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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

OBITUÁRIO



Era uma manhã como tantas outras, em que eu e as minhas alunas, juntamente com a equipa de clínicos da Especialidade,  nos “ arrumávamos” para ouvir as diversas apresentações de “casos” e as sábias explicações do Director do Serviço, ao levantar a cabeça ligeiramente para começar a pequena/longa peregrinação, dei , surpreendentemente (não esperava nada de novo no habitual conjunto de pessoas), com um rasgado sorriso, quase mágico, a olhar para mim, num rosto trigueiro muito bronzeado.

😊💬

Se apaixonar é "sentir correr o sangue nas veias", expressar no olhar o que as palavras não seriam capazes de traduzir e deixar transparecer o melhor que em nós existe, então foi isso que aconteceu. 
Reciprocamente.
E assim foi, há muito, muito tempo, durante quatro anos. Apenas. Porque assim teve que ser, sem que o sonho se transformasse em realidade. Com muitas histórias que ficaram por contar.

Mas porquê a relevância deste acontecimento, agora?

Há uns dias, uma amiga perguntou-me se eu conhecia um bom especialista num determinado âmbito de doenças.
Não sei de nenhum, não - respondi. Para mim (e para muitas outras pessoas, pois fazia parte da lista dos 20 melhores do País), o que estava acima do bom já não deve trabalhar…

E, por curiosidade, fui investigar na Internet.

Não constava. No lugar da habitual foto apareceu o Logótipo da empresa. Sem mais!
Percorridos os ainda sites existentes, lá estava no do Obituário: falecido em 2018 (no mês em que tinha nascido).

Fiquei perplexa. Não só pela surpresa mas, sobretudo, porque sempre pensei que seria “imortal”.


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