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domingo, 6 de agosto de 2017

CARA OU COROA?



Aí pelos primeiros dias do passado mês de Abril, a probabilidade empírica foi o método escolhido para determinar o trilho quilométrico do dia habitualmente destinado "à descoberta da aventura".
Cara (Ávila) ou coroa (Zamora)?
A repetição optou por Cara/Ávila.
E assim, durante 2 horas e 19 minutos, sempre a rodar, percorremos 249 km de estrada até aos mais de 1100 metros de altitude, a capital da província mais elevada de Espanha.





A mais elevada e também, quanto a mim, a mais bonita cidade murada, é um município de Espanha na província de Ávila, comunidade autónoma de Castela e Leão, tem 231,9 km² de área, 59 258 habitantes (2013), é banhada pelo rio Adaja (Wikipédia) e é caracterizada, essencialmente, pelas muralhas bem conservadas a cercar a cidade velha. 
O Centro Antigo de Ávila inclui a cidade murada, 87 torres semicirculares, nove portões, quatro igrejas extra-muros (San Segundo, San Andres, San Vicente, San Pedro) e foi declarada Património Mundial pela UNESCO, juntamente com as igrejas.



Porém, antes de desfrutar a grandiosidade desta construção optou-se por fazer uma pequena caminhada à volta das muralhas para ver alguns dos muitos outros seus lugares históricos.



Catedral de Ávila (Catedral de Cristo Salvador de Ávila), histórica e fisicamente ligada à muralha da cidade por muros comuns que, segundo parece, ainda tem partes inacabadas devido a desentendimento entre o Vaticano e a UNESCO.


Convento e Museu de Santa Teresa de Jesus, edificado em 1636 sobre a sua casa natal. Na igreja destaca-se a fachada, de estilo barroco. 


Basílica de San Vicente, construída no século XII, principal templo religioso da cidade, depois da CatedralA cor alaranjada da pedra de Villamayor de Salamanca torna este edifício numa das mais belas jóias do Românico espanhol. 


A também românica igreja de São Pedro, construída no Séc. XII, uma maravilha na Praça do Mercado Grande.

Caminhar ao longo da Muralha e ir lendo e ouvindo a diversa informação estrategicamente colocada, é a melhor maneira de obter uma visão panorâmica da cidade e de perceber a sua história.

O nosso percurso começou na Puerta de Carnicerías, ao lado da Catedral, onde há um posto de venda de bilhetes e uma pequena “Oficina de Turismo”.
E porque o trilho é longo, fica a hiperligação para imprimir este elaborado pela Diputación de Ávila e para portas, basta aceder aqui, assim como imagens obtidas durante a caminhada.




Exaustos e de cegonha vigilante, outros rodados 249 km vão afastar-nos da bonita terra de Santa Teresa de Jesus, de Ávila.




quarta-feira, 19 de julho de 2017

AS PALAVRAS NÃO SERVEM PARA NADA

.
"As palavras são como as cerejas: vão umas atrás das outras"

Sossego, quietude, paz, silêncio
Silêncio, saber, ignorância, mistério
Mistério, sorriso, enigma, abismo
Abismo, ruína, oceano, voragem
Voragem, desordem, falácia, sofisma
Sofisma, chicana, enredo, conluio
Conluio, intriga, fusão, aliança
Aliança passiva, relativa, oblíqua.








Palavras que voam e caem no chão
Palavras renováveis, “eus”, cruzadas
Palavras febris, sem voz, de papelão
Palavras vãs, sem regras, desbocadas.

Palavras blá-blá, fininhas, ardidas
Palavras esdrúxulas, "seres",  genuínas
Palavras pomposas, comuns, sortidas
Palavras similares, gregas, latinas



"Foi quando aprendi que as palavras não servem para nada; que as palavras nunca se adaptam nem mesmo ao que elas querem dizer. Quando ele nasceu compreendi que a maternidade foi inventada por alguém que tinha de arranjar uma palavra para isso, porque as que tinham os filhos não queriam saber se havia ou não uma palavra para isso. Compreendi que o medo foi inventado por alguém que nunca tinha tido medo; o orgulho, por quem nunca tinha sentido orgulho." 
William Faulkner, in 'Na Minha Morte' 



Bem, "as palavras são como as cerejas..., quando comparadas na sequência, mas nem sempre " não servem para nada".

Assim, considerando apenas as cerejas, elas são óptimas quando frescas, doces, firmes, de haste verde brilhante, com a sua cor natural (dependendo da variedade)! 
As cerejas pisadas, manchadas ou com fissuras, são bem diferentes.  


E as palavras servem, então, para quê? 
Por um lado, servem para organizar os nossos pensamentos falando connosco mesmo e por outro, servem para comunicar os nossos pensamentos a outras pessoas.
O que muitas vezes acontece é que nem sempre o que se transmite é interpretado igualmente pelo receptor. Depois, quase sempre, não se pode falar ou escrever tal como se pensa. Os preconceitos “obrigam” a elaborar a expressão comunicacional...

Hipocrisia/ Fingimento?
Prudência/ Ponderação?

Enfim, as palavras, penso, servem sempre para comunicação interna ou externa, embora nalguns casos pareçam não servir para nada” e 
noutros tenham como resultado um poder avassalador, quer quando fortemente positivas, quer quando rotineiras e imbuídas de intensa negatividade. 

Imagens Google


quinta-feira, 6 de julho de 2017

FAMÍLIA É ASSIM






Seis mesmo, sim.
Ramada de árvore
Sem princípio nem fim

A família era, é e será
Dela se vem e se nasce
Com o anexo crachá

Tal como na ramada
Aumentam os anos
E vira rapaziada

Dinâmica, a cultura,
Ao sofrer mudanças
Transforma a postura

Perdem-se traços
Juntam-se outros
Formam-se laços

Uns são discretos
Alguns, complicados
E muitos completos

Família é assim
Surge, cresce, aparece
Como folhetim




Primeira:





Segunda:





Terceira:


                

                                   
                                                      



Quarta:
 
     
                           
           



Quinta

         




Sexto:

        





A família como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo a nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais. (MINUCHIN,1990).


Desenhos Google

quarta-feira, 28 de junho de 2017

PRÓ MANEL E PRÁ OUIEM




Felicidades        
Etéreas
Liadas por colorida partilha solidária 
Idílios vespertinos que fazem acontecer
Caminhada longa de momentos a prender
Incentivada por boa ventura diária
De manhãs cheias de festa a viver
Além da juventude sempre a reter
De agora, de amanhã, a necessária 
um mundo reinventado a vencer
São os votos da tia Trezinha a dizer...


...Neste cantinho virtual, no dia um de Julho de 2017, Pró Manel e prá Ouiem (mesmo sabendo que o desconhecem)




Curia Palace Hotel






sexta-feira, 2 de junho de 2017

PARADIGMA DOS TEMPOS


- Sabes quem morreu?
- ?
- Foi a ME. Também já não andava por cá a fazer nada Era velha.
- Teve uma vida longa, sim. Mas “vejo-a” a pensar que ainda não esperaria que fosse a “hora” dela...

Amanhã ?  Amanhã apenas terá deixado de ser. “Apagou-se”. Pronto.
É o paradigma dos tempos.



Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!”
Florbela Espanca




Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Mário de Sá Carneiro





Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra cousa todos os dias são meus. 
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"  
Heterónimo de Fernando Pessoa


Morto. Fica o que pensam de mim.
Minha essência tornou-se finita.
Exauriu-se chegando ao fim,

Só deixando aqui esta escrita
Levi Bronzeado Santos




Se eu morrer amanhã
Não me deem elogios que não mereço
Nem flores que nunca recebi
Tampouco lembranças que não tenham

Não me tragam lágrimas que não sintam
Mensagens que nunca me enviaram
Cartas de amor que não me deram
Vera Pinheiro



Não!
Não quero velório.
Fato velho e caixão pobre.
Onde tudo é amarelo, algodão e morte.
A lágrima que não me lembro de ter chorado.
TDM


"Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição
...
A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade..."
João Pereira Coutinho, jornalista



Imagens Google