Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

QUESTÃO DE IDENTIDADE



Identidade

Conheço pessoas ( muito poucas!) que: “fazem parecer que é sempre primavera”; são feitas de coração; com o tempo, envelhecem o corpo mas não a emoção; são de abraço espontâneo; transmitem com os olhos o que palavras não saberiam dizer; poetizam sem esforço o mundo que as rodeia; não precisam de raio X da alma para saber se é nobre; têm como marca própria, ser gentis e amáveis; são incondicionalmente altruistas; interpretam o mundo de forma simples; partem sempre do princípio que as coisas podem dar certo; sentem-se como se não houvesse lei da gravidade; enfrentam os obstáculos como um desafio; vivem com o que realmente é importante; sabem orientar o seu próprio destino.

Porque são elas assim?
Porque são. Ou porque sim. 
Algumas coisas simplesmente são. Ponto final.

Ponto. Mas não final. E avanço com os resultados de um estudo feito por um grupo de pesquisadores alemães e pelo Departamento de Biologia Celular e Molecular do Instituto Karolinska da Suécia, que provou que até gémeos idênticos, compartilhando o mesmo genoma (monozigóticos) e crescendo no mesmo ambiente, têm personalidades distintas.



Gerd Kempermann                           Instituto de Karolinska 


O que nos individualiza, é a neuroplasticidade.

E quem o explica cientificamente, é o médico Gerd Kempermann, ligado à Universidade Tecnológica de Dresden e ao Centro  de pesquisa alemão para Doenças Neurodegenerativas. 
Sublinha que, diferentemente de outros tipos de plasticidade, como o nível de sinapses (conexões de neurónios), a neurogénese pode ser facilmente quantificada.
Os neurónios são formados, na sua maior parte, até pouco tempo depois do nascimento de um mamífero, com excepção dos que constituem duas pequenas áreas do cérebro: o bulbo olfativo e o hipocampo. No caso humano, só na segunda há registo de neurogénese.
“A relação entre neurogénese em cérebros adultos e individualização, sustenta a ideia de que uma das funções-chave do aparecimento de novos neurónios em adultos é modelar a conectividade dos neurónios no cérebro, de acordo com as necessidades individuais.


” Localização do hipocampo (a vermelho)  num corte do cérebro visto de cima, com a frente na parte superior da imagem.
A formação de novos neurónios nessa estrutura está diretamente relacionada com a quantidade de desafios cognitivos enfrentados por uma pessoa.
(imagem - Washington Irving/ Wikimedia Commons)

O estudo trata do mistério e da controvérsia de como ambientes diferentes ou o modo como vivemos,  nos transformam em quem somos.
“Sabemos que todos temos um cérebro individual”, diz.



Quando um óvulo é produzido e fecundado por um só espermatozóide e se divide em duas culturas de células completas, dá origem aos gémeos idênticos ou univitelinos, sempre do mesmo sexo
Os gémeos idênticos têm o mesmo genoma e são clones um do outro. Porém, mesmo iguais em tudo, têm impressões digitais diferentes.
Isto acontece porque, mesmo no pequeno espaço do útero materno, há contacto com partes diferentes desse ambiente, facto que causa variações digitais em cada um deles
Não há conhecimento de duas impressões digitais idênticas registadas em banco de dados.


Existe uma corrente, constituída principalmente por portadores da síndrome de Asperger (uma variedade do autismo), que defende o autismo não como uma doença, mas com uma variante neuronal, uma outra forma de ser. 
Folha de São Paulo, 28/04/2011

Pelo “Princípio de identidade”, princípio fundamental da lógica tradicional, "uma coisa é idêntica a si mesma"...



Pesquisa na Web
 "cienciahoje"
" Temas relacionados à Genética e Biotecnologia"

Sem comentários:

Enviar um comentário