Hoje
começa, oficialmente, a minha estação predilecta - o outono (Outono, no tempo
em que aprendi a representar as palavras, caracteres e sinais gráficos através
da escrita)
Com
as novas regras do Acordo Ortográfico de 1990, as estações do ano passaram a
escrever-se com inicial minúscula, ficando as iniciais maiúsculas reservadas
para os nomes próprios de lugares, de pessoas e de entidades mitológicas.
Apesar
de não aceitar este Acordo (nem qualquer outro!), não vejo nenhuma razão sintáctica para não usar outono em vez de Outono.
E aí está ele outra vez...
E aí está ele outra vez...
O Outono em Portugal
Na
antiguidade só eram conhecidos o verão e o inverno: o verão, um período mais
longo (ver ou veris, do termo em latim veranum) que englobava as actuais estações da primavera, verão e outono
e que significava o tempo primaveril, seguido de um período mais curto com mau clima,
o inverno (hiems ou hibernus tempus”)
Como
ao período longo correspondiam muitos meses, essa grande estação passou a ser
dividida em duas mais pequenas: primo ver (o “primeiro verão”), ou primavera depois e deveranum tempus ou veranum tempus (período de maior calor) ou verão, posteriormente.
Porem, no seu final, o veranum
tempus ainda considerado grande, começou a ser chamado aestivum (estio).
Mais
tarde, o hiems ainda foi dividido em tempus autumns (“prelúdio do
inverno”, “tempo do ocaso”), hoje outono e hibernus tempus (“tempo
de hibernar “) o inverno em si.
No
século XVI chegaram a existir cinco estações: primavera, verão, estio, outono e
inverno, com durações diferentes.
A
partir do século XVII, o verão foi anexado ao estio e deu origem a uma nova divisão, as
quatro estações actuais. O início de cada período seria determinado pelos
equinócios e pelos solstícios.
Na natureza esta fase é marcada pela renovação, obrigatória, para a sobrevivência e desenvolvimento da vida. Este processo de libertação do antigo
é essencial, pois é no desprender e libertar que se abre espaço para o
novo que a Primavera virá preencher.
Gosto do outono. Estação da
temperatura ideal, de transição entre o verão muito quente e o inverno muito frio,
é também de preparação, do amadurecimento dos frutos e da colheita. Com manhãs
mais tardias e anoiteceres mais prematuros, os dias começam a diminuir, convidando
ao recolhimento. Um chá quente já é reconfortante e a lareira, um local apetecível.
As folhas adquirem uma
enorme gama de cores desde o amarelo, ao laranja, marrom, verde e vermelho. As
paisagens enchem-se desses tons vibrantes e passear pelos parques ou pelos jardins cobertos,
faz-nos respirar ao ritmo dum ruído seco e crocante, provocado pelo pisar das folhas caídas.
A comida é mais apetitosa
com enchidos, sopas, assados, massas e castanhas quentes, a substituir as
saladas.
O frio e a chuva são a
desculpa perfeita para fazer compras e renovar o guarda-roupa ou para ver o filme que estava aguardando.
O cheiro a canela começa a sentir-se e os enfeites de
Natal vão surgindo por todo o lado nas ruas, nos shoppings, nas casas.
Enfim, pode dizer-se que o outono está associado ao
começar de um novo ciclo com o regresso ao trabalho ou à escola, o fim da época
de férias, a preparação dos animais para a hibernação, a caça, as vindimas
Nesta
estação
Alimentos: Os derivados do milho e do trigo e todos os
tipos de raízes e sementes, como batata, cenoura e noz.
Bebidas: Consumé, sumo de frutas, vinho
Cores: Amarelo, laranja, marrom, verde, lilás, vermelho
Frutos: Maçã, romã
Incenso: Benjoim, mirra, sálvia
Pedras: Ágata, cornalina, lápis-lazúli, safira
E outros símbolos:
Imagens Google