LUA CHEIA DE ESTURJÃO

A 12 agosto 2022 , era noticia no SAPO:

“Não conseguiu apanhar a última super lua do ano? Veja as imagens mais impressionantes do fenómeno”.

Como não a tinha apanhado mesmo, (também por desconhecimento), fui ver as fotografias. 

Mas que maravilha! Invulgares, deslumbrantes, “impressionantes”.

Para outros que gostariam de ter observado e não viram, fica esta mancheia, captadas por fotógrafos nos mais variados lugares do mundo como Atenas, Singapura, Itália, Gaza, Manhattan, Turquia, Síria, Mustafa, Washington, Pequim, Sidnei.

Site
https://tek.sapo.pt/multimedia/artigos/nao-conseguiu-apanhar-a-ultima-super-lua-do-ano-veja-as-imagens-mais-impressionantes-do-fenomeno

A primeira super Lua de 2022 (super Lua de Morango, também aqui com algumas imagens), aconteceu em Janeiro, a segunda em Junho e a terceira em Julho

OS AMIGOS SÃO COMO BALÕES

Hoje em dia os Amigos que ”se viram” para nos ver felizes, são raros. Todavia, eu  tenho a sorte de ter encontrado alguns em que a amizade continua a ser, desde os meus tempos remotos, um sinónimo de  afeição, simpatia , ternura, disponibilidade, um verdadeiro privilégio, quer nas horas sorridentes quer nas horas de mais ou menos lamúria. Eles fazem-nos ter a sensação de que estamos vivos e a sentir- mo- nos bem.

Há dias recebi um email de pessoas segurando balões. Porquê? - perguntei.
"Os amigos são como balões; uma vez que os deixas ir, não podes trazê-los de volta! Por isso, vou segurar-te bem forte para nunca te perder" - respondeu. 

Eles são importantes, para o nosso desenvolvimento psíquico e social , em todas as fases da vida . Penso, no entanto, que é na adolescência que mais ajudam a construir a nossa identidade e a nossa própria imagem.

Aos persistentes, meus amigos de sempre, que neste pequeno/longo capítulo do livro que é a vida, me têm "mimado", quero agradecer. Eles fizeram, fazem e farão sempre parte da minha história; porque se preocupam comigo e valorizam, também, o poder da minha amizade.

Encerramento dos Jogos olímpicos de Barcelona em 1992

"Nenhum caminho é longo demais quando um amigo nos acompanha.” Desconhecido

Porém, mais recentemente, encontrei outro tipo de amigos – os que, ultrapassando querelas colegiais, se colocaram no lugar do outro, tratando-o com profissionalismo, respeito e até empatia.

Para eles, pela atitude, pelo sorriso diário sem mágoa nem rancores, aqui  deixarei brevemente, também, um enorme obrigada

NESTE DIA 5 DE JULHO

 

Hoje, 5 de Julho, a Micá faz 93 anos.

Somos amigas desde os meus 17 anos. Foi minha professora e também minha colega. Veste mohair-angorá e não dispensa um romântico chapéu Cloché de algodão/linho ou tipo panamá (conforme a época), de cor bege. 

Lúcida, magra, sempre em movimento, diz já não andar por cá a fazer nada. Está indecisa entre continuar a viver sozinha ou procurar uma casa de Repouso.

Por agora, seleciona fotos e pequenas lembranças para devolver a quem com elas a mimou.

Abaixo, um desses retratos que os efeitos do tempo mal deixam reconhecer

Na sala do Café

Todos os dias, aí pelas 11 horas, os vários professores reuniam-se à volta da “mesinha de chá”,  enquanto esperavam pelo café de grãos moídos que, numa máquina de balão (dois vasos de vidro), se misturavam, pachorrentamente, com água a ferver, aquecida pelo fogo de uma lamparina. Para a cavaqueira do curto intervalo contribuíam, também, uns gulosos bolinhos - surpresa  da autoria de M.T. 

Mas hoje (não sei desde quando) também se celebra o dia do bikini.

(A Micá, que ainda vestiu fato de banho com saia, até vai achar graça quando souber, pois nunca o usou…)

O primeiro modelo foi desenhado e lançado pelo estilista francês Louis Réard, no ano de 1946. Todavia, apesar de o nome Bikini estar ligado  à ilha dos testes das bombas nucleares para que, quando surgisse,  tivesse um efeito bombástico, só se tornou popular nos anos 60.

Micheline Bernardini, ex-dançarina nascida em França no dia 1 de Dezembro de 1927 (94 anos), foi quem pousou com o primeiro bikini da história, embora algumas obras de arte do Império Romano mostrem mulheres a praticar desporto com ele vestidas.

Micheline Bernardini

Mosaico romano

A sociedade só conseguiu resistir-lhe até à revolucionária década de 60 , em que o cinema e a sua utilização pelas estrelas de Hollywood foi fundamental para se popularizar. 

Destaco, apenas, as que mais registadas ficaram no meu/ colectivo imaginário.

Brigitte Bardot - em Manina, a Garota de Bikini 

Marilyn Monroe, em bikini

Ursula Andressa em Dr. No

Sue Lyon, em Lolita

Raquel Welch em um milhão de anos, BC

Twiggy nos anos 60

Gettyímages

Actualmente há bikinis e mais bikinis, aceitação de todos os tipos de corpos, modelos desde o conservador ao minimalista - cuecas altas, maillots, trikinis, mini bikinis, micro bikinis. 

A homenagem a esta peça de vestuário contribuirá, com certeza, para que as lojas aumentem as vendas com promoções aproveitadas pelas  consumidoras .

Imagens Google

O SILÊNCIO PERDIDO

Que saudade do silêncio… Há tanto tempo que não o encontro!

Não o da ausência dos carros que circulam, o das pessoas que se cruzam, das crianças que brincam, do moço a cantarolar no andaime, do sistema de irrigação do jardim ou do tic-tac do relógio de parede.

behance.blog

Mas aquele arrastar dos chinelos de um compartimento para o outro para contar os comprimidos, aquele frenético abrir e fechar da mesma gaveta para tirar/guardar a máscara, aquele bater e bater com a porta pra ir “ver o correio”, aquele permanente gotejar de água para lavar as mãos a cada instante, aquele interpelar repetitivo sobre o mesmo assunto, aquele espreitar de vigilância constante, aquele plagiar de movimentos autómatos como se fosse uma espécie de “sombra” que nos segue, são ruídos que, captados pelo sistema nervoso, se transformam em sensações desagradáveis de stress. As ondas cerebrais de baixa frequência, em conjunto com as de frequência mais elevada, não conseguem harmonizar os pensamentos, as emoções e as sensações de modo a que se possa sentir o necessário equilíbrio e receptividade ao que nos rodeia.

Segundo um estudo feito em ratos e publicado na revista Brain Structure and Function, os pesquisadores descobriram que os ratos expostos a duas horas de silêncio diário, desenvolveram novas células numa região do cérebro associada à memória, emoção e aprendizagem.

Também o italiano Luciano Bernardi, em 2006, aquando do seu estudo sobre "O efeito fisiológico do silêncio" -  pois os processos neurais que a música desperta são incríveis -  acabou por descobrir que os períodos de silêncio entre uma música e outra deixavam o cérebro mais relaxado do que qualquer tipo de música, incluindo as  mais calmas e tranquilas.

Florence Nightingale acreditava que "O barulho desnecessário é a falta de cuidados mais cruel que podemos infligir aos doentes e aos saudáveis." 

A falta de som ajuda o cérebro a descansar, o que contribui para assimilar melhor as questões internas e externas. 

Contemporânea - João Queiroz

Ouvir o silêncio. Ele tem muito a dizer.

RARIDADES

É da Beira Alta, Vila de Rua, Moimenta da Beira e fez no dia 5 de Junho 111 anos.

Isabel Gomes Sarmento é uma das pessoas mais velhas de Portugal.

Segundo o jornal “O Comércio de Baião” , fonte desta notícia, Isabel recorda muitas memórias da sua longa vida, desde o local onde nasceu, em Cruzeiro do Sul, no Brasil, para onde emigraram os pais, até à terra aonde regressou quando tinha nove anos, após a morte do pai. Diz que viajou muito, que esteve na Suíça com duas filhas e que ainda foi mais duas vezes ao Brasil ver a outra que lá vive. 

Aprendeu a ler e escrever e vê televisão, a sua companhia do dia a dia, sem óculos.

Só por si, a longevidade associada a tanta lucidez já é motivo de destaque. Mas foi a região "Beira Alta" e a data "5 de Junho" que, para mim, reforçaram a ideia de publicar este post. De facto, se o meu Pai, que morreu aos 90 anos com muito bom uso das suas faculdades mentais, fosse vivo, também hoje faria 111 anos. 

Com a mesma lucidez? Penso que sim.