Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A ANTECÂMARA DO PODER



Presidentes e primeiros-ministros vão e vêm, mas Balsemão permanece".
É a solitária sombra do poder, único português com estatuto de membro permanente do Clube de Bilderberg e do Steerling Committee desde 1988.


O Grupo reúne os homens e as mulheres mais poderosos, sórdidos e tenebrosos do mundo ocidental (nos últimos anos, também inclui elementos da China, Rússia e Turquia) da Política, Militares, Banca, Media Mainstream, Industriais e "Opinion makers" que decidem sobre os destinos do Poder do nosso Planeta - guerras, revoluções, crises, colapsos financeiros, austeridades, impostas, epidemias e manipulações da nossa sociedade.

Hillary Clinton,  fotografada a entrar no encontro d2013
Irá ser mesmo a primeira mulher na presidência norte-americana?
O marido, Bill Clinton, compareceu no encontro Bilderberg de 1991 e dois anos depois tornava-se presidente dos EUA. A própria Hillary compareceu na reunião de 2008 juntamente com Barack Obama: meses depois Obama era presidente e Hillary a sua secretária de estado.

Robert W Cox, um dos vultos maiores da reflexão académica contemporânea sobre relações internacionais, fala de "Uma elite indeterminada de influentes e de agências que partilham um bloco de ideias e que desempenham em conjunto a função de governação. A política e a doutrina são desenvolvidas e difundidas através de conclaves não oficiais (por exemplo, a Comissão Trilateral, as conferências de Bilderberg, as cimeiras económicas anuais de Davos, etc.) e de organismos intergovernamentais e de peritos: os comités da OCDE, o Banco de Pagamentos Internacionais de Basileia ou as cimeiras do Banco Mundial e do FMI."
E acrescenta: "Não há um processo de decisão formal, há sim um conjunto complexo de redes interligadas que criam uma ideologia económica comum e que injectam este produto consensual nos processos nacionais de decisão. A nebulosa é simultaneamente externa e interna aos Estados."

Jim Tucker (1934 – 2013), jornalista independente, que seguiu o Bilderberg durante quase 40 anos – até ao seu trágico falecimento em Abril passado vítima de doença, que expôs ao mundo a sociedade secreta Bilderberg.

Para todas as reuniões, além dos convidados "fixos" são sempre convidados novos nomes dentre os mais influentes na política ou na alta finança, na economia ou no controle dos Media.
Quase todos ascendem a altos postos.

Pinto Balsemão, convidado pelo ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Mário Soares, Medeiros Ferreira, é participante desde 1981 (1981, 1983, 1984, 1985, 1987, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013) e, como membro permanente, escolhe os portugueses que todos os anos estarão presentes.
Tem (têm) tido a preocupação de convidar quase sempre figuras de partidos que governam o país em alternância.


Teixeira dos Santos, fotografado à saída do Bilderberg (foto de Paul Dorneanu).

Assim se explica que, nos últimos anos, em relação à delegação portuguesa, tenham estado presentes nomes como Teixeira dos Santos e Paulo Rangel, Santana Lopes e José Sócrates, Clara Ferreira Alves e Nogueira Pinto, entre outros.


Outros membros do Bilderberg preferem esconder os rostos atrás de jornais, como este que não teve problemas em utilizar uma edição do Daily Mail com uma manchete sobre um caso de pornografia infantil (foto de Oli Scarff)

Portugal está a ser governado pelo antidemocrático clube, como poderá concluir-se, referindo apenas alguns dos convidados entre 65 (?):


PINTO BALSEMÃO 

Após a morte de Francisco Sá Carneiro  (Farinha Simões diz que ele  «teria tido conhecimento antecipado do que estava a ser preparado, por via das suas ligações ao Grupo Bilderberg»), ocupou o cargo de primeiro-ministro do VII Governo Constitucional e do VIII Governo Constitucional de 1981- 1983, ambos constituídos pela cologação PSD- CDS e PPM.
 A propagada hipótese de potencial candidato presidencial, nunca chegou a concretizar-se.

DURÃO BARROSO 



Durão Barroso, o maoista





 Participou na reunião de Bilderberg de 1994, quando era ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco Silva.

Um ano depois estava a candidatar-se à liderança do partido. Perdeu para Fernando Nogueira, mas Nogueira foi derrotado por Guterres, num ciclo político muito desfavorável ao PSD.
Durão ficou como reserva e tornou-se líder social-democrata em 1999, quando Marcelo Rebelo de Sousa saiu.

Apesar de ter perdido as legislativas de 99 para Guterres não se mostrou vencido quando disse: tenho a certeza que serei primeiro-ministro, só não sei é quando.”
E em 2002 foi primeiro-ministro.



Em 2003 voltou a estar presente na conferência de Bilderberg, na qualidade de primeiro-ministro, acompanhado de Ferro Rodrigues. E o jornal Semanário escreveu: Durão Barroso será o nosso homem na Europa” 

Um ano depois, em meados de 2004 era designado presidente da Comissão Europeia.

Voltou a participar na reunião de 2005 na Alemanha e 2013 em Sintra, na qualidade de presidente da Comissão.


JOSÉ SÓCRATES SANTANA LOPES 

Em 2004 marcaram presença no encontro de Stresa, em Itália e a ascensão meteórica de ambos ao cargo de primeiro-ministro deu-se poucos meses depois.




Santanaum mês depois, substituiu Durão Barroso como primeiro-ministro, embora não tenha corrido bem; Sampaio dissolveu o Parlamento e convocou eleições legislativas…









Sócrates, em menos de um ano depois, foi também primeiro-ministro







ANTÓNIO GUTERRES 

Em 1990 esteve presente na reunião, juntamente com João de Deus Pinheiro


Vence as eleições legislativas de 1995 e de 1999. 

É primeiro-ministro dos XIII e XIV governos constitucionais.

Desde 2005 é Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados e já nessa qualidade, esteve presente na reunião na Alemanha.



O seu nome continua a ser uma hipótese para outros voos, designadamente o Palácio de Belém, em 2016.


JORGE SAMPAIO 

Esteve presente na reunião do Grupo em 1989, quando Secretário Geral do Partido Socialista.

E foi eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Em 1995, candidatou-se à Presidência da República e ganhou à 1.ª volta. Foi Presidente em 1996 e em 2001.





Em 1999 e 2003 participou na reunião de Bilderberg na qualidade de primeiro magistrado da Nação portuguesa






Em 2006 foi nomeado Enviado Especial para a Luta contra a Tuberculose pelo Secretário-Geral das Nações Unidas e em 2007, Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações.




FERRO RODRIGUES 



Esteve presente na reunião de 2003, quando era líder do PS, pouco depois de ter deflagrado o caso Casa Pia no partido.
Depois de Jorge Sampaio ter dado posse a Santana Lopes, demitiu-se, tomando a decisão presidencial como uma derrota pessoal.

Hoje é embaixador português da OCDE em Paris


MANUEL PINHO

Esteve presente na reunião em 2009, ainda na qualidade de ministro da Economia de Sócrates

Para além do poder da organização, há fenómenos psicológicos que não são de fácil explicação - Manuel Pinho nunca teve na vida política um gesto como aquele dos célebres "corninhos". quando se dirigiu a Bernardino Soares num debate na Assembleia da República


O facto é que aconteceu antes da reunião de Bilderberg e contra uma figura de um partido marxista-Leninista, que disse ter dúvidas se a Coreia do Norte não será uma democracia.




Há quem perspective graves convulsões no seio do capitalismo e que o plano do grupo é seguir a política norte-coreana.





ANTÓNIO BORGES 


Participou em reuniões do Bilderberg nos anos de 1997 e 2002.

Em 2000 ingressou na Goldman Sachs International, em Londres. 

No livro “O Banco. Como o Goldman Sachs dirige o Mundo”, o jornalista belga, Marc Roche, correspondente do Le Monde em Londres, refere que o banco norte-americano “está por detrás da actual crise financeira”.



Em 2008, foi nomeado Presidente do Conselho de Administração do Hedge Fund Standards Board, lobbie de representação destes fundos especializados em estratégias agressivas de investimento.




Foi Director do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional, responsável pelo programa de ajustamento português donde saiu  para trabalhar para o Governo no início de 2012.
 Supervisionou alguns dos maiores empréstimos da história” do FMI: os pacotes da Grécia e da Irlanda

O jornalista do "Le Monde" Marc Roche estabelece um paralelo entre as políticas de austeridade na Europa e a presença de "veteranos" do Goldman Sachs na política europeia. 
Diz ainda:
"Sei que ele esteve no Goldman Sachs mas não sei o que é que ele fez ou em que secção trabalhou. Tal como os outros: Draghi ou Monti
".
O FMI disse-me que se livraram dele [António Borges] porque não estava à altura do trabalho e agora chego a Lisboa e descubro que está à frente do processo de privatização.


António Borges é o polvo que comanda este governo (sem desvalorizar *Moedas e *Moreira Rato)e que tem um ascendente total sobre o fraco Passos Coelho


Foi Membro do Conselho de Administração do Grupo Jerónimo Martins entre 2001 e 2010; regressou em 2012 (negócios / politica)

O dono da Jerónimo Martins defendeu que "não é com Grândola Vila Morena que se resolvem os
 os problemas" do país. Depois de em Janeiro, ter valorizado 423 milhões em bolsa, fica no topo da lista de milionários portugueses
Os seus impostos continuam a ser pagos na Holanda.



ANTÓNIO JOSÉ SEGURO e PAULO PORTAS 


Os dois marcaram presença este ano, 2013no encontro.

Dizem que Seguro, quando abriu a caixa de correio, nem queria acreditar no que estava a ver - Um envelope dourado com um laço azul e o seu nome no interior ("com muito gosto, sim senhor", respondeu a quem lhe perguntou se iria aceitar!). 
Porque, de cada vez que Balsemão leva um convidado especial, passados pouco tempo habemus primeiro-ministro...


Portas faz actualmente parte do Governo e Seguro pode vir a fazer, caso o PS vença as legislativas marcadas para 2015.


“Enquanto 150 iluminados entre os quais Paulo Portas, António José Seguro e Durão Barroso  se esconderam atrás de muros metálicos e centenas de polícias nos arredores de Londres para definirem a agenda política, milhares de pessoas vindas um pouco de todo o mundo ocidental juntaram-se nas imediações do hotel da reunião para dizerem que sabem. Sabem que têm sido enganadas. Mas não o continuarão a ser".

PASSOS COELHO 

"Francisco Pinto Balsemão declarou ter convidado Pedro Passos Coelho para uma reunião da sociedade secreta Bilderberg, acrescentando que o actual primeiro-ministro “não pôde ir”.

Uma das muitas perguntas que ficam sem resposta é: quando terá Passos Coelho sido convidado? Foi para a reunião de 6 a 9 de Junho indo Paulo Portas  – o número dois do seu governo – em sua substituição? Ou terá sido para a reunião de 3 a 6 de Junho de 2010um ano antes de se tornar primeiro-ministro

Recordo que o social-democrata convidado para o encontro de 2010 foi Paulo Rangel  – que dois meses antes ficara em segundo lugar nas eleições directas para a liderança do PSD, ganhas por Passos Coelho.

Recordo também que todos os governos de Portugal dos últimos vinte anos – num total de sete – foram liderados por membros do Bilderberg. Vários dos nossos últimos primeiros-ministros foram eleitos poucos meses após se iniciarem nessa sociedade secreta.

Publicado em 4.08.2013 em: BILDERBERG PORTUGAL|SOCIEDADES SECRETAS


As pessoas sentem, e com razão, que não importa em quem votar porque todos os políticos mentem de acordo com as políticas do grande capital, a quem são “obrigados” a obedecer, escravizando pessoas. 
Tantos deputados para... ?
Pela primeira vez, voto no partido da abstenção que, tal como o voto nulo ou em branco, não produz qualquer impacto mas, pelo menos, não contribui para as subvenções dos políticos.


*MOREIRA RATO 

Trabalhou na Goldman Sachs e na Lehman Brothers na área de derivativos em Londres onde vive desde 2000. Foi fundador da gestora de Hedge Funds, Nau Capital em parceria com o Grupo Espírito Santo. Actualmente, é director da Morgan Stanley onde é responsável de soluções de mercado para a Península ibérica.




E as Finanças escolheram João Moreira Rato para presidir ao IGCP, o instituto que vende e gere a dívida pública portuguesa.



*MOEDAS

O secretário de Estado adjunto do 1.ºministro que acompanha os memorandos da troika, trabalhou no departamento de fusões e aquisições do Goldman Sachs.

Tem 3 empresas ligadas às Finanças, aos Seguros e à Imagem e Comunicação, tendo tido como sócios, Pais do Amaral, Alexandre Relvas e Filipe de Button a quem comprou todas as quotas em Dezembro passado.
Como clientes tem a Ren, a EDP, o IAPMEI, a ANA, a Liberty Seguros entre outros. 
"Nada obsceno para quem é adjunto de PPC! ".


Imagens Google

domingo, 4 de agosto de 2013

SERÁ QUE EU EXISTO?




Será que eu existo?
Olho pra mim, não me acho
Porque eu não sou eu
Olho pró lado e vejo
Qu'é meu aquele beijo
Não importa, ó Romeu
Atraente é o borracho
Eu apenas subsisto

Sou mas não sou
Tenho mas não tenho
Quero mas não posso
Sou "marioneta"
Sem qualquer meta
Realidade é o fosso
Em que me detenho  
Porque o sonho acabou


Imagem Google


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

DESCORTINAR REALIDADES OCULTAS


PERGUNTAS COM ALGUMAS RESPOSTAS RETIRADAS DO BLOG: 



1 - Qual a razão da remodelação governamental de Julho 2013 e o nível de influência de Balsemão neste país?


2 - Bilderberg: As minhas (autora do blog acima) perguntas a Balsemão e a sua resposta


3 - Bilderberg: o director da Exame, João Vieira Pereira, não respondeu às minhas (autora do blog) perguntas. Por que terá sido?



4 - Por que será que algo me diz que o Portas preparou isto há umas semanitas?


5 - CV Rui Machete... Nesse caso seria então o BCP um banco público entre 2008 e 2011?



6 - Será também isto do marido da ministra mais uma coincidência Balsemão/Bilderberg?



7 - Seria este novo "resgate brando" que Gaspar exortava na carta de demissão?


8 - É impressão minha (autora do blog) ou Gaspar lançou um desesperado Save Our Souls ao mundo e ninguém quis perceber?



9 - Quanto vale a vida de Cavaco Silva?


10 - A pergunta que se impõe: Cavaco desceu à Terra ou aterrou em Marte?


11 - Por que é que o Grupo Ascendi esconde quem realmente é?


Imagens Google

segunda-feira, 29 de julho de 2013

COSMOS... E "AFINIDADES"




A pintura original de "COSMOS DO MEU JARDIM", (óleo em tela), feita pela minha irmã “MALEMA” e que agora acabei de ver no blog de que é autora, fez-me reportar à chita e a outros “espaços” com ela associados.



Sou do tempo em que as chitas de estampados pequenos faziam parte da roupa de verão das crianças. O tecido de algodão, geralmente com motivos florais e cores vivas (com predominância de uma), imitava o antigo estilo inglês Liberty.


Na decoração de murais, cortinas ou colchas viam-se as chitas de Alcobaça, tecelagem caracterizada pelo recurso a padrões estereotipados muito coloridos de influência Indo-Europeias, que se desenvolvem em riscas largas de decoração variada com pássaros, animais, flores, frutas, figuras humanas, cornucópias, ânforas, ninhos e frutos tropicais.



E às chitas associo a “Crónica Feminina”, revista semanal de âmbito nacional que adquiriu sucesso proporcionando à mulher uma outra perspectiva de vida em virtude do seu carácter moderno e “revolucionário”. 
Incluía notícias e artigos de sociedade, moda, medicina, beleza, cinema, cultura, humor e conquistou uma posição de destaque nos anos 60, conhecida também pelas foto-novelas que publicava.


Há alguns anos atrás, Milai Bensabat, a colaboradora que num ápice ficou directora literária (terá sido a primeira vez que as duas funções foram exercidas pela mesma pessoa numa publicação da Agência), foi convidada para um talk-show na RTP. O entrevistador (pouco sensato) alvitrou que a Crónica Feminina tinha sido uma revista para pessoas de baixo nível cultural.
Ela: 
- "Nunca me arrependi de a fazer, ouviu? 
Nunca! “


Só quem a conheceu, como eu, é que poderá imaginar o tom “repreensivo” que deve ter posto na resposta…

 A autora defende que, quer a crónica feminina quer a publicidade, devem ser considerados como elementos integrados no contexto social. 
Em Portugal, naquela época, a moda continuava a ser influenciada pelos padrões franceses. A moral e os costumes rígidos aconselhavam modelos práticos e simples para o dia-a-dia, toillette para a tarde e vestidos longos e sofisticados para a noite. Os acessórios como écharpes, laços, fitas, fantasias ou chapéus, luvas e colares, eram considerados imprescindíveis.
Mas a censura acabou por levar os responsáveis pela Revista a terminar a produção editorial.

Em 2004

E, não sei exactamente em que ano, a Milai retomou o lugar que tinha deixado na Medicina Escolar Preventiva.
Foi aqui que a encontrei quando, em Setembro de 1975, também eu passei a fazer parte das actividades desenvolvidas no Centro de Medicina Pedagógica de Lisboa.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A NOTA DISSONANTE




Hoje o (ex) ministro Álvaro Santos Pereira, a "carta fora do baralho" é 
o protagonista "a solo" deste poste.

Gostei dele.


Com uma série de livros publicados na mala, deixou o Canadá - segundo maior país do mundo e um dos mais desenvolvidos, membro do G8, G20, OTAN, OCDE,  OMC, Comunidade das Nações, Francofonia, OEA , APEC, Nações Unidas - onde leccionava na Universidade Simon Fraser, Vancouver, para vir cumprir “um dever com agrado” (a designação é minha) como ministro independente, no lindo e mesquinho Portugal de que tanto se orgulha (ou orgulhava).

O Álvaro - disse que assim lhe podiam chamar - de ironia delicada, trazia um acervo de ideias novas.

Começou por querer lutar contra interesses instalados, apresentando no Parlamento medidas para acabar com os carros e os motoristas nos organismos e empresas públicas e dizer que era tempo de “arregaçar as mangas e trabalhar, trabalhar, trabalhar”.

Instalou a discórdia da cobrança de portagens nas ex-Scut e da transferência dos contentores para a Trafaria.

Irritava-se com o desrespeito pelos imigrantes.


Não conseguiu conter o riso ao ouvir Bruno Dias, deputado do PCP, “sugerir que o famoso Borda-d’água passasse a fazer parte da consulta obrigatória para as previsões orçamentais do Governo” brincando um pouco com as palavras recentes de Vítor Gaspar, que culpou o mau tempo pela quebra de 4% no PIB.


Sugeriu a exportação dos pastéis de nata, tão vendáveis “como os churrascos Nando’s ou os hambúrgueres” 

Tudo isto causou-lhe dissabores e nunca conseguiu agradar às “élites” sintonizadas com a improbidade. A maior parte das suas ideias não foi aceite nem compreendida.

Ao contrário das sociedades anglo-saxónicas, Portugal é uma sociedade matriarcal que "lida mal com o sucesso dos outros, gosta de formalismos e prefere não penalizar os incompetentes".

O texto constitucional é achincalhado e o Tribunal Constitucional, como garante do cumprimento da Constituição, é desrespeitado pelos governantes. Estamos perante um País sem Lei, em que a vontade pessoal de alguns se sobrepõe aos efectivos interesses de muitos.


Somos confrontados com situações bizarras, assistindo a actos de corrupção de diversos governantes, sem consequências para os infractores, face à surdez da justiça, perante os factos constatados e reivindicação da sociedade.



Para alcançar o poder, os partidos não regateiam internamente os custos 
dessa aventura política

Santos Pereira conseguiu o acordo de concertação social com a UGT e o Patronato mas, com pouca capacidade para se impor, o discurso coube ao primeiro-ministro




Sem experiência política, apanhou a recessão mais profunda dos últimos vinte anos e a gestão de um hiperministério ingovernável (segundo Assunção Cristas e que agora desmantelou).

Para quem leu os seus livros, conclui que tem ideias claras sobre o que Portugal deve fazer para tentar ultrapassar esta crise. Mas escrever, liderar e executar são coisas diferentes.


Em Janeiro 2012, defendeu que a estratégia de internacionalização da economia portuguesa tem falhado; no entanto, acreditava que o aumento das exportações e a afirmação da "marca Portugal" podiam passar a ser um DESÍGNIO NACIONAL.

Não tem dúvidas de que "Portugal é um país e uma marca com futuro porque o que é Portugal é bom”. Mas "é preciso que se afirme com convicção o orgulho de sermos portugueses. Eu sou português e tenho orgulho".

Diz que “Os nossos mercados são óbvios. A Europa tem sido o principal, mas a CPLP deve ser um alvo. Precisamos de nos tornar um país mais competitivo e menos desigual.”

Porém, "Tudo será em vão se não formos capazes de recuperar a credibilidade externa"




E Carlos Zorrinho sublinha que "valia a pena assumir esta estratégia [de apostar na internacionalização da "marca Portugal"], não como sendo apenas do Governo, mas como uma estratégia nacional




Mas, sem fazer parte da máquina partidária do PSD e com uma pedra no sapato do CDS que sempre quis a pasta da Economia, cedo começou a destacar-se mais pelas suas fragilidades e incapacidade de travar a escalada do desemprego face à falta de investimento
Não demorou a ser apontado como um dos elos mais fracos do Governo e rapidamente foi engrossando o coro de vozes a pedir a sua saída.

Desde a tomada de posse que lhe foram tirando todos os secretários de Estado à excepção de Sérgio Monteiro (dos Transportes) porque, tal como ele, criavam tensões com os interesses instalados.




Recordo apenas Henrique Gomes que terá encomendado a uma entidade independente a avaliação do custo das rendas excessivas pagas pelo sistema eléctrico nacional às grandes produtoras de electricidade e que apontava para 3,9 mil milhões de euros. O objectivo do Governo seria cortar 2,5 mil milhões deste montante, de acordo com as orientações da ‘troika' que exigiam uma forte redução dos custos neste sector

O presidente executivo do grupo EDP, António Mexia, na apresentação de resultados da companhia acusou de imediato os responsáveis do estudo de cometerem "erros grosseiros”… e Henrique Gomes foi "despedido"





Os acontecimentos políticos das últimas semanas já apontavam o dirigente do CDS-PP, António Pires de Lima como seu substituto à frente da pasta da Economia, no Governo remodelado por Passos Coelho. E quando a notícia apareceu na Revista Visão, nem surpreendeu.





Com a demissão em suspenso, à laia de despedida, ainda aproveitou a inauguração de uma fábrica da Galp em Sines para fazer um balanço dos seus dois anos de governação. E também se deslocou a Luanda, numa visita oficial de dois dias, para atrair investimentos para Portugal.


João Gonçalves, um seu assessor disse na sua página no Facebook, que "desta vez não é o PR nem o PM que anunciam uma remodelação em primeira mão. São os interesses e as negociatas. Álvaro Santos Pereira - que comete o crime da independência - é removido por eles do Ministério da Economia e do Emprego. Boa tarde e boa sorte".




Em conversas com os seus secretários de Estado e membros do gabinete, demonstrou alguma irritação com o que entende ter sido um "golpe palaciano" de Portas para o tirar da Economia. Mas nem por isso deixou de manter o silêncio ou pôr em causa a sua boa relação com Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo indicado pelo CDS.


Desde sempre tido com remodelável, não quis passar directamente a pasta ao seu sucessor António Pires de Lima e não compareceu na cerimónia de posse.

O comentador da Antena 1 de assuntos políticos Raul Vaz considera que “os portugueses ainda vão ter saudades de Álvaro Santos Pereira que contribuiu para a dessacralização do poder” e que “vai ser curioso ver qual será a atitude e a prática de Jorge Moreira da Silva em relação ao sector da Energia, que o ministro atacou, pelo menos parcialmente”. 



Será que vai tomar parte num painel organizado pela European Ideas Network do PPE que conta com a participação de inúmeras personalidades políticas nacionais e europeias - Paulo Rangel, Nuno Melo, o Presidente do Grupo do PPE no Parlamento Europeu, Pedro Passos Coelho, Álvaro Santos Pereira e especialistas de várias instituições - sobre as relações da União Europeia com a América Central e do Sul?



Portugal é visto pelos nacionais como um país «onde impera a crise, grassa a corrupção e falta a justiça», segundo um estudo anual realizado pela fundação Vox Populi, em parceria com a empresa Marktest.


Imagens Google