A Missa ou Celebração Eucarística foi instituída por
Cristo na noite de Quinta-feira Santa, antes da Sua morte.
Lê-se nas Escrituras:
E, enquanto ceavam, tomou Jesus um pão e, tendo dado
graças, o partiu, e o serviu aos seus discípulos, dizendo: “Tomai, isto é o meu
corpo”…(Marcos, 22-24).
E, havendo pegado um cálice, Ele deu graças e ordenou:
Tomai do cálice e partilhai entre vós (Lucas, 22-17)
Da mesma maneira, depois de cear, pegou o cálice,
explicando: “Este cálice significa a nova aliança no meu sangue, derramado em
vosso benefício (Lucas, 22-25)
No fim, pediu-lhes que repetissem esse gesto em Sua
memória.
Entretanto, outros barcos chegaram de Tiberíades, próximo
do lugar onde o povo havia comido o pão, após o Senhor haver dado graças.
(João, 6-23)
Assim fizeram os discípulos de Jesus, os primeiros
cristãos e sempre, até aos nossos dias, praticamente com a mesma
estrutura - a liturgia da palavra (textos bíblicos) e a liturgia
eucarística (consagração do pão e do vinho e comunhão).
As fórmulas usadas para a consagração na Eucaristia eram
apresentadas na Didaqué (Doutrina dos Doze Apóstolos), um antigo
catecismo redigido entre os anos 90 e 100 na Síria, na Palestina ou talvez na
própria Antioquia, antes mesmo de alguns livros da Bíblia Cristã e da
definição do cânon bíblico.
Segundo a doutrina católica, "cada missa é um
sacrifício verdadeiro, na qual o Cristo ressuscitado está presente
corporalmente no altar como uma vítima que é oferecida outra vez pela Igreja a
Deus Pai, como expiação pelos pecados da humanidade."
Desde muito pequena, até por volta dos vinte e tal anos, fui católica
praticante ou, melhor dizendo, cristã católica não praticante
(dificilmente alguém é um católico praticante perfeito), fruto de uma
herança cultural antiga transmitida pelos meus avós, pais, família e pelo ambiente que me rodeava. Recebi o Baptismo, fiz a Primeira Comunhão depois da Catequese
e fui ungida com os óleos do Crisma. Ia à Missa ao Domingo como todos os paroquianos
da freguesia e, diariamente, durante o período de aulas pois era uma mais valia
para a Disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica…
O véu rendilhado sobre os cabelos era um adorno feminino
(branco ou preto) em que geralmente se investia para uma exibição envaidecida ...
O latim, “língua universal da fé”, era o idioma utilizado. Os fiéis ajoelhavam-se imensas vezes, incluindo o momento de receber a Sagrada Comunhão. O padre colocava a hóstia na boca com a patena sob o queixo para que nenhuma partícula fosse profanada. Havia intervalos para meditar em silêncio total. O sacerdote permanecia de frente para a cruz do altar durante quase toda a cerimónia, seguindo uma liturgia extremamente codificada. Como música oficial da Igreja cantava-se o Canto Gregoriano e o Missal, livro de orações que continha as passagens bíblicas usadas no ritual da Missa (Saudação, Acto penitencial, Glória, Ofertório, Comunhão, etc.), era indispensável.
A minha prenda de Primeira Comunhão foi exactamente um pequeno Missal como o que se mostra abaixo e que preservo ainda.
Participava, assim, numa Missa cujo ritual se mantinha
há quase 1400 anos (de 600 d.C. até 1970 d.C.) partilhada
praticamente por todos os Papas, Santos e cristãos do Ocidente.
Porem, as minhas estruturas cristãs ritualizaram, “adormeceram”
e não se orientaram para uma procura do acreditar e do ter fé.
Todavia, o ritual da Missa passou por algumas
alterações até estar como hoje o conhecemos.
Durante os primeiros séculos, a celebração da Missa era simples para evitar tudo o que desviasse a atenção do mistério central.
A partir do segundo milénio, com a introdução do sacrário ou Tabernáculo, o pão e o vinho tornaram-se os elementos centrais de toda a celebração e a leitura da Palavra passou para segundo plano.
Sacrários/ Tabernáculos
Mais tarde a Igreja considerou que a Missa deveria ter um
ritual uniformizado e passou a ser celebrada em latim com o sacerdote virado para o altar, junto à parede. Os fiéis limitavam-se a esperar pelo momento da comunhão ou
pela Adoração do Santíssimo Sacramento sem participar na liturgia da palavra.
No período barroco as grandes inovações ornamentais, o
uso excessivo de incenso, de coros e organistas afastaram mais os fiéis
da verdadeira celebração.
Pelos finais do século XIX e inícios do século XX, já com o ritual bastante distanciado do original dos primeiros séculos, a Igreja sentiu necessidade de voltar ao padrão do inicio através de uma reflexão profunda sobre o seu papel no mundo.
Pelos finais do século XIX e inícios do século XX, já com o ritual bastante distanciado do original dos primeiros séculos, a Igreja sentiu necessidade de voltar ao padrão do inicio através de uma reflexão profunda sobre o seu papel no mundo.
O Papa João XXIII , cuja simpatia e
simplicidade lhe valeram o apelido de o Papa Bom ( Arquivo / 03/12/1962)
e o Concílio Vaticano II, evento que marcou fortemente a vida da Igreja e de toda a sociedade.
Então, o Papa João XXIII logo se mostrou disponível para lhe dar novo rumo e convidou a Igreja a
acolher os novos “sinais dos tempos”.
Convocou os bispos
de todo o mundo para reformar, entre outros aspectos, a celebração da
Eucaristia. E no dia 11 de Outubro de 1962 começou oficialmente a preparação de
um dos mais importantes concílios da história da Igreja, o Concílio Vaticano II. Quebrando rotinas, dele saíram reformas significativas como o regresso à
presença real de Cristo no pão e no vinho, nova importância para a liturgia da palavra, relação com líderes de
outras grandes religiões e abolição obrigatória do latim nas práticas que fazem parte do culto religioso.
Assim, o altar
foi deslocado para um lugar central frente a todas as pessoas, a Missa passou
a ser celebrada na própria língua e o púlpito das leituras foi disposto de
modo a que toda a assembleia participasse na celebração. Tornou-se mais
abrangente - os fiéis participam como convidados da Ceia do Senhor e
desempenham diferentes ministérios - leitores, cantores, acólitos, outros - uma "revolução no
estilo, na linguagem e na mentalidade".
“As grandes conquistas da humanidade, nos últimos séculos, deram-se fora da Igreja, contra a Igreja, mas fundadas em valores evangélicos”Walter Kasper, teólogo e cardeal
Porem, de acordo com Agenor Brighentio, o Concílio Vaticano II deveria ter acontecido ainda no Concílio de Trento (1545-1563), uma vez que se vinha achando necessária, desde longa data, uma profunda reforma na Igreja. Por outro lado, em vez de uma contra-Reforma, a Igreja deveria ter aproveitado por ex., algumas das reformas exigidas por Lutero e outros
“As grandes conquistas da humanidade, nos últimos séculos, deram-se fora da Igreja, contra a Igreja, mas fundadas em valores evangélicos”Walter Kasper, teólogo e cardeal
Porem, de acordo com Agenor Brighentio, o Concílio Vaticano II deveria ter acontecido ainda no Concílio de Trento (1545-1563), uma vez que se vinha achando necessária, desde longa data, uma profunda reforma na Igreja. Por outro lado, em vez de uma contra-Reforma, a Igreja deveria ter aproveitado por ex., algumas das reformas exigidas por Lutero e outros
Os
resultados do Concílio não foram proporcionais às expectativas,
sublinha o Prof. Roberto de Mattei, no encontro de 17 de Março de 2012
E justifica-se
citando-se a ele próprio: “o colapso da segurança dogmática; o relativismo da
nova moral permissiva; a anarquia no âmbito disciplinar, o abandono do
sacerdócio e da vida religiosa por parte dos sacerdotes e dos religiosos e o
distanciamento da prática religiosa de milhões de fiéis, a infiltração da
heresia através dos novos catecismos e novos ritos, as contínuas profanações da
Eucaristia, o massacre das almas enquanto as igrejas se livravam do altar,
mesas da comunhão, crucifixos, imagem de santos, mobiliários sacros, quadros
que acabaram em catálogos de antiquários. A ‘primavera da fé’, que
deveria seguir ao Concílio Vaticano II, aparecia mais como um rígido inverno,
documentado sobretudo pelo colapso nas vocações e do abandono da vida
religiosa”.
"O balanço global dos quarenta anos pós-conciliares 1965-2005, com respeito às perdas totais e percentuais dos principais institutos religiosos, será ainda mais dramático". Angelo Pardilla
Concílio de Trento
"Actualmente celebra-se a Missa de acordo com as reformas
instituídas pelo Concílio Vaticano II. No entanto, recentemente, o Papa Bento XVI permitiu que fossem celebradas também Missas tridentinas (Relativo a Trento,
Itália) - Missas em latim, de acordo com o missal publicado no século XVI por São Pio V,
renovado em 1962 pelo Papa João XXIII.)" Wikipédia
O Concílio de Trento (1545 a 1563), um dos três concílios fundamentais na Igreja Católica, também conhecido como o Concílio da Contra-reforma” (Manuel Augusto Rodrigues), foi convocado pelo Papa Paulo III para garantir “a unidade da fé e a disciplina eclesiástica".
Num mundo crise como o de hoje, cada vez mais pessoas
(especialmente jovens) procuram alternativa ao “mundo moderno” e
isso inclui um retorno à "Missa de Sempre", àquela que, para
preservar durante a Reforma Protestante, os mártires católicos deram
a vida e que uniu Cristãos através de continentes e de
séculos.
"O rito contemporâneo não é para mim; no antigo, a meditação, o
silêncio e a beleza encantam"; "Fiquei tão encantada com as primeiras celebrações que
não parei mais de frequentar as missas. Adoro a vestimenta" e "Ele mostra a dignidade da mulher, exalta seu carácter
sagrado", são alguns dos comentários de um público crescente de jovens e de pessoas curiosas sobre o ritual tridentino.
As Cores Litúrgicas
– Verde, branco, vermelho, roxo, rosa e preto