ÉPOCA CONTEMPORÂNEA (Séc. XIX - o virar do séc., a moda
nos anos 20, as décadas de 30/40, década de 50, décadas de 60/70 - hippies -,
décadas de 80/90, início do séc. XXI)
Revolução francesa 1789
SÉCULO XIX
O Virar do século
O séc. tem
o seu início a partir da Revolução Francesa (1789), com queda do império romano
e o poder de Bonaparte. Corresponde ainda ao período em que vivemos.
A sociedade
acreditava que a ciência poderia resolver todos os problemas humanos e que a
civilização evoluía com novas descobertas. Foi marcada pelo pensamento filosófico iluminista que dava importância à
razão. E consolidou a implantação do sistema capitalista, levando as grandes
potências europeias a disputar o poder.
Tem sido
marcado por vários acontecimentos importantes: Guerras Napoleónicas, 1ª Guerra
Mundial, Revolução Russa, Crise de 1929, Nazismo, Fascismo, 2ª Guerra Mundial,
Guerra Fria, Descolonização e ataques terroristas que mataram muitos milhares
de pessoas
A
partir do séc. XVIII, com a Revolução industrial, o mercantilismo deu lugar ao capitalismo industrial e a Moda deixou de ser
artística/artesanal para se inserir também no Mercado. Grande parte do mundo abrangendo todas as classes sociais, passa
a vestir-se pelo estilo de moda europeu.
Perucas,
saias exageradamente arredondadas, babados e rococó, fizeram parte da
transição.
Antes do vestuário industrializado, feito à mão
A
França manteve a tradição da Pátria da moda, embora a Inglaterra também
desempenhasse um papel de relevo, sobretudo no vestuário masculino.A
Revolução Industrial e o triunfo da burguesia influenciaram a moda no séc. XIX.
1800
A
moda passou por quatro grandes estilos:
- “Império”, desde os começos do séc. até por volta de 1815
A palavra de ordem
era o conforto, com roupas práticas e confortáveis para ambos os sexos. O traje
feminino tinha sempre saias compridas de cintura alta, logo abaixo dos seios e
mangas curtas levemente tufadas, inspirado nas túnicas greco-romanas. O vestido tipo "Chemise" contrastando com o estilo "Rococó", tornou-se a forma dominante.
- “Romântico”, de 1815 até cerca de 1850
Os vestidos chegavam aos tornozelos,
bem ornamentados, escondiam a silhueta do corpo e de decotes mais altos. Subitamente o estilo Idade Média tornou-se moda. Para Wilson (1989), pode ter tido influência a representação triunfal da peça "Henrique III e sa Cour" (1829).
1820
(Vitoriano
- 1830 a 1901) - Foi o período de reinado da Rainha Victória, no Reino Unido. A prosperidade influenciou a moda. A silhueta das mulheres, ao contrário do estilo romântico, devia apresentar uma imitação da estrutura corporal da Rainha Victória. Teve 2 momentos com características diferentes, conforme figuras:
1ª fase (1837 a 1860) e 2ª (1860 a 1901)
- “2º Império”, de 1850 a 1870
A saia foi alargando a roda por meio de armações
de crinolina (crina de cavalo); os decotes e os ombros eram grandes e
parte dos braços ficava a descoberto.
-
“Belle Époque”, de 1870 até à 1ª
Guerra Mundial - 1914, (contemporânea da Eduardiana - 1900 a 1910). Mas uma acontecia na França e outra na Inglaterra.
Na Belle Époque as cinturas continuavam finas e os quadris volumosos com ancas e anáguas. O Rei Eduard gostava de mulheres maduras e com busto pesado - busto para a frente e quadris para trás.
Os vestidos cobriam quase completamente todo o corpo feminino,
o espartilho era bem apertado e a cabeça enfeitada com chapéus cheios de
flores; como não podiam mostrar os tornozelos, usavam botas. A crinolina caiu
em desuso e foi substituído pela tournure
que levantava a saia atrás.
Os
cabelos foram sempre compridos mas com arranjos muito sofisticados. A partir de
1890, as saias simplificaram-se e apareceram as mangas em balão.
O
traje masculino não sofreu grades variações. Havia 3 peças principais - casaca,
colete e calças. A casaca acabou por passar a traje de cerimónia, sendo
substituída por uma sobrecasaca semelhante à atual. O vinco nas calças só
surgiu no fim do séc. O smoking passou
a fazer concorrência com a casaca. O chapéu foi sempre usado desde o chapéu
alto, ao de coco, mole e de palhinha. Cabelo cortado, barba, suíças e bigode
tiveram as suas fases.
Muitos artesãos faliram com a produção de roupas, tecidos e caçado em larga escala. Com os avanços técnicos nas máquinas e teares,a produção têxtil ganhava novos contornos.
Na
mudança de séc. a época romântica utilizava tecidos estampados com flores que
associavam a estética à manufatura pobre e à dissimulação de manchas de
sujidade. Mantinham-se também os motivos medievais e naturalistas.
Apareceram os xales de todos os tamanhos e tecidos (com relevo para a cambraia e a
cashmere), de acordo com as estações e
para todas as classes sociais. A inovação do tear automático contribuiu em
muito para o fácil acesso a esta peça de vestuário ornato/agasalho.
A lã de
alpaca, tornada popular na década de 1840 sobretudo para forrar casacos, passou
também a estar relacionada com os zelosos burocratas de escritório “mangas-de-alpaca”. Vem do tempo em que
todos os documentos tinham que ser assinados manualmente com caneta de tinta
permanente pelos administrativos e que não podiam arregaçar as mangas do casaco
nem trabalhar em mangas de camisa.
ANOS 20 - Os Loucos Anos 20
O pós-guerra leva ao consumismo em festas de
charleston, de jazz, de champanhe - a vontade de viver marcava o ritmo.
Foi a era das inovações tecnológicas, da
eletricidade, da modernização das fábricas, da rádio e do início do cinema falado.
Depois de 81 anos de luta, as mulheres dos E.U. conseguem ter direito de voto.
Em Berlim, aparece a 1ª
exposição de arte Dadaísta - a arte que nega a arte.
As carruagens dão lugar a carros possantes que
andam a 50 Km/h! É a década da libertação feminina, do jazz, da
influência de Hollywood, do estilo de vida americano.
A
década de 20 foi de Coco Chanel com cortes direitos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos,
boinas e cabelos curtos. Antes da Guerra criava chapéus exóticos mas em 1915 desenhou 3 modelos de tailleur e durante anos foi lançando a moda com enorme sucesso.
Outro nome importante foi Jean Patou, estilista
francês que se destacou na linha sportswear, criando coleções
inteiras de ténis para estrelas que os usavam em todas as ocasiões. E com
a sua moda dos fatos de banho, não só contribuiu para um novo look de praia
como, consequentemente, para o estilo das costas nuas.
Os primeiros ténis de marca Ted’s apareceram em
1917, quando a borracha foi trazida para a moda.
Montparnasse tornou-se o bairro da moda em Paris misturando componentes masculinos e femininos. Popularizou-se
o gosto pelos tecidos reluzentes e sintéticos.
O espartilho foi abolido em 1910 pelas autoridades de saúde, tendo sido substituído pelas cintas elásticas
Depois de quase um séc. de espartilhos, as
mulheres começam a afirmar os seus direitos recém-adquiridos de se “vestirem
como homens”, magras, de pernas longas com meias transparentes para parecerem
nuas, seios pequenos, sem curvas. Algumas saias, de tão curtas, mostravam as
ligas rendadas escandalizando os conservadores. Os vestidos eram leves e
elegantes para dançar o Charleston e os chapéus, usados agora só durante
o dia, tinham no cloche o modelo mais popular enterrado até
aos olhos, em cabelos cortados cortados “à garçonne”. Cobrir a
testa era obrigatório, quer fosse com chapéus, franja ou lenços.
Nas boutiques apareceram os primeiros produtos
em série assinados pelas grandes maisons. E surgiram também os primeiros soutiens
Os sapatos, tornados um acessório importante para a moda, eram fabricados em série e havia uma enorme variedade de meias de seda de todas as cores.
Deve ter sido fascinante este pequeno período da história!
Desenhos e fotos captados no Google