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segunda-feira, 29 de julho de 2013

COSMOS... E "AFINIDADES"




A pintura original de "COSMOS DO MEU JARDIM", (óleo em tela), feita pela minha irmã “MALEMA” e que agora acabei de ver no blog de que é autora, fez-me reportar à chita e a outros “espaços” com ela associados.



Sou do tempo em que as chitas de estampados pequenos faziam parte da roupa de verão das crianças. O tecido de algodão, geralmente com motivos florais e cores vivas (com predominância de uma), imitava o antigo estilo inglês Liberty.


Na decoração de murais, cortinas ou colchas viam-se as chitas de Alcobaça, tecelagem caracterizada pelo recurso a padrões estereotipados muito coloridos de influência Indo-Europeias, que se desenvolvem em riscas largas de decoração variada com pássaros, animais, flores, frutas, figuras humanas, cornucópias, ânforas, ninhos e frutos tropicais.



E às chitas associo a “Crónica Feminina”, revista semanal de âmbito nacional que adquiriu sucesso proporcionando à mulher uma outra perspectiva de vida em virtude do seu carácter moderno e “revolucionário”. 
Incluía notícias e artigos de sociedade, moda, medicina, beleza, cinema, cultura, humor e conquistou uma posição de destaque nos anos 60, conhecida também pelas foto-novelas que publicava.


Há alguns anos atrás, Milai Bensabat, a colaboradora que num ápice ficou directora literária (terá sido a primeira vez que as duas funções foram exercidas pela mesma pessoa numa publicação da Agência), foi convidada para um talk-show na RTP. O entrevistador (pouco sensato) alvitrou que a Crónica Feminina tinha sido uma revista para pessoas de baixo nível cultural.
Ela: 
- "Nunca me arrependi de a fazer, ouviu? 
Nunca! “


Só quem a conheceu, como eu, é que poderá imaginar o tom “repreensivo” que deve ter posto na resposta…

 A autora defende que, quer a crónica feminina quer a publicidade, devem ser considerados como elementos integrados no contexto social. 
Em Portugal, naquela época, a moda continuava a ser influenciada pelos padrões franceses. A moral e os costumes rígidos aconselhavam modelos práticos e simples para o dia-a-dia, toillette para a tarde e vestidos longos e sofisticados para a noite. Os acessórios como écharpes, laços, fitas, fantasias ou chapéus, luvas e colares, eram considerados imprescindíveis.
Mas a censura acabou por levar os responsáveis pela Revista a terminar a produção editorial.

Em 2004

E, não sei exactamente em que ano, a Milai retomou o lugar que tinha deixado na Medicina Escolar Preventiva.
Foi aqui que a encontrei quando, em Setembro de 1975, também eu passei a fazer parte das actividades desenvolvidas no Centro de Medicina Pedagógica de Lisboa.

2 comentários:

  1. Os nossos vestidos eram de chita.E que lindos que eram:franzidos na cintura,com um grande laço atrás.Uma golinha redonda.Um mimo!
    A mãe comprava o tecido na loja das meninas Vicentes. A costureira era na Parada que dista da Cerdeira cerca de 3 km.Lembro-me,de muito pequena,para as provas,ir e voltar a pé,sozinha.Ainda não haveria pedófilos e nem crianças a serem raptadas?
    Bjs

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  2. É verdade, sim. E os bibes tinham folhos em vez de mangas.
    Três km é muito para uma criança!
    Mas não devíamos pensar isso naquela altura porque eu também lá ia ter com a minha amiga Maria da Luz (filha do "veterinário") - viria depois a ser colega no Colégio - como se morasse ali ao lado...
    Xau

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