A
pintura original de "COSMOS DO MEU JARDIM", (óleo em tela), feita pela minha irmã “MALEMA” e que
agora acabei de ver no blog de que é autora, fez-me reportar à chita e a outros
“espaços” com ela associados.
Sou
do tempo em que as chitas de estampados pequenos faziam parte da roupa de verão
das crianças. O tecido de algodão, geralmente com motivos florais e cores vivas
(com predominância de uma), imitava o antigo estilo inglês Liberty.
Na decoração de
murais, cortinas ou colchas viam-se as chitas de Alcobaça, tecelagem caracterizada
pelo recurso a padrões estereotipados muito coloridos de influência
Indo-Europeias, que se desenvolvem em riscas largas de decoração variada com
pássaros, animais, flores, frutas, figuras humanas, cornucópias, ânforas,
ninhos e frutos tropicais.
E às chitas associo
a “Crónica Feminina”, revista semanal de âmbito nacional que adquiriu sucesso
proporcionando à mulher uma outra perspectiva de vida em virtude do seu carácter
moderno e “revolucionário”.
Incluía notícias e artigos de sociedade, moda,
medicina, beleza, cinema, cultura, humor e conquistou uma posição de destaque
nos anos 60, conhecida também pelas foto-novelas que publicava.
Há alguns anos
atrás, Milai Bensabat, a colaboradora que num ápice ficou directora literária (terá
sido a primeira vez que as duas funções foram exercidas pela mesma pessoa numa
publicação da Agência), foi convidada para um talk-show na RTP. O entrevistador (pouco sensato) alvitrou
que a Crónica Feminina tinha sido uma revista para pessoas de baixo
nível cultural.
Ela:
- "Nunca me arrependi de a fazer, ouviu?
- "Nunca me arrependi de a fazer, ouviu?
Nunca! “
Só quem a conheceu,
como eu, é que poderá imaginar o tom “repreensivo” que deve ter posto na
resposta…
A autora defende que, quer a crónica feminina
quer a publicidade, devem ser considerados como elementos integrados no
contexto social.
Em Portugal, naquela
época, a moda continuava a ser influenciada pelos padrões franceses. A moral e
os costumes rígidos aconselhavam modelos práticos e simples para o dia-a-dia,
toillette para a tarde e vestidos longos e sofisticados para a noite. Os
acessórios como écharpes, laços, fitas, fantasias ou chapéus, luvas e colares, eram
considerados imprescindíveis.
Mas a censura acabou
por levar os responsáveis pela Revista a terminar a produção editorial.
Em 2004
E, não sei
exactamente em que ano, a Milai retomou o lugar que tinha deixado na Medicina Escolar
Preventiva.
Foi aqui que a
encontrei quando, em Setembro de 1975, também eu passei a fazer parte das actividades
desenvolvidas no Centro de Medicina Pedagógica de Lisboa.
Os nossos vestidos eram de chita.E que lindos que eram:franzidos na cintura,com um grande laço atrás.Uma golinha redonda.Um mimo!
ResponderEliminarA mãe comprava o tecido na loja das meninas Vicentes. A costureira era na Parada que dista da Cerdeira cerca de 3 km.Lembro-me,de muito pequena,para as provas,ir e voltar a pé,sozinha.Ainda não haveria pedófilos e nem crianças a serem raptadas?
Bjs
É verdade, sim. E os bibes tinham folhos em vez de mangas.
ResponderEliminarTrês km é muito para uma criança!
Mas não devíamos pensar isso naquela altura porque eu também lá ia ter com a minha amiga Maria da Luz (filha do "veterinário") - viria depois a ser colega no Colégio - como se morasse ali ao lado...
Xau