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terça-feira, 16 de março de 2021

VIAJAR EM TEMPO DE PANDEMIA

 

Percorrer 350 km de estrada durante mais ou menos 3h 30m, não tem sido, ao longo dos anos, muito cansativo. Da viagem constava, obrigatoriamente, uma pausa para o almoço num restaurante simpático e, se necessário, para combater alguma sonolência, sempre se podia tomar um café em qualquer ponto de abastecimento de combustível.

Mas, com o país em confinamento geral (incluída, embora no conjunto de excepções à proibição de circulação entre concelhos), os restaurantes não servem refeições e os  cafés, similares e bombas de gasolina, não vendem qualquer espécie de bebida… constituindo um problema para quem está habituado a tomar 3 ou mais por dia. 

A Pandemia deixou as estradas vazias, com os portugueses a trabalhar em casa. De vez em quando são atravessadas por jovens lebres-ibéricas e coelhos bravos, obrigando o condutor a desvios bruscos, quase despistes. 



Também não é raro o aparecimento de animais de maior porte como cães, gatos, vacas e ovelhas.

A circulação entre Portugal/Espanha é limitada em pontos de passagem autorizados, a transporte de mercadorias, trabalho, veículos de emergência e socorro e serviço de urgência. Assim é na fronteira terrestre  de  Vilar Formoso/Fuentes de Onõro - onde passo, sempre que me desloco à minha Aldeia, para ir comprar  o delicioso pão espanhol de farinha de trigo.

Desta vez nem isso foi possível!



Imagens Google

segunda-feira, 8 de março de 2021

SIMPLESMENTE MULHER

 

E ser simplesmente mulher é, também,  ter de ser simpática o tempo todo, conservar a “juventude” para se tornar  visível nas oportunidades,  trabalhar mais para provar o que vale.

No dia de hoje há já muitas que recebem flores e chocolates, que  podem queixar-se e exigir justiça, votar e tomar posições. Foi para isso que lutaram tantas avós e mães. 

Mas há ainda as que, pelo simples facto de terem nascido no país errado,  não podem vestir o que lhes apetece, são mutiladas, escravizadas, violadas.

O Dia Internacional da Mulher continuará, assim, a ter razão de ser até que, pelo menos, todas as mulheres que sofrem por falta de liberdade (com limites!), possam fazer parte duma geração de Igualdade de direitos


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O CARNAVAL DE ONTEM E DE HOJE

 

Desde o século XI que o Carnaval é celebrado  sempre 40 dias antes do Domingo de Páscoa marcando, assim, o primeiro dos 40 dias de Quaresma e a Páscoa, o último.

Em Portugal, as primeiras referências estão ligadas ao tempo do Rei Dom Sebastião, entre 1557 e 1578, com descrição de brincadeiras pouco simpáticas como lutas, baldes de água suja atirados pelas janelas, escadas molhadas, cabaças de cera com água de cheiro, ovos, laranjas e pastéis de nata na cabeça e até loiças velhas.

Carnaval no séc. XVII - pintura de Brueghel, O Velho

Estas práticas foram proibidas, dando lugar à celebração dos cortejos, das batalhas das flores e aos salões de baile, ainda actuais. O  primeiro registo de um Entrudo mais organizado remonta a 1906, em Loulé,  com desfiles de Carnaval para receita a favor dos hospitais locais.

As paródias e os cortejos, eram acompanhados por figuras populares como o “Xé-Xé”, uma das principais figuras do Carnaval até cerca de 1910. Caricatura da Lisboa do século XVIII, usava uma casaca colorida com punhos de renda, sapatos de fivela, cabeleira de estopa, um enorme “bicorne, luneta de vidro e bastão ornado de um chavelho”

 
"Xé-Xé", óleo sobre tela, 1895, José Malhoa - Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves   

O povo português contribuiu para as celebrações carnavalescas com a criação das Danças, agitadas por movimentos delirantes em que os participantes executavam  vários números acrobáticos - Dança da Luta, das Espadas, da Bica e outras.

Paródia de Carnaval, gravura, meados do século XIX, Lisboa - Arquivo Municipal de Lisboa 

O  Carnaval  tem estado associado a máscaras, fantasias, palhaços, serpentinas, balões,  jogos, comida, bebidas e divertimento. 

Bem no inicio da década de 60 havia salas de baile públicas em  Cinemas, casas recreativas/desportivas/Grémios e outras, e salas privadas, onde se realizavam os bailes de carnaval. As privadas pertenciam a casas particulares que as alugavam ou disponibilizavam aos grupos. Algumas de nós eram acompanhadas pelas mães, sentadas em redor da sala, em cadeiras enfileiradas (que cerco!). Só por si, esse controlo era já um divertimento para as que o não tinham… 

Cada carnaval tem as suas particularidades, mas todos têm,, também pontos em comum. "As pessoas, os lugares, as sociedades e as culturas diferem e assemelham-se". Sendo o carnaval um momento extra-ordinário, em que a rotina é suspensa, por ser um momento de festa que se contrapõe à vida quotidiana,  para muitos, ele é até uma fuga à vida de todos os dias.

Presentemente, o Carnaval é uma festa popular celebrada um pouco por todo o país mas há localidades que se diferenciam:

- Podence, Macedo de Cavaleiros

Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO desde Dezembro de 2019, o "Entrudo Chocalheiro" atrai todos os anos a Podence, no concelho de  Macedo de Cavaleiros, milhares de visitantes de todo o país e até estrangeiros.


- Ovar

O  Carnaval de Ovar é, desde 1952,  um dos maiores eventos deste género em Portugal, atraindo anualmente milhares de visitantes para verem três desfiles com mais de dois mil figurantes.

JonJon86 - Obra do próprio

- Alcobaça

A tenda montada em frente ao Mosteiro é o símbolo do Carnaval de Alcobaça  que recebe milhares de pessoas em festa até ao amanhecer. É aqui que todos os anos a cidade recebe DJs de renome que têm vindo a ser a grande atracção dos festejos.

 


- Torres Vedras

O Carnaval  é famoso pelas  matrafonas, um grupo formado por homens vestidos com roupas, peruca e maquilhagem de mulher e pelos  bonecos gigantes, os cabeçudos, acompanhados pelos "Zés-Pereiras".



- Sesimbra

Para além dos clássicos desfiles das escolas de samba e grupos recreativos, há concursos de máscaras infantis e apresentações consideradas tradicionais como o Desfile dos Palhaços, um dos maiores do país, os teatros de rua, as Cavalhadas e o Enterro do Bacalhau.


- Madeira

É tradição, na Madeira, Funchal, haver dois grandes cortejos de Carnaval - o Cortejo Alegórico e o Trapalhão, com  milhares de imitações, figuras satíricas e muita gente a assistir



- Estoril-Sol

Quero fazer uma observação muito especial ao Carnaval do Estoril-Sol que, na década de 60, foi muito falado quer dentro quer fora do País  devido à presença dos artistas internacionais convidados. O  corso carnavalesco era gratuito. Todavia, o baile de máscaras no interior do Casino, ao entardecer, era bastante restritivo. Na década de 80, a festa do Entrudo entre o Estoril e Cascais chegou a causar um dos maiores engarrafamentos de trânsito; com o passar do tempo foi perdendo esplendor



E que dizer sobre o Carnaval de 2021?

Responde Veneza triste, vazia, em silêncio, sem música, sem desfiles nem os típicos trajes e  máscaras do Carnaval veneziano. As restrições impostas pela pandemia de covid-19 ditaram  a ausência das celebrações desta festividade




Imagens e Conteúdos online

domingo, 14 de fevereiro de 2021

DIA DOS NAMORADOS

.
Bird Of Paradise: Appearances COUNT! | Animal Attraction | BBC Earth

Namorar, cortejar

Alguém

Que se deseja gostar

Mostrar afecto mais fundo

A quem

Se quer amar

E “dar corda ao relógio do mundo” 


sábado, 23 de janeiro de 2021

QUE DIA É HOJE?

 

- Que dia é hoje? pergunta um neurodegenerativo

- Hoje é 6ª feira, dia 22 de Janeiro de 2021 - arrisco responder com pouca convicção ( por vezes a repetição acaba por baralhar )

- Então,  amanhã é sábado, é?

Este tipo de perguntas, consideradas normais numa pessoa com deterioração das funções cerebrais, da memória, é, presentemente, muito comum.

O problema do isolamento e da fuga do contacto social perante o medo, parece fazer mover o relógio a um ritmo diferente – ora mais devagar ora mais depressa, conforme a aceleração/desaceleração dum trabalho de rotina. Os dias, de 2ª a domingo, passaram a ser iguais. Não há o dia do cabeleireiro, o dia da missa, o dia do ginásio, o dia da escola, o dia do almoço aos fins de semana, o dia do cavaqueio - sal da vida humana - numa tarde menos cinzenta, o dia da reunião familiar

Certo, é que, de repente, ninguém se sente seguro diante dum mal invisível. E lavam-se as mãos, mascara-se o rosto, dialoga-se à distância, relatam-se sentimentos de tristeza e tédio, usam-se freneticamente as redes sociais. Uns unem-se mais e outros dividem-se.

O mundo está mudando vertiginosamente perante um inimigo invisível que domina o espaço, o tempo, as fronteiras.

Há os que passeiam o cão ou sozinhos, os que fazem exercício físico correndo, médicos e enfermeiros exaustos, sons estridentes de  ambulâncias, colectores do lixo, árvores despidas, nuvens baixas e chuvisco, ruas vazias.

- Amanhã que dia é?

- Amanhã é domingo, um dia igual aos outros dias.

Ah! Não é, não! Amanhã há sete candidatos que concorrem às eleições presidenciais  esperando pela coragem dos eleitores para saírem de casa, votar e, quem sabe, provocar a explosão de casos de Covid 19




Imagens Google

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

DIA INTERNACIONAL DO "OBRIGADO"


Hoje, dia 11 de Janeiro, apesar de ser desconhecido por muita gente, é o Dia Internacional do Obrigado.

Criado através das redes sociais na Internet, foi-se afirmando aos poucos no nosso dia-a-dia  para reconhecer e valorizar o bem que qualquer pessoa nos fez.

Mas, ao ser usado automaticamente no quotidiano, as oito letras de “obrigado” , quase perderam o seu verdadeiro significado.

Assim, é de louvar a existência de uma data própria (o dia 11 de Janeiro) para reflexão do sentido que realmente tem uma palavra tão singela, dizendo aos amigos um “simplesmente obrigado”, pelo tempo que nos dedicaram e por um pouco mais de confiança/ afecto que nos fizeram ganhar, sobretudo quando acompanhado pela beleza de um  sorriso, de uma ligeira pausa e de um olhar acolhedor.

É um valor sem preço que poderá até fazer-nos ver, por alguns instantes, que são os espinhos que têm rosas e não as rosas que têm espinhos

 

Imagens Google

domingo, 3 de janeiro de 2021

2020 - O ANO DA PANDEMIA


2020

O ano do adeus do Reino Unido à União Europeia - Brexit

Da entrada eufórica/ saída frustrada de Donald Trump

Do Andrà Tutto Bene perante a atípica PANDEMIA

Do COVID 19, confinamento, colapso do comércio e morte

Da QUARENTENA de milhares de pessoas, a nível global

Do disparo do trabalho em rede e da aproximação no mundo

Da separação de famílias/ reconhecimento do núcleo familiar  

Não deixa saudades

Apesar do reforço do espírito de solidariedade humano

Do papel determinante da Organização Mundial da Saúde – OMS

Da emissão de dívida da União Europeia para financiar os Estados-membros

Da plataforma Zoom para manter o mundo em funcionamento

Da heroicidade dos profissionais da saúde no combate à epidemia

O silêncio incomoda.


Neste Novo normal "Não há quem contemple o Tejo, nem turistas de câmara na mão nem quem descortine horizontes nos miradouros. Acabaram os passeios a pé e as filas para os tuk-tuk. As cadeiras empilhadas amontoam-se frente às pastelarias de portas fechadas. As lojas trancaram-se e os taxistas "arriscam" por clientes que não vêm."

O desejo da chegada de  2021 era grande.

A Ciência conseguiu, em poucos meses, produzir uma vacina que promete fazer desaparecer esta situação complicada


É muito natural que o teletrabalho massificado venha a  mudar o futuro laboral. Espera-se que Joe Biden tenha mais bom senso que Trump, que a pandemia do corona se transforme numa pandemia de humanidade e que a palavra esperança, tão sentida em 2020, seja o alvo da expectativa esperada

sábado, 12 de dezembro de 2020

«A ORQUIDIA»

 

É agradável acordar de manhã com o aroma de orquídeas que cheiram a chocolate, mel, limão, baunilha, coco ou uva…(embora haja também, imagine-se, as que cheiram a carne podre!) ou ainda com as pétalas das que não têm qualquer aroma exótico como as Phalaenopsis, excelentes para dar de presente a pessoas alérgicas ou não, ou para ter em casa sem problemas para as visitas. 

Entre as mais de 36.000 espécies de orquídeas que existem no mundo, a maioria veste-se de cores que vão do rosa ao azul. Há, no entanto, algumas que são consideradas raras porque, por vários motivos, dificilmente são encontradas. São, por exemplo, as exóticas imediatamente abaixo.




Dizia eu que é agradável acordar com o perfume de orquídeas. Mas também com outras pétalas de orquídeas, sem perfume, como a Phalaenopsis, que no amanhecer de hoje me brindou com a linguagem da melhor prova de sentimentos.