Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

MEMÓRIAS



Houve  um tempo, depois de passada a frenética década de 60 em que, mais “adaptada” e mais “acomodada”, me integrei em grupos de pessoas um pouco mais definidas também, e, consequentemente, noutras  paragens como a Pastelaria Versailles, na Av. Da República, uma das mais antigas de Lisboa (inaugurada em 1922) e classificada em 1996 como Património Imóvel do Interesse Público, pela Direcção Geral do Património Cultural.
A Versailles nasceu para ser uma casa de chá. Porem,  ao longo do tempo, o espaço deu lugar a café, pastelaria e restaurante. Sempre um lugar de referência na cidade de Lisboa (mantém fidelizados alguns dos clientes desde que a frequentaram pela primeira vez), foi, também, para mim, um agradável e calmo lugar de convívio.

Pastelaria Versailles

Espaço, reunião, lugar de convívio, trouxeram-me à memória o quê’?

Exactamente o não menos “famoso Café Pátria”, instalado num dos  três primeiros edifícios da antiga Av. 28 de Maio ( Av. das Forças Armadas, depois da Revolução)

Tal e qual, como há 63 anos, "just another simple place", a Caféeira (1866 ?) Pátria-Pastelaria-Restaurante, conhecida por "A proximidade das faculdades", local propício a jantares académicos, agora velhinha, parada no tempo, lá está.


Gallery Image

Apesar de ficar "ao pé de casa", só lá entrei uma única vez para ver como era o ambiente predilecto dos muitos estudantes que pareciam satisfeitos com o que lhes era servido. Com a esplanada a transbordar sorrisos, sentei-me, também, durante alguns minutos para tomar um café.

Hoje lia-se:
Cozinha Portuguesa - Refeições casuais
Preço médio - 20 € para duas pessoas (aprox.)
1,10 € por uma cerveja (aprox.)
Como calculamos o custo para dois?
Aceita dinheiro e cartões
Temporariamente encerrado. 
Voltaremos em breve! (ou permanentemente?)
Fica a dúvida.


Nota de rodapé
Novembro 2020

Para conhecimento dos que, em tempo, leram este poste, a dúvida virou saudade e deu lugar à Farmácia Avenida das Forças Armadas, permanentemente aberta 24h - Farmácias de Serviço.




Imagens Google

sábado, 5 de setembro de 2020

PERSONA/ MUNDOS


Cada corpo em movimento tem um centro de gravidade percorrido por uma trajectória orientada, de certo modo, pela mente, que já nasce com uma estrutura capaz de determinar o seu desenvolvimento no futuro e a sua interacção com o meio em que vive.
Poderá dizer-se que o poder de mudar o mundo está em cada um de nós...e que se é senhor do próprio destino?
Antes de mais, será que conhecemos, pelo menos, o nosso próprio mundo? Porque, na realidade, ninguém se expõe completamente, ninguém é só o que parece ser – há sempre medos, desejos, mágoas que se guardam.
Depois, todos somos diferentes na forma de ver e enfrentar o universo dos outros, também ele singular e misterioso.
Todas as pessoas passam por uma adaptação que pode ser crucial para o desenvolvimento da personalidade. O arquétipo persona, personagem-aparência é o responsável por essa integração que todos assumimos perante a sociedade, tanto nos papéis sociais como na roupa que escolhemos ou no modo como nos expressamos influenciando positiva /negativamente a identificação do ego.
Acredito que há acontecimentos que não se conseguem evitar mesmo e que determinam ou influenciam a orientação que gostaríamos de tomar.
Por outro lado, falando de pobreza/riqueza, por ex., aceito a explicação dada por Tom Corley quando diz que a “diferença entre as pessoas mais ricas e as mais pobres não se limita ao número de dígitos que têm nas contas bancárias. A quantidade de dinheiro que cada um tem costuma ser uma consequência e não uma causa das diferenças. É por isso que muitos ricos vão à falência e poucos anos depois recuperam o que perderam, enquanto muitas pessoas pobres, quando ficam ricas em lotarias ou similares, poucos anos depois retornam para a situação financeira difícil que se encontravam.”  Os hábitos diários determinam se uma pessoa será rica, pobre ou de classe média durante a sua vida.
Um homem, que hoje conta com 54 anos, ganhou a lotaria em 1995. O seu prémio, um dos primeiros a sair na lotaria nacional, ascendeu a 8,3 milhões de euros. Depois de ter comprado vários artigos de luxo, hoje vive num apartamento de pequenas dimensões, com amigos sem-abrigo, tendo perdido toda a sua fortuna, num misto de maus investimentos e infortúnios. Mundo-ao-Minuto
Mas há outra pobreza... 




E outra riqueza...
A riqueza gananciosa que obscurece a mente, faz esquecer o bem comum e é quase sempre alimentada por mentiras e corrupção, destruindo valores de sociedades inteiras



 Damon descreve imagens como um 'zumbido visual' (Foto: Thinkstock/BBC)


E como será o mundo de um cego

Todas as pessoas são portadoras de quatro funções cognitivas principais.
Devemos ter uma função que indique algo que existe - a sensação ; outra, o pensamento, que estabelece o que isso significa; a terceira expressa se aquilo nos convém e se queremos aceitar essa coisa ou não - o “sentir”;  e a última, a intuição, que serve como uma percepção inconsciente das coisas, indicando “de onde vieram e para onde estão indo”. Carl Jung, psiquiatra suíço fundador da psicologia analítica
E o cego não percebe a presença dos olhares. O olhar facilita as relações pessoais, a transmissão de aprovação ou recusa de uma relação de amizade.
Logicamente, pressupõe-se  que, quando a visão desaparece, a pessoa fica na escuridão. Mas nem sempre é assim. É o caso do jornalista da BBC Damon Rose que perdeu a visão na infância e hoje vê, permanentemente, luzes coloridas. Diz: "Do que eu sinto mais falta é da escuridão". Perdi a minha visão há 31 anos, graças a uma cirurgia mal feita e no certificado de registo da deficiência há três letras, agora desbotadas, NLP (ausência de percepção luminosa, na sigla em inglês).


Imagens Google

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

O MUSEU DE VILAR FORMOSO

Faz hoje 3 anos que foi inaugurado ” um dos mais interessantes pólos museológicos criado nos últimos anos”, o Museu “ Vilar Formoso Fronteira de Paz, Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes”, dedicado à passagem, por Portugal, dos milhares de refugiados durante a Segunda Grande Guerra Mundial.
Vindo quase todos de comboio, "Vilar Formoso, a Fronteira da Paz" libertava -os do holocausto nazi (Salvador Dali, Zsa Zsa Gabor,  Arthur Koestler, Alfred Döblin, Heinrich Mann, Antoine de Saint – Exupéry, Erika Mann, George Rony, Peggy Guggenheim e Robert Montgomery, entre eles).

O museu, ocupando dois antigos armazéns, está situado ao lado da estação ferroviária de Vilar Formoso (um autêntico museu vivo de património ferroviário e azulejos), onde são apresentados seis núcleos expositivos: “Gente como nós”, “Início do pesadelo”, “A viagem”, “Vilar Formoso – Fronteira da Paz”, “Por terras de Portugal” e “A partida”.
O documentário de 1993 é da autoria de Diana Andringa, com produção e realização de Teresa Olga. Apresenta imagens de arquivo, documentos e correspondência diplomática, recortes de artigos de jornais, declarações e depoimentos de refugiados e familiares.

Apesar de ficar a  poucos quilómetros da minha Aldeia, ainda não tinha “dado” por ele ... Mas acho que devo divulgar esta agradável surpresa apresentando algumas das imagens retiradas da galeria de fotos da Internet.