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quarta-feira, 6 de junho de 2018

A TERRA MUTANTE

O desaparecimento de 13 ilhas nos próximos 80 anos era notícia na revista “Volta ao Mundo”, do dia 2 de Junho

Há, com efeito, Lugares Fantásticos Ameaçados De Extinção.
Estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas que vivam em regiões costeiras venham a sofrer com o aumento do nível do mar

O que se passa no planeta?

Ilhas Salomão
O arquipélago das ilhas dos corais naturais e dos negros loiros, no Sul do Pacífico, está a ser destruído pelo oceano. Segundo um estudo publicado pela revista Environmental Research Letters, só em 2016 desapareceram 5 ilhas.



Léon, um investigador de origem peruana, qualificou de "drástico" o sumiço de cinco ilhas com vegetação - Kale, Zollies, Rehana, Kakatina e Rapita - em poucas décadas, assim como a erosão em mais de 20% do seu território, noutras seis, das cerca de mil ilhas vulcânicas que formam o país. O estudo não registou mortes mas assinala que, em duas delas, a erosão produzida no litoral destruiu populações que datavam de 1935 obrigando  ao realojamento das comunidades locais.
Cientistas chefiados por Simon Albert, da Universidade de Queensland, referem que um dos factores que faz aumentar o nível das águas no norte das Ilhas Salomão é atribuído, em parte, ao degelo dos polos devido ao aumento da temperatura.

Outro factor regional apontado como causador do desaparecimento dos territórios é o dos ventos alísios "que sopram e acumulam água na parte oeste do Pacífico" e o das correntes “marítimas”.

Os recifes de coral podem ter os dias contados porque as águas, cada vez mais quentes, provocam a descoloração dos corais e uma subida de 2°C pode dissolvê-los. O aumento de CO2 torna a água dos oceanos mais ácida, tornando inviável o crescimento normal das estruturas calcárias.
Em menos de três décadas, na Grande Barreira do litoral da Austrália, já foram destruídos 50% dos corais  devido ao rápido desenvolvimento da costa onde estão a ser construídas plantas de gás natural, à pesca ilegal e ao aquecimento das águas.

Mas o fenómeno das Ilhas Salomão está a repercutir-se noutros lugares do Pacífico Sul (Kiribati, Vanuatu e Ilhas Marshall) que lutam pela sobrevivência das suas ilhotas, assim como em territórios do oceano Índico.

Maldivas
O arquipélago, no Oceano Indico, formado por 1.196 ilhas agrupadas em 26 atóis (203 habitadas com resorts de luxo e hotéis subaquáticos), começa a desaparecer. Segundo The World Bank, o país inteiro pode ficar totalmente submerso por volta de 2100. 
O nível dos oceanos já subiu cerca de 10 cm em todo o planeta desde o inicio deste século. Talvez  pareça pouco mas para os maldivos  significa a submersão de boa parte de seu espaço vital.

Palau
No pequeno arquipélago localizado no Sul do Pacifico, segundo um estudo publicado em colaboração entre o Palau National Weather Service Office e o Pacific Climate Change Science Program, o nível médio do oceano tem aumentado três vezes mais do que qualquer outra parte do globo. 


Micronesia
O país, formado por mais de 600 ilhas, localizado a 4023 quilómetros do Havai, no Oceano Pacifico, está lentamente a desaparecer. Segundo o Journal of Coastal Conservation, várias ilhas deixaram de ser vistas recentemente e outras estão a reduzir de tamanho.



Ilhas Fiji
Sem grandes elevações no terreno, são ilhas vulneráveis às mudanças do nível médio do mar e Vunidogoloa foi  a primeira cidade a realojar os seus habitantes



Kiribati
No centro do Pacifico, a ilha encontra-se fortemente ameaçada. O presidente da república afirmou que "o realojamento da população não vai ser uma questão de escolha, mas sim de sobrevivência" porque  o país deverá submergir até  2050 e já 
 adquiriu mesmo vários hectares num território pertencente às Ilhas Fiji.



Ilhas Cook
Estas ilhas, meio caminho entre a Nova Zelândia e o Havaí, consideradas pelos turistas como «o Havai de há 50 anos», também estão grandemente ameaçadas pelo oceano. A constante subida do nível médio do mar provoca danos nas estradas, pontes, portos e aeroportos, afetando os residentes e turistas.


Polinésia Francesa 
O jornal ambiental, Nature Conservation publica um artigo onde refere que mais de 30 por cento das suas ilhas poderão ser submergidas pelo mar até ao final do século. O governo está a planear a  construção de ilhas artificiais perto do Taiti para os habitantes
.



Seychelles
Situadas na costa este do continente africano, segundo um estudo publicado pelo Proceedings of the National Academy of Sciencies, as ilhas têm sofrido um aumento catastófico e a agência noticiosa do país sublinha que basta haver o aumento de apenas um metro do nível do mar para que as pequenas ilhas  desapareçam. 



Ilha de Tangier
Situada a cerca de 19 quilómetros da costa este do estado de Virgínia, só é  acessível por meio de barco ou avião. Tem praias naturais e ruas estreitas onde circulam imensas bicicletas e carros de golfe. Segundo o site Nature.com, desde 1850 que a ilha está a desaparecer (mais de 60 por cento) devendo ficar completamente submersa entre os próximos 25 - 50 anos.


Mas para os habitantes de Tangier, "apenas  será necessário mais um novo paredão"...
"Não queremos uma conta da luz mais barata, queremos ficar aqui" ( Deborah Pruitt, de 57 anos, funcionária no museu da ilha, onde notícias são exibidas na parede.)

Ilhas Marshall
Situadas entre a Austrália e o Havai, caracterizam-se pelo acolhimento dos seus habitantes e por barreiras de corais. Através de uma pesquisa feita pelo Marshall Islands National Wather Service Office e o Pacific-Australia Climate Change Science and Adaptation Planing Program, calcula-se que o nível do oceano suba cerca de 19 centímetros até 2030.



Shishmaref
A ilha, com apenas 650 habitantes, fica no Alaska e desde 1997 que tem vindo gradualmente a desaparecer (cerca de 30 metros de costa, segundo o Departamento do Interior dos Estados Unidos da América, irão  desaparecer totalmente dentro de 20 anos).


Limitei-me a abordar apenas algumas ilhas que estão a sumir-se sistemática e velozmente nalguns lugares do Pacífico e do Índico mas com o planeta numa constante e irreversível mudança, devido, segundo vários cientistas, quer a processos naturais  quer a processos decorrentes da acção humana, haveria que referir muitos outros locais  distintos:

floresta amazónica, conhecida como o "pulmão do planeta"  onde,  até 2030, a  desflorestação desmedida poderá destruir metade da sua área de cerca de 6 mil milhões de km²; 


A romântica Veneza que tem afundado lentamente devido ao deslocamento dos sedimentos da lagoa sobre a qual a cidade foi construída;


O Mar Morto que, perdendo em cada ano cerca de um metro no nível de água poderá secar totalmente nos próximos 50 anos devido ao consumo humano e aos novos resorts de luxo da Jordânia;  


Taj Mahal, ícone cultural indiano  do século XVII que demorou mais de 26 anos a ser edificado e que é visitado por 70 mil turistas diariamente, fechará  as portas ao turismo dentro de 5 anos por estar a ser afectado não só pelos altos índices de poluição da progressiva indústria indiana mas também por insectos atraídos pelo esgoto junto ao Taj Mahal, cujas fezes estão a manchar as paredes do monumento;


As plantações de amêndoas na Califórnia, de café no Brasil ou de arroz no Vietname, que têm sido atingidas por fortes períodos de seca;

As geleiras do Património Mundial da Humanidade que estão a desaparecer devido aos efeitos climáticos, como o Glacier National Park, nos EUA, onde, em 2010 apenas havia 24 das 150 existentes no século XIX, prevendo-se que em 2030 já nenhuma restará no parque.


O Instituto de Meteorologia Max Planck da Alemanha comprovou cientificamente, que o processo está sendo acelerado pela acção do homem.
O gás carbónico é o principal responsável pelo chamado "efeito estufa", que provoca a elevação da temperatura atmosférica e do planeta e a opinião geral dos oceanógrafos sobre o estado dos mares por volta de 2100, é a de que o nível das águas estará um metro acima do actual, levando inúmeras pessoas (cidades inteiras e partes de países) a deslocar-se. Miami, nos EUA, será uma das cidades perdidas.
A Península Antárctida é uma das regiões mais afectadas pelo aquecimento global - hoje há chuvas e ventos mais frequentemente.


Fontes:
- Comité de especialistas da Organização Meteorológica Mundial (OMM)
- FUTURANDO! Programa sobre ciência, meio ambiente e tecnologia, produzido pela redacção brasileira da Deutsche Welle, em Bonn, na Alemanha.
O programa é exibido no Brasil pelo Futura, Rede Minas, TV Brasil, TV Cultura, TV Câmara Tupã, TV Climatempo, em vídeos no Museu do Amanhã - Rio de Janeiro e em Moçambique pela Rede Tim
(Giro por um mundo transformado pelo clima)

Imagens Google

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