ROSA Maria Correia dos Santos MOTA
Rosa Mota voltou a conquistar uma medalha de ouro aos 61
anos...
"A atleta, campeã da Maratona em 1988, venceu no passado domingo a prova
de corta-mato para mais de 60 anos no Europeu Masters de Atletismo, que está a decorrer em Veneza, Itália".
Não é fantástico?
E
ainda há quem defina como idosa a pessoa com idade igual a 60 anos (ou 65, mais comum)!
A idade e o processo de envelhecimento possuem outras
dimensões que ultrapassam a idade cronológica, embora
haja uma categorização para as pessoas mais velhas - os idosos jovens (dos 65 aos
74 anos) activos e vigorosos e os idosos velhos (dos 75 aos 84 anos) que, tal como os idosos mais velhos (dos 85 anos em diante) já têm maior propensão para doenças e mais dificuldade
em desempenhar algumas actividades da
vida diária (Papalia, Olds & Feldman, 2006).
As
pesquisas revelam, cada vez mais, que o
processo de envelhecimento é uma experiência individual vivida, o resultado das experiências
passadas, a forma como se administra a própria vida no presente e as
expectativas futuras, com envolvimento biológico, cronológico,
psicológico e social.
O significado do envelhecimento
populacional, tão relevante no século XX, empurrou a velhice para idades mais
avançadas. A terceira idade é uma criação
recente no mundo ocidental. Prado (2002)
A simpatia de Rosa Mota e o sucessivo acumular
de tantas vitórias pelo Mundo, proporcionou-lhe, depois de se ter
retirado da sua actividade competitiva, o acesso a um convívio com gente das
várias facções partidárias, bem visível na recente homenagem que lhe
foi feita quando da passagem dos 20 anos sobre a vitória da primeira
maratona feminina, realizada em 1982 no âmbito do Campeonato da Europa de
Atletismo, em Atenas (campeã da Europa da Maratona). Havia políticos de vários governos, gente da música, das artes, da poesia e amigos
Hoje é a verdadeira
embaixadora do desporto português, disponível para estar em qualquer lugar e
acção, sem pagamento de portagens ou dinheiro para o combustível.
E tanto a atleta
como o médico José Pedrosa já não estão no activo... Mas sabe-se que vivem dos investimentos
feitos no tempo em que ganharam muito bons prémios.
A invejável condição física de Rosa é adquirida
no treino de bicicleta e na natação em piscina de água aquecida, na sua
residência
Chamam-lhe a campeã da
solidariedade porque usa a sua influência em contactos de ajuda (raramente
recusada) para atletas doentes ou acidentados.
Rosa Mota é, então, a campeã das maratonas, a alegria, o sentimentalismo, a solidariedade, embaixatriz do desporto e bem lusa.
Mas
que “velha” esta, hein?
As seis medalhas de Rosa Mota
Ouro no Europeu de Atenas’1982
Foi a primeira maratona feminina de grandes competições e
a estreia de Rosa Mota
Com 37 segundos de vantagem sobre a quarta, a norueguesa
Ingrid Kristiansen, recordista europeia
Ouro no Europeu de Estugarda’1986
Aos 15 km já estava isolada e terminou com mais de quatro
minutos de vantagem sobre Laura Fogli, segunda em Atenas’82.
Nunca um campeão mundial ou olímpico tinha terminado com tanta vantagem:
7m e 21s! Enquanto esperou pela segunda, deu a volta de honra com a bandeira, tirou
as fotos e teve os beijinhos habituais
Ouro nos Jogos Olímpicos de Seoul’ 1988
Foi a vitória mais difícil mas também a mais saborosa da
carreira, com a australiana Lisa Martin e a alemã Katrin Dörre coladas
Foi a medalha mais sofrida. À meia-maratona estava com 1m e 42s de vantagem. Mas a soviética
Valentina Yegorova, dois anos depois campeã olímpica em Barcelona, recuperou e colou-se. Rosa teve que reagir para manter a
ligeira vantagem de cinco segundos até à meta.
Rosa Mota participou em 21 maratonas entre 1982 e 1992,
numa média de duas maratonas por ano e ganhou 14.
No
inicio da carreira vivia-se um ambiente de tal maneira sadio no atletismo que
Rosa Mota disse: "se pudesse, dividia a medalha por todos os
atletas". Teve também a sorte de encontrar José Pedrosa, o companheiro
que conjugou todos os esforços para o seu sucesso
Imagens e pesquisa Google
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