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terça-feira, 26 de junho de 2012

ARTE MODERNA

Blog, "moda" e contextualização:

O tema MODA que tenho vindo a abordar acabou por tomar um rumo completamente diferente do que inicialmente me tinha proposto fazer. Pergunto-me até, qual terá sido o motivo que me deixou arrastar para um “mundo” em que mal sei “flutuar “ quanto mais ousar “nadar”. 


Talvez o gosto pela aventura, talvez a curiosidade ou fascínio pelo reflexo da evolução do comportamento sociocultural de uma sociedade em determinado momento, ao longo dos séculos.
A moda integra o “simples uso do vestir no dia-a-dia num maior contexto social, político e sociológico”
Encontrada a possível explicação que achei dever dar aos eruditos e estudiosos do fenómeno, actualmente quase globalizado, vou dar continuidade ao traje através das décadas.


Hoje, porem, a moda só terá um colorido (feito de muitas cores) - o da pintura da ARTE MODERNA

A Arte Moderna nasce por rutura com a arte clássica e romântica, procurando uma lógica de representação e de uma funcionalidade puramente social. É o marco de uma revolução artística - REALIDADE E CONSCIÊNCIA.

A experimentação passou a ser um método de trabalho tanto para as tendências “racionalistas” como para as “irracionalistas”. Entre os movimentos, múltiplos e específicos, destacam-se alguns e respectivos pintores principais:
Fauvismo ( Matisse, Maurice de Vlaminck); Expressionismo (Vincent van Gogh, Gauguin , Toulouse-Lautrec); Cubismo (Picasso, Braque); Construtivismo (Rodchenco); Surrealismo (Dali, Miró, Hans Arp); Dadaísmo (Duchamp); Suprematismo (Kazimir Malevich); Neoplasticismo (Mondrian); Futurismo (Boccioni; Russolo, Balla); Abstracionismo (Wassily Kandinsky).




MATISSE 1908
MAURICE DE VLAMINCK 1906
VINCENT VAN GOGH
GAUGUIN
TOULOUSE LAUTREC
PICASSO 1912
GEORGES BRAQUE
RODCHENCO 1933
MIRÓ
HANS ARP
SALVADOR DALI 1931?
DUCHAMP 1912
KAZIMIR MALEVICH 1913
MONDRIAN 1920
UMBERTO BOCCIONI 1910
GIACOMO BALLA 1909
WASSILY KANDINSKY

Quadros obtidos em GOOGLE

domingo, 24 de junho de 2012

USANÇAS DO TEMPO - III


DÉCADAS DE 30/40




Porque também penso que ”simplicidade não é sinónimo de deselegância”, acho que a minha Avó Josefa contribui para padronizar as minhas bagatelas sobre “Traje“ na década de que foi contemporânea.


DÉCADA DE 30


A queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque provocou uma crise económica mundial sem precedentes. Milionários ficaram pobres de um dia para o outro, muitos bancos e empresas faliram e milhões de pessoas perderam o emprego.
Nos anos 30, após a euforia dos “anos loucos”, a crise de 1929 acabou com a ousadia no modo de vestir mas redescobriu as formas do corpo da mulher através de uma elegância mais contida e natural de vestidos justos e simples. A linha clássica passou a ser valorizada e a alta-costura perdeu grande parte dos seus clientes.




As saias ficaram longas e os cabelos começaram a crescer. Os materiais mais baratos como o algodão e a cachemira passaram a ser usados em vestidos de noite. Sobre os ombros podia colocar-se uma pequena capa ou um bolero.
A moda dos anos 30 descobriu o desporto, a vida ao ar livre e a praia. Seguindo as exigências das actividades desportivas, os saiotes de praia reduziram, as cavas aumentaram e os decotes chegaram até à cintura.






Roupas brilhantes e luminosas, casacos de pele e joias criavam ” La femme fatale” e os ”galãs “masculinos, embora a maioria dos cidadãos vivesse de uma forma bem mais simples.


Foram criadas roupas para diversas ocasiões com cores  fortes como o "rosa choque". O sapato de cunha para as mulheres e as sandálias tornaram-se populares, assim como as meias de nylon.
Nas boutiques surgiram os primeiros produtos em série (“já pronto” ) assinados pelas grandes casas da moda, sendo uma forma de produzir roupas de qualidade em grande escala.


Com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, em 1939, as roupas começaram a apresentar uma linha militar e as saias, de tecidos pesados e resistentes, uma abertura lateral para facilitar a deslocação em bicicleta



Marlene Dietrich, Greta Garbo, Joan Crawford, Katherine Hepburn e Lauren Bacall optaram durante um tempo por um look masculino que, aliás, lhes aumentava o charme. Marlene Dietrich, depois de aparecer num filme em Marrocos de casaca e cartola, passou a andar pelas ruas de Hollywood de fato completo cinza, gravata e boina. Marlene foi ao Teatro Baltimore de smoking e chapéu de feltro com aba de molde
Head dizia que “A moda é uma linguagem. Alguns sabem aprendê-la, outros jamais conseguirão saber usá-la”



Os homens passaram a adotar estilos bem diferentes pondo as habituais botas de parte. O Surrealismo inspirou os criadores de moda. Humphrey Bogart lançou a moda da gabardina, celebrizada nos seus filmes policiais.

















Os estilo art-déco e a aerodinâmica norte-americana dominaram a década de 30.





DÉCADA DE 40


 












A década começou com a II Guerra Mundial (1939 a 1945). As mulheres tinham que trabalhar em fábricas para assegurar a produção do seu país, uma vez que maridos e filhos integravam o exército



Trabalhadoras durante a hora de almoço numa fábrica de comboios de Chicago

O cinema incutiu ideologias nas pessoas... As atrizes, ao fazerem os espectáculos, maravilhavam com a  sua figura de " pin-ups".
Foi na década de 40 que o termo Pin-Up passou a ser usado pela primeira vez embora se saiba que há ilustrações desde 1840.
Betty Grable foi uma das mais populares durante a II Guerra Mundial porque o seu poster em fato de banho era omnipresente em todos os armários dos soldados norte-americanos





É uma época marcada por muitas restrições, poucos recursos e uma raridade de matérias-primas 
Agora a moda era de modelos sóbrios, retos, masculinos, sem exageros e o uso do chapéu quase obrigatório; as saias mais curtas, com pregas finas ou franzidas; as calças compridas tornaram-se práticas assim como os vestidos de duas peças.


















O estilo militar que já vinha dos finais dos anos 30 continuava a impor-se de ombreiras largas “tonando” as cinturas mais finas.
  






Reciclava-se e improvisava-se porque  a maioria das fábricas produtoras de bens de consumo passaram a servir também o exército. Os saltos altos não podiam ultrapassar um determinado tamanho e as cores foram reduzidas a seis tons. O visual tinha que ser sóbrio, quase de roupa ”surrada”. O xadrez era o desenho mais comum em tecidos. A altura das saias ficava logo abaixo dos joelhos, embora o requerido fosse pelo menos 10 cm. Os conjuntos tonaram-se bastante populares porque as peças podiam ser combinadas entre elas.
Procurava-se alternativa na utilização de novos materiais, como a pele de animais e a madeira no fabrico de calçado.

As diferenças sociais diminuíram.











Dior - "New Look"




Com o fim da guerra iniciou-se o estilo que haveria de ser definido na década seguinte. Foi Christian Dior que em 1947 criou o " New Look" com saias rodadas e compridas, cintura fina, ombros e seios naturais, luvas e sapatos altos - um New look jovem e alegre; no ano anterior, em 1946, Louis Réard, engenheiro de automóveis, também já tinha revelado a criação de um fato de banho de duas peças - o biquíni.





Fotos e desenhos captados da Net/Google

quinta-feira, 21 de junho de 2012

USANÇAS DO TEMPO - II



ÉPOCA CONTEMPORÂNEA (Séc. XIX - o virar do séc., a moda nos anos 20, as décadas de 30/40, década de 50, décadas de 60/70 - hippies -, décadas de 80/90, início do séc. XXI)


Revolução francesa 1789
SÉCULO XIX 

O Virar do século

O séc. tem o seu início a partir da Revolução Francesa (1789), com queda do império romano e o poder de Bonaparte. Corresponde ainda ao período em que vivemos.
A sociedade acreditava que a ciência poderia resolver todos os problemas humanos e que a civilização evoluía com novas descobertas. Foi marcada pelo pensamento filosófico iluminista que dava importância à razão. E consolidou a implantação do sistema capitalista, levando as grandes potências europeias a disputar o poder.
Tem sido marcado por vários acontecimentos importantes: Guerras Napoleónicas, 1ª Guerra Mundial, Revolução Russa, Crise de 1929, Nazismo, Fascismo, 2ª Guerra Mundial, Guerra Fria, Descolonização e ataques terroristas que mataram muitos milhares de pessoas
A partir do séc. XVIII, com a Revolução industrial, o mercantilismo deu lugar ao capitalismo industrial e a Moda deixou de ser artística/artesanal para se inserir também no Mercado. Grande parte do mundo abrangendo todas as classes sociais, passa a vestir-se pelo estilo de moda europeu.

Perucas, saias exageradamente arredondadas, babados e rococó, fizeram parte da transição.
Antes do vestuário industrializado, feito à mão

A França manteve a tradição da Pátria da moda, embora a Inglaterra também desempenhasse um papel de relevo, sobretudo no vestuário masculino.A Revolução Industrial e o triunfo da burguesia influenciaram a moda no séc. XIX.

1800

A moda passou por quatro grandes estilos:
Império, desde os começos do séc. até por volta de 1815 
 A palavra de ordem era o conforto, com roupas práticas e confortáveis para ambos os sexos. O traje feminino tinha sempre saias compridas de cintura alta, logo abaixo dos seios e mangas curtas levemente tufadas, inspirado nas túnicas greco-romanas. O vestido tipo "Chemise" contrastando com o estilo "Rococó", tornou-se a forma dominante.



- “Romântico”, de 1815 até cerca de 1850 
 Os vestidos chegavam aos tornozelos, bem ornamentados, escondiam a silhueta do corpo e de decotes mais altos. Subitamente o estilo Idade Média tornou-se moda. Para Wilson (1989), pode ter tido influência a representação triunfal da peça "Henrique III e sa Cour" (1829).

1820
(Vitoriano - 1830 a 1901) - Foi o período de reinado da Rainha Victória,  no Reino Unido. A prosperidade influenciou a moda. A silhueta das mulheres, ao contrário do estilo romântico, devia apresentar uma imitação da estrutura corporal da Rainha Victória. Teve 2 momentos com características diferentes, conforme figuras:


1ª fase (1837 a 1860) e 2ª (1860 a 1901)

-  “2º Império”, de 1850 a 1870
A saia foi alargando a roda por meio de armações de crinolina (crina de cavalo); os decotes e os ombros eram grandes e parte dos braços ficava a descoberto.



- “Belle Époque”, de 1870 até à 1ª Guerra Mundial - 1914, (contemporânea da Eduardiana - 1900 a 1910). Mas uma acontecia na França e outra na Inglaterra.
Na Belle Époque as cinturas continuavam finas e os quadris volumosos com ancas e anáguas. O Rei Eduard gostava de mulheres maduras e com busto pesado - busto para a frente e quadris para trás.





Os vestidos cobriam quase completamente todo o corpo feminino, o espartilho era bem apertado e a cabeça enfeitada com chapéus cheios de flores; como não podiam mostrar os tornozelos, usavam botas. A crinolina caiu em desuso e foi substituído pela tournure que levantava a saia atrás.
Os cabelos foram sempre compridos mas com arranjos muito sofisticados. A partir de 1890, as saias simplificaram-se e apareceram as mangas em balão.

O traje masculino não sofreu grades variações. Havia 3 peças principais - casaca, colete e calças. A casaca acabou por passar a traje de cerimónia, sendo substituída por uma sobrecasaca semelhante à atual. O vinco nas calças só surgiu no fim do séc. O smoking passou a fazer concorrência com a casaca. O chapéu foi sempre usado desde o chapéu alto, ao de coco, mole e de palhinha. Cabelo cortado, barba, suíças e bigode tiveram as suas fases.


Muitos artesãos faliram com a produção de roupas, tecidos e caçado em larga escala. Com os avanços técnicos nas máquinas e teares,a produção têxtil ganhava novos contornos.
Na mudança de séc. a época romântica utilizava tecidos estampados com flores que associavam a estética à manufatura pobre e à dissimulação de manchas de sujidade. Mantinham-se também os motivos medievais e naturalistas.
Apareceram os xales de todos os tamanhos e tecidos (com relevo para a cambraia e a cashmere), de acordo com as estações e para todas as classes sociais. A inovação do tear automático contribuiu em muito para o fácil acesso a esta peça de vestuário ornato/agasalho.
A lã de alpaca, tornada popular na década de 1840 sobretudo para forrar casacos, passou também a estar relacionada com os zelosos burocratas de escritório “mangas-de-alpaca”. Vem do tempo em que todos os documentos tinham que ser assinados manualmente com caneta de tinta permanente pelos administrativos e que não podiam arregaçar as mangas do casaco nem trabalhar em mangas de camisa.




As carruagens dão lugar a carros possantes que andam a 50 Km/h! É a década da libertação feminina, do jazz, da influência de Hollywood, do estilo de vida americano.
A década de 20 foi de Coco Chanel com cortes direitos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Antes da Guerra criava chapéus exóticos mas em 1915 desenhou 3 modelos de tailleur e durante anos foi lançando a moda com enorme sucesso.
Outro nome importante foi Jean Patou, estilista francês que se destacou na linha sportswear, criando coleções inteiras de ténis para estrelas que os usavam em todas as ocasiões. E com a sua moda dos fatos de banho, não só contribuiu para um novo look de praia como, consequentemente, para o estilo das costas nuas.
Os primeiros ténis de marca Ted’s apareceram em 1917, quando a borracha foi trazida para a moda.




Depois de quase um séc. de espartilhos, as mulheres começam a afirmar os seus direitos recém-adquiridos de se “vestirem como homens”, magras, de pernas longas com meias transparentes para parecerem nuas, seios pequenos, sem curvas. Algumas saias, de tão curtas, mostravam as ligas rendadas escandalizando os conservadores. Os vestidos eram leves e elegantes para dançar o Charleston e os chapéus, usados agora só durante o dia, tinham no cloche o modelo mais popular enterrado até aos olhos, em cabelos cortados cortados “à garçonne”. Cobrir a testa era obrigatório, quer fosse com chapéus, franja ou lenços.                                         Nas boutiques apareceram os primeiros produtos em série assinados pelas grandes maisons. E surgiram também os primeiros soutiens
Os sapatos, tornados um acessório importante para a moda, eram fabricados em série e havia uma enorme variedade de meias de seda de todas as cores.

Deve ter sido fascinante este pequeno período da história!

Desenhos e fotos captados no Google