O Verdadeiro Sentido da Páscoa (Pessach)
Páscoa é a festa que marca o início do calendário bíblico de Israel e, consequentemente, os limites das datas de todas as outras festas na Bíblia.
A páscoa judaica remete ao tempo de Moisés, com a libertação do povo judeu do Egito, marcada pela travessia do Mar Vermelho que se abriu à " passagem " (Pessach) dos filhos de Israel para a Terra Prometida de Canaã.
A família judaica ainda hoje se reúne para o "Seder de Pessach", jantar cerimonial em que se recorda a história do Êxodo e a libertação do povo de Israel.
Da composição do PRATO KEARÁ, fazem parte seis símbolos:
As matsot simbolizam as três castas de judeus: sacerdotes, levitas e israelitas.
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A celebração do Pessach ganhou mais força após a destruição do Segundo Templo, em 70 d.C. em Jerusalém e trouxe de volta a mesma emoção popular do cativeiro no Egito. A partir de então, foi divulgado no calendário judaico, independentemente da dispersão do povo em exílio.
Em teoria o Pessach dura uma semana. Os restaurantes fecham, todo e qualquer produto que fermente não é usado, as escolas param e é uma época em que muita gente costuma fazer férias.
O arroz e os cereais de milho, por serem produtos cujo consumo depende de opiniões diferentes, ficam em prateleiras isoladas nesta época do ano, distantes dos produtos que se podem consumir.
A festa cristã da Páscoa tem origem na festa judaica, mas com um significado diferente - representa a “libertação de todos os que estavam separados de Deus pelo pecado, restaurados pela morte e ressurreição de Cristo".
Assimila também
diversos elementos alegóricos de morte e renascimento como a transição do
inverno-primavera e simboliza ainda no sacrifício de Isaac por Abraão, a
entrega de seu filho para Deus, em holocausto e expiação.
Nos países de língua anglo-saxônica a páscoa cristã é
conhecida como “Easter”, mas nos países de língua latina foi mantida a palavra “Páscoa” (“Pessach”,
em hebraico).
O nome “Easter” é proveniente de uma festividade de primavera celebrada por Assírios, Babilónios e Celtas, em adoração à deusa Ishtar (Oestre, nos países nórdicos), deusa da fertilidade. Daí o uso (pagão) de ovos e coelhos como simbolismos.
As Testemunhas de Jeová não celebram a Páscoa porque acreditam que a decisão de não a comemorar se baseia firmemente na Bíblia, que incentiva a usar “a sabedoria prática e o raciocínio” em vez de simplesmente seguir tradições humanas. (Provérbios 3:21; Mateus 15:3)
Os evangélicos estão divididos em várias categorias. A maioria não celebra a pascoa porque acredita que é uma celebração do segundo testamento para os antigos judeus e que não tem cabimento no novo testamento. Quanto à cruz, não aceitam um símbolo maldito pela sua essência.
Para os cristãos a Páscoa é, pois, a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida, a Ressurreição.
Como se pode depreender, os símbolos da Páscoa, festa das festas, são muitos.
Destaco:
O CORDEIRO
O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, a aliança feita entre Deus e o povo judeu .
No Novo Testamento simboliza Cristo que é o" Cordeiro de Deus sacrificado em prol da salvação de toda a humanidade, seu rebanho".
A festa da Páscoa e A última ceia por Dirk Bouts, c.1460
Esta Última Ceia é uma pintura "notável pela sua pureza estilística e sobriedade. Os rostos dos discípulos não variam muito. Os gestos parecem ter sido congelados num determinado ponto no tempo. É um momento importante, e os presentes parecem estar meditando sobre o seu significado.
A verdadeira novidade desta pintura extraordinária reside na sua aplicação sistemática das leis da perspectiva. O trapézio da toalha de mesa branca (símbolo de pureza), a distribuição das figuras em torno dela e sua convergência sobre a figura central de Cristo, assim como o ritmo subtil das cores diferentes, tudo contribui para dotar este complexo de composição com uma unidade pictórica profunda e de grande significado.
É uma das principais obras da história da arte flamenga.
Aqui, Bouts rompe com a tradição segundo a qual Cristo é sempre representado no acto de anunciar a traição de Judas. Em vez disso, mostra o momento em que institui a Eucaristia " que é a partilha do pão e vinho entre seus discípulos.
JESUS sendo ele próprio o Cordeiro de Deus, põe fim ao sacrifício de cordeiros pascais, um aviso da sua vinda como filho do homem para ser punido pelos pecados dos homens.”
ATB - Across The Bible - Portugal
A Última Ceia foi a última festa da Páscoa ritual porque o Cordeiro de Deus estava prestes a ser sacrificado.
O Cordeiro Assado é uma tradição do povo judeu, herdada pelos cristãos. Era sacrificado, assado e comido, juntamente com pão e ervas amargas.
Hoje, pode levar temperos diferentes mas ainda é presença marcada nas mesas do mundo inteiro.
Borrego assado no forno é o prato por excelência para o domingo de Páscoa.
A receita requer pré-preparação (de preferência do dia anterior).
Fica esta versão que procura ir à raiz do tradicional e é baseada numa receita que foi passando de geração em geração familiar.
Borrego Assado no Forno
Tempo de preparação: 2 h 30 min
Ingredientes
Borrego para assar (A perna é a parte recomendada mas também se pode usar a parte da mão, com óptimos resultados)
1 Cebola grande
1, 5 dl de vinho branco
1 Cenoura
5 Dentes de alho
Sal
Azeite
Para a marinada
Massa de pimentão
Vinho branco
Alho
Louro
Sal marinho
Azeite virgem extra(opção)
Preparação
- Tirar a pele do borrego e a gordura em excesso.
- Untar o borrego muito bem com a marinada três horas antes da confecção (de preferência, 1 dia antes). Reservar no frigorífico.
- Numa travessa de ir ao forno distribuir a cenoura e metade de uma cebola cortadas às rodelas para servire de base ao borrego.
- Colocar o borrego e a marinada em cima da cebola e das cenouras. Juntar metade do vinho branco.
- Esmagar os alhos e colocá-los em cima do borrego assim como o resto da cebola cortada às rodelas.
- Cortar batatas aos bocados em forma de cubos de tamanho uniforme ou usar batatas pequenas, se preferir.
- Juntar as batatas na travessa em redor do borrego. Temperar tudo com sal e regar com bastante azeite.
O borrego está pronto a ir ao forno.
Pré-aquecer o forno a 180º e colocar então o borrego a assar, mantendo os 180º durante
1 h 30 m.
De vinte em vinte minutos ir regando o borrego com os sucos do assado e juntar um pouco de vinho branco para não ficar seco.
Sirvir acompanhado de salada de tomate e alface.
O SINO
O sino é também um símbolo da Páscoa.
No domingo de páscoa, tocando festivamente, os sinos anunciam com alegria a celebração da ressurreição de Cristo.
E, com ele, a agradável recordação declamada pelo Grande artista do saber-dizer, João Villaret, que rende a sua homenagem à voz dos sinos, ao teatro vivo das procissões, à decoração das ruas e à participação respeitosa dos cidadãos nas demonstrações religiosas, recitando o poema de António Lopes Ribeiro, “O homem de cinema”:
«Tocam
os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão
Na nossa aldeia,
Que Deus a proteja,
Vai passando a procissão”.
Joia que pertenceu à imperatriz da Rússia traz um relógio
com diamantes no interior (Foto: Olivia Harris/Reuters)
Desde a
Antiguidade que o ovo simboliza o nascimento, a origem do mundo.
Os chineses tinham o
costume de presentear os amigos com ovos enfeitados durante a Festa da
Primavera, entre Março e Abril.
Para os Persas, os
ovos eram sagrados porque acreditavam que a terra teria caído de um ovo gigante.
Os cristãos primitivos do oriente
ofereciam ovos coloridos na Páscoa porque simbolizavam a
ressurreição, o nascimento para uma nova vida.
E os ovos de galinha
foram sendo trocados pelos de madeira, prata, ouro, até chegarem aos de
chocolate.
Os ovos de Páscoa representam também o final da quaresma.
Corar ovos e decorá-los é, portanto, uma tradição de Páscoa muito
antiga.
Vamos mudar a cor dos ovos...
Para colorir ovos de cores diferentes e de forma natural
basta, depois de cozidos:
- Escolher a
cor
Amarelo – Cascas de cebola, açafrão, cascas de limão;
Vermelho – beterraba, paprika, framboesa;
Laranja – Cenoura;
Roxo – Vinho tinto, couve roxa;
Verde – Espinafres;
Azul – Amoras azuis
Castanho – Café, chá.
- Ferver o ingrediente escolhido, misturado com água e um
pouco de vinagre, durante cerca de 15 minutos.
- Retirar os ingredientes
- Mergulhar os ovos na água de cor para tingirem (5 Minutos
deverão ser suficientes mas quanto mais tempo estiverem, mais acentuada ficará
a cor)
- Usar a criatividade para os tornar mais bonitos
Na natureza há seres vivos com as mais variadas cores.
Isto acontece porque têm certas substâncias que lhes dão cor.
Até há cerca de 150 anos as pessoas dependiam das
substâncias coradas que obtinham de animais, plantas e minerais para corar
tecidos e outras coisas e também para pintar.
Algumas cores eram muito difíceis de obter, como por
exemplo o púrpura e o azul, só usadas pela realeza.
Ciência Viva, Paulina Mata, FCT-UNL