Testemunho para a posteridade
Portugal, um dos países mais velhos do mundo, é também o 6º país mais envelhecido.
São claros alguns porquês:
Baixa de natalidade
Num
relatório divulgado há dias pelas Nações Unidas, calcula-se que nos próximos
quatro anos Portugal irá ter a segunda mais baixa fecundidade mundial, com
apenas 1,3 filhos por mulher. Um terço do Pais sem crianças! Em 3 anos - 2007,
2009 e 2010 - foram menos os que nasceram do que os que morreram.
Ribeiro e
Castro, presidente da Associação das Famílias Numerosas, acredita que o
“desastre” da baixa de natalidade se deve essencialmente às “políticas
governamentais”, enquanto Maria Filomena Mendes, presidente da Associação
Portuguesa de Demografia, diz que “múltiplas variáveis influenciam de maneira
diferente os diferentes casais”.
A
maioria das mulheres tem optado por adiar a maternidade dando prioridade à
carreira.
Em Portugal não há uma política da família.
Em Portugal não há uma política da família.
Porém,
ocupa o 11º lugar na mortalidade até aos cinco anos de vida.
«Não
afirmemos de ânimo leve que o nosso declínio de natalidade "se
resolve", ou que "se resolve com imigração", ou que "depois
já vemos como nos safar". Um forte decréscimo na população autóctone de um
país é sempre um problema sério, de consequências vastas e prolongadas no
tempo.» Pedro Gonçalves Rodrigues, em Cachimbo de Magritte
Presentemente, o número de idosos já ultrapassa o de crianças: Até 2060, se não forem tomadas medidas de profundo impacto, de acordo com estatísticas oficiais, vamos continuar a envelhecer até à provável meta de 271 idosos para 100 jovens, devido ao aumento da Esperança Média de Vida.
Presentemente, o número de idosos já ultrapassa o de crianças: Até 2060, se não forem tomadas medidas de profundo impacto, de acordo com estatísticas oficiais, vamos continuar a envelhecer até à provável meta de 271 idosos para 100 jovens, devido ao aumento da Esperança Média de Vida.
Emigração de jovens e outros desempregados (há cerca de 1.200.000 portugueses no desemprego):
Os
melhores são os que saem, na opinião dos países que os acolhem e do país que os
exporta, ou seja, o melhor da nossa História, é uma História de exclusão que se
vem repetindo sempre que nos temos feito ao mundo desde a era dos
descobrimentos ao êxodo dos anos 60, à época atual.
Só (já!)
na Austrália o chefe de Estado, durante a visita àquele Pais, estimou a
existência de 50.000 portugueses.
Pelo
menos 100.000 deixaram o país em 2011, sendo a maioria jovens qualificados com
menos de 35 anos. Segundo a empresa gfk, cerca de 170.000, um em cada 10
portugueses, tenciona emigrar ainda este ano - 42% tem formação superior - para
Angola, França, Suíça e Brasil, primordialmente.
Além do
desemprego, a elevada percentagem da juventude em trabalho precário ou com
baixos salários, também é um fator que estimula a saída.
Enquanto
portugueses saem para procurar trabalho ou uma vida melhor, são estrangeiros escandinavos
com os olhos postos no que o Pais tem de bom - as praias, o calor e sobretudo
a fiscalidade - que vêm para cá viver ou passar parte do ano, deixando de ir
tanto para os tradicionais destinos de França, Tailândia e Espanha.
O
Afton Bladet cita um perito em
fiscalidade para dizer “que o interesse dos reformados suecos por Portugal
aumentou quase 200% em dois anos e quase 50% só no ano passado”. Adianta ainda
que um dos grupos demográficos interessados é o das pessoas com cerca de 40
anos e com capacidade financeira.
O
regime fiscal especial foi criado em 2009 para não residentes habituais a fim de captar
profissionais qualificados e pessoas (nomeadamente reformados) com elevado
património líquido.
Noticia no Afton Bladet
«O destino do país está na mão de aposentados.
O
presidente Cavaco Silva, a primeira figura do Estado, é reformado. A segunda
personalidade na hierarquia protocolar, Assunção Esteves, é igualmente
pensionista. Também nos governos nacional e regionais há ministros que recebem
pensão de reforma como Miguel Relvas ou até Alberto João Jardim. No Parlamento,
há dezenas de deputados nesta situação. Mas também muitas câmaras são
presididas por reformados do Minho ao Algarve.»
Por: Paulo Morais, Professor
Por: Paulo Morais, Professor
A
renovação é vista como a maior ameaça! Os princípios políticos ou sociais
tendentes a melhorar ou regenerar o obsoleto,
jamais existirão porque eles só veem as sombras do mundo real refletidas nas
paredes da caverna dourada em que estão fortificados.
"Os
agentes movem-se no complicado terreno do poder de modo a tentar afirmar as
suas verdades frente às verdades socialmente estabelecidas". Porque só nelas
acreditam.