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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

AS PRIMEIRAS-DAMAS DE PORTUGAL - 7



Mariana de Santo António Moreira Freire Correia Manuel Torres de Aboim do Canto e Castro

5ª Primeira-Dama de Portugal


Nasceu em Lisboa a 13 de Junho de 1865.
É filha de Josefina Arcângela Pereira de Castro Teles de Eça Monteiro e Cunha e de João Baptista Moreira Freire Correa Manuel Torres de Aboim

Teve cinco irmãos
- Arcângela da Madre de Deus Moreira Freire Correa Manuel Aboim (1853 ) casada c/ Joaquim Germano Jorge

- Francisco Moreira Freire Correa Manoel Torres de Aboim (1º Visconde de Idanha), casado c/1ºc/Maria José da Silva Rego ,c/ 2º c/ Maria Vidigal Perdigão Alvarez de la Fuente de Torralba y Baygorri.
(Este título nobiliárquico foi criado para Francisco por D. Carlos I de Portugal, por Decreto de 7 de Junho de 1894)





- Maria da Luz Moreira Freire Correa Manuel de Aboim (1855) casada c/ Teotónio Flavio Henriques Leça da Veiga.

- Jacinto (morreu em 1919)

- Luisa Moreira Freire Correa Manuel de Aboim (1860), casada c / Francisco de Paula de Azevedo Borges.

Armas 1º Visconde de Via Boim



É ainda sobrinha paterna do 1.º Visconde de Vila Boim e parente do escritor, poeta e jornalista, 2.º Visconde de Idanha, Raul Rego Correia Freire Manoel Torres de Aboim (1882-1940), filho primogénito do 1º casamento de Francisco.





Descendnte de famílias de tradição aristocrática, teve uma formação católica e monárquica adequadas.


Em 1891 casou com João do Canto e Castro Silva Antunes (1862), filho do General de Infantaria José Ricardo da Costa da Silva Antunes, Secretário do Tribunal Superior de Guerra e da Marinha, Comendador da Ordem de Aviz e Cavaleiro da da Torre-e-Espada  e de Maria da Conceição do Canto e Castro Mascarenhas Valdez.


Do casamento nasceram três filhos:

- Maria da Conceição do Canto e Castro (1892). Casou com Afonso Nobre Veiga.
- José do Canto e Castro(1894)
- Josefina de Aboim do Canto e Castro (1896). Casou com José da Costa Salema

Em Dezembro de 1918, João do Canto e Castro, por morte de Sidónio Pais, é chamado à chefia do Estado e é eleito como 5º Presidente da República pelas duas câmaras do Parlamento. 


Mariana de Santo António Moreira Freire Correia Manuel Torres de Aboim do Canto e Castro torna-se então Primeira-Dama (16 de Dezembro de 1918 a 5 de Outubro de 1919) 

Um Monárquico, Presidente da República


Almirante, Ministro da Marinha Governador de Lourenço Marques e Deputado da Nação durante a Monarquia, foi condecorado com todas as ordens honoríficas portuguesas.
Porem, apesar de monárquico convicto, aceitou o cargo pondo os interesses da Nação à frente das suas convicções pessoais

Durante o seu mandato houve duas tentativas de revolução - a primeira, liderada pelos republicanos Cunha Leal e Álvaro de Castro e a segunda, de cariz monárquico, liderada por Paiva Couceiro que ainda manteve a "Monarquia do Norte" por algum tempo e muitas greves generalizadas.


No entanto, com prudência e saber, conseguiu equilibrar as duas forças através dum"governo de concentração”(com a presença de todos os partidos políticos - Democrático, Unionista, Evolucionista, Nacional Republicano, Socialista - e até sidonistas independentes) e manter a chefia da Nação até António José de Almeida ser eleito em 5 Out.1919


Foi ainda neste conturbado clima que  partiu do porto de Cherbourg o primeiro contingente de prisioneiros militares do Corpo Expedicionário Português a ser repatriado (prisioneiros de guerra provenientes de campos de concentração alemães).


Na recepção aos militares, o Presidente da República Almirante João do Canto e Castro Silva Antunes, acompanhado pela sua comitiva ( imagemi tirada momentos antes de o navio atracar ao cais do Posto de Desinfecção)


A família viveu o mandato envolvida numa enorme tristeza, motivada pelo afastamento de muitos familiares e amigos, adeptos da causa monárquica.

Mariana permaneceu sempre em sua casa.

Mas o estado de saúde de Canto e Castro, que sofria de angina de peito desde muito cedo, agravou-se.  E a necessidade de assistência médica motivou a mudança da família para o Palácio Real da Cidadela de Cascais, de Maio a Setembro de 1919.

Morreu a 14 de Março de 1934 e está sepultado no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa
Mariana morreu mais tarde, em 18 Jan. 1946, também em Lisboa



A Sala Árabe, no primeiro piso, com vista para a Baía de Cascais, foi o espaço escolhido pelo Rei Dom Luís I para morrer olhando o mar que tanto amava.


E o Rei Dom Carlos dizia: “Cascais é a terra onde o povo é mais nobre e na qual a nobreza é mais popular!

O conjunto da Cidadela de Cascais, incluindo o Forte de Nossa Senhora da Luz, a Torre de Santo António de Cascais e toda a parte fortificada que está compreendida entre a Ponta do Salmodo e o Clube Naval, é imóvel de interesse público desde 1977. 
Herança da Torre Tarda de D. João II (1485), ampliada por Filipe I, as obras prosseguiram com D. João IV (1681). Teve depois várias adaptações. Após alguns anos de um certo abandono é, hoje, um dos lugares mais visitados com a, também, luxuosa Pousada Cascais.

Dpois da proclamação da República, em 1910, o Palácio passou a depender da Presidência, tendo sido utilizado por diversos Chefes de Estado como Óscar de Fragoso Carmona, Craveiro Lopes e outros.

Imagens Google

domingo, 5 de outubro de 2014

"MUSEU" DE CURIOSIDADES



A farinha Nestlé para bebés foi, durante muitos anos, um produto farmacêutico vendido exclusivamente em farmácias porque quem decidiu criar a fórmula à base de leite de vaca, farinha de trigo e açúcar destinada a alimentar crianças mal nutridas, foi Henri Nestlé, um farmaceutico alemão.
Devido à grande mortalidade infantil, a alimentação das crianças era em 1867, uma preocupação social.
Nestlé, que vivia em Vevey, na Suiça, experimentou a sua fórmula no filho de um vizinho, um bebé prematuro, intolerante ao leite materno.
E, ao contrário do esperado, o bebé sobreviveu.
Confirmada a importância do produto, o inventor deu-lhe o seu nome - Farinha Láctea Nestlé.

A sua fórmula infantil salvou a vida de muitos bebés que não podiam ser amamentados ao peito e que não toleravam outros alimentos como substitutos do leite materno.
A expressão «Bébé Nestlé» ficou na linguagem corrente como sinónimo de pessoa com ar saudável e rechonchudo.

Já em 1897 Alfonse Mucha, o conhecido desenhador de cartazes Arte Nova, tinha representado uma mãe e um filho para a publicidade da Nestlé.


A imagem do verdadeiro bebé Nestlé das farmácias deve ser dos anos 50 e foi usado na montra de uma farmácia para fazer a publicidade, juntamente com o produto.




O primeiro, em louça, deve ter aparecido nos anos 40 e foi  fotografado na Farmácia Faria, na Figueira da Foz.
MAIS/Semanário

E a notícia deixou-me curiosa pelo nome referido…


Farmácia Faria

Não, não imaginava que ainda existisse. E assim chamada, muito menos porque o primeiro proprietário e farmacêutico, Manoel José da Fonseca Faria, já faleceu há muitos anos e os descendentes não se interessaram por lhe dar continuidade.
O que motivou os actuais proprietários (ou outros que tenha havido) a manter o nome do fundador, desconheço; assim como a longa história de pelo menos uma centena de anos que a Farmácia poderia contar.

Fica a curiosidade ou o silêncio do passado...




Situando o Tio-Avô no tempo, pode ler-se no Almanach da Republica do Distrito de Coimbra, 1913:

- Figueira da Foz
População - 43:035 habitantes
Cabeça de concelho e de comarca, districto de Coimbra, a 45 kilometros de Coimbra
Pharmacias
Adolpho Augusto Rodrigues, Manoel J. da Fonseca Faria, Sotcro Simões e Victor Hugo Franco.

- Comissão Municipal do partido evolucionista da Figueira da Foz
Efectivos – (…)
Substitutos - Eduardo Lopes Saraiva, José Augusto Germano Alves, José Barbosa d'Almeida, José da Silva Caiano, Manuel Alberto Rey, Manoel José da Fonseca Faria e ManoelTeixeira.
Juiz de paz – (…)
Administrador do Concelho – (…)

O Partido Evolucionista, fundado em
1912 por António José de Almeida, tinha como corrente programática uma linha ideológica de transigência e conciliação entre os diversos interesses instaurados na sociedade e gozava do apoio dos níveis mais elevados da burguesia republicana.  
Foi contemporaneo de Júlio Vaz Júnior, Joaquim Cerqueira da Rocha, Francisco Salles da Veiga, Manuel da Costa Pinto e de muitos outros.

Eram 11 irmãos. As suas duas filhas não deixaram descendentes.



Imagens Google

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O NOVO CENTRO DE DIA


A minha Aldeia tem um novo Centro de Dia (IPSS Sede Cultural Ensino e Trabalho – Centro de Dia para Idosos), construido de raiz para essa finalidade.

O anterior Centro funcionou no rés-do-chão (antiga residência de professora) do edifício da minha Escola Primária, de características comuns a todos os imóveis escolares da Beira Alta, levados a cabo pelo Estado Novo


Construido num dos pontos mais altos da Aldeia avistava-se, da varanda no primeiro andar, ao fundo do largo corredor que dividia as duas grandes salas para rapazes/raparigas, um panorama fascinante de telhados vermelhos, ruas, hortas, gentes  e frondosos arvoredos (destruidos por sucessivos incêndios) que cobriam as elevações circundantes. 



O novo Centro de Dia, edificado num terreno doado por fmiliares meus (família Sampaio de Faria, como assinalado na lápide comemorativa), tem uma estrutura moderna e parece possuir todas as condições desejaveis a um funcionamento pleno.

Não sei ainda quais as acções que engloba nem que população abrange mas é, com certeza, muito útil porque o médico (n/vezes/semana) passou a sê-lo só no inacessível Sabugal (distante e sem qualquer tipo de transporte) e a farmácia (houve duas) também não existe mais.

A aldeia, que já teve mais preponderância que o próprio Concelho, caminha tristemente para um simples "lugar", como pode verificar-se nos gráficos abaixo.




E foi inaugurado no dia 20 de Julho de 2014. 



Com missa e oração
Fado e animação
Pintura em exposição
Encontros de eleição
E muita dedicação
Entra o Centro em função


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

OUTONO, O DESFILE DA COR


Outono, a minha estação preferida pelos tons quentes a que o verde da vegetação vai gradualmente dando lugar – amarelo, alaranjado, vermelho, dourado, marron – cobrindo o chão de tapetes coloridos até  as árvores/arbustos ficarem despidos e adormecerem; e pela colheita dos frutos, de cores igualmente espetaculares – o amarelo/alarajado das abóboras; as castanhas; o vermelho e azulado dos frutos silvestres (amoras, groselhas, mirtilos), diospiros, romãs; o roxo das uvas e dos figos; e o verde,ainda, dos espinafres ou das nabiças.

Tonalidades só conseguidas com uma Primavera quente e húmida, um Verão cheio de sol e um início de Outono ensolarado.





Outono, a estação-surpresa deste ano, que se apresentou vestido de trovoadas, chuva forte e pedras de granizo do tamanho de bolas de golfe, disposto a arrastar pedras da calçada, a inundar carros e edificios, a avariar semáforos , a perturbar os transportes, a fazer rodopiar os Sapadores Bombeiros...muito feio, tempestuoso e nada romântico.

Brincadeira sem piada que não se faz aos adeptos. Nem aos adversários...

Há pinhões desalojados
Hibiscus humilhados
Juncos rasgados
Animais desgarrados
Vagantes desabrigados




OUTONO, claridade, escuridão e mais tons






Imagens Google