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sexta-feira, 9 de março de 2018

IGUAIS OU DIFERENTES?



Oito de Março, dia Internacional da Mulher... 
Adepta, ou nem por isso, desta relevância (depende dos diversos significados que lhe atribuo) como representante de uma parte da humanidade, sinto-me sempre impelida a respingar umas letras no blogue.


A primeira marcha no dia 8 de Março feita por trabalhadoras que se reuniram para reclamar por melhores condições de trabalho e pela não entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial, aconteceu em 1917. A partir dos anos 1960 a data passou a ser escolhida frequentemente para os protestos a favor da igualdade de género e em 1975, a ONU declarou-a como o Dia Internacional da Mulher.

A inserção feminina no mercado de trabalho, resultante da longa história da mulher em busca da liberdade de escolha e da  igualdade de direitos,” provocou alterações significativas e esse processo social adquiriu uma dimensão estrutural no mundo contemporâneo” (LEONE, 2003)

“Quanto vale o homem?
Menos, mais que o peso?
Hoje mais que ontem?
Vale menos velho?
Vale menos morto?
Menos um que outro
…”
Carlos Drummond de Andrade

Cada ser humano tem um valor único.
Ontologicamente, por derivar da própria existência de ser humano, todos têm dignidade em grau idêntico. Mas a palavra “dignidade” tem mais do que um sentido. Assim, a chamada “dignidade moral” será a bagagem que cada um constrói com o uso da sua liberdade
Prefiro defender o individuo de acordo com a sua moralidade e não um género como um todo. Os movimentos feministas actuais, em cujo centro das causas está o comportamento dos homens para com as mulheres, nada tèm a ver com Carolina Beatriz Ângelo, Zoya Kosmodemyanskaya (“Tanya”), Marie Gouze, Clara Zetkin, Millicent Fawcett, Christine de Pisan, Marie de Gournay, Mary Wollstonecraft, Harriet Tubman, Ayn Rand, Marie Curie, Luísa Alzira Teixeira Soriano, Maria Lacerda de Moura ou Deirdre McCloskey. Cada uma delas – através dos seus desejos, carreiras e aptidões - lutou pelo direito de igualdade perante a lei e pelo direito de ser livre, inspirando outras mulheres a acreditar no valor das suas individualidades e propósitos. Não se anularam. Não usaram o corpo para ultrapassar os obstáculos do seu tempo. Foi com o desenvolvimento intelectual que provaram que nenhum homem é superior a uma mulher.  




Negar as diferenças entre homens e mulheres, é negar o papel da  biologia. Elas já aparecem no primeiro dia de vida.  

De acordo com experiências de Simon Baron-Cohen e colegas, ao serem apresentadas, simultaneamente, a fotografia do rosto de uma mulher e de um móbil mecânico a 102 bebés recém-nascidos, de sexo ainda não revelado, o filme registou a atenção prestada por cada um em cada objecto e a análise mostrou que mais meninos preferiram olhar para o móbil mecânico e as meninas para o rosto (Miller & Kanazawa, 2007).  Em todas as sociedades humanas conhecidas, principalmente entre os mamíferos, os machos são, em média, mais agressivos, violentos e competitivos e as fêmeas, em média, mais sociáveis, atenciosas e dedicadas à criação, nutrição e educação (Pinker, 2004; Miller & Kanazawa, 2007). O perigo está na aplicação das generalizações estatísticas a casos individuais, que podem ou não ser excepções  (Miller & Kazanawa, 2007).
As mulheres que eu admiro, incutem a nunca deixar que nenhum homem ou qualquer outra pessoa, nos faça sentir inferiores ao que somos.  


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

À LAREIRA


Só pela chama alumiada
Às duas da madrugada
No silêncio da noite gelada
Em frente à lareira, sentada
Saboreando uma torrada
Busco a mente lavada

Com a tenaz sempre à beira
Meio inclinada na cadeira
Movo os troncos de madeira
Feitos de sobro/ azinheira
Pra transformar a fogueira
Numa  amena hospedeira

Evocar memórias em poesia
Tendo o lume por companhia
Ardendo lenha em sintonia
No tempo todo de fantasia
Ali passado em parceria
Faz a coreografia

As pinhas ardem depressa
Na lareira antiga confessa
E de recuperador, pois essa
Difundindo cor e promessa
Dum aconchego que aqueça
A noite de Inverno expressa

Lareira - serenidade
Lareira - saudade
Lareira - confraternidade
Lareira - proximidade
Lareira - tonalidade
Tanta lareira com e sem idade



Sozinha ou acompanhada, adoro estar sentada à lareira durante horas a observar a dança das chamas. Inexplicavelmente, transmitem segurança e companhia.


Imagens Google

sábado, 3 de fevereiro de 2018

DIZEM QUE HÁ MUNDOS LÁ FORA...


Say there is worlds there outside, worlds that i do not dream, i never see. But what does the whole world matter, if my world is all here?
Bily Cortez 

- Who speaks? Hear anyone?



terça-feira, 9 de janeiro de 2018

A BELEZA E O CAOS


Viver com o Parque Florestal de Monsanto ao lado, não pode deixar de ser considerado um privilégio, pois é o maior parque florestal urbano da Europa,  chamado “pulmão de Lisboa”. 
Situado em pleno coração da cidade, com 900 hectares de superfície, ocupa 1/8 da sua área total e, além de oferecer grandes potencialidades para o lazer (trilhos para a prática de BTT,  parques infantis, campos de futebol e de basquetebol, um parque de skate e vários parques de merendas), esta enorme mancha verde, interessante também pela variedade vegetal e animal, proporciona uma vista panorâmica muito atractiva sobre a cidade e o Tejo.

Diz-se que parece uma versão de Hampstead Heath de Londres, um parque também enorme procurado, igualmente, como área de lazer, pelos moradores do Norte da cidade, com uma colina donde se pode ver The City e os vários prédios famosos como o The Gherkin, The Shard e St. Paul's Cathedral. 

Verdade? Não conheço.


Imagens de Hampstead Heath 

A Serra de Monsanto é habitada desde tempos pré-históricos e a floresta original terá começado a ser destruída quando a cidade de Lisboa iniciou o seu desenvolvimento.
O Parque mantém em vigor um Plano de Gestão Florestal, elaborado em 2010 e aprovado pela Autoridade Florestal Nacional em 2012, onde estão caracterizados todos os aspectos geográficos assim como os programas e critérios de intervenção. 
Fonte: Câmara Municipal de Lisboa

Porém, não foi a proximidade nem o lazer que agora me despertaram o interesse para falar de Monsanto. 

Fica, todavia, um documentário excelente sobre, apenas, a biodiversidade que ocorre no Parque Florestal de Monsanto com o "intuito pedagógico e de sensibilização ambiental"


Enquanto esperava pela minha vez no dentista, deparei-me com a história contada na primeira pessoa por Rui Miguel Abreu, numa crónica publicada na revista “Blitz” em 2013, sobre o Restaurante Panorâmico de Monsanto, edifício abandonado que, durante muitos anos, foi a “jóia da cidade”, um dos mais luxuosos da capital. 
E, rapidamente, a memória foi preenchendo as já várias lacunas da não mais vivida experiência nos anos 60, quando o restaurante foi importante em Lisboa.

Com um formato circular, situado no Alto da Serafina, a 205 metros de altitude, tinha sete mil metros quadrados de superfície, acesso subterrâneo para o que outrora foi uma óptima garagem e uma vista singular de Lisboa. O espaço, que  abriu em 1968, recebeu figuras famosas (David Bowie) e de estado, durante décadas.

Sem terraços nem esplanadas, ostentava murais, azulejos e painéis construídos por Luís Dourdil, Manuela Madureira e tinha uma das laterais coberta por largas janelas donde se podia desfrutar um extenso e deslumbrante panorama.








Muitas vezes, frequentamos os lugares de acordo com as preferências do grupo de pessoas que faz parte da nossa convivência.


Até que de repente tudo mudou.

Eu parti para outros convívios e o restaurante, por sua vez, também foi “obrigado” a transformar-se (jamais me teria ocorrido) em discoteca, bingo, escritório de uma empresa de filmagens e armazém de materiais de construção civil, até fechar definitivamente em 2001. 
A partir daí, a degradação foi demasiado rápida - vidros partidos, grafites, entulho, lixo e alguns painéis que ainda restam.(?)



Em entrevista ao canal de televisão, Manuel Salgado, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, disse que “Todos os ensaios que se fizeram de utilização deste edifício até hoje não resultaram. E não resultaram porque o edifício está isolado, está longe, é difícil chegar aqui.”

Por aqui andaram também Helena Roseta e José Sá Fernandes…




Ter conhecido o antigo Restaurante Panorâmico de Monsanto, em Lisboa e vê-lo agora destruído e entregue a actos de vandalismo, é como viajar há muito no tempo! No último piso do edifício abarca-se uma Lisboa a 360 º, inesquecível (a beleza e o caos).

Ver mais em:
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2013-12-20-Restaurante-Panoramico-de-Monsanto-a-degradar-se-ha-mais-de-10-anos

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

E CHEGOU UM NOVO ANO...



Com a chegada de um novo ano há sempre uma  grande diversidade de frases e mensagens de felicitações, de encorajamento e de outras do género que são ditas pela maioria das pessoas. Faz parte da tradição. Porém, como o pensamento continua a não poder medir-se com a linguagem, apenas poderá ser compreensível sob o ponto de vista emocional e de fé mas não numa perspectiva racional, empírica e até mesmo cristã.   
Aos que tiveram um bom ano, o optimismo ajuda a entrar com confiança, na expectativa de que o próximo continue a ter a mesma orientação. Já para os que conheceram muitas dificuldades, recebem uma nova chance de deixar os problemas no passado e de renovar a esperança para um futuro melhor, embora não seja uma tarefa fácil acreditar numa provável positividade.
Apesar de todo o homem ter talentos, “uns governam o mundo, outros são o mundo”.

primeiro postal de Natal foi ilustrado com desenhos feitos à mão, representando imagens de adultos e crianças a levantar os seus copos de vinho num brinde. Tinha alguns símbolos religiosos como ramos de azevinho que representavam a castidade e a hera que simbolizava locais por onde Jesus terá passado. A mensagem escrita dizia "Um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo para si".
Foi John Calcott Horsley que, a pedido de Sir Henry Col sem tempo para escrever mensagens pessoais na quadra natalícia no ano de 1843, projectou um cartão para "poder ser enviado imediatamente".
Antes disso, as pessoas costumavam enviar um apontamento pessoal a desejar um Feliz Natal, assim como para felicitar nascimentos e bom ano novo.

O primeiro postal de Natal 

Além das tradicionais mensagens, há outras bem optimistas (Portugal) que se mantêm como a de se comerem 12 passas na passagem da meia-noite, com o objectivo de obter sorte para os 12 meses do novo ano... Ou o ritual de bater tampas de panelas à janela (mais comum no sul do país)  para afugentar tudo o que de mau se passou no ano anterior. Atirar coisas velhas pela janela, foi, durante anos, um acto simbólico de renovação.
Segundo os antigos rituais pagãos, quanto maior for o barulho, mais eficaz será a forma de afastar o mal - daí os apitos/ buzinas e o fogo-de-artifício que, além do espectáculo visual, produz uma mistura de sons que ecoam ao longo de  quilómetros de distância. 

Os fogos de artifício existem desde há alguns milhares de anos antes de Cristo, quando se descobriu que pedaços de bambus, ainda verdes, explodiam ao serem colocados na fogueira. O fenómeno acontece porque o bambu ao crescer muito depressa forma, dentro dele, bolsas de ar e de seiva que, quando aquecidas, incham e explodem.
Mais de 2000 anos depois, os bambus ocos passaram a ser recheados com o conhecido "fogo químico" donde resultou um ruído muito maior.
O conhecimento da pirotecnia, difundido na China e na Índia durante séculos, foi trazido para a Europa pelos árabes e gregos.
Wikipédia

Foguete chinês


“Porque todos os dias valem a pena”, é a minha mensagem para sublinhar este primeiro dia de Ano Novo.

Acrescento também uma das "66 mais belas mensagens da internet".[1] que, embora eu não a partilhe, admiro quem assim queria ser. 


26 ª Mensagem

Queria ser.
(Anónimo)

Amanhecer: Para fazer um dia a mais de felicidade na Terra.
Amor: Para unir as pessoas e lhes dizer que sou apenas uma delas!
Canto: Para alegrar os que vivem na tristeza.
Chuva: Para correr toda a terra e molhar os campos devastados e secos.
Dor: Para amargar no peito dos infiéis.
Flor: Para enfeitar os jardins no outono.
Força: Para fugir dos que a utilizam para o mal.
Grito: Para gritar a dor dos que sofrem em silêncio.
Lágrima: Para fazer chorar os corações insensíveis.
Luar: Para brilhar na noite dos amores incompreendidos.
Luz: Para iluminar os que vivem na escuridão.
Noite: Para acalentar os que lutam durante o dia.
Olhos: Para fazer enxergar os cegos de verdade.
Silêncio: Para fazer calar as vozes que atordoam o coração do homem.
Sino: Para repicar nos Natais dos que possuem recordações  amargas.
Sol: Para fazer brilhar os que não têm lua.
Sonho: Para colorir o sono dos realistas petrificados.
Sorriso: Para encantar os lábios dos amargurados.
Vida: Para fazer nascer os que estão morrendo.
Veículo: Para trazer de volta os que partiram deixando saudades.
Voz: Para fazer falar os que sempre se calaram.