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segunda-feira, 21 de março de 2016

MÊS DE MAIO


“Mês de Maio, mês de flores, mês de Maria, mês dos amores"


- Mês de flores...

Apesar de não ser mais que amadorista em Botânica pois nunca me dediquei à análise do reino vegetal, recordo alguns dos milhares de flores silvestres - apenas no estrato herbáceo - que fizeram parte do meu convívio com a natureza em longínquos Maios floridos.  


Erva-das-cortadelas /Mil folhas / Milefólio /Malva silvestre; Tomilho / bela-luz/ "Amor de Deus"; Tasneirinha 
Cardo; Arméria beirana; Saramago /“erva dos campos e pastagens” /"erva-daninha”, em várias culturas 
Calcitrapa; Leituga
Papoilas; Assobios; Dedaleira
Margaridas
Tripa de ovelha /Alface do monte; Sarralha áspera 
Erva-de-são-Roberto; Tremocilha; Erva-vaqueira /Malmequer-dos-campos
                                                      Malva; Soagem /Chupa-mel

No estrato arbustivo poderia destacar o Alecrim, o Rosmaninho, o Junco, o Feto-dos-montes, o Tojo, o Espinheiro, a Urze, o Carrasqueiro, a Giesta negral e a de cor branca, o Sabugueiro ou a Silva.

- Mês de Maria...
É uma devoção que já existe desde, pelo menos, a Idade Média, como escreve Afonso X o Sábio, na sua poesia "Ben vennas Mayo" - Cantigas de Santa Maria - e que a Igreja sempre incentivou mencionando-a nalguns documentos do Magistério como a Carta Encíclica "Mense Maio"de Paulo VI, em 1965 e concedendo indulgências plenárias especiais.
“Os primeiros cristãos, aos quais devemos recorrer sempre como modelo, renderam um culto amável à Virgem. Nas pinturas dos primeiros três séculos do cristianismo, conservadas nas catacumbas romanas, é representada com o Deus Menino nos braços. Nunca imitaremos o suficiente os primeiros cristãos nesta devoção à Santíssima Virgem!”- São Jose María Escrivá.


Há umas dezenas de anos o tempo melhorava muito e, já com a terra mais quente, nós as crianças, vestidas de primavera, tínhamos como programa de fim de tarde, ir à igreja participar na Oração do Rosário (mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos).



- Mês dos amores (das noivas)...

Também este costume vem sendo transmitido desde a Idade Média.
Maio era o mês em que as pessoas tomavam o primeiro banho do ano e com flores, para fazer desaparecer o odor corporal. Os noivos aproveitavam a ocasião para casar e as noivas levavam a seu lado, na carruagem, ramos de flores bem perfumadas –  bouquet de hoje.
Talvez a tradição tenha sido também importada dos países do hemisfério norte, onde Maio é importante para os costumes populares. A sua chegada celebra-se com muitas flores, em homenagem à natureza que refloresce. Ao longo dos séculos, esses elementos foram sendo associados à celebração do amor no casamento. Essa mesma ligação com as flores e a feminilidade "fez com que Maio, além de mês das noivas, também fosse considerado o mês das mães e de Maria", segundo o padre e teólogo Pedro Iwashita.







- "Maio é o mês em que canta o cuco"


 ...E António Mourão

Na Primavera, quando o tempo aquece, ouve-se cantar o cuco na aldeia.
Há quem o associe ao número de anos que as moças solteiras se irão manter sem casar.
Faz-me recordar as férias de Páscoa e as raparigas casadoiras lançando o desafio:
- Ó cuco da Beira, quantos anos me dás de solteira?
Mas, como é evidente, a resposta era sempre imprevisível.
Se fossem dois ou três “Cu-co!”, teriam que se apressar a procurar namorado ou a confirmar o actual. Se os “Cu-co!” fossem vários, punha as solteironas a contar indefinidamente os anos que ele ia dando (já arrependidas de o terem provocado) até se cansar.  

como Maio é privilegiado em provérbios, acrescento:

"A melhor cepa, Maio a deita."
"Em Maio, a chuvinha de Ascensão dá palhinhas e dá pão."
"Em Maio espetam-se as rocas e sacham-se as hortas.
"Maio jardineiro, enche o celeiro"
"Maio chuvoso, ano formoso."
"Maio claro e ventoso, faz ano rendoso."
"Maio hortelão, muita palha e pouco grão."
"Maio o deu, Maio o leva."
"Quem em Maio relva não tem pão nem erva."


Imagens Google

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