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sábado, 14 de setembro de 2013

MORFEMA "DES"


Globalização

O morfema “des é, quanto a mim, o afixo anteposto à base das palavras que melhor se encaixa no dicionário do mundo globalizado onde os países são dependentes uns dos outros e os governos nacionais não conseguem resolver individualmente os seus principais problemas económicos, sociais ou ambientais.


A influência económica está nas mãos dos países que representam as sete maiores economias do mundo e que lideram o mercado internacional através das suas grandes empresas transaccionais.

O Estado português tem hoje uma população submetida a um poder central escravo da UE, um espaço geográfico (território) sujeito ao que outros mais poderosos acham que deve ser feito e uma soberania inexistente, sem poder (nem querer) para produzir, executar e julgar as normas emanadas por ele mesmo sobre quem esteja sob seu território.


RELATÓRIO DA ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL Oxfam, alerta a Europa para os perigos do caminho da austeridade e cita PORTUGAL como exemplo de um país onde os cortes estão a travar o crescimento e a trazer mais pobreza.


Comparação das médias de rendimento dos 20% mais ricos com os 20% mais pobres (Wilkinson & Pickett, The Spirit Level

Sobre Portugal é ainda dito que entre 2010 e 2011 a desigualdade nos rendimentos tem beneficiado as “elites económicas”, dando-se como exemplo o crescimento do mercado de "bens de luxo" e que, "após as crises financeiras em geral os mais ricos vêem os seus rendimentos crescer 10% enquanto os mais pobres os perdem na mesma proporção".

Que “os nossos líderes estão a ignorar as consequências das medidas de austeridade”, voltando a citar casos em que houve cortes ou privatizações na saúde e na educação e em que a consequência foi um fosso entre pobres e ricos”.
O capitalismo através da competitividade domina a acção do homem, duma maneira geral (utilizada pelos politicos portugueses até à exaustão!)  desvaloriza a solidariedade e a comunidade


A SITUAÇÃO POLÍTICA ESTÁ EM CONSTANTE DESCRÉDITO e o
DESCONTENTAMENTO em "estado de sitio".


Desviar, descapitalizar, desfalcar, descaracterizar, destituir, descascar, desfazer, desapossar, despojar, desproteger, desabrigar, despir, é o que os nossos (des) governantes se divertem a fazer com sadismo, desfaçatez, descaramento e desaforo.

Desconfiança, desarmonia, desapontamento, descrença, desmotivação, desalento, desemprego, despedimentos, desproporção, desunião, desânimo, desolação, despeito, desilusão, são conjuntos de circunstâncias com que desafiam o desequilíbrio do nosso modo de vida

Desconsideração, desrespeito, destruição, desdém, despotismo, desigualdade, desumanidade, despudor, descriminação, são alguns dos mimos desagradáveis com que somos desferidos.



PARLAMENTO 



«Deputado Castelo Branco quer ir para o Parlamento.

O ‘rei’ dos reality show José Castelo Branco encontrou-se com o presidente da Câmara de Tondela, a quem confessou o seu desejo de ser deputado na Assembleia da República para dar "rigor" à política, segundo um vídeo do Jornal de Notícias»
-  "Eu digo-lhe uma coisa. Eu acho que é preciso uma pessoa como eu para pôr aquela assembleia a rigor”, afirmou o marchand de arte a Carlos Marta.
“Aquilo é uma vergonha. Eles é: venha a nós o vosso reino, venha a nós o vosso reino, venha a nós o vosso reino”.

Após o encontro, já nas despedidas, foi o próprio autarca que tomou a iniciativa de dizer adeus ao marchand com dois beijinhos e com uma sugestão para o jantar.”



ELEIÇÕES 



Manuel Monteiro, fundador do Partido Nova Democracia:
“Pela primeira vez na minha vida, desde os 18 anos, não vou votar”. E porquê? “Deixei de acreditar nas revoluções de sangue. Lutei para que as pessoas votassem e não se abstivessem, mas comecei a acreditar que a mudança do sistema só é viável, ou por uma profunda vaga de abstenção ou por uma revolução pacífica

João carvalho, jornalista:
“De todas as atitudes eleitorais, a que me parece mais benéfica para o povo é a abstenção, já que tal como o branco e nulo, não produz qualquer impacto, mas pelo menos poupamos o dinheiro das subvenções, poupamos gasolina e tempo, ficando em casa, e não pactuamos com o regime instalado, de votos ditatoriais.

Liev Tolstoi:
«Para se livrar dos governos não é necessário lutar contra eles pelas formas exteriores, é preciso unicamente não participar em nada, basta não sustentá-los e então cairão aniquilados.»


PCP e PSD
BE

Um jornalista do CM passou uma tarde no bar da ARrodeado das deputadas Rita Rato (PCP), Francisca Almeida (PSD), Ana Drago Marisa Matias (BE).
O jornalista gastou 13,30 € num pequeno-almoço, almoço de marisco com entradas de queijo da serra, presunto e caviar, vinho do Palácio da Bacalhoa, e, pelo meio, alternadamente, whisky, vodka e gim, rematando com champanhe Krug.
Segundo um outro colega, "obviamente, saiu com uma piela de caixão à cova, mas que foi barato, lá isso foi…"

Tal e qual... Todos os poleiros, da esquerda à direita, desancando nos desvalidos.

DES+agrado =  ABSTENÇÃO
E, pela primeira vez, será também a marca do meu protesto.

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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

SETEMBRO COM COGUMELOS


O mês de Setembro é, para muitas pessoas, o recomeço das rotinas pós- férias. Há mudança das prateleiras nas lojas (com blazers, sempre meus favoritos). Recolhe-se lenha e pinhas para a lareira. Fazem-se as vindimas. Aparecem as primeiras castanhas. Aproximam-se os cheiros do Outono.
Setembro, ou seca as fontes ou leva as pontes”; “Chuvas verdadeiras em Setembro as primeiras


Mas Setembro é também mês de cogumelos, designação dada às frutificações de alguns fungos em grande variedade de formas, cores, texturas, odores e sabores, umas comestíveis e outras venenosas.

Os fungos, ao contrário das plantas que são capazes de produzir o seu próprio alimento através da fotossíntese, são desprovidos de clorofila e não executam qualquer processo químico para sintetizar matéria orgânica - precisam de o obter no meio onde vivem.
Vivem em simbiose com plantas vivas, cedendo minerais a umas e transformando em húmus a folhagem de outras que, por sua vez, serve de nutrição às duas partes.

Algumas destas espécies são colhidas no seu estado silvestre e durante a época de frutificação podem ser compradas frescas nos mercados.
Os corpos frutíferos têm estruturas suficientemente grandes para serem vistos a olho nu - pertencem aos macro fungos. Podem surgir tanto sob o solo como acima dele.

Ex. de cogumelos venenosos e lista dos cogumelos comestíveis

Segundo algumas opiniões, apenas 10% de todos os cogumelos serão comestíveis e parte dos muitos consumidos são cultivados e comercializados.

Em Portugal, os cogumelos comestíveis mais comuns, normalmente colhidos no estado silvestre, são:



Pinheiras ou sanchas - ("Lactarius deliciosus" ) - Aparecem no Outono em pinhais. Fritos ou guisados, são uma das espécies comestíveis mais apreciadas. Dão uma coloração alaranjada à urina mas sem qualquer perigo para a saúde.


Pantorras ( "Morchella esculenta") Vêm com a Primavera, entre Março e Abril, em solos húmidos e ricos em húmus. São apreciados com ovos mexidos.


Cèpe-de-Bordéus  ( "Boletus edulis")- Há muitas espécies de boletos mas estes são os mais saborosos (também os há tóxicos). Entre Setembro e Novembro, surgem em bosques e pinhais, sob o coberto dos soutos associados à sua folhagem em decomposição e nos terrenos de giestas. A Norte do distrito de Viseu, atingem com facilidade os 25 cm de altura mas associados aos castanheiros. O pé tem a forma de um taco, coberto de finas reticulações brancas.
Apreciados pelo seu sabor um pouco por todo o mundo, podem ser encontrados em vários pratos culinários. Salteados em azeite e alho são uma especialidade.


Cantarelos  ("Cantharellus cibarius")  - São comuns em bosques de coníferas, também conhecidos por “rapazinhos”, nalgumas regiões. Podem ser cozinhados de várias formas e há quem os aprecie como sobremesa.
Não deverão ser confundidos com o Omphalotus olearius, o Paxillus involutus ou o Hygrophoropsis aurantiaca


Frades ou roques ("Macrolepiota procera")  - Aparecem nos lugares mais diversos a partir dos fins do Verão até ao Outono, desde o Alentejo a Trás-os-Montes, quer junto de giestas e tojos quer no meio das vinhas e soutos.
O pé atinge com frequência os 40 cm; é o maior dos cogumelos comestíveis e, talvez pela sua abundância e fácil reconhecimento, faz com que muitas pessoas menos conhecedoras ou mais desconfiadas, recolham apenas esta única espécie. Assados só com sal, são deliciosos.



Canários, míscaros-amarelos ou cogumelo-dos-cavaleiros ("Tricholoma equestre") - Micorrizam com pinheiros, sobretudo em terrenos silicosos e podem ser colhidos durante o Outono e Inverno.
Esta espécie foi bastante apreciada e considerada como uma das mais saborosas, tendo sido vendida nos mercados de toda a Europa durante muitos anos. Mas a partir de certa altura através de estudos feitos em vários países verificou-se que tem uma toxina que se vai acumulando no organismo e comida em demasia pode provocar a paralisia dos músculos (também do coração) pelo que passaram a ser considerados tóxicos.
Dado que nunca se sabe qual vai ser a reacção de determinado organismo perante a ingestão, ainda que em pequenas quantidades, o mais seguro é não comer esta espécie.

Há, no entanto, pessoas que nunca deixaram de os comer desde criança…



Cogumelo-dos-césareslaranjinhas, absós (Amanita caesarea- Foi um dos cogumelos favoritos dos imperadores romanos e, na opinião de alguns, o melhor.


Geralmente, nesta época, após as primeiras chuvas (que ainda não vieram), os cogumelos silvestres começam a encontrar-se um pouco por todo o lado nos pinhais,  lameiros,  florestas e soutos.  A terra húmida, coberta por mantos de folhas que alimentam os solos, são os ingredientes essenciais para que os cogumelos das mais diversas variedades cresçam e se desenvolvam.

Também eles fizeram parte dos meus sempre deliciosos e desejados manjares de há muitos anos. 
Mas sei apenas que eram chamados "Miscaros" -"Miscaros à Beira Alta"

- Mãe, o António está a chegar com uma cesta cheia de míscaros!
(E a salivação começava a "mastigar" o pitéu que nos esperava..)
Antigamente, em tempos de crise económica, esta dádiva da natureza constituía um valioso suplemento alimentar para as populações. Chamava-se também “carne dos pobres”, devido ao seu aspecto e sabor.  
- São tantos e depois de cozinhados parecem tão poucos!…


A Mãe fazia-os quase sempre guisados, com arroz malandro ou fritos.
Penso que seria assim:

Ingredientes - Míscaros, azeite, cebola, alho, louro, malagueta, vinho branco, salsa/coentros, arroz, sal (nas quantidades adequadas)
Preparação - Lavar os míscaros de modo que a última água fique sem qualquer vestígio de areia ou terra. Escorrer e cortar ao meio

Arroz com eles - Fazer o refogado em azeite com a cebola picada e o alho. Juntar os cogumelos cortados e 1 folha de louro. Refrescar ainda com um pouco de vinho branco e deixar apurar apenas uns momentos com o recipiente tapado. Adicionar água (pouca porque os próprios cogumelos vão largar a água deles) e deixar cozer.
Depois de verificar se estão mais ou menos cozidos, juntar o arroz e deixar cozer. Servir com o arroz a "correr".

Para fritar - Deitar numa frigideira um fio de azeite, alhos esmagados a murro, tiras de presunto com bastante gordura, malagueta (opcional) e coentros, Esperar um pouco até ficar dourado. Juntar os míscaros partidos ao meio, temperar com sal e malagueta . Deixar estufar lentamente até ficarem escuros mas não secos
Acompanhar com batatas cozidas.

Tudo desaparecia num ápice! Ficava o sabor e o apetite para outros "regalos"... se o António os voltasse a apanhar (geralmente quando estava com mais fome). 
Vivia sozinho e não cozinhava.


Tinha experiência para saber distinguir os míscaros certos - não muito velhos nem muito pequenos, não mordidos, não arrancados do chão ou venenosos.

Sabia onde encontrá-los e como os apanhar.


Levava uma cesta de vime para os transportar arejados e bem acomodados, uma navalha bem afiada e um pau para remexer os montinhos de terra e a caruma.
Introduzia a navalha na terra de forma diagonal e empurrava o fungo para fora a fim de sair inteiro, tapando o buraco de seguida.

Trazia quase sempre míscaros completamente amarelos desde a parte superior do chapéu, parte inferior e caule porque, dizia ele, são os mais fáceis de identificar.


Como gostava de nos surpreender, ia apanhá-los sozinho.
E quando aparecia com a cesta, no habitualmente rosto inexpressivo rasgava-se um ténue sorriso perante a nossa saltitante reacção de contentamento.



Pedacinho da casa onde viveu



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sábado, 7 de setembro de 2013

ESCRAVATURA À VISTA


De acordo com a informação estatística disponibilizada pelo Governo aos sindicatos da função pública, serão abrangidos «cerca de 380.000 pensionistas do Estado que vão sofrer cortes entre os 7,87% e os 9,87% nas suas pensões, devido à proposta governamental de convergência entre os regimes da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações (CGA)».



O ministro-adjunto, Poiares Maduro, reconheceu que no actual contexto "é inevitável" reduzir pensões, considerando que a sustentabilidade da Segurança Social coloca desafios de curto prazo "particularmente graves e difíceis de resolver".

Apre!
Mas que matula de súcios!
Da esquerda à direita, todos têm uma diplopia muito específica - a duplicação mórbida da imagem dos pensionistas…

É como diz Luís Menezes Leitão:
"Ontem foram os salários, hoje são as pensões, amanhã serão provavelmente os depósitos bancários."
Tudo para que possam florescer os swaps, o BPN e as PPP.


Os que serviram o Estado durante décadas são assim sacrificados a benefício de privados que hoje vivem à conta do Estado.


Enquanto os pensionistas sofrem, transformados em cidadãos de segunda classe, os vendedores de swaps prosperam.
 Só se ouvem os seuspregões:
"Olha o swap fresquinho! Baunilha, complexo ou tóxico! Ó freguês fique-me lá com um





Apenas "almas" pequenas, indiferentes, insensíveis e promiscuas se conseguem empanzinar à custa da extorsão dos rendimentos de pessoas sem defesa e, muitas, já famintas.
"Eles comem tudo, eles... e não deixam nada" 



Falta-me inteligência para compreender este tipo infeccioso de comportamentos!




A Proposta de Lei 150/XII, por meio do Decreto nº 166/XII, foi aprovada e enviada para promulgação pelo Presidente da República para posterior publicação no Diário da República, da nova lei que regula a a obrigatoriedade de publicitação dos benefícios concedidos pela Administração Pública a todos os particulares.
Porém, no art.º 2, nº 4, alínea b) excepciona da publicitação "os subsídios, subvenções, bonificações, ajudas, incentivos ou donativos cuja decisão de atribuição se restrinja à mera verificação objectiva dos pressupostos legais", ou seja, ficam protegidas pelo sigilo as subvenções vitalícias dos titulares de cargos políticos desde o 25 de Abril de 1974 - todos os Presidentes da República, os membros do Governo, os deputados à Assembleia da República, os ministros da República para as regiões autónomas, os Juízes do Tribunal Constitucional e os Membros do Conselho de Estado.

- Todos os deputados que estiveram no parlamento durante mais de 12 anos ou membros do governo que exerceram cargos até ao final de 2005 continuam a receber o mesmo que agora...


- Os políticos dão-se a si próprios privilégios e prerrogativas que depois mantêm secretas, à margem da lei
Os nomes dos políticos que pedem ao Estado a atribuição da pensão mensal vitalícia passaram a ser secretos."

- A redução de 10% atinge pensões de invalidez e sobrevivência a partir dos 300 euros 


-Todos os deputados exigiram um assistente pessoal porque quase todos  acumulam o cargo com outros (empresários, advogados, etc.) … 


- Perdem dias e dias de reuniões/plenários para reclamarem a água mineral a que se julgam com direito




António Costa recusa expor as contas públicas ao escrutínio público. O que tem para esconder? 


- O Estado gasta mais 3,5 milhões nas subvenções vitalícias de 383 deputados (e já está legislado para duplicarem o valor aos 60 anos) do que nas reformas de 22.311 pensionistas, após décadas de trabalho
Há uma despesa anual crescente de 9, 1 milhões de euros que desfalca a CGA durante largos anos, porque a lógica do equilíbrio da Segurança Social assenta precisamente no contrário - descontar durante muito tempo para receber em menos anos.

- E a passagem por altos cargos do Estado, longe de ser uma desvantagem, é um trampolim para uma vida profissional opulenta.


Os Juízes e diplomatas jubilados também escapam aos cortes nas pensões.

- Os juízes que invocaram o princípio da "equidade" para bloquear os cortes são os mesmos que se podem reformar após 10 anos de serviço. 



O TC não tem a dignidade institucional que devia ter, porque quando se está de “passagem é difícil desenvolver um pensamento constitucional".
e sobre a polémica das pensões privilegiadas dos juízes do Palácio Ratton – que se podem reformar em apenas 10 anos - os constitucionalistas, ouvidos pelo SOL consideram estas reformas um privilégio injustificado, mas um problema difícil de resolver. Dizem que “não há condições para se rever a lei, sobretudo se forem poupadas outras situações de privilégio, dada a actual tensão entre o Governo e o TC.

- O primeiro-ministro volta a dizer que não vale a pena a lamuria na actual situação do país. Sublinha que o mais importante é que os portugueses saibam enfrentar a crise.
(Será que alguma vez teve que mandar um curriculum?) 




Paula Teixeira da Cruz aconselhou mesmo os sindicatos a negociarem reduções salariais para que fiquem protegidos postos de trabalho.



"Não tardará a cena descrita na Crónica de Damião de Góis, que originou o massacre de Lisboa de 1506 culpando os pensionistas, reformados e idosos em geral, por todos os males de que a Nação padece.
Tal como já hoje é igualmente notícia a sentença do" Imperador" do Japão..."só quando os velhos morrerem...ou todos os velhos morrerem, haverá a salvação dos estados em crise financeira..."
NEOABJECCIONISMO



Até Cavaco Silva de 73 anos:
«Só nos resta esperar que acabem por morrer», dizia há alguns anos, sobre os funcionários públicos reformados»


Mas, enquanto não morrerem (mais pobrezinhos!), terão que ser espoliados no que ainda possuírem...





A forma cínica, a insensibilidade e a tirania económica com que o Governo e os dirigentes políticos estão a tratar os Portugueses “não eleitos”, só têm um objectivo: A ESCRAVATURA À VISTA
.








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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O INVASOR "MALDITO"


(...)

Jardim da Europa à beira-mar plantado
balsa virente de eternal magia,
onde as aves gorjeiam noute e dia!

louros e de acácias olorosas,
de fontes e de arroios serpeado,
rasgado por torrentes alterosas,
onde num cerro erguido e requeimado
se casam em festões jasmins rosas;

(…)


Pátria! Filha do sol e das primaveras,
rica-dona de messes e pomares,       
recorda ao mundo ingrato as priscas eras                      
em que tu lhe ensinaste a erguer altares. 
Mostra-lhe os esqueletos das galeras
que foram descobrir mundos e mares...
Se alguém desprezar teu manto pobre,
ri-te do fátuo que se julga nobre!


Tomás Ribeiro (1831-1901), D. Jayme, Porto, Ed. Livraria Moré, 1874




E Portugal à beira-mar contínua, mas sem louros, acácias, jasmins e rosas, messes e pomares.
Porque os fátuos filhos de agora não lhe conhecem os segredos nem os saberiam amar. Têm a alma pequena e são genuinamente arrivistas.



O bonito e fértil jardim virou num misto de Marrocos/ Austrália.
Desapareceram carvalhos, azinheiras, sobreiros, nogueiras, pinhal bravo, medronheiros, para darem lugar a um deserto de eucaliptos por todo o país, em benefício económico das indústrias de pasta celulótica e de papel (crescem rapidamente; rentabilizam em 10 anos) e de uma menos-valia para a economia local.



Esta espécie, oriunda da Austrália entrou em Portugal no século XIX, embora o seu cultivo só tenha sido generalizado na década de 80 do século XX. 
Nos dias de hoje, os eucaliptos ocupam um total de 700 mil hectares, a mesma área de montados de sobreiro. Como árvores exóticas, não integradas nos nossos ecossistemas típicos, consomem demasiada água relativamente à capacidade dos solos e esgotam os nutrientes, empobrecendo-os. Comparando com outras formações florestais, a monocultura desta espécie leva à formação de povoamentos pobres em flora e fauna com todas os inconvenientes para o equilíbrio do plantio, erosão e desvalorização da terra onde crescem e terras circundantes.




Também há coalas em Portugal? - Perguntou radiante um jovem neozelandês ao encontrar por cá tantos eucaliptos australianos.



Num ecossistema com níveis de precipitação superiores a 800 milímetros por ano, um hectare de eucalipto pode render cerca de €4.000 ao fim de 10 anos ao passo que para o pinhal são precisos 35 anos até que se possa aproveitar madeira de qualidade.

Apesar da má gestão nas arborizações dos eucaliptos, produzidas em regime intensivo, que põem em causa a regeneração das florestas, a protecção dos próprios cidadãos e bens, a propagação dos incêndios e a erosão do solo, o Governo, garante a Quercus, aprovou um novo regime de arborização e rearborização que favorece “unicamente as celuloses e a fileira do eucalipto”. E garante também que há já proprietários a plantar, ilegalmente, centenas de hectares com eucalipto, sem que haja qualquer pedido de autorização às autoridades competentes
A ONG ambiental, por sua vez, afirma que “prejudica” a diversidade da floresta portuguesa e “compromete outras fileiras económicas”, como o montado de sobro ou o pinho.


Paulownia tomentosa 
Paulównia fortunei

E como se o eucalipto não fosse já um grave problema que necessita de medidas a desenvolver e a implementar pelos organismos estatais responsáveis e proprietários florestais, o Governo estará a estudar um pedido para a plantação, em Portugal, de um novo tipo de árvore que cresce tão ou mais rapidamente que o eucalipto - um híbrido de duas espécies da paulównia, originária da Ásia, para a produção de madeira e fabricação de pasta de papel.

José Vingada, biólogo, acredita que "vale a pena, porque o nosso mercado precisa de madeira nobre" e que “pode até substituir a que vem de florestas tropicais”


O ICN ainda não está convencido da sua inocuidade. Há referências de que “a paulownia fortunei - uma das espécies que compõem o híbrido em causa - pode ser uma praga nalgumas zonas da Austrália e nos Estados Unidos, existem preocupações invasoras quanto à paulownia tomentosa (pode crescer mais de 3 metros/ano) a espécie que já existe em alguns jardins em Portugal e que, curiosamente, pode ser introduzida livremente no país, uma vez que é legalmente considerada como sendo de interesse para a arborização”. 



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