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sexta-feira, 25 de abril de 2014

ANTES DA PRIVATIZAÇÃO DO AR...




Reportagem no Programa de TV alemão "ARD MONITOR”
No âmbito do envolvimento da Oikos com a campanha Right to Water, este filme apresenta algumas intenções da Comissão Europeia relacionadas com a privatização da água.Que quer transformar um bem comum, em objeto de especulação das multinacionais…
 Uma operação da União Europeia que começou a ser experimentada em Paços de Ferreira 

Em Abril de 2005, realizou-se em Fribourg, Suíça, um evento ecuménico com representantes da Igreja Católica e de Igrejas Evangélicas da Suíça e do Brasil onde assinaram uma declaração ecuménica sobre a "Água como direito humano e bem público"
"O direito a uma alimentação adequada" é definido pela ONU, tanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, como no "Pacto Internacional de direitos económicos, sociais e culturais", em 1966.

A existência do ser humano, por si só, garante-lhe o direito de consumir água ou ar. O direito à vida antecede os outros direitos.

“A água é um bem fundamental para a vida. Sem água não há vida. Ter acesso ou não ter acesso à água, significa decidir sobre a vida e a morte do povo. Por causa da vida, a água é um bem comum, que não pode nem deve ser privatizado”.
Mas agora, sem qualquer explicação, cada vez se fecham mais fontes públicas, consideradas de água imprópria para beber...

Água, um direito humano ou um negócio bilionário? 

Bruxelas já decidiu - no futuro, a água deverá pertencer às empresas e não ao ser humano.

E o capitalismo também.


O atual presidente e ex- CEO da NestléBrabeck,  o maior produtor de alimentos do mundo, diz que “o acesso à água não é um direito público” nem um direito humano e que a resposta para as questões globais da água é a privatização.
Então se a privatização é a resposta, é esta a empresa na qual a sociedade deve confiar?
Pois é... se a comunidade tiver água potável canalizada, a Nestlé deixará de ter o seu lucrativo mercado de água engarrafada da marca Pure Life!

No vídeo em baixo, de há vários anos atrás, Brabeck discute os seus pontos de vista sobre a água, assim como alguns comentários interessantes sobre sua “cruel” visão da natureza e, claro, a declaração obrigatória de que “o alimento orgânico é ruim e o geneticamente modificado é óptimo”.
E se alguém tiver opiniões opostas às dele, é essencialmente um extremista!

Nestlé CEO (Bilderberger) Peter Brabeck - GMO Promotor & ...

Os países em crise, tais como Portugal e Grécia, precisam de dinheiro. Desta forma, a Tróica em Bruxelas, força-os secretamente a venderem o seu abastecimento de água.

No anexo dos contractos da Tróica, lê-se: «Em Portugal, a privatização da companhia de águas públicas "Águas de Portugal" deverá ser promovida»


A estação de tratamento de água do Ferreira insere-se no Complexo do Ferreira, composto por um conjunto de infraestruturas anteriormente exploradas pelo município de Paços de Ferreira. 

«Os contratos de concessão de água a privados em Barcelos, Paços de Ferreira e Marco de Canavezes mostram as consequências terríveis da privatização do sector - os consumidores pagam mais e os privados lucram com a água que é de todos. E até recebem pela água que não sai da torneira - se o consumo baixar, o contribuinte paga a diferença.
Desde a concessão da rede pública de água e saneamento, em 2004, a população de Paços de Ferreira paga a água mais cara do país.
Em 2009, o preço já era17 vezes mais cara que noutros locais - lucro garantido durante 35 anos à empresa privada!


 AGS - Administração e Gestão de Sistemas de Salubridade, SA
José Seixas de Queiroz Vaz Guedes - Presidente Somague Ambiente

A população, no dia  6 de Novembro saiu à rua para protestar contra o assalto a que estão sujeitos todos os meses. Sofreram 400% de aumento de preço em poucos anos e, a seguir, aumentos anuais de 6%, constata Dr. Humberto Brito
Mas, para além disso, um movimento de protesto denunciou que a AGS/ Somague lançou "milhares de processos de contraordenação contra cidadãos de Paços de Ferreira com a ameaça do pagamento de coimas para que se liguem à rede pública de água e saneamento, obrigando-os a pagar uma taxa de disponibilidade ilegal e a água mais cara de Portugal". Muitos munícipes foram confrontados com processos de execução e penhora em que as custas judiciais são muito superiores ao valor em dívida.
Já mesmo depois de rebentar o escândalo em Barcelos e Paços de Ferreira, autarcas do PSD, PS e CDS da região de Aveiro decidiram entregar a captação das águas da região ao mesmo grupo e com as mesmas condições ruinosas para os munícipes, sem concurso público, por mais dez anos»


Por que decide a UE contra a vontade da população europeia? 

Em 2000, o Banco Mundial forçou a Bolívia a privatizar a água pública depois de ter feito um ensaio em Cochabamba, a terceira maior cidade do país .
O contrato incluiu a expropriação de poços construídos pela comunidade e até proibiu a utilização da água da chuva. Os preços aumentaram entre 50 e 300% da noite para o dia, sem que houvesse sequer melhora nos serviços ou ampliação da área de cobertura para as zonas mais pobres.
As manifestações da população foram reprimidas com muita violência pela polícia e pelos militares e o presidente boliviano impôs mesmo o estado de sítio.
Mas o governo acabou por ceder à pressão popular, desistiu da privatização e anulou o contrato de concessão de serviço público, firmado com a Aguas del Tunari (um consórcio criado por capitais dos EUA, Itália, Espanha e Bolívia) que deveria vigorar por quarenta anos!


Esta vitória demonstrou, que é possível opor-se às privatizações forçadas pelo banco mundial e empresas multinacionais.

Vídeo apavorante sobre a Guerra da Água em Cochabamba

Porque usa o Banco Mundial e o FMI, a mesma estratégia?


"Porque são todos máscaras intercambiais de um só sistema de governo".

Quem o diz é Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, despedido (Larry Sammers ordenou uma excomunhão pública) do Banco Mundial em 1999 por ter expressado um ligeiro desacordo diante da globalização do estilo do Banco, em entrevista exclusiva para o London Observer e Newsnight da BBC de Londres, por Greg Palast.


Joseph Stiglitz                                Greg Palast

Stiglitz ajudou-nos a traduzir um escrito em "burocratês", intitulado "Estratégia de Assistência do País", diz Greg Palast.
Segundo Stiglitz, as "investigações" dos funcionários do Banco Mundial, consiste em inspecções cuidadosas aos hotéis de cinco estrelas da nação. E, num encontro com algum ministro da economia de menos sucesso ou mais necessitado, entregam-lhe um "acordo de reestruturação" preparado de antemão para assinatura "voluntária".




A economia de cada nação é analisada individualmente e, em seguida, o Banco entrega a cada ministro o mesmo programa de 4 PASSOS:

PASSO 1 do PLANO
- A Privatização ( Stiglitz diz poder chamar-se com mais precisão "subornação"). 
Os lideres nacionais, em vez de se oporem à venda das indústrias nacionais, liquidam alegremente as empresas de electicidade e água, usando como desculpa as exigências do FMI.
"Podia ver como se lhes abrem os olhos" ante a possibilidade de uma comissão de 10%, pagas em contas suíças, pelo simples feito de haver baixado "uns quantos milhares de milhões" do preço da venda dos bens nacionais".

PASSO 2 do PLANO
- A Liberação do Mercado de Capitais.
Depois da "subornação" - sempre a mesma receita do FMI/Banco Mundial - é A Liberação do Mercado de Capitais.
Na teoria, a desregulamentação do mercado de capitais permite que a inversão de capital entre e saia. Infelizmente, como aconteceu na Indonésia, no Brasil, na Grécia e em Portugal, o dinheiro apenas saiu e saiu.
As reservas de uma nação podem ser esvaziadas em questão de dias ou horas.


PASSO 3 do PLANO
- Preços regulados pelo Mercado
Na etapa 2, o FMI empurra a exausta nação em direção ao Passo Três - a regulação de preços pelo Mercado, um termo sofisticado para fazer subir os preços da comida, água e gás de cozinha

- Previsivelmente isto dá lugar a um PASSO Três e Meio, a que Stiglitz chama de “Distúrbios do FMI.”
E quando isto acontece, o FMI insiste em que estas nações subam as taxas de juros para 30, 50 e 80% a fim de seduzir os especuladores a regressem com os fundos da nação.
Os distúrbios do FMI são dolorosamente previsíveis. Quando uma nação "cai em desgraça", o FMI aproveita e espreme-a até a última gota.
Quando os bancos necessitam ser resgatados, a intervenção no mercado é "bem-vinda"Há sempre um só ganhador - os bancos ocidentais e o Tesouro dos USA.

PASSO 4 do PLANO
- O Livre Comércio
Ou ao que o FMI e o Banco Mundial chamam a sua "estratégia de redução da pobreza”(de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio e do Banco Mundial, claro...)
É aqui, diz o economista, onde a NOVA ORDEM MUNDIAL tem "condenado a gente à morte" impondo tarifas e impostos impossíveis de pagar
"Para eles não importa que a gente viva ou morra"...
Os Programas de Redução da Pobreza "sabotam a democracia" e não funcionam.


Os governos corruptos (existem outros?) não são mais que simples marionetas nos planos da tentativa da criação de uma nova ordem mundial.


Para quem quiser saber mais sobre o simples/complexo esquema que GOVERNA o mundo, pode ler na íntergra a interessante e esclarecedora entrevista "Renegado do Banco Mundial abre o jogo” em anexodajangadatijuca.blogspot.pt

Greg Palast
Nasceu nos EUA em 1952, vive na Inglaterra e é jornalista da BBC e do jornal britânico The Observer, depois de ter sido, durante duas décadas, investigador de topo de fraude corporativa.
Repórter premiado, é o autor de Billionaires and Ballot Bandits, Vultures' Picnic e do New York Times best-sellers, Armed Madhouse e The Best Democracy Money Can Buy.
Dirigiu o maior caso de fraude do governo dos EUA, conduziu a investigação de acusações de fraude no aterro Exxon Valdez, fez o documentário da BBC sobre a fortuna da família de Bush, etc. Mas, sobretudo, tornou-se "fanático por documentos - especialmente os assinalados com " secreto e confidencial " do FBI, o Banco Mundial, o Departamento de Estado dos EUA e de outras operações “à porta fechada” do governo e da indústria.

Em 2007 começou a publicar uma série de investigações sobre os "Fundos Abutre” - Em busca dos Porcos do Petróleo, Piratas da Energia e Carnívoros da Alta Finança, Bebedores de ouzo, cuspidores de azeitonas- ou como a Goldman saqueou a Grécia, Em busca da verdade por trás do desastre da BP




Uma biografia fascinante! 
Acredito que poderá vir a ser um dos meus "heróis".

E Greg Palast neste contexto porquê?
Exactamente, pelas investigações feitas e descritas nos "Fundos Abutre”
Estes fundos, um património privado, são como abutres que circulam esperando pacientemente que uma empresa entre em dificuldades para, em troca de uma “ajuda” a preços ínfimos, obterem um retorno elevado acrescido de juros, que compram títulos de investimentos ou acções em falência e dívida dos países pobres instaurando-lhes processos em tribunais para recuperar os fundos, muitas vezes em detrimento da ajuda e alívio da dívida.


Palast com o ministro grego Theodoros Pangalos.
Julho 2013
"Chateei o ministro grego que chamo de gordo canalha"

«(…) achava que seria impossível na Grécia: crianças procurando latas de comida no lixo da escola; jovens necessitados pedindo sobras para os colegas; e um garoto de 11 anos, Pantelis Petrakis, se curvando de dor por causa da fome»
Imagens Google 

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