Impressionante! Espantoso! Emocionante! Comovente! Deslumbrante! E muitos outros adjetivos semelhantes!
Descobri-o, por acaso, ao navegar na Net em busca de nada. O nada que se transformou em arte. Como ignorar este talento de 2 anos, tão brilhante, tranquilo e seguro, fruto, também, de uns pais excepcionais?
Descoberto o talento, eles não irão deixar que essa fabulosa habilidade não vá contribuir para o sucesso profissional, através de treino e trabalho constantes.
A arte estimula a mente, cria diferentes maneiras de pensar e de aprender,
melhora o pensamento crítico e as habilidades emocionais.
Há crianças que se destacam, inacreditavelmente, em certas áreas - não só desenvolvem facilmente uma habilidade, como a desempenham com invulgar desembaraço (jogar futebol, pintar, desenhar, etc., etc.)
E isso deve ser aproveitado, claro, mas sem criar expectativas demasiado exageradas pois, muitas vezes, acabam por se obter resultados contrários como "traumas psicológicos, aversão à atividade, dificuldade em lidar com frustrações".
Por outro lado, se ignorarmos essa habilidade, a criança acaba por se afastar, desvalorizando-se, simultaneamente, a ela própria.
O desenho
“A linguagem do desenho é um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de um poderoso meio de integração social”.
Quero destacar o desenho, mais propriamente, o desenho como uma forma de manifestação da arte em que o artista transfere para o papel imagens e criações da sua imaginação.
O desenho de memorização
Este tipo de desenho diz respeito à representação gráfica de imagens observadas anteriormente, tendo a memória como ponto de partida e em que os detalhes dependem, não só do nível de observação mas também da bagagem cultural.
Muito concretamente, o meu filho L., ainda muito pequeno, (5-6 anos) desenhava, em traços rápidos e firmes, todos os meios de transporte desde barcos, navios, canoas, jet ski, lanchas, aviões, helicópteros, dirigíveis, carros, motos, autocarros, bicicletas, comboios, carroças e outros. Para desenhar, usava qualquer instrumento que encontrasse por perto (geralmente as mais coloridas canetas de feltro) e folhas brancas soltas.
Simultaneamente, com a lâmina de uma serrinha, cortava umas pequenas placas de madeira e construía os respectivos aviões, carroças, etc., unindo as peças com adesivo.
Como eu jamais seria capaz de representar tais objetos ausentes com tanta rapidez e precisão, achava que era uma manifestação de arte.
E fui pendurando nas paredes do quarto, emoldurados, alguns dos desenhos mais expressivos (hoje desbotados pelo tempo).
Esta minha iniciativa fazia-o sentir-se feliz, na medida em que dava importância à sua capacidade criadora, cada vez mais genuína e fluente.
Porem, na escola, soube pela própria professora, só davam importância ao desenho temático.
Depois… depois, deixou de fazer tudo isso.
Perguntei porquê.
Porque, disse ele, quando fui para a praia com a escola, houve um concurso de desenho lá numa sala e não acreditaram que tinha sido eu a fazer os meus desenhos sozinho. Nem os classificaram. Não quero fazer mais. Mas se precisar de fazer algum, vou pintá-lo de roxo ou de preto. (sentimento de derrota)
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