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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

“BRANCA COMO NEVE”


No passado fim-de-semana dei um salto de cerca de 400 Km desde Lisboa até à minha aldeia, na Beira Alta.
O mau tempo acompanhou todo o percurso com o céu muito nublado, aguaceiros fortes e algumas rajadas de vento mas sem acidentes.


A Freguesia, incrustada num vale, é muito menos agreste no acolhimento aos visitantes do que as aldeias vizinhas. Porém, a água que saía das torneiras no exterior deixava as mãos entorpecidas, doridas e avermelhadas como se de uma queimadura superficial se tratasse, “exigindo” massagens em movimentos circulares.

A TSF anunciava a circulação ferroviária interrompida em certas regiões do Norte e do Centro devido ao mau tempo e à queda de neve acima de 1200 metros com descida gradual da cota para 600 metros, sobretudo nos distritos da Guarda.
Todavia, além da baixa temperatura e de alguma chuva persistente, nada mais faria prever alterações na sequência dos últimos Invernos cerdeirenses.

Um pouco cansada das muitas tarefas que costumo elaborar quando por ali permaneço, resolvi fazer um intervalo espreitando a rua através dos vidros da janela. (A casa, aquecida pelo termo acumulador, até fazia esquecer o mau tempo lá fora).


- Uau… Está a nevar! Não, não é chuva, são flocos de neve com o aspecto de uma pequena estrela. Tira uma foto, L.
- Pois é… nunca tinha visto cair neve aqui.
- E eu também já não me lembro da última vez que vi. Esta nem chega para saber que espessura tem; desfaz-se mal toca o solo ainda molhado. 
Quando era criança, lembro-me de marcar pegadas em neve fresca, bem assentada, com pelo menos 0,5 metro de altura e de brincar fazendo bonecos de neve com duas grandes bolas sobrepostas encimadas pelo chapéu de palha do Verão.

- Oh! Está a desaparecer. 
- Bem, sempre dá para amostra… e para sublinhar a credibilidade das expressões:
“Fundir como neve ao sol
“Branca como neve”
“Branca de Neve”
“Neve carbónica”
”Ovos em neve” 

Já sem a luz do dia, a neve bateu de novo “levemente” e durante muito mais tempo. 

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