DÉCADAS DE 30/40
Porque
também penso que ”simplicidade não é sinónimo de deselegância”, acho que a minha
Avó Josefa contribui para padronizar as minhas bagatelas sobre “Traje“ na década de que foi contemporânea.
DÉCADA DE 30
A queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque provocou uma crise económica mundial sem precedentes. Milionários ficaram pobres de um dia para o outro, muitos bancos e empresas faliram e milhões de pessoas perderam o emprego.
Nos anos 30, após a euforia dos “anos loucos”, a crise de 1929 acabou com a ousadia no modo de vestir mas redescobriu as formas do corpo da mulher através de uma elegância mais contida e natural de vestidos justos e simples. A linha clássica passou a ser valorizada e a alta-costura perdeu grande parte dos seus clientes.
As saias ficaram longas e os cabelos
começaram a crescer. Os materiais mais baratos como o algodão e a cachemira
passaram a ser usados em vestidos de noite. Sobre os ombros podia colocar-se
uma pequena capa ou um bolero.
A moda dos anos 30 descobriu o
desporto, a vida ao ar livre e a praia. Seguindo as exigências das actividades
desportivas, os saiotes de praia reduziram, as cavas aumentaram e os decotes
chegaram até à cintura.
Roupas brilhantes e luminosas, casacos de pele e
joias criavam ” La femme fatale” e os ”galãs “masculinos, embora
a maioria dos cidadãos vivesse de uma forma bem mais simples.
Foram criadas roupas para diversas ocasiões com
cores fortes como o "rosa choque". O sapato de cunha para as
mulheres e as sandálias tornaram-se populares, assim como as meias de nylon.
Nas boutiques surgiram os primeiros produtos
em série (“já pronto” ) assinados pelas grandes casas da moda, sendo uma
forma de produzir roupas de qualidade em grande escala.
Com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, em 1939,
as roupas começaram a apresentar uma linha militar e as saias, de tecidos
pesados e resistentes, uma abertura lateral para facilitar a deslocação em
bicicleta
Marlene Dietrich, Greta Garbo, Joan Crawford,
Katherine Hepburn e Lauren Bacall optaram durante um tempo por um look
masculino que, aliás, lhes aumentava o charme. Marlene Dietrich, depois de
aparecer num filme em Marrocos de casaca e cartola, passou a andar pelas ruas
de Hollywood de fato completo cinza, gravata e boina. Marlene foi ao Teatro
Baltimore de smoking e chapéu de feltro com aba de molde
Head dizia que “A moda é uma linguagem. Alguns sabem
aprendê-la, outros jamais conseguirão saber usá-la”
Os
homens passaram a adotar estilos bem diferentes pondo as habituais botas de
parte. O Surrealismo inspirou os criadores de moda. Humphrey Bogart lançou a
moda da gabardina, celebrizada nos seus filmes policiais.
Os estilo art-déco e a aerodinâmica norte-americana dominaram a década de 30.
DÉCADA
DE 40
A
década começou com a II Guerra Mundial (1939 a 1945). As mulheres tinham que
trabalhar em fábricas para assegurar a produção do seu país, uma vez que
maridos e filhos integravam o exército
Trabalhadoras durante a hora de almoço numa fábrica de comboios de Chicago
O cinema incutiu ideologias nas pessoas... As atrizes, ao fazerem os espectáculos, maravilhavam com a sua figura de " pin-ups".
Foi na década de 40 que o termo Pin-Up passou a ser usado pela primeira vez embora se saiba que há ilustrações desde 1840.
Betty Grable foi uma das mais populares durante a II Guerra Mundial porque o seu poster em fato de banho era omnipresente em todos os armários dos soldados norte-americanos
É uma época marcada por muitas restrições, poucos recursos e
uma raridade de matérias-primas
Agora a moda era de modelos sóbrios, retos,
masculinos, sem exageros e o uso do chapéu quase obrigatório; as saias mais
curtas, com pregas finas ou franzidas; as calças compridas tornaram-se práticas
assim como os vestidos de duas peças.
O estilo militar que já vinha dos finais dos anos 30
continuava a impor-se de ombreiras largas “tonando” as cinturas mais finas.
Reciclava-se e improvisava-se porque a
maioria das fábricas produtoras de bens de consumo passaram a servir também o
exército. Os saltos altos não podiam ultrapassar um determinado tamanho e as
cores foram reduzidas a seis tons. O visual tinha que ser sóbrio, quase de
roupa ”surrada”. O xadrez era o desenho mais comum em tecidos. A altura das
saias ficava logo abaixo dos joelhos, embora o requerido fosse pelo menos 10
cm. Os conjuntos tonaram-se bastante populares porque as peças podiam ser
combinadas entre elas.
Dior - "New Look"
Com o fim da guerra iniciou-se o estilo que
haveria de ser definido na década seguinte. Foi Christian Dior que
em 1947 criou o " New Look" com saias rodadas e
compridas, cintura fina, ombros e seios naturais, luvas e sapatos altos -
um New look jovem e alegre; no ano anterior, em 1946, Louis Réard,
engenheiro de automóveis, também já tinha revelado a criação de um fato de
banho de duas peças - o biquíni.