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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

SEM REGRESSO


Foi no dia 5 de Julho.
 “…a I.M. estava diferente – cansada, com edemas, parca nas palavras, apática, "desligada"...
- “Só me apetece estar deitada. A Teresa desculpe”, disse.

Talvez o destino lhe tenha traçado o fim da caminhada. Talvez não lhe ouça mais pronunciar o meu nome.
Ou talvez sim. Oxalá.

Sim, ouvi-a pronunciá-lo até ao dia 14 de Janeiro de 2019

- Teresa, sou o J., o filho da I. Sei que eram amigas há anos. Estive a rever as fotos  daquele cruzeiro pelos Fiordes em 2004…e achei que devia dizer-lhe.
A Mãe, ontem, partiu para um “cruzeiro” sem regresso. 
-...
- Estava muito serena. 
- Devia "sentir-se" aliviada da quase imobilidade em que vivia devido àquela cegueira nunca bem explicada (ou sim?) e à dificuldade em respirar.

A I., Senhora, discreta, culta, resignada, autêntica, Amiga, de postura impecável, levou tudo isto com ela. Sobra a memória desse tudo e fica-se mais triste, mais vazia.
As fotos ou as conversas tidas serão formas de nos lembrarmos das pessoas que não voltam mais.

- Tresinha, aquela nossa viagem foi muito boa, não foi? Lembra-se da Maglô? É uma personalidade difícil de esquecer. Tão exótica!
Mas nós éramos as mais jeitosas, não acha? (ela achava…)
-...

E lá vinham as gargalhadas, etc., que não voltaram mais







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