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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A CAMINHO DE BRAGANÇA - 2



Feitos mais 6,7 km na estrada nº 102, chega-se ao Pocinho, termo actual da Linha do Douro.

As enormes potencialidades desta aldeia do concelho de Vila Nova de Foz Côa, contribuíram, com certeza, para que o jornal britânico “The Telegraph” tenha classificado aquele concelho como «destino cultural de excelência» juntamente com a região do Minho, Coimbra e Conímbriga, Cascais e Sintra e Alentejo.

E vamos ficar por aqui algum tempo para as "descobrir".

A pequena aldeia cresceu como entreposto comercial de minério e produtos agrícolas devido à sua localização estratégica, após a construção da estação, no século XIX. As linhas ferroviárias uniram as principais localidades da região norte do país entre a Linha do Douro e a desactivada linha do Sabor.
No cais do grande e bonito edifício amarelo da estação há um alpendre suportado por consolas e painéis de azulejos com cenas rurais.

Impossível deixar de assinalar o encerramento da ligação internacional a Salamanca, fechada em 1985 e a de entre o Pocinho e Barca d'Alva em 1988...


Mais tarde, já na década de 80, a construção de uma barragem e a criação da albufeira deram-lhe novo impulso.

A barragem do Pocinho, inaugurada em 1982, fica situada junto à aldeia, ao km 180 da via navegável do Douro, entre a foz do rio Sabor e rio Côa. 
Como inclui uma eclusa com 22 metros de desnível que permite a passagem de cruzeiros, a navegação não fica limitada apenas a embarcações locais.
Actualmente, faz  a ligação rodoviária entre os distritos da Guarda e Bragança.

Antes da construção da barragem, a travessia era feita através de uma ponte metálica rodo-ferroviária de desenho qualificado da engenharia do ferro.

É uma infraestrutura da Linha do Sabor sobre o Rio Douro que liga o Pocinho ao concelho de Torre de Moncorvo.Tem dois tabuleiros sobrepostos; um, superior, que servia de caminho-de-ferro entre o Pocinho e Duas Igrejas e outro, inferior, para a circulação de automóveis. 
Está fora de serviço há 22 anos para ambos os tipos de tráfego.


Na albufeira praticam-se actividades desportivas e de lazer (de utilização livre) - navegação à vela, natação, barco a motor, remo - e pesca e surf (condicionadas).

Cais fluvial do Pocinho, instalado a montante da barragem, na margem esquerda do rio, permite a acostagem de cruzeiros, mini-cruzeiros e   embarcações de recreio.

O Município, todos os dias (desde que haja um número mínimo de pessoas) organiza passeios pelo Douro no barco rabelo “Senhora da Veiga”, entre a Régua e Barca d’Alva. 
O barco, em madeira, é uma réplica dos rabelos tradicionais que transportavam as pipas de Vinho do Porto do Alto Douro até às caves de Vila Nova de Gaia, mas agora com todas as condições modernas de segurança. Tem serviço de almoço regional a bordo e capacidade para transportar 70 passageiros.

Deste local de baixa altitude, a paisagem continua a ser um belo espectáculo  natural de águas calmas num rio alargado e "vivido".
“… E existe a luz, a luz fantástica do Douro, a luz misteriosa das suas águas e da poeira que vai de uma margem a outra (...).”
Miguel Torga
  

Há um parque de estacionamento onde, frequentemente, se reúnem muitas pessoas para observar os Cruzeiros que passam na eclusa (procedimento que demora cerca de 30 minutos) e a passagem dos barcos.




Nós também ficámos algum tempo mas só iríamos ver um deles quando, já de novo na estrada, continuávamos o nosso percurso a caminho de Bragança. 


Referenciar o Centro de alto rendimento de remo do Pocinho, nomeado para o prémio alemão de design, na categoria de “excelente design de comunicações” e referido pelo júri do prémio ECOLA (European Conference of Leading Architects), como “a elegância da forma no modo como o desenho integra a paisagem”, considerando a sua inclusão no contexto do vale do Douro, é imprescindível.
A estrutura, com forma de edifício social, foi construído para preparar e formar atletas de alta competição. Uma parte está parcialmente escondida no subsolo para minimizar o seu impacto sobre a paisagem circundante



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