Depois de andar pelo Mar Mediterrâneo, Mar do Norte, Mar Báltico, Mar Jónico, Mar Tirreno, Mar Egeu e outros
pequenos nichos de mar chegou a vez do Mar Adriático (de Átria, antiga cidade romana da
região italiana de Veneto), localizado na região oriental da
Europa entre a península Itálica e a região dos Balcãs, um golfo muito
alongado fechado ao norte.
É um mar pouco profundo (1.324 metros no
máximo, ao sul), de baixa salinidade e marés sem destaque. O litoral italiano,
quase todo baixo e rectilíneo, obrigou a ampliação artificial de pequenos portos
como o de Veneza.
Ao contrário, do lado da Croácia, a
costa balcânica é alta e muito recortada, com profusão de golfos, baías e ilhas.
Ilhas que ao norte surgem dispostas em sentido paralelo à praia, devido à
presença de cadeias de montanhas submersas, não favorecendo a existência dos
bons portos naturais como os que se encontram a sul, na Albânia.
Historicamente importante no comércio
europeu na época romana, virou para uma economia turística regional na segunda
metade do século XX.
E ainda bem, porque banha lugares dos mais naturalmente bonitos que já vi.
Julho de 2008
(A. e F. estão mesmo com apetite…)
Apresentadas as Boas-Vindas pelo
comandante Carlos Pizarro, oficiais, staff e toda a tripulação, o ARION zarpa do porto de Koper, cidade
renascentista eslovaca, com destino ao Porto de Pula, a maior cidade da
Ístria, na Croácia.
Descrever oito dias de belíssimos momentos em lugares idílicos, não é fácil. Assim, tudo o que disser não passará de
uns salpicos dos imensos espaços verdes e floridos, das praias de águas cristalinas e sem areia, da
grande e milenar herança patrimonial nem sempre bem conservada, das horas de espera para tomar um café, dos vinhos famosos, dos táxis
que andam pela água, da sensação de plenitude/vazio, da natureza generosa, das inúmeras ilhas encantadas, do velho e do novo desvendado.
Templo de Augusto
Anfiteatro Romano
E assim começa a nossa caravana…
Passeio a pé por Pula, a maior cidade de Ístria repleta de templos e edifícios adjacentes, igrejas / capelas católicas e anfiteatros da época do império romano e austríaco (a cidade velha)…
Motovun
… E por Motovun, situada no cimo
de uma colina, no centro do vale rochoso, região de vinhos, muralhas em forma
de círculo, ruas estreitas, seguido de prova de vinhos da região na pequena cidade de Groznjan.
Outros optam por Rovinj, numa ilha rochosa que, por ter
estado sob o domínio de Veneza, adquiriu uma notável herança veneziana.
Groznjan
Rovinj
Zadar é o próximo destino. A cidade concentra as principais atracções turísticas no pequeno centro histórico, localizado numa península. Há uma ponte a fazer a ligação através de uma enorme porta de entrada na muralha da cidade medieval. As inúmeras vielas, pavimentadas com pedras semelhantes ao mármore, brilham de dia e de noite. O domínio venusiano de quatro séculos deixou também imensos vestígios.
O Arion chega a Zadar
Órgão marítimo
O Órgão do Mar é feito com degraus cravados em rochas que têm no seu interior um sistema de tubulações que, quando empurradas pelos movimentos do mar, forçam o ar e criam notas musicais/sons aleatórios, dependendo do tamanho e da velocidade da onda.
Mas é o Parque Nacional Plitvitce, a 2 horas de autocarro de Zadar, que melhor consolida a lembrança.
Plitvitce é um dos lugares mais
surpreendentes de toda a Croácia. O grandioso
parque consiste em 16 lagos nos mais diferentes e
indescritíveis tons de azul e verde, interligados por fabulosas cascatas de
todos os tamanhos, ao longo de um vale escarpado e verdejante, adornado por
passadiços de madeira. Tudo parece tão perfeito que é como se as lagoas, harmoniosamente, ali tivessem sido colocadas.
Há sempre os que preferem ficar pelo barco com os livros, o chá da tarde, o aperitivo musical, a projecção de filmes, os snacks, os bares, as lojas duty free, o casino, o cocktail do dia, o salão de festas, os shows, as espreguiçadeiras no deck ou a piscina.
Registo de um belíssimo pôr-do-Sol durante a navegação para Split
Split, segunda maior cidade da Croácia, é o
equilíbrio perfeito entre tradição e modernidade. Tem as ruínas do Palácio de
Diocleciano (Património Mundial da UNESCO, um dos mais impressionantes
monumentos romanos do mundo) e dezenas de bares, restaurantes e lojas que prosperam
na velha atmosfera, dando origem a um cenário único.
Todavia, acho que a cidade fora do Palácio não justifica a fama.
Ruínas do Palácio Diocleciano
Com todos a bordo, novamente, Korcula é o rumo para a excursão opcional.
O ARION aproxima-se de Korcula e atraca
Situada sobre um promontório, é uma cidade da Dalmácia medieval típica, protegida por uma muralha circular monumental e quatro torres defensivas que datam do século XV, pensada para proteger os habitantes dos ventos fortes que assolam a península onde está instalada.
O seu centro histórico apresenta-se, por isso, compacto de ruelas em espinha, estreitas e íngremes, que começam e acabam no mar, ladeadas de casas de pedra com telhados coloridos e praças bucólicas. Igrejas, lojas e restaurantes com esplanadas, dão um ar convidativo. Do ponto de vista arquitectónico, a cidade é muitas vezes referida como a “pequena Dubrovnik”.
Os habitantes gostam de afirmar que Marco Polo, o comerciante veneziano famoso pelas suas viagens e livros (embora pouco sustentados em documentação credível), era dali natural e a casa onde se diz ter nascido está transformada num local de peregrinação turística. Jogando na dúvida, o marketing funciona (desde o hotel Marco Polo, à marca de vinho e muitos souvenirs, até a um festival de música com o mesmo nome).
Tem a Catedral de S. Marcos que levou cerca de 150 anos a completar e guarda pinturas de Tintoretto, a Igreja de San Pedro de arquitectura gótica com cobertura renascentista, a também Igreja gótica de Todos os Santos com numerosas relíquias de grande interesse arqueológico e um anexo, o Palácio da Irmandade de Todos os Santos do século XV que abriga o Museu de Ícones e muitos, muitos mais palácios, igrejas e museus.
Torreão da cidade
Casa de Marco Polo
Museu Municipal
Igreja de são Marcos
A descrição da viagem - cruzeiro continua num dos próximos postes…até Dubrovnik!
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