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domingo, 5 de junho de 2016

DE "ARION" POR "JÓIAS" DO ADRIÁTICO - 1



Mar Mediterrâneo, Mar do Norte, Mar Báltico, Mar Jónico, Mar Tirreno, Mar Egeu, outros pequenos nichos de mar e, já agora, Mar Adriático (de Átria, antiga cidade romana da região italiana de Veneto), localizado na região oriental da Europa entre a península Itálica e a região dos Balcãs, um golfo muito alongado fechado ao norte.
É um mar pouco profundo (1.324 metros no máximo, ao sul), de baixa salinidade e marés sem destaque. O litoral italiano, quase todo baixo e rectilíneo, obrigou a ampliação artificial de pequenos portos como o de Veneza.
Ao contrário, do lado da Croácia, a costa balcânica é alta e muito recortada, com profusão de golfos, baías e ilhas. Ilhas que ao norte surgem dispostas em sentido paralelo à praia, devido à presença de cadeias de montanhas submersas, não favorecendo a existência dos bons portos naturais como os que se encontram a sul, na Albânia.
Historicamente importante no comércio europeu na época romana, virou para uma economia turística regional na segunda metade do século XX.

E ainda bem, porque banha  lugares dos mais naturalmente bonitos que já vi.

Itinerário a bordo do pequeno cruzeiro Arion



Julho de 2008
Apresentadas as Boas-Vindas pelo comandante Carlos Pizarro, oficiais, staff e toda a tripulação, o Arion zarpa do porto de Koper, cidade renascentista eslovaca, com destino ao Porto de Pula, a maior cidade da Ístria, na Croácia.
(A. e F. estão mesmo com apetite...)

Descrever oito dias de belíssimos momentos em lugares idílicos, não é fácil. Assim, tudo o que disser não passará de uns salpicos dos imensos espaços verdes e floridos, das praias de águas cristalinas e sem areia, da grande e milenar herança patrimonial nem sempre bem conservada, das horas de espera para tomar um café, dos vinhos famosos, dos táxis que andam pela água, da sensação de plenitude/vazio, da natureza generosa, das inúmeras ilhas encantadas, do velho e do novo desvendado.

Templo de Augusto                   Anfiteatro Romano

E assim começa a nossa caravana...
Passeio a pé por Pula, a maior cidade de Ístria repleta de templos e edifícios adjacentes, igrejas / capelas católicas e anfiteatros da época do império romano e austríaco (a cidade velha)...


Motovun

... E por Motovun, situada no cimo de uma colina, no centro do vale rochoso, região de vinhos, muralhas em forma de círculo, ruas estreitas, seguido de prova de vinhos da região na pequena cidade de Groznjan.
Outros optam por Rovinj, numa ilha rochosa que, por ter estado sob o domínio de Veneza, adquiriu uma notável herança veneziana.

Groznjan                                                                                Rovinj













Zadar é o próximo destino. A cidade concentra as principais atracções turísticas no pequeno centro histórico, localizado numa península. Há uma ponte a fazer a ligação através de uma enorme porta de entrada na muralha da cidade medieval. As inúmeras vielas, pavimentadas com pedras semelhantes ao mármore, brilham de dia e de noite. O domínio venusiano de quatro séculos deixou também imensos vestígios.


O Arion chega a Zadar                           Órgão marítimo



O Órgão do Mar é feito com degraus cravados em rochas que têm no seu interior um sistema de tubulações que, quando empurradas pelos movimentos do mar, forçam o ar e criam notas musicais/sons aleatórios, dependendo do tamanho e da velocidade da onda.
Mas é o Parque Nacional Plitvitce, a 2 horas de autocarro de Zadar, que melhor cicatriza a lembrança
Plitvitce é um dos lugares mais surpreendentes de toda a Croácia. O grandioso parque consiste em 16 lagos nos mais diferentes e indescritíveis tons de azul e verde, interligados por fabulosas cascatas de todos os tamanhos, ao longo de um vale escarpado e verdejante, adornado por passadiços de madeira. Tudo parece tão perfeito que é como se as lagoas, harmoniosamente, ali tivessem sido colocadas.



Há sempre os que preferem ficar pelo barco com os livros, o chá da tarde, o aperitivo musical, a projecção de filmes, os snacks, os bares, as lojas duty free, o casino, o cocktail do dia, o salão de festas, os shows, as espreguiçadeiras no deck ou a piscina.

Trogir, pequena cidade de estilo veneziano, para uns e Split para outros como eu, são os lugares seguintes a descobrir, num passeio a pé.


Registo de um belíssimo pôr-do-Sol durante a navegação para Split

Split, segunda maior cidade da Croácia, é o equilíbrio perfeito entre tradição e modernidade. Tem as ruínas do Palácio de Diocleciano (Património Mundial da UNESCO, um dos mais impressionantes monumentos romanos do mundo) e dezenas de bares, restaurantes e lojas que prosperam na velha atmosfera, dando origem a um cenário único. 
Todavia, acho que a cidade fora do Palácio não justifica a fama.

Ruínas do Palácio Diocleciano

Esta estátua em bronze do Bispo de Nim fica nos jardins frente ao Portão de Ouro, a entrada principal do Palácio de Diocleciano (não sei a que propósito foi ali colocada mas é muito disputada para fotos, especialmente o pé, que dizem dar sorte a quem passar a mão no dedo.)

Com todos a bordo, novamente, Korcula é o rumo para a excursão opcional.


 O Arion aproxima-se de Korcula              E atraca 

Situada sobre um promontório, é uma cidade da Dalmácia medieval típica, protegida por uma muralha circular monumental e quatro torres defensivas que datam do século XV, pensada para proteger os habitantes dos ventos fortes que assolam a península onde está instalada.
O seu centro histórico apresenta-se, por isso, compacto de ruelas em espinha, estreitas e íngremes, que começam e acabam no mar, ladeadas de casas de pedra com telhados coloridos e praças bucólicas. Igrejas, lojas e restaurantes com esplanadas, dão um ar convidativo. Do ponto de vista arquitectónico, a cidade é muitas vezes referida como a “pequena Dubrovnik”.
Os habitantes gostam de afirmar que Marco Polo, o comerciante veneziano famoso pelas suas viagens e livros (embora pouco sustentados em documentação credível), era dali natural e a casa onde se diz ter nascido está transformada num local de peregrinação turística. Jogando na dúvida, o marketing funciona (desde o hotel Marco Polo, à marca de vinho e muitos souvenirs, até a um festival de música com o mesmo nome).
Tem a Catedral de S. Marcos que levou cerca de 150 anos a completar e guarda pinturas de Tintoretto, a Igreja de San Pedro de arquitectura gótica com cobertura renascentista, a também Igreja gótica de Todos os Santos com numerosas relíquias de grande interesse arqueológico e um anexo, o Palácio da Irmandade de Todos os Santos do século XV que abriga o Museu de Ícones e muitos, muitos mais palácios, igrejas e museus.


Torreão da cidade                  Casa de Marco Polo
Museu Municipal                          Igreja de são Marcos
          
O cruzeiro continua num dos próximos postes...
Até Dubrovnik! 

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