Cada corpo em movimento tem um
centro de gravidade percorrido por uma trajectória orientada, de certo modo,
pela mente, que já nasce com uma estrutura capaz de determinar o seu
desenvolvimento no futuro e a sua interacção com o meio em que vive.
Poderá dizer-se que o poder de mudar o mundo está em cada um de nós...e que se é senhor do próprio
destino?
Antes de mais, será que conhecemos, pelo menos, o nosso próprio mundo? Porque, na realidade, ninguém se expõe completamente, ninguém é só o que parece ser – há sempre medos,
desejos, mágoas que se guardam.
Depois, todos somos diferentes
na forma de ver e enfrentar o universo dos outros, também ele singular e
misterioso.
Todas as pessoas passam por
uma adaptação que pode ser crucial para o desenvolvimento da personalidade. O arquétipo
persona, personagem-aparência é o responsável por essa integração que todos assumimos
perante a sociedade, tanto nos papéis sociais como na roupa que escolhemos ou no
modo como nos expressamos influenciando positiva /negativamente a
identificação do ego.
Acredito que há acontecimentos
que não se conseguem evitar mesmo e que determinam ou influenciam a orientação que gostaríamos de tomar.
Por
outro lado, falando de pobreza/riqueza, por ex., aceito a explicação dada
por Tom Corley quando diz que a “diferença entre as
pessoas mais ricas e as mais pobres não se limita ao número de dígitos que têm
nas contas bancárias. A quantidade de dinheiro que cada um tem costuma ser uma
consequência e não uma causa das diferenças. É por isso que muitos ricos vão à falência e poucos anos depois recuperam o que perderam, enquanto muitas pessoas
pobres, quando ficam ricas em lotarias ou similares, poucos anos depois retornam para a
situação financeira difícil que se encontravam.” Os hábitos diários determinam se uma pessoa será rica, pobre ou de classe
média durante a sua vida.
Um homem, que hoje conta com 54 anos, ganhou a lotaria em 1995. O seu prémio, um dos primeiros a sair na lotaria nacional, ascendeu a 8,3 milhões de euros. Depois de ter comprado vários artigos de luxo, hoje vive num apartamento de pequenas dimensões, com amigos sem-abrigo, tendo perdido toda a sua fortuna, num misto de maus investimentos e infortúnios. Mundo-ao-MinutoMas há outra pobreza...
A riqueza gananciosa que obscurece a mente, faz esquecer o bem
comum e é quase sempre alimentada por mentiras e corrupção, destruindo valores de sociedades
inteiras
Damon descreve imagens como um 'zumbido visual' (Foto: Thinkstock/BBC)
E como será o mundo de um cego?
Devemos ter uma
função que indique algo que existe - a sensação ;
outra, o pensamento, que estabelece o que isso significa; a
terceira expressa se aquilo nos convém e se queremos aceitar essa coisa ou não
- o “sentir”; e a última, a intuição, que
serve como uma percepção inconsciente das coisas, indicando “de onde vieram e
para onde estão indo”. Carl Jung, psiquiatra suíço fundador da psicologia analítica
E o cego não
percebe a presença dos olhares. O olhar facilita as relações pessoais, a transmissão
de aprovação ou recusa de uma relação de amizade.
Logicamente,
pressupõe-se que, quando a visão desaparece, a pessoa fica na escuridão.
Mas nem sempre é assim. É o caso do jornalista da BBC Damon Rose que
perdeu a visão na infância e hoje vê, permanentemente, luzes coloridas. Diz:
"Do que eu sinto mais falta é da escuridão". Perdi a
minha visão há 31 anos, graças a uma cirurgia mal feita e no certificado de
registo da deficiência há três letras, agora desbotadas, NLP (ausência de percepção luminosa, na sigla em inglês).
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