Cá dentro a mesa está pronta pró jantar. Um ligeiro
take away. Sabe, quem me conhece, que
a cozinha não me seduz…
Lá fora é noite fechada.
Noite calada, sem grilos - apenas um ar em
movimento a falar de vento.
Noite escura - “Que seria das estrelas, se não
fosse a noite escura?"
Mas hoje não há estrelas! Nem lua!
Hoje, a noite é esta - STOP.
Do meu terraço
“A noite é escura porquê?” – Foi a pergunta que o
astrónomo Heinrich Olbers nascido na pequena cidade de Arbergen, Alemanha, em
1758, fez a si próprio e para a qual nunca obteve uma resposta aceitável.
Olbers era um
defensor do pluralismo e da ideia cada vez mais controversa de que a Lua
seria habitada por seres inteligentes. Defendeu “ altamente provável todo o
espaço infinito estar cheio de sóis e dos seu séquito de planetas e cometas"
Naquele tempo o Universo era considerado infinito, estático,
homogéneo, isotrópico, imutável, euclidiano e físico.
O chamado “paradoxo de Olbers” é resumido por Cesar
G. desta forma simples:
“Se o Universo é infinito e eterno, porque é que a noite
é escura?
Se o Universo fosse realmente infinito e eterno, onde
quer que se estivesse e se apontasse o telescópio para qualquer ponto da esfera
celeste, encontrar-se-ia sempre uma estrela. Assim como numa floresta, ao olhar
para qualquer lado se encontra um tronco de árvore, também a noite deveria ser
clara e iluminada como o dia. Logo, a solução do paradoxo de Olbers é
evidente: o Universo não é infinito, nem eterno e a noite é escura devido
a isso…"
Soluções que foram
sendo encontradas ao longo do tempo:
- A poeira
interestelar absorve a luz das estrelas - proposta por Olbers.
Mas com o passar
do tempo, à medida que fosse absorvendo radiação, a poeira entraria em equilíbrio
térmico com as estrelas, passando a brilhar tanto como elas...
-
A expansão do Universo degrada a energia; logo, a luz de objectos muito distantes chega muito
desviada para o vermelho e portanto muito fraca.
O desvio para o vermelho ajuda na
solução, porque é proporcional ao raio do Universo, mas os cálculos (…)
mostram que a degradação da energia pela expansão do universo não é suficiente
para resolver o
paradoxo.
- O Universo não existiu por todo o sempre.
Esta é a solução reconhecida actualmente para o paradoxo. Como
o Universo tem uma idade finita e a luz tem uma velocidade finita, a luz das
estrelas mais distantes ainda não teve tempo de chegar até nós. Portanto, o
universo que avistamos é limitado no espaço, por ser finito no tempo. A
escuridão da noite é uma prova de que o Universo teve um início.
Debruçada
agora na minha varanda, vejo que a noite continua calada e escura, apesar dos focos de luz
para a iluminação.
Há
campos em frente e caminhos sem trânsito.
Depois da longa noite escura, surgirá um dia de sol. Porque é Verão e o tempo tem estado bom.
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