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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

NOITE FECHADA


Cá dentro a mesa está pronta pró jantar. Um ligeiro take away. Sabe, quem me conhece, que a cozinha não me seduz…
Lá fora é noite fechada.
Noite calada, sem grilos - apenas um ar em movimento a falar de vento.
Noite escura - “Que seria das estrelas, se não fosse a noite escura?"
Mas hoje não há estrelas! Nem lua!
Hoje, a noite é esta - STOP.

Do meu terraço


“A noite é escura porquê?” – Foi a pergunta que o astrónomo Heinrich Olbers nascido na pequena cidade de Arbergen, Alemanha, em 1758, fez a si próprio e para a qual nunca obteve uma resposta aceitável.


Olbers era um defensor do pluralismo e da ideia cada vez mais controversa de que a Lua seria habitada por seres inteligentes. Defendeu “ altamente provável todo o espaço infinito estar cheio de sóis e dos seu séquito de planetas e cometas"
Naquele tempo o Universo era considerado infinito, estático, homogéneo, isotrópico, imutável, euclidiano e físico.



O chamado “paradoxo de Olbers” é resumido por Cesar G. desta forma simples:
Se o Universo é infinito e eterno, porque é que a noite é escura? 
Se o Universo fosse realmente infinito e eterno, onde quer que se estivesse e se apontasse o telescópio para qualquer ponto da esfera celeste, encontrar-se-ia sempre uma estrela. Assim como numa floresta, ao olhar para qualquer lado se encontra um tronco de árvore, também a noite deveria ser clara e iluminada como o dia. Logo, a solução do paradoxo de Olbers é evidente: o Universo não é infinito, nem eterno e a noite é escura devido a isso…"

Soluções que foram sendo encontradas ao longo do tempo:
- A poeira interestelar absorve a luz das estrelas - proposta por Olbers.
 Mas com o passar do tempo, à medida que fosse absorvendo radiação, a poeira entraria em equilíbrio térmico com as estrelas, passando a brilhar tanto como elas...
- A expansão do Universo degrada a energia; logo, a luz de objectos muito distantes chega muito desviada para o vermelho e portanto muito fraca.
O desvio para o vermelho ajuda na solução, porque é proporcional ao raio do Universo, mas os cálculos (…) mostram que a degradação da energia pela expansão do universo não é suficiente para resolver o paradoxo.
- O Universo não existiu por todo o sempre.
Esta é a solução reconhecida actualmente para o paradoxo. Como o Universo tem uma idade finita e a luz tem uma velocidade finita, a luz das estrelas mais distantes ainda não teve tempo de chegar até nós. Portanto, o universo que avistamos é limitado no espaço, por ser finito no tempo. A escuridão da noite é uma prova de que o Universo teve um início.

Debruçada agora na minha varanda, vejo que a noite continua calada e escura, apesar dos focos de luz para a iluminação.
Há campos em frente e caminhos sem trânsito.



Depois da longa noite escura, surgirá um dia de sol. Porque é Verão e o tempo tem estado bom.


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