Isto é o que
quero para mim quando, como todas as pessoas, tiver que ser.
Sempre pensei
assim – sem velório nem funeral.
Não me é nada
fácil olhar para familiares ou outras pessoas conhecidas, deitadas, sem vida ,
dentro de um caixão. Nem ver cair as primeiras pás de terra na sepultura…
Com mais três segundos de luz solar
do que ontem, dia 19, e menos um do que
este domingo, dia 20, o primeiro dia de verão é o
mais longo do ano. A partir daqui o dia vai diminuindo
progressivamente até ao Solstício de Inverno, o dia mais curto do ano e a noite
mais longa.
Os países do norte da Europa celebram o momento há séculos, tendo como ponto central o monumento de Stonehenge.
Neste dia, o Sol nasce duplamente alinhadocom
a pedra de Heel, a pedra principal do monumento, que se ergue solitária à entrada de
Stonehenge, assim como com o seu altar
Stonehenge é uma estrutura de
pedras posicionadas em círculo (o mais famoso círculo de pedras do mundo) com entre 4
a 5 mil anos de história e fica localizado no condado inglês de Wiltshire, perto
de Londres.
Acredita-se que tenha sido um local de celebrações religiosas e também
uma referência astronómica para os povos da época.
O local ainda hoje se mantém aberto durante toda a noite para osmilhares de pessoas que ali se deslocam anualmente a fim de acompanharem o ocaso e o nascer-do-sol
A celebração em 2019
Mas este ano, devido às restrições relacionadas com a pandemia da COVID-19 , a entrada é limitada e a
transmissão é feita online. Não há os tradicionais festejos celebrados por druidas vestidos a rigor. Então, a English
Heritage, administradora do monumento megalítico, resolveu difundiro pôr-do-sol e o primeiro nascer-do-sol deste primeiro dia de Verão, emlive streaming (Ao vivo e
gratuitamente pela Internet)
Quem tiver Facebook pode ver imagens de Stonehenge durante a transmissão do solstício de Verão 2020, ao vivo, pela primeira vez em mais de 5.000 anos de história - Lindo!
E assim passou, não mais um dia 13 de Junho, mas um atípico dia de Santo António de Lisboa 2020! Evento popular de grande dimensão, costuma transformar qualquer local dentro da cidade num espaço de festa e arraial ao qual se associam muitos turistas em perfeita simbiose com os, também, muitos forasteiros.
A “confusão” começa na noite anterior até às 6/7 horas da manhã,
com música do bailarico, manjericos, sardinhas, caldo verde, bifanas, caracóis. Antes, pela tarde, há os eleitos casamentos de
Santo António, na Sé de Lisboa e o desfile pelas ruas da
cidade.
Cada Freguesia Lisboeta é representada por uma Marcha Popular com 2
coreografias, acompanhada por 2 Padrinhos e desce a Avenida da
Liberdade, num desfile de cor, musica e animação.
Em Alfama realiza-se, em marcha lenta, a mais conhecida
procissão da cidade, a Procissão de Santo
António, que remonta ao século XVI e é muito apreciada por turistas,
curiosos e devotos
Devido às muitas festividades, a maior parte dos locais culturais e de
turismo permanece fechado.
O manjerico
O manjerico (originário da Índia), é uma herbácea
muito aromática, de folhas pequenas e ovaladas e que, em
Portugal, é considerada a planta "oficial" dos Santos
Populares.
Segundo
a tradição, no dia de Santo António, os namorados devem oferecer
um manjerico acompanhado por uma quadra de amor. Matrimónio faz parte da sua essência.
Diz-se (a lenda) que gostava de brincar com as raparigas e de
organizar casamentos.
Nos primórdios da
civilização, a expectativa /esperança de vida era muito baixa.
Com o avanço da medicina, dos serviços de saneamento
básico , da qualidade alimentar, da melhoria das condições de vida em geral, as
pessoas passaram a viver mais tempo e melhor.
A velhice não deve ser vista como o fim de um
ciclo, mas como uma das fases naturais do curso de vida de qualquer pessoa,
devendo ser vivida em pleno e não passivamente. Os
idosos querem ser integrados e não segregados.
Idosos activos
Viver até aos 80 anos é já muito frequente. E tudo indica que a expectativa de chegar aos 100, dentro de pouco tempo, será normal e celebrada pela ciência como uma
vitória na batalha da humanidade contra a morte.
Segundo De Grey,Revista Veja (Junho de
2011), “temos 50% de chance, com os avanços dos estudos a respeito da
degenerescência das células, de estender a vida humana até aos 200 anos entre 2030 -
2040”. Diz que "não existem razões para que isso não aconteça num futuro muito próximo". A sua argumentação baseia-se na desconstrução do
envelhecimento como uma dimensão imutável da natureza humana “O tempo de duração de uma
vida redistribui-se; somos mais tempo jovens, mais tempo adultos e, da mesma
forma, começamos a ser velhos mais tarde durante mais tempo” Antonio Abellán,professor do Grupo de Pesquisa sobre Envelhecimento do
Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha
Se a vida se prolonga, é preciso pensar o que fazer. Para amenizar os desafios da idade de forma a ter uma vida mais saudável até ao fim, há medidas potencialmente acessíveis que podem sempre ser tomadas:
Ser diligente na prevenção das doenças, física e mentalmente
Ter a preocupação da qualidade de vida de forma a capacitar o
próprio organismo para o aparecimento das diversas condições
incapacitantes
Evitar
o isolamento social, muito frequente quando
os filhos saem de casa
Inspirar-se nas pessoas que lidam bem com a idade.
Treinar
a memória para fortalecer as ligações dos neurónios e prevenir a degeneração. É
fundamental evitar ou tratar quadros de depressão e ansiedade, por exemplo.
Procurar hobbies e actividades relaxantes ou mesmo novas skills.
Por outro lado, a transformação demográfica é um desafio para cada um de nós, para a sociedade, a economia, a política e as ciências, assim como para a família e o indivíduo. Hoje as sociedades estão, realmente, mais envelhecidas, com um baixo nível de fertilidade / número de nascimentos.
E não estamos preparados nem psicológica nem financeiramente para cuidar dos idosos com dignidade . “Colocar o carro à
frente dos bois” ou “querer dar o passo mais largo do que a perna”, pode não ser
viável. Há que avaliar melhor.
"A expectativa de
vida não leva
em consideração somente a idade que um indivíduo terá, mas como ele
envelhecerá. (Schaefer, 1975).
No futuro, os espaços para os idosos viverem juntamente com os filhos serão reduzidos, uma vez que os lares têm tendência a aumentar apenas duas e uma
pessoas . Logo, aprevenção e reabilitação são primordiais
Quanto aos apoios sociais e governação por parte dos
Estados, de acordo com a ONU, os países nórdicos voltam a estar no topo das
classificações.
No entanto...
... "Há algo de podre no reino da Dinamarca"( Hamlet, de Shakespeare), como pode constatar-se no video a seguir, motivo porque escrevi este poste.
A velhice nos tempos actuais - Dinamarca, um pais considerado exemplo da sociedade moderna
Atente-se na ironia e total insensibilidade da entrevistadora perante o corajoso relato do filho: "o nosso tempo acabou", sinto muito, mas precisamos encerrar...
É como se tudo o que ele disse já não interessasse! Apesar de até nem defender suas atitudes, pois reconhece que faz parte desse sistema
Nesta realidade, inimaginável num país como a Dinamarca econsiderado um dos mais felizes do mundo,não existe qualquer semelhança com
a informação fornecida pela própria Dinamarca (juntamente com outros países) aos
parlamentos membros do CEP/ECPRD (European Centre for Parliamentary Research
and Documentation/ Centre européen de recherche et de documentation / Centro
Europeu de Pesquisa e Documentação)sobre apoios sociais a idosos, incidindo apenas em três áreas:asinstituições de acolhimento aos idosos, o apoio domiciliário e o financiamento, global ou individualizado.
European Carers’ Report 2018
- Movimento Europeu sobre as Demências
Um novo estudo financiado pela Roche e realizado pela Alzheimer Europe revelou barreiras significativas ao diagnóstico atempado de demência e ao acesso a
apoio pós-diagnóstico. O estudo incidiu sobre cinco países (República Checa, Finlândia, Itália, Holanda e Escócia) e foi realizado pela
Alzheimer Europe e pelas respectivas organizações nacionais.
No futuro,” as próximas metas
da humanidade serão provavelmente a imortalidade, a felicidade e a divindade. Reduzimos
a mortalidade por inanição, a doença e a violência; objectivaremos agora superar
a velhice e mesmo a morte”Yuval Harari em Homo Deus: Uma Breve História do
Amanhã, best-seller publicado no Brasil em 2016
A partir de 2040, os únicos
grupos populacionais que vão crescer serão os de pessoas com 55 anos ou mais.
Quem vai viver esse
futuro deverá saber que a entrada de novos integrantes
na ainda chamada terceira idade, vai sofrer um atraso. A nova configuração
populacional exigirá ajustes sociais complexos porque, sem a "experiência ainda de mangas arregaçadas", a economia não vai andar –
nem o resto da estrutura dum país. É como se a velhice fosse prolongada, mas não se quisesse
saber dela. Os
valores, as atitudes e as práticas são de exclusão, negação ou marginalização –
processos de estigmatização – dos que têm a longevidade ampliada (Gusmão, 2001;
Zuben, 2001). O estigma de envelhecer contribui para um mercado que se
propõe a “evitar” o “indesejável”, vendendo a juventude tão desejada na
contemporaneidade, como se fosse possível evitar o envelhecimento.
«A velhice não pode continuar a ser transformada num negócio» “Quem vai pagar essa conta?”
Parece inevitável que o bom senso julgue, algum
dia, o que representa ser idoso e faça as necessárias revisões.
A situação de emergência de saúde pública causada pelo COVID-19 tem tido um impacto sem precedentes na vida das crianças.(UNICEF)
( ...)Considerando que a Humanidade deve à criança o melhor que tem para dar, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração dos Direitos da Criança (10 Princípios).
Como, além de muitas outras consequências, oencerramento das escolas e outras medidas de
contenção estão a impedir uma educação de qualidade, devido à pandemia provocada pelo coronavírus, dou relevância hoje , dia 1 de Junho, ao Princípio 7. Direito à educação gratuita e ao lazer infantil".
Feliz Dia da Criança
O combate ao coronavirus provocou muitas lacunas na vida das crianças. É no ambiente natural da escola que a criança adquire conhecimento, encontra
modelos e aprende a sociabilizar-se. A tecnologia pode substituir muitas coisas
mas o excesso de tempo de ecrã contribui para a desumanização, a distância
social , a falta de contacto com o professor e os amigos. Talvez seja uma solução
boa para uma criança com facilidade digital, que tem família, um lar,
computador, Internet, mas ...e as outras? As que nunca tiveram a oportunidade de trabalhar
com um computador? Talvez o caderno e um acompanhamento periódico pelo professor fosse melhor solução. Por outro lado, este ensino à distancia agrava as desigualdades sociais quer na aquisição de novas
tecnologias, quer na forma como o ensino é acompanhado.
Se a pandemia de COVID-19
mudar as escolas para sempre, como já se vai falando, também será difícil evitar
o prejudicial ambiente de massas – contacto/ técnicos/ pais/ voluntários/
outros intervenientes. Espera-se que as ATL de Verão compensem a ausência da escola. E como irão conseguir,
tantas delas, a sua refeição principal distribuída
durante o dia escolar?
Há escolas privadas que estão utilizando as plataformas a que os seus alunos já estão
habituados em sala de aula, permitindo que o professor entre directamente no
tablete de cada um para acompanhar o que estão a fazer.
José Marques, professor de
Matemática há 15 anos, usa o e-learning desde sempre e ambiciona "que não se perca" a
verdadeira revolução que a pandemia está a trazer às escolas, pois pode ser "que isto seja o primeiro passo para uma mudança de pensamento". Diz ter visto "muitos
professores a investir tempo e muita gente a querer aprender a usar
ferramentas de ensino digital.”
Mas tem também a certeza de
que este período de escolas encerradas "agrava a desigualdade social e
muito". "A população das escolas não está capacitada para um ensino à
distância".
Apesar de parecer ninguém se ter preocupado com o bombardeamento permanente de notícias sobre o número de mortes/dia/país – linguagem muito “carregada” para quem o futuro tem toda a
razão de ser, o Grupo de Referência do Comité Permanente Inter-agências
(IASC) para a Saúde Mental e Apoio Psico -social em Emergências Humanitárias
(criado pela ONU), fez um livro chamado O Meu Herói és tu, para ajudar as
crianças dos 6 aos 11 anos a entender a covid-19 e tudo o que está a acontecer
à sua volta. A este grupo juntaram-se mais de 50 organizações do sector
humanitário como a OMS, a UNICEF, o Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados, a Federação Internacional das Sociedades da
Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e a Save the Children.
O Meu Herói és tu
Ilustrações do livro: Sara e uma criatura fictícia viajam
por diferentes partes do mundo
HELEN PATUCK/IASC
Felizmente, a taxa de mortalidade infantil é nula ou quase, como pode verificar-se no gráfico abaixo
Está também editado O Sonho do Corona onde uma Mãe, em linguagem
infantilizada, explica às filhas o novo coronavírus,
dando-lhes ferramentas para que se protejam.
O Sonho do Corona
O Sonho do Corona de Maria Teresa Dantas Ribeiro Gouveia
O contacto com a natureza é factor diferencial para um bom desenvolvimento infantil, visto permitir que as « crianças explorem e descubram muito mais o mundo à sua volta”.
Segundo Tiriba (2010), "para uma boa aprendizagem, é preciso uma ligação profunda e frequente das crianças com os elementos naturais: sentir a água, o barro, a grama, o vento.” O meio desempenha um papel fundamental na aprendizagem,
pois os indivíduos aprendem num clima de constante interacção com o mesmo,
No contacto com a natureza, muitas escolas apostam na
sustentabilidade como ferramenta pedagógica e num ensino orientado por
vivências mais sistémicas e menos fragmentadas