É noite. O Arion afasta-se do
cais de Korcula, deixa o promontório e
atravessa o canal do mesmo nome (entre a Ilha de Korcula e península de Peljesac) para ancorar ao largo de Dubrovnik.
O desembarque, anunciado por megafone, é feito por baleeiras.
- “Não se esqueçam de levar os passaportes convosco”, espalha-se também pelas ondas sonoras, orientadas em direcção a cada grupo que se vai organizando.
A transferência do cais até à cidade velha para visita guiada, é feita de autocarro.
A transferência do cais até à cidade velha para visita guiada, é feita de autocarro.
Canal de Korcula
E cá está Dubrovnik entre o
mar e as montanhas, na costa ensolarada do Adriático. É uma cidade de ruas
estreitas e antigas, com escadarias e ladeiras, de grande beleza arquitectónica
e natural, onde não entram carros. Toda cercada por muralhas medievais com
cerca de 2 km de comprimento, tem duas entradas (o Portão de Pile e o Portão
de Ploče), um em cada extremo da rua principal, toda em calcário (Stradun).
Portão de Pile Stradun - torre do relógio em baixo
Como Património Mundial da UNESCO, a cidade é compacta em séculos de História, estilos e influências como a Fonte grande de Onofrio, responsável pelo sistema de abastecimento de água da cidade, a Coluna ou Pilar de Orlando frente à igreja de São Brás, o Palácio do Reitor reconstruído (agora é museu), o Mosteiro Franciscano (um dos principais monumentos da arquitectura de Dubrovnik), o Palácio de Sponza ou o Tesouro da Catedral.
- Catedral de S. Bras
- Igreja de S. Savio, a primeira igreja da rua principal, construída no século XVIII, dedicada ao padroeiro e protector de Dubrovnik, quase esmagada pela muralha...
Fazer uma caminhada pela muralha "mais bem conservada do mundo" dizem ser fantástico, com pontos diferentes de toda a cidade cheia de telhados fotogénicos e dum mar com dezenas de barcos, ilhas, reentrâncias.
Mas os autocarros de regresso ao navio atracado a 4 km, no Porto de Gruz, iriam partir para os que preferissem passar o resto do dia "vivendo a bordo" um aperitivo, o almoço, o chá da tarde, o jantar (come-se quase sem intervalos!) o salão de festas, a piscina ou ir à "Soiré de Folclore Dalmácia", um espectáculo de canções e danças tradicionais, no Teatro da cidade.
Em Cetinje, além da visita ao Palácio Real de Niegos e ao Mosteiro de estilo Bizantino, havia oferta de produtos nacionais "presunto e queijo". Em Budva, antiga colónia grega construída no sopé do monte e cercada de muralhas, depois da visita do museu, todo o tempo seria livre para lazer (praia, etc.).
Um dos eventos mais famosos da Croácia,
o Festival de Verão de Dubrovnik. Todos os anos, inclui eventos
de teatro, ópera, música e dança em vários locais ao ar livre ao redor da
cidade
O 6 º dia de cruzeiro está destinado
ao Montenegro, um país pequenino, montanhoso, rico em património
medieval bem preservado, repleto de belezas naturais, parte da antiga
Jugoslávia (independente da Sérvia desde 2006).
O Fiorde de Kotor, Cetinje, antiga
capital de Montenegro e Budva, “Riviera do Montenegrro”, são três
tipos de programa organizados para os que quiserem fazer opções.
Cetinje (Muitas capelas um pouco por todo o lado) e Budva
Forte Lovrijenac
E navegando já dentro do Canal da
baía de Kotor, no deck exterior situado à proa do navio, vê-se Dubrovnik
ficar para trás. A paisagem é belíssima, cheia de fiordes, únicos no Mediterrâneo (uma
versão da Noruega no Adriático), de água verde escura, profunda e transparente,
com pequenas cidades medievais por todos os lados!
O Arion fica atracado junto à
Cidade Velha, cercada de muros que fazem parte do Forte Sveti Ivan cujo
topo, a 260 m, leva cerca de 1 hora a atingir.
E a bordo do pequeno barco - na marina
de Kotor, existem diversos barcos e lanchas que levam turistas para roteiros
rápidos - o subgrupo foi explorando um dos mais belos tesouros naturais, a Baía
de Kotor (Boka Kotorska),rodeada de montanhas com quase 1.000 metros de
altura e de numerosas pequenas aldeias, em direcção à cidade de Perast.
Pelo ”caminho” surgem duas minúsculas
ilhas que parecem flutuar nas águas da baía – a de São Jorge (Sveti
Dorde), natural, cercado por ciprestes, onde se encontra um mosteiro
beneditino construído no século XII muralhado por soldados do Império Austro Húngara,
assim como um velho cemitério dos nobres da região e a de Nossa Senhora da
Rocha (Gospa od Skrpjela), artificial, feita por pescadores para
abrigar uma imagem de Nossa Senhora da Rocha, ali encontrada em 1452.
Ilhéu de Nossa Senhora da Rocha
Ilhéu de São Jorge.
A igreja de São Jorge era um mosteiro de monges beneditinos, que viviam enclausurados. E até hoje é proibido conhecer a fortaleza por dentro.
A igreja de São Jorge era um mosteiro de monges beneditinos, que viviam enclausurados. E até hoje é proibido conhecer a fortaleza por dentro.
Vista do ilhéu de São Jorge através do ilhéu Nossa Senhora da Rocha
Interior da Igreja que demorou 200 anos para ficar
pronta. Está sempre
aberta. É pequena,
simples, bonita.
Perast parece um pedaço de Veneza, um lugar calmo e tranquilo, onde os poucos habitantes convivem com mais de 300 casas e palácios que se
aglomeram na costa e encostas da colina, 217 edifícios
classificados no século 18 como sendo importantes arquitectonicamente, 117 como estruturas comuns e 14 igrejas conotadas com o patrocínio de famílias nobres.Os romanos construíram palácios
com o melhor mármore grego que decoraram com esculturas magníficas e mosaicos. A cidade adquiriu o actual plano
urbanístico durante os anos prósperos dos séculos XVII e XVIII. E com a construção de uma
estrada costeira e várias incursões em torres antigas e palácios, Perast apresenta-se como um dos mais belos
exemplos da arquitectura barroca na costa do Adriático.
Perast
Após a fruição do deslumbrante panorama,
o barco regressa a Kotor para uma visita guiada à Catedral de St.Tryphon.
A
Catedral Sveti Trifón ou Catedral
de St. Tryphon, dedicada ao santo protector da cidade com o mesmo nome, construída em 1166 sobre uma igreja romana do século IX é o principal ponto turístico da cidade e uma das igrejas mais antigas da
Europa. Foi reconstruída depois de vários terremotos. Obra-prima da
arquitectura românica possui uma rica colecção de obras de mestres locais da
época dos séculos XIV-XVIII e relíquias de ouro e prata. Destacam-se mobiliário e obras de arte, esculturas góticas em pedra, Pietá de origem nórdica, altares de mármore feitos no século 18 em Veneza e um retábulo de prata, baixo relevo e dourado.
Kotor, cidade de comerciantes e marinheiros famosos, tem muitas histórias para contar. A Cidade Velha de Kotor é uma urbanização bem preservada típica da Idade Média, habitada desde os tempos de Roma
antiga, quando fazia parte da província da Dalmácia. A arquitectura medieval e os numerosos monumentos do património cultural levaram a UNESCO a considerá-la "Património Natural e Histórico da Humanidade ".
Catedral de S.Tripun
Muralha e fosso
É guardada pela imponente muralha construída pela República de Veneza.Tem três portas (Portão do Rio ou Porta Norte, Portão Oeste ou Portão do Mar - a principal porta da cidade - e Porta Gurdić ou portão sul) e é rodeada por um fosso de água.
A porta principal dá acesso à Praça das Armas, a mais bonita entre várias. Abriga importantes monumentos culturais
e está rodeada por edifícios medievais ocupados por cafés,
bares, lojas de grife e restaurantes.
Praça de armas - Em cima: À esquerda , a Torre do Relógio; à direita, a Igreja de São Lucas que agora é ortodoxa mas que já foi católica, motivo porque possui dois altares – um católico e outro ortodoxo. Em baixo: à esquerda, um pormenor e à direita, a Igreja de São Nicolau
A principal Igreja é a Catedral de St. Tryphon (descrita em cima) santo protector da cidade. Em frente fica a Torre do Relógio, ligeiramente inclinada devido a sismos.A maior parte dos palácios está fechada e o Museu de História Marítima é o orgulho local.
Museu História Marítima e uma rua
Kotor é também um centro multicultural jugoslvo, montenegrino, veneziano, astrohúngaro, russo, francês, italiano, inglês e alemão, devido às diversas ocupações que sofreu.
E eu, perdida nos encantos dos labirintos medievais e deslumbrada com a rememoração da espectacular beleza da baía, permiti-me vaguear um pouco sem "norte" e o cruzeiro ainda não chegou ao fim.
Vamos ver se o Arion faz uma navegação mais acelerada na terceira e última etapa...
A Ana escreveu:
ResponderEliminarBoa noite Teresa,
Que felicidade - perante 120 minutos de futebol na minha sala, resolvi dar uma volta pelos blogs que sigo e deparo-me com a sua extraordinária reportagem sobre a nossa viagem.
Diga-me, quando chega de uma viagem escreve um diário da mesma ou a sua cabeça consegue registar toda esta informação?
Adorei e revivi óptimos tempos.
Peço-lhe que não me faça esperar tanto tempo pela terceira parte .....
Um beijinho muito agradecido pelos bons minutos de leitura e recordações que me proporciono
Olá, Ana.
ResponderEliminarNada de diários nem tão pouco fotos classificadas. Baseio-me nas folhas com os programa do dia que colocavam nos camarotes. Recolhia-as para, num futuro oportuno, servirem de referência para a tal classificação... que acaba por nunca acontecer. É assim como as cerejas. Associações e alguma facilidade na escrita.
Obrigada.
Beijinho