitas pessoas

E esta, hein?

Francisco Rodrigues dos Santos (CDS):
"A Conferência de Líderes insistiu em manter a cerimónia, concentrando centenas de pessoas num espaço fechado, algumas delas pertencentes a grupos de risco
"Tem sido pedido aos portugueses que não participem e celebrações religiosas como a Pascoa, que não abracem os seus filhos, pais e avós, que não se despeçam dos seus entes queridos que morreram, que fiquem em casa mesmo que isso tenha levado milhares ao desemprego, que fechem as empresas, e que não vão trabalhar, ainda que não tenham como pagar as suas contas"
 “A democracia fora do Parlamento não pode valer menos do que a democracia dentro do Parlamento. O 25 de Abril não se fez para separar ainda mais as elites do povo, nem para que uns fossem mais livres do que os outros”

Carlos Carreira:
"É uma irresponsabilidade perigosa pelos sinais que transmitem ao povo português” e “um desrespeito a todos os que têm estado em casa”.

Vasco Loureço:
"Não têm coragem de admitir que são contra a celebração do 25 de Abril". 
E adianta que não estará presente nas cerimónias no parlamento.

Petição Pública
Cancelamento das Comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República
“Não se admite que os senhores Deputados não cumpram aquilo a que obrigam” os demais portugueses.
 "Não se admite que a Assembleia, queira comemorar o 25 de Abril, juntando centenas de pessoas no seu interior." 
Assinaram a petição 108.709 pessoas ... 

Ferro Rodrigues:
Apesar das restrições e de tudo o que estamos a passar neste momento, o personagem disse “vai-se realizar, custe o que custar”. "Celebrar o 25 de Abril é dizer que não sairá desta crise qualquer alternativa antidemocrática“.

Francisco Louçã:
“A comparação que o CDS faz com um acto privado, que não é do Estado, que é uma cerimónia religiosa da Páscoa, não tem sentido” 

Ana Catarina Mendes:
Em declarações à Lusa, defendeu  "a importância reforçada de assinalar o 25 de Abril no parlamento em período de emergência, considerando que as críticas feitas têm uma motivação “ideológica” e não de defesa da saúde pública"
“Quando há mais regimes autoritários do que democracias no mundo. Quando há países europeus que usaram a pandemia para suspender democracias. Não se trata de abrir o parlamento para festejar. Trata-se de não o fechar no dia em que se assinala a democracia”


Apanhado de comentários ao acaso:


- Então, as pessoas, numa comemoração do estado estão imunes... mas se for da Pascoa já se contaminam?
- A própria Assembleia está a contrariar-se a si própria . Primeiro vota o Estado de Emergência , depois aprova uma comemoração que viola os pressupostos do referido voto.
- Do crime de desobediência à propagação da doença - Se sair de casa, posso ir preso?
O crime de desobediência prevê uma pena de prisão até dois anos. Mas foi decretado estado de alerta e, com ele, accionada uma medida que agrava essa pena em um terço. Que crimes estão previstos na lei?
- Conforme as proibições exaradas no Estado de Emergência espero não ver na Assembleia da Republica os militares com mais de 70 anos, porque estão sujeitos a um crime de desobediência e por isso deve ser aplicada a Lei. Espero que o Ministro da Administração Interna esteja atento
- Não se admite que os senhores Deputados não cumpram aquilo a que obrigam”
- Com muitas pessoas juntas num mesmo edifício, com apertos de mão , beija cruz ...
- O bailarico 25 de Abril e 1 de Maio pode ser permitido: o vírus não ataca o vermelho
- E isto custa 2 milhões de euros?


Covid-19Primeiro Ministro diz que não há garantias de não haver austeridade
Dia seguinte à pandemia "pode durar anos"  - advertência deixada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Entretanto:
- 99 pessoas testaram positivo para covid-19 num hostel no centro de Lisboa

Horacio Villalobos/Corbis via Getty Images

 - A vida tem destas coisas, há pouco mais de um ano, fomos apelidados de imorais, infractores e criminosos… Mas agora, pelos mesmos, somos chamados de profissionais de saúde importantíssimos, diferenciados, aqueles que podem dar resposta à pandemia. Énio Amaral, 41 anos, enfermeiro há 16

“O moralista é como um sinal de trânsito que indica para onde se pode ir para uma cidade, mas não vai.”Charles Dickens


investigação Google

quinta-feira, 9 de abril de 2020

"QUEM ÉS ?"



Alguém sem importância
Escondido nas entrelinhas
Odiado pela arrogância

Alguém sem distinção
Julgado simplesmente
Pelas cores da emoção

Alguém pra esquecer
Naufragado algures
Mas que insiste em ser

Alguém que se faz prender
A quem inala ódio
Presunção e remoer  

Alguém muito mais
Do que é suposto saber



Resposta à pergunta feita sobre uma msg  enviada, inadvertidamente para o aplicativo WhatsApp de um orgulhoso ressabiado

domingo, 5 de abril de 2020

29 DE MARÇO 2020, UM VULGAR DIA DE QUARENTENA


Panorama fotográfico registado ao longo de 22 Km percorridos junto ao Tejo, em bicicleta, entre Linda-a-Velha/Algés/Dafundo e o Parque das Nações a 29 de Março de 2020, um vulgar dia de quarentena.

A bela Torre de Belém, sem quórum, para narrar a História do rei Dom Manuel, do rinoceronte, de Vasco da Gama, dos vários brasões que a adornam...

Nos jardins, entre os frondosos pinheiros mansos, os bancos receptivos para quem, numa pausa relaxante, poderia desfrutar um ambiente de paz, sossego, liberdade, os sons da própria natureza e o sol que vai aparecendo. 

Nas estradas os carros não circulam...E as casas têm as portas e as janelas fechadas
Até o caixote do lixo, sem utentes, parece sentir-se ali a mais.
Sob a maior ponte suspensa da Europa, com dois andares - o superior para carros e o inferior, para comboios - a Ponte 25 de Abril (Ponte Salazar – o seu a seu dono), não passam catamarãs. 

E os comboios?

Não há carros (nem arrumadores!). A cervejaria Portugália está encerrada.
Duas (três?) pessoas ao fundo e outra que corre, em oposição às recomendações ditadas pelo Governo perante o estado de emergência.
O vazio é um cenário de uma beleza assustadora, sem gente, profundamente melancólico. Ouve-se o silêncio dos turistas ausentes...

E  o silêncio longínquo da prisão da Duquesa de Mântua e da morte do secretário de estado Miguel de Vasconcelos que foi atirado de uma janela do palácio para o Terreiro (1640); do destruído Arquivo Real com documentos relativos à exploração oceânica; do assassinato do rei Dom  Carlos e filho, Dom Luís Filipe (1908);   do desembarque da Marinha no Cais das Colunas (1910) e da Rainha Isabel II, do Reino Unido, quando da visita a Portugal (1957); de alguns dos discursos do Presidente do Conselho, Dr. Oliveira Salazar proferidos à janela dos ministérios; de acontecimentos relacionados com o derrube do governo de Marcello Caetano (1974); da celebração de uma missa pelo Papa Bento XVI (2010); das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades (2016) Informação Wikipédia
E o das vitórias na Ásia e na América, visíveis nas serpentes e nas figuras que envolvem o Rei Dom José e o seu cavalo... 


Um carro mais uma motinha a tentar passar o sinal verde ...
Este é o cruzeiro MSC Fantasia que acostou no Porto de Lisboa a 22 de Março com passageiros de 39 nacionalidades, maioritariamente da União Europeia, Reino Unido, Brasil e Austrália e tripulantes de 50 nacionalidades. 

Até ao momento, e já a navegar há 10 dias em alto mar, não existe nenhum passageiro com Covid-19 a bordo, ou mesmo algum caso suspeito”, era a informação do Porto de Lisboa
 Um motociclista no deserto asfaltado
 A Altice Arena, antigo Pavilhão Atlântico. Duas bicicletas sem usuário.

Um pouco por todo este percurso o cenário é semelhante. Antes, estava cheio de turistas. Agora, quase não há viv´alma. Há um silêncio ensurdecedor numa guerra contra um inimigo invisível, o Covid-19.
O navio de cruzeiros “Funchal” à espera de melhores dias!
Dos 52 restaurantes de média  e grande dimensão, 48 decidiram não abrir portas para evitar a concentração em espaços fechados
Os que optaram por servir refeições take away,” não têm mãos a medir”
Antes, havia magotes de pessoas que circulavam junto ao rio e grandes filas para entrar nalguns deles. Lá está encerrado, também, o D´Bacalhau, meu preferido.
E o vazio é assustador
O cenário repete-se...

Diz o secretário de Estado que estamos no mês mais crítico desta pandemia e que não podemos baixar a única defesa que temos no combate à epidemia, que é a contenção social. 
E à qual estamos longe de lhe ver o fim. (acrescento eu)

"A quarentena auto-imposta por Marcelo Rebelo de Sousa foi um enorme erro político e, se continuar enfiado em Cascais, irá atirar pela janela todo o capital político que amealhou ao longo de quatro anos". Público

E a GNR está a recordar aos condutores que “a Covid-19 não vai de fim de semana” 

"A doença não faz com que a vida pare". Há vida além do Covid-19, literalmente. É urgente reunir mais e melhor informação antes de a divulgar.  Isto poderia contribuir para uma sociedade mais equilibrada, mais forte e mais capacitada para o que aí virá. Não vai ficar tudo bem mas o melhor possível. Depende de cada um de nós. Não podemos viver na angústia da contagem diária de mortos e de infectados. "O medo é razoável, mas é nossa obrigação ultrapassá-lo". Ramalho Eanes, ex-presidente da República e actual conselheiro de Estado, em entrevista a Fátima Campos Ferreira, na RTP1,