“Sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos”, terá dito o General Pedro D’Almeida, Marquês de Alorna, quando, após o terremoto de 1755, o rei Dom José lhe perguntou: "E agora?".
A resposta simples, espontânea e objectiva - esquecer o passado, cuidar do presente e não deixar que novos terremotos surjam sem prevenção - deu origem à Baixa Pombalina de hoje, uma das zonas mais nobres da cidade.
Pragmático, o Marquês do Pombal, Ministro da Guerra e futuro Primeiro-ministro de Portugal, ordenou ao exército a imediata reconstrução de Lisboa. Foram contratados arquitectos e engenheiros e, em menos de um ano, os trabalhos iam adiantados. O Rei queria uma nova cidade ordenada, com grandes praças e avenidas largas (“um dia hão-de achá-las estreitas"...) e rectilíneas. Foram construídos os primeiros edifícios mundiais com protecção anti-sísmica, testada em modelos de madeira e com tropas a marchar para simular as vibrações.
Localização potencial do epicentro do terremoto de 1755 e tempos de chegada do tsunami, em horas, após o sismo. NOAA's National Geophysical Data Center (NGDC)
Ruínas de Lisboa, após o terramoto. Os sobreviventes viveram em tendas nos arredores da cidade, como ilustra esta gravura alemã de 1755.
Enterrar os mortos (enterrar o passado) e cuidar dos vivos (tratar do presente), foi a grande opção para solucionar as consequências desta gigantesca catástrofe originária de um foco subterrâneo (a que se juntou agitação sísmica no mar - maremoto)!
Há também os ”terremotos que vêm de dentro/psique", igualmente demolidores que destroem toda a capacidade de raciocínio simples, claro e objectivo, sobretudo se já é demasiado tarde quando se dá por isso.
E a resposta singela do Marquês de Alorna não soluciona este tipo de "sismo", nem o pragmatismo de Pombal substituído pela psicanálise porque, segundo o próprio Freud:
- "A psicanálise até pode resolver os problemas da miséria neurótica (permite o estudo consciente da inconsciência da pessoa), mas nada pode fazer contra as misérias da vida tal como ela é".
- "A psicanálise até pode resolver os problemas da miséria neurótica (permite o estudo consciente da inconsciência da pessoa), mas nada pode fazer contra as misérias da vida tal como ela é".
- Importar-se-ia de dizer ao seu subconsciente que se tranquilize?- É o meu subconsciente. Lembra-se? Não posso controlá-lo.
– Nolan, Inception –
Ainda, segundo Freud, não sendo a psicanálise uma construção intelectual que visa solucionar todos os problemas de nossa conturbada existência, com base numa hipótese filosófica ou supostamente científica universal, é praticamente impossível conceber um ser humano plenamente feliz .
A complexa mente humana dividida em três partes - o "ego", parte consciente do sujeito, aquilo que somos de forma controlada e limitada; o “id”, inconsciente regido pelo princípio do prazer e o “superego” das normas morais que vamos interiorizando desde crianças entre a culpa e a moral - não o permite.
Eventualmente podem ser experimentados alguns momentos de felicidade:
"Esse homem encontrou a felicidade ao descobrir o tesouro de Príamo, o que prova que a realização de um desejo infantil é o único capaz de proporcionar a felicidade"- Freud
A complexa mente humana dividida em três partes - o "ego", parte consciente do sujeito, aquilo que somos de forma controlada e limitada; o “id”, inconsciente regido pelo princípio do prazer e o “superego” das normas morais que vamos interiorizando desde crianças entre a culpa e a moral - não o permite.
Fazer uso de mecanismos de defesa é saudável, do ponto de vista psicanalítico.
O desequilíbrio provoca neuroses ou psicoses.
O desequilíbrio provoca neuroses ou psicoses.
Consciência é a parte da psique que se dissolve em álcool. H.D. Lasswell
"Esse homem encontrou a felicidade ao descobrir o tesouro de Príamo, o que prova que a realização de um desejo infantil é o único capaz de proporcionar a felicidade"- Freud
Imagens google
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