Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 20 de setembro de 2022

FASCINANTE !


Achei que o conteúdo da entrevista feita à Dra. Rita Levi-Montalcini, uma  fascinante e invulgar MULHER , que me foi enviado por email, deveria ser, pela sua grandiosidade, mais partilhado.
Comecei por "aumentar" o tamanho das legendas mas, dada a sua extensão, haverá que continuar com as do vídeo 

Apresentação do PowerPoint - IME-USP


«A italiana neurologista Dra. Rita Levi-Montalcini, que completou 100 anos no dia 22 de abril de 2009, recebeu o Prémio Nobel de Medicina há 23, quando tinha 77.
Ela nasceu em Turim, Itália, em 1909 e obteve o título de Medicina na especialidade de Neurocirurgia.
Por causa de sua ascendência judia, viu -se obrigada a deixar a Itália um pouco antes do começo da II Guerra Mundial.
Emigrou para os Estados Unidos, onde trabalhou no Laboratório Victor Hambúrguer do Instituto de Zoologia da Universidade de Washington de San Louis.
Em 1951 veio ao Brasil, para realizar experiências de culturas in vitro no Instituo de Biofísica da Universidade do Rio de Janeiro, onde, em dezembro do mesmo ano, a pesquisadora consegue identificar o fator de crescimento das células nervosas (Nerve Growth Factor, conhecido como NGF).
Esta descoberta valeu-lhe, em 1986, o Premio Nobel para a Medicina, junto com Stanley Cohen.»

Entrevista no dia 22/12/2005 (há outras mais recentes)

- Como vai celebrar seus 100 anos?
- Ah, não sei se viverei até lá, e, além disso, não gosto de celebrações. No que eu estou interessada e gosto é do que faço cada dia.!

-E o que você faz?
-Trabalho para dar uma bolsa de estudos para as meninas africanas para que estudem e prosperem … elas e seus países. E continuo investigando, continuo pensando.

Não vai se aposentar?
Jamais! Aposentar-se é destruir o cérebro!
Muita gente se aposenta e se abandona...E isso mata seu cérebro. E adoece.

-E como está seu cérebro?
-Igual quando tinha 20 anos! Não noto diferença em ilusões nem em capacidade. Amanhã voo para um congresso médico

-Mas terá algum limite genético ?
-Não. Meu cérebro vai ter um século… mas não conhece a senilidade… O corpo se enruga, não posso evitar, mas não o cérebro!

-Como você faz isso?
-Possuímos grande plasticidade neural: ainda quando morrem neurónios, os que restam se reorganizam para manter as mesmas funções, mas para isso é conveniente estimulá-los!

-Ajude-me a fazê-lo.
-Mantenha seu cérebro com ilusões, ativo, faça com que ele trabalhe e ele nunca se degenerará.

-E viverei mais anos?
-Viverá melhor os anos que vive, é isso o interessante. A chave é: manter curiosidades, empenho, ter 
paixões....veja...não me refiro a paixões físicas especificamente...simplesmente tenha paixões.

-A sua foi a investigação cientifica…
-Sim e segue sendo.

-Descobriu como crescem e se renovam as células do sistema nervoso…
-Sim, em 1942: dei o nome de Nerve Growth Factor (NGF, fator do crescimento nervoso), e durante quase meio século houve dúvidas, até que foi reconhecida sua validade e em 1986, me deram o prêmio por isso.

-Como foi que uma garota italiana dos anos vinte converteu-se em neurocientista?
-Desde menina tive o empenho de estudar. Meu pai queria me casar bem, que fosse uma boa esposa, boa mãe… E eu não quis. Fui firme e confessei que queria estudar.

-Seu pai ficou magoado?
-Sim, mas eu não tive uma infância feliz: sentia-me feia, tonta e pouca coisa… Meus irmãos maiores eram muito brilhantes e eu me sentia tão inferior…

-Vejo que isso foi um estímulo…
-Meu estimulo foi também o exemplo do médico Albert Schweitzer, que estava em África para ajudar com a lepra. Desejava ajudar aos que sofrem, isso era meu grande sonho!
 (Continuar no vídeo)

Sem comentários:

Enviar um comentário