O solo é "um meio vivo e dinâmico que sustenta a vida
terrestre e as atividades humanas. Não é um recurso renovável, pois são
precisos séculos para se formar 1 cm de camada de solo. Mas um mau uso pode fazê-lo
desaparecer em poucos anos. E o solo está a diminuir e mesmo a desaparecer em
muitos pontos do globo"
Sustentabilidade é acção
09 Agosto 2015
As chamas deflagraram pelas 16 horas e pouco em
povoamento florestal, perto de Vale de Colmeias, na freguesia de Semide,
concelho de Miranda do Corvo e continuaram a alastrar com intensidade atingindo
arrecadações, anexos e armazéns agrícolas dispersos.
Sempre a avançar em direção a Miranda do Corvo e Lousã
devoraram alfaias agrícolas e viveiros de plantas, actividade desenvolvida
pelos seus habitantes.
Apesar de estar a ser combatido por 252 operacionais
auxiliados por 67 veículos e cinco meios aéreos, o fogo, pelas 19 horas,
continuava incontrolável e eram aguardados mais reforços
Lusa
O fogo, com início às
14,30 horas, na Serra da Estrela levou à evacuação do Parque de Campismo do
Pião, no concelho da Covilhã, por uma questão de precaução (segundo o oficial
da GNR, major Luís Patrício).
E cerca das 15, 45
horas, continuava a ser combatido por 165 operacionais auxiliados por 46 meios
terrestres e cinco meios aéreos.
LusaAssim, num ápice, 2 incêndios em simultânio.
E quem se importa, além dos lesados?
Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a "aérea ardida este ano, mais do que duplicou em relação ao mesmo período de 2014, tendo os incêndios florestais consumido 14.971 hectares".
Portugal arde por quase todos os lados.
Mas nem todo o território arde igualmente. Falando de fogos florestais, são imensas as áreas onde o fogo pouco ou nada entra - áreas de interesse económico, claro, associadas à exploração florestal da Portucel-Soporcel (eucalipto), do Grupo Amorim (cortiça) e Grupo Sonae (pinho)...
Mas nem todo o território arde igualmente. Falando de fogos florestais, são imensas as áreas onde o fogo pouco ou nada entra - áreas de interesse económico, claro, associadas à exploração florestal da Portucel-Soporcel (eucalipto), do Grupo Amorim (cortiça) e Grupo Sonae (pinho)...
16 Junho 2015
A Quercus - Associação Nacional para a Conservação da Natureza - avisou que o ICNF (Instituto
para a Conservação da Natureza e das Florestas) está a autorizar cada vez mais
a plantação de eucaliptos no país, dando como exemplo o
caso em Meia Via, no concelho de Torres Novas, onde o ICNF autorizou a
plantação de 13,41 hectares de eucaliptal, num terreno com sobreiros,
localizado parcialmente em Reserva Ecológica Nacional.
Além do derrube de sobreiros, está a processar-se «uma mobilização profunda de solos debaixo da copa dos sobreiros, afetando assim a regeneração natural das árvores».
Além do derrube de sobreiros, está a processar-se «uma mobilização profunda de solos debaixo da copa dos sobreiros, afetando assim a regeneração natural das árvores».
Visita de Cavaco Silva aos viveiros da Herdade de Espirra e à unidade da Corticeira Amorim
Os viveiros, os
parques de hibridação e o laboratório de biotecnologia encontram-se na Herdade
de Espirra, em Pegões.
Nem o projecto do Alqueva consegue livrar-se da obsessiva leviandade da plantação do eucalipto pela EDIA, que pretende promover a produção de matéria-prima para a indústria
da pasta de papel "ignorando" produções "essenciais e
estratégicas" que "podem ser produzidas nos perímetros de rega".
E tudo legalmente, com o Decreto-Lei nº 96/2013 de 19 de Julho que simplifica plantações de eucaliptos, mas complica a plantação de espécies florestais autóctones como o sobreiro, o castanheiro, o carvalho ou a azinheira.
Com uma área de eucaliptal desordenado em expansão, uma das maiores do mundo, as consequências são claras, e por isso a "Lei do Eucalipto Livre" é também a "Lei do Incêndio Livre".
Exportamos em valor bruto e depreciamos os nossos recursos naturais, para usufruto de investimento holandês (país de sede das principais empresas da indústria de base florestal a operar em Portugal).
O Governo está assim, irresponsavemente, a facilitar a desertificação das zonas rurais, a destruição do que sobra da nossa agricultura e a propagação crescente de incêndios - quer "pela natureza do tipo de plantação, quer pelo prémio ao crime".
Exportamos em valor bruto e depreciamos os nossos recursos naturais, para usufruto de investimento holandês (país de sede das principais empresas da indústria de base florestal a operar em Portugal).
O Governo está assim, irresponsavemente, a facilitar a desertificação das zonas rurais, a destruição do que sobra da nossa agricultura e a propagação crescente de incêndios - quer "pela natureza do tipo de plantação, quer pelo prémio ao crime".
Infelizmente, Portugal vai continuar a arder exactamente nos locais onde houve grandes incêndios há 8, 9 anos (aconteceu, no passado, em terrenos dos meus Pais), porque a vegetação, depois de regenerada, fica pronta para arder de novo!
Este ano a PJ já deteve 47 incendiários (só duas mulheres), quase todos menores.
Há os desempregados, os que têm historial clínico com défice cognitivo, problemas alcoólicos ou depressões, os que agem por retaliação e os que procuram obter algum benefício.
07 Agosto 2015
A Quercus está
apreensiva com «os atrasos» na concretização das medidas do Programa de Desenvolvimento
Rural (PDR 2020) destinadas à floresta, realçando que ficam comprometidas ações
preventivas contra incêndios, «ameaçando a sustentabilidade» da área florestal.
Mas "Todos os anos são
devolvidos milhões de euros a Bruxelas, de fundos que não investimos na
prevenção”.
Xavier Viegas, coordenador do Centro
de Estudos sobre Incêndios Florestais.
Nã há uma
política florestal e ambiental adequada a um país que é de clima moderado mas
que tem picos de muito calor.
Maria do Loreto Monteiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Florestal
Uma equipa
de investigação da Universidade de Aveiro (UA) está a estudar uma técnica
experimentada pela primeira vez em Portugal - o mulching.
Imagens Google e Mozilla Firefox
Apesar de ser do conhecimento de todos, nunca será demais sublinhar os benefícios da conservação das árvores. Elas reduzem o impacto causado pelas
chuvas, evitando, com as raízes, a erosão do solo e o conseqüente assoreamento dos recursos
hídricos; e que, a água, quando absorvida pelas plantas, através da transpiração das folhas, volta à atmosfera em forma de vapor; bloqueiam os ventos
frios no inverno; resfriam o ambiente no
verão; servem de refúgio e apriviosonamento de alimentos para consumidores primários - aves e insetos; actuam como colectoras de gás carbónico; são responsáveis por manter mais de 50% da biodiversidade; reduzem a poluição sonora; fornecem base para medicamentos e chás; dão frutos, flores, sementes, fibras, madeira, látex, resinas e pigmentos; promovem a saúde dos solos.
“O Governo gasta quase quatro vezes mais no combate aos incêndios do que na prevenção... "
O mulching propõe substituir as “ineficazes” barreiras de madeira cravadas nos solos ardidos a fim de reterem águas e
sedimentos.
Sérgio Alegre diz que "em comparação com o mulch, essas
barreiras, não cumprem a função de reter as águas e de mitigar a perca de
sedimentos dos terrenos expostos à erosão"
O método inovador, que em tradução livre se pode designar por ‘acolchoado’, consiste na distribuição de uma camada de restos
florestais triturados, pelos solos consumidos pelo fogo.
Oxalá que, com o mulching, "os terrenos que chegam a perder várias dezenas
de toneladas de solo por hectare durante o primeiro ano depois de um incêndio" como o investigador relata, deixem de ser uma realidade.
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