Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 2 de junho de 2020

O DIA DA CRIANÇA EM TEMPO DE PANDEMIA



A situação de emergência de saúde pública causada pelo COVID-19 tem tido um impacto sem precedentes na vida das crianças.(UNICEF)

( ...)Considerando que a Humanidade deve à criança o melhor que tem para dar, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração dos Direitos da Criança (10 Princípios).


Como, além de muitas outras consequências, o encerramento das escolas e outras medidas de contenção estão a impedir uma educação de qualidade, devido à pandemia provocada pelo coronavírus, dou relevância hoje , dia 1 de Junho, ao Princípio 7. Direito à educação gratuita e ao lazer infantil".
                                                                               Feliz Dia da Criança

O combate ao coronavirus provocou muitas lacunas na vida das crianças. É no ambiente natural da  escola que a criança adquire conhecimento, encontra modelos e aprende a sociabilizar-se. A tecnologia pode substituir muitas coisas mas o excesso de tempo de ecrã contribui para a desumanização, a distância social , a falta de contacto com o professor e os amigos. Talvez seja uma solução boa para uma criança com facilidade digital, que tem família, um lar, computador, Internet, mas ...e as outras? 
As que nunca tiveram a oportunidade de trabalhar com um computador? Talvez o caderno e um acompanhamento periódico pelo professor fosse melhor solução.  Por outro lado, este ensino à distancia agrava as desigualdades sociais quer na aquisição de novas tecnologias, quer na forma como o ensino é acompanhado.
Se a pandemia de COVID-19 mudar as escolas para sempre, como já se vai falando, também será difícil evitar o prejudicial ambiente de massas – contacto/ técnicos/ pais/ voluntários/ outros intervenientes. 
Espera-se que as ATL de Verão compensem a ausência da escola.

E como irão  conseguir, tantas delas,  a sua refeição principal distribuída durante o dia escolar?

Há escolas privadas que estão utilizando as plataformas a que os seus alunos já estão habituados em sala de aula, permitindo que o professor entre directamente no tablete de cada um para acompanhar o que estão a fazer.
José Marques, professor de Matemática há 15 anos, usa o e-learning desde sempre e  ambiciona "que não se perca" a verdadeira revolução que a pandemia está a trazer às escolas, pois pode ser "que isto seja o primeiro passo para uma mudança de pensamento". Diz ter visto "muitos professores a investir tempo e muita gente a querer aprender a usar ferramentas de ensino digital.” 
Mas tem também a certeza de que este período de escolas encerradas "agrava a desigualdade social e muito". "A população das escolas não está capacitada para um ensino à distância".

Apesar de parecer ninguém se ter preocupado com o bombardeamento permanente de  notícias sobre o número de mortes/dia/país – linguagem muito “carregada” para quem o futuro tem toda a razão de ser, o Grupo de Referência do Comité Permanente Inter-agências (IASC) para a Saúde Mental e Apoio Psico -social em Emergências Humanitárias (criado pela ONU), fez um livro chamado O Meu Herói és tu, para ajudar as crianças dos 6 aos 11 anos a entender a covid-19 e tudo o que está a acontecer à sua volta. A este grupo juntaram-se mais de 50 organizações do sector humanitário como a OMS, a UNICEF, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e a Save the Children.


O Meu Herói és tu
 Ilustrações do livro: Sara e uma criatura fictícia viajam por diferentes partes do mundo
 HELEN PATUCK/IASC

Felizmente, a taxa de mortalidade infantil é nula ou quase, como pode verificar-se no gráfico abaixo


Está também editado O Sonho do Corona onde uma Mãe, em linguagem infantilizada, explica  às filhas o novo coronavírus, dando-lhes ferramentas para que se protejam.

O Sonho do Corona
O Sonho do Corona de Maria Teresa Dantas Ribeiro Gouveia
O contacto com a natureza é factor diferencial para um bom desenvolvimento infantil, visto permitir que as « crianças explorem e  descubram muito mais o mundo à sua volta”. 
Segundo Tiriba (2010), "para uma boa aprendizagem, é preciso uma ligação profunda e frequente das crianças com os elementos naturais: sentir a água, o barro, a grama, o vento.” O meio desempenha um papel fundamental na aprendizagem, pois os indivíduos aprendem num clima de constante interacção com o mesmo
No contacto com a natureza, muitas escolas apostam na sustentabilidade como ferramenta pedagógica e num ensino orientado por vivências mais sistémicas e menos fragmentadas

Sem comentários:

Enviar um comentário