Os comportamentos
claramente excessivos aos quais, na maioria das vezes, o indivíduo não consegue
resistir, são executados com a finalidade de afastar uma ameaça, eliminar a
ansiedade, o medo, o desconforto, a "imperfeição" ou obter, simplesmente, prazer ou satisfação.
Hoje, mais do que sempre, quase todas as
pessoas têm algum traço obsessivo-compulsivo.
A rejeição dos nossos filhos pela sociedade das novas "élites" do poder, faz-nos sentir também a nós, pais, rejeitados. E a ansiedade manifesta-se...
A crescente desigualdade entre pobres e ricos é desonesta. E o desconforto manifesta-se...
Os velhos são indesejados e explorados. E a ameaça de abandono manifesta-se...
O contínuo esforço dos ricos para obterem uma riqueza cada vez maior, torna-os insatisfeitos. E o medo de não o conseguirem, manifesta-se...
Os actos compulsivos abrangem uma enorme variedade de diversas intensidades:
Comprar
imperiosamente coisas (oniomania); ciúmes doentios; distúrbios alimentares; exibicionismo;
verificação repetida de portas e janelas antes de deitar; fixação em doenças e
dores crónicas; tendência de oposição sistemática; entrar em casa e ligar logo a
televisão mesmo sem precisar de ver qualquer programa; cleptomania; lavar as
mãos ou tomar banho repetidamente; contar, rezar, repetir palavras e frases em
silêncio; determinar coisas circunstanciadamente; insistir em verificar a
existência de torneiras abertas ou gás; conferir exageradamente certas
contas; acumular
ou armazenar objectos sem utilidade por não conseguir descartá-los; macerar as
unhas de modo contínuo com os dentes; estalar os dedos ou as articulações; sentar
e levantar várias vezes sem motivo aparente; colecionismo voraz; adesão a drogas, álcool ou jogos; procura constante
de riqueza e bens materiais; mentira compulsiva…
Ou restrição exclusiva contra a pele - morder e arrancar a semimucosa dos lábios, coçar até formar feridas lineares ou circulares (escoriações), arrancar incorreta e repetidamente pelos encravados com erupções, remover a acne provocada por células que bloqueiam a abertura do folículo (onde passam a crescer as bactérias da superfície da pele - aí geralmente inofensivas - que, entrando na corrente sanguínea, podem provocar infecções), criar manchas e cicatrizes irreversíveis ao escarafunchar a derme para eliminar imperfeições…
Ou restrição exclusiva contra a pele - morder e arrancar a semimucosa dos lábios, coçar até formar feridas lineares ou circulares (escoriações), arrancar incorreta e repetidamente pelos encravados com erupções, remover a acne provocada por células que bloqueiam a abertura do folículo (onde passam a crescer as bactérias da superfície da pele - aí geralmente inofensivas - que, entrando na corrente sanguínea, podem provocar infecções), criar manchas e cicatrizes irreversíveis ao escarafunchar a derme para eliminar imperfeições…
Etc., etc.
Estas atitudes
deixam perplexas as pessoas pouco familiarizadas com os tópicos descritos e admiram-se
que os causadores, geralmente "inteligentes", sejam dominados
por tais comportamentos.
Talvez pensem que
é uma espécie de "fraqueza mental” nuns casos ou de “automutilação em
busca de visibilidade”, noutros…
Na grande maioria, isso é um equívoco.
Haverá compulsões (a
mentira, por ex.) que, depois de terem sido verificados resultados favoráveis
pelas pessoas que delas fizeram uso, continuem a ser executadas até com alguma
vaidade.
As crianças
aprendem, pela experiência, que uma mentira pode evitar castigos (chegam a
elaborar histórias fantásticas) antes de entenderem porque funciona.
Porém, já adultas, ao acreditarem que mentir lhes pode trazer benefícios, o problema surge
quando, nessa faixa etária se tornam mentirosas compulsivas para o resto da vida.
Como certos políticos, que insistem em mentir até ficarem convictos de que falam verdade - ultrapassando em muito a retórica política - e são um enorme perigo para milhões de portugueses.
Como certos políticos, que insistem em mentir até ficarem convictos de que falam verdade - ultrapassando em muito a retórica política - e são um enorme perigo para milhões de portugueses.
A oniomania está
entre as dependências características do século XXI devido a insatisfação,
consumismo, materialismo e necessidade de preencher a vida. Os armários ficam
cheios de peças ainda não usadas, há dívidas e encobrimento das compras feitas. Durante o
processo de consumo, o comprador compulsivo sente-se bem. Porém, mais tarde,
experimenta um sentimento de culpa e "jura" que não voltará a repetir.
O problema ocorre quando a pessoa já passa a gastar o dinheiro que estaria destinado ao pagamento das contas de casa ou às propinas da escola dos filhos, entre outros.
O problema ocorre quando a pessoa já passa a gastar o dinheiro que estaria destinado ao pagamento das contas de casa ou às propinas da escola dos filhos, entre outros.
A riqueza pode causar uma sensação de “direitos morais adquiridos”.
Um estudo feito por pesquisadores das Universidades de Harvard e de Utah constactou que, só de pensar em dinheiro, algumas pessoas adoptam comportamentos anti princípios da moral. Depois de confrontados com palavras relativas a dinheiro, os participantes mostraram-se mais propensos a mentir e a comportar-se imoralmente.
Tian Dayton, psicóloga, explica que a necessidade compulsiva de obter dinheiro é muitas vezes considerada parte de uma classe de comportamentos conhecida como “vício comportamental” - envolve uma relação compulsiva e/ou fora de controlo em jogo, sexo, comida e dinheiro.
Tim Kasser escreveu em O Alto Preço do materialismo que as culturas de consumo também podem contribuir para o desenvolvimento de personalidades e comportamentos narcisistas, pela concentração na glorificação do consumo. São geralmente arrogantes e profundamente preocupados com questões de adaptação pessoal, procurando poder e prestígio para preencher sentimentos de vazio interior e de baixa auto-estima.
As “escoriações patológicas” são, muitas vezes, o resultado da transformação de uma acne leve devido a um comportamento compulsivo e irresistível.
Além das unhas podem
ser utilizados outros meios que originam infecções secundárias ou cicatrizes
profundas.
Na maioria dos
casos a intenção é melhorar a aparência da pele, mas como a pessoa fica cada
vez mais horrível, tem tendência a remover novamente o pelo que cresce sempre enrolado e com erupção, por ex.
Começa então o ciclo vicioso da consciência do desconforto físico/propensão para experimentar mais uma vez o tal melhoramento.
Começa então o ciclo vicioso da consciência do desconforto físico/propensão para experimentar mais uma vez o tal melhoramento.
Imagens Google