"Há um combóio descarrilado" (personagem alegórica)...
Há um
comboio descarrilado, enferrujado, abandonado numa estação.
As carruagens
engatadas, acidentadas, afetadas, rangem e ameaçam deslocação.
A
locomotiva (a vapor) impotente desconhece a causa do acidente e balança na
linha do horizonte esperando avaliação.
Subsiste
o único passageiro que há um ano inteiro, reclama um bombeiro pra identificação.
Impedindo
o tráfego, com aquele náfego sem um semáforo, ninguém aparece e não é ficção!
Óleo de Edgar Degas
O
comboio descarrilado é uma coluna vertebral com doze dorsais, sete cervicais,
cinco lombares, um cóccix e um sacro, bem real.
Faz parte
do cenário um corsário, não imaginário, sem sombras de simulacro, um mercenário pouco habitual, dum Hospital.
O
passageiro, de vértebras no esteio movendo, o Atlas no crânio rangendo, já como
ateu a crença perdendo, aguarda quinta intervenção numa outra estação local.
Há
viagens, bilhetes pagos, roteiros desconhecidos, acontecimentos imprevistos, inocentes,
culpados irresponsáveis, hipócritas e Hipócrates, poesia imolada nos trilhos da interpretação (símbolos figurativos que fazem parte dos actos de várias cenas dum enredo)
Há uma
vítima que sente e causa incómodo não “até que a voz lhe doa”, mas até conservar a
faculdade de pensar (personagem real que transforma a alegoria numa história verídica).
Imagens Google
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