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sexta-feira, 16 de abril de 2021

A MINHA VIZINHANÇA

Tenho reparado que, num curto espaço de tempo, muitas das pessoas com que me vou cruzando no hall de  entrada/ saída do prédio onde moro há umas boas dezenas de anos, vão deixando de ter aspecto “familiar”

E como não chovia nem estava frio, sentei-me num dos bancos do jardim ali em frente para retroceder no tempo dos primeiros moradores / vizinhos, distribuídos por 12 andares, 2 condóminos por piso ( direito e esquerdo). Eram maioritariamente recém-casados ou com  filhos bastante novos mais 2 ou 3 solteiros.

Todos em idade de trabalho intenso, saindo de manhã e voltando ao fim da tarde, além do bom dia/ boa tarde/ boa noite em encontros na garagem, no elevador, nos colégios/ escolas dos filhos ou reuniões de condomínio,  não sobrava tempo para um melhor conhecimento.

No entanto, este tipo hábitos quotidianos foram suficientes para criar sorrisos de empatia, praticar regras de convivência, resolver problemas de forma amigável, evitar intrigas e  construir uma relação saudável, com características de “família” alargada.


A necessidade de conviver e de relacionamento não se modifica com o envelhecimento; pode até aumentar ( faz parte da natureza do ser humano). 

Com a reforma permanece-se mais tempo em casa, há mais deslocações a pé, tempo para “tomar um café" ou prolongar o simples “bom-dia” com um pouco mais de conversa nos, agora, muitos encontros ocasionais ou seja, existe uma maior  possibilidade de usufruir o espaço de partilha em que se está integrado - o prédio. Logo, a questão da vizinhança na cidade é importante pelo que convém que seja bem alicerçada. 



Porém, como disse, os agora esperados bate-papos mais frequentes e agradáveis, parecem ser cada vez menos abrangentes no número de  participantes "gente boa" , conhecida. 

Ao olhar, aqui do banco do jardim para as janelas da fachada principal, que vejo eu?

Apenas 8 condóminos de origem, 3 de filhos de pais já falecidos , 2 de filhos de pais que foram morar para outras casas e 11 novos proprietários, o que faz toda a diferença. 

E a evasão parece continuar a ameaçar 

Há mais de um mês que deixei de ouvir a minha vizinha de baixo. Viúva, com acentuada e progressiva lordose da coluna cervical, tinha como companhia uma gata amarela (já por mim descrita neste blog) e também, ultimamente,  uma prestadora interna de cuidados. Porem, o relacionamento entre as duas parecia deteriorar-se de dia para dia e agora, as janelas que estavam sempre cheias de claridade, revestiram-se de aconchegadas tabuinhas horizontais…Onde estará a ML?

O vizinho de cima, também viúvo há mais de uma dezena de anos, cansado de viver sozinho, tomou a iniciativa de se transferir para uma Casa de Repouso. Soube disso porque o encontrei, por acaso, no dia em que saía de casa com uma almofada debaixo do braço. Surpreendida, perguntei se nos ia deixar. Sim, disse ele, não me tenho sentido muito bem. Gosto de não causar problemas … mas não dispenso a minha almofada.

E assim vai a minha vizinhança

“Não tente viver para sempre, você não terá êxito” George Bernard Shaw, dramaturgo, Nobel da Literatura, 1925.


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sexta-feira, 26 de março de 2021

A PÁSCOA VEM AÍ



A Páscoa está à porta e o primeiro-ministro vai alertando: o governo vai “apertar um bocadinho” e clarificar as regras de circulação, sobretudo neste período, até porque Abril vai ser um mês “perigosíssimo” em termos de propagação da Covid-19.

Na próxima semana, não haverá viagens turísticas para Portugal; só serão admitidos os que para aqui se deslocam em deslocações essenciais porque são essas as formas de garantir a nossa segurança sanitária, tal como o reforço acrescido de manutenção nas fronteiras terrestres" Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita


Páscoa ou Domingo da Ressurreição - Festividade religiosa (e feriado) que celebra a ressurreição de Jesus ocorrida ao terceiro dia após sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento. É a principal celebração do ano litúrgico cristão e também a mais antiga e importante festa cristã. Surgiu sob influência de uma celebração judaica, chamada Pessach, que acontece, aproximadamente, no mesmo período. Wikipédia

 

A Última Ceia

Pessach - "Páscoa judaica", também conhecida como "Festa da Libertação", e celebra a libertação dos hebreus da escravidão no Egipto em 14 de Nissan do ano de 1446 a.C. Wikipédia


Pela primeira vez, as celebrações da Páscoa no Santuário de Fátima vão ser transmitidas em formato online devido à pandemia. Serão transmitidas a partir da Basílica da Santíssima Trindade. Observador

 

 Símbolos da Páscoa


https://www.soescola.com/


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sábado, 20 de março de 2021

HÁ SINAIS DE PRIMAVERA...


«A Primavera, estação mulher, rainha das cores, chega aos pouquinhos, ainda em botão e, timidamente, vai desabrochando, conquistando, encantando e seduzindo, colorida com lírios, dálias, margaridas, rosas, girassóis, violetas, orquídeas, tulipas...uma verdadeira explosão de cheiros e cores. Ela traz equilíbrio, claridade, renovação, beleza.

Atraem abelhas, enfeitiçam beija-flores e borboletas. Enfeitam jardins, alegram corações. As flores da Primavera estão presentes em todos os eventos, sejam eles alegres ou tristes. Porque simbolizam o amor, o florescer, o renascer.»

Elenice Bastos , Revista Hierphant

A Primavera em poesia, segundo António Vivaldi (Veneza, 1678 - Viena, 1741),

TOC, TOC/


"E Tudo O Vento Levou" é um filme romântico e histórico, com  imaginação e sensibilidade acima da razão e uma elaborada narrativa cronológica de factos. Mais do que uma história de amor, conta a história de toda uma civilização em queda e declínio, de uma humanidade em guerra e transformação, que se foi com o vento.

E Scarlett O’Hara, por todas as dificuldades que foi capaz de ultrapassar, tornou-se o meu ídolo preferido.  

O vento… A vida…

O vento leva e trás muitas coisas. E a vida é como o vento; nunca se sabe onde vai parar.

Florbela Espanca, quando em 1903 (tinha 8 anos) escreveu o seu primeiro poema, já  as coisas da vida, segundo ela, lhe davam vontade de chorar e lhe tiravam o sono. "Quem me dera voltar à inocência / Das coisas brutas, sãs, inanimadas, /…"


Vão-se desvanecendo privilégios e preconceitos, memórias do passado, morte dos pais e avós, ambições, culturas, orgulho de sermos nós, mágoas, conflitos, a dor de ser o que é, recordações, Primaveras, saúde, entretinimento. 
Quantas vezes o vento não leva também o último neurónio de que dispomos!

Com pequenos motivos florais e leves folhos, o vestido de Verão recorda  momentos inesquecíveis. 

Por onde andarão ou andam tantas de nós? O importante, é que as boas lembranças ficam.

Tantos lugares onde estivemos, tantas memórias que fizemos… 

Uma família. Qual o conceito, nos dias de hoje, sobre a família ideal ou normal?

Poderia definir a minha vida como um grande imprevisto… embora quase sempre estivesse convencida de que era eu a orientar as normas. Às vezes sinto até que  ela se está rindo de mim - tudo acontece fora do conteúdo de base, o que nos traz uma esmagadora desesperança.

Toc, toc / Quem é? /A decepção / Entre, já é de casa.

"Acho muito perigoso um homem levar-se demasiadamente a sério. Desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo". Érico Veríssimo





Algumas imagens WEB

terça-feira, 16 de março de 2021

VIAJAR EM TEMPO DE PANDEMIA

 

Percorrer 350 km de estrada durante mais ou menos 3h 30m, não tem sido, ao longo dos anos, muito cansativo. Da viagem constava, obrigatoriamente, uma pausa para o almoço num restaurante simpático e, se necessário, para combater alguma sonolência, sempre se podia tomar um café em qualquer ponto de abastecimento de combustível.

Mas, com o país em confinamento geral (incluída, embora no conjunto de excepções à proibição de circulação entre concelhos), os restaurantes não servem refeições e os  cafés, similares e bombas de gasolina, não vendem qualquer espécie de bebida… constituindo um problema para quem está habituado a tomar 3 ou mais por dia. 

A Pandemia deixou as estradas vazias, com os portugueses a trabalhar em casa. De vez em quando são atravessadas por jovens lebres-ibéricas e coelhos bravos, obrigando o condutor a desvios bruscos, quase despistes. 



Também não é raro o aparecimento de animais de maior porte como cães, gatos, vacas e ovelhas.

A circulação entre Portugal/Espanha é limitada em pontos de passagem autorizados, a transporte de mercadorias, trabalho, veículos de emergência e socorro e serviço de urgência. Assim é na fronteira terrestre  de  Vilar Formoso/Fuentes de Onõro - onde passo, sempre que me desloco à minha Aldeia, para ir comprar  o delicioso pão espanhol de farinha de trigo.

Desta vez nem isso foi possível!



Imagens Google

segunda-feira, 8 de março de 2021

SIMPLESMENTE MULHER

 

E ser simplesmente mulher é, também,  ter de ser simpática o tempo todo, conservar a “juventude” para se tornar  visível nas oportunidades,  trabalhar mais para provar o que vale.

No dia de hoje há já muitas que recebem flores e chocolates, que  podem queixar-se e exigir justiça, votar e tomar posições. Foi para isso que lutaram tantas avós e mães. 

Mas há ainda as que, pelo simples facto de terem nascido no país errado,  não podem vestir o que lhes apetece, são mutiladas, escravizadas, violadas.

O Dia Internacional da Mulher continuará, assim, a ter razão de ser até que, pelo menos, todas as mulheres que sofrem por falta de liberdade (com limites!), possam fazer parte duma geração de Igualdade de direitos


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O CARNAVAL DE ONTEM E DE HOJE

 

Desde o século XI que o Carnaval é celebrado  sempre 40 dias antes do Domingo de Páscoa marcando, assim, o primeiro dos 40 dias de Quaresma e a Páscoa, o último.

Em Portugal, as primeiras referências estão ligadas ao tempo do Rei Dom Sebastião, entre 1557 e 1578, com descrição de brincadeiras pouco simpáticas como lutas, baldes de água suja atirados pelas janelas, escadas molhadas, cabaças de cera com água de cheiro, ovos, laranjas e pastéis de nata na cabeça e até loiças velhas.

Carnaval no séc. XVII - pintura de Brueghel, O Velho

Estas práticas foram proibidas, dando lugar à celebração dos cortejos, das batalhas das flores e aos salões de baile, ainda actuais. O  primeiro registo de um Entrudo mais organizado remonta a 1906, em Loulé,  com desfiles de Carnaval para receita a favor dos hospitais locais.

As paródias e os cortejos, eram acompanhados por figuras populares como o “Xé-Xé”, uma das principais figuras do Carnaval até cerca de 1910. Caricatura da Lisboa do século XVIII, usava uma casaca colorida com punhos de renda, sapatos de fivela, cabeleira de estopa, um enorme “bicorne, luneta de vidro e bastão ornado de um chavelho”

 
"Xé-Xé", óleo sobre tela, 1895, José Malhoa - Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves   

O povo português contribuiu para as celebrações carnavalescas com a criação das Danças, agitadas por movimentos delirantes em que os participantes executavam  vários números acrobáticos - Dança da Luta, das Espadas, da Bica e outras.

Paródia de Carnaval, gravura, meados do século XIX, Lisboa - Arquivo Municipal de Lisboa 

O  Carnaval  tem estado associado a máscaras, fantasias, palhaços, serpentinas, balões,  jogos, comida, bebidas e divertimento. 

Bem no inicio da década de 60 havia salas de baile públicas em  Cinemas, casas recreativas/desportivas/Grémios e outras, e salas privadas, onde se realizavam os bailes de carnaval. As privadas pertenciam a casas particulares que as alugavam ou disponibilizavam aos grupos. Algumas de nós eram acompanhadas pelas mães, sentadas em redor da sala, em cadeiras enfileiradas (que cerco!). Só por si, esse controlo era já um divertimento para as que o não tinham… 

Cada carnaval tem as suas particularidades, mas todos têm,, também pontos em comum. "As pessoas, os lugares, as sociedades e as culturas diferem e assemelham-se". Sendo o carnaval um momento extra-ordinário, em que a rotina é suspensa, por ser um momento de festa que se contrapõe à vida quotidiana,  para muitos, ele é até uma fuga à vida de todos os dias.

Presentemente, o Carnaval é uma festa popular celebrada um pouco por todo o país mas há localidades que se diferenciam:

- Podence, Macedo de Cavaleiros

Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO desde Dezembro de 2019, o "Entrudo Chocalheiro" atrai todos os anos a Podence, no concelho de  Macedo de Cavaleiros, milhares de visitantes de todo o país e até estrangeiros.


- Ovar

O  Carnaval de Ovar é, desde 1952,  um dos maiores eventos deste género em Portugal, atraindo anualmente milhares de visitantes para verem três desfiles com mais de dois mil figurantes.

JonJon86 - Obra do próprio

- Alcobaça

A tenda montada em frente ao Mosteiro é o símbolo do Carnaval de Alcobaça  que recebe milhares de pessoas em festa até ao amanhecer. É aqui que todos os anos a cidade recebe DJs de renome que têm vindo a ser a grande atracção dos festejos.

 


- Torres Vedras

O Carnaval  é famoso pelas  matrafonas, um grupo formado por homens vestidos com roupas, peruca e maquilhagem de mulher e pelos  bonecos gigantes, os cabeçudos, acompanhados pelos "Zés-Pereiras".



- Sesimbra

Para além dos clássicos desfiles das escolas de samba e grupos recreativos, há concursos de máscaras infantis e apresentações consideradas tradicionais como o Desfile dos Palhaços, um dos maiores do país, os teatros de rua, as Cavalhadas e o Enterro do Bacalhau.


- Madeira

É tradição, na Madeira, Funchal, haver dois grandes cortejos de Carnaval - o Cortejo Alegórico e o Trapalhão, com  milhares de imitações, figuras satíricas e muita gente a assistir



- Estoril-Sol

Quero fazer uma observação muito especial ao Carnaval do Estoril-Sol que, na década de 60, foi muito falado quer dentro quer fora do País  devido à presença dos artistas internacionais convidados. O  corso carnavalesco era gratuito. Todavia, o baile de máscaras no interior do Casino, ao entardecer, era bastante restritivo. Na década de 80, a festa do Entrudo entre o Estoril e Cascais chegou a causar um dos maiores engarrafamentos de trânsito; com o passar do tempo foi perdendo esplendor



E que dizer sobre o Carnaval de 2021?

Responde Veneza triste, vazia, em silêncio, sem música, sem desfiles nem os típicos trajes e  máscaras do Carnaval veneziano. As restrições impostas pela pandemia de covid-19 ditaram  a ausência das celebrações desta festividade




Imagens e Conteúdos online

domingo, 14 de fevereiro de 2021

DIA DOS NAMORADOS

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Bird Of Paradise: Appearances COUNT! | Animal Attraction | BBC Earth

Namorar, cortejar

Alguém

Que se deseja gostar

Mostrar afecto mais fundo

A quem

Se quer amar

E “dar corda ao relógio do mundo”