Nos primórdios da
civilização, a expectativa /esperança de vida era muito baixa.
Com o avanço da medicina, dos serviços de saneamento
básico , da qualidade alimentar, da melhoria das condições de vida em geral, as
pessoas passaram a viver mais tempo e melhor.
A velhice não deve ser vista como o fim de um
ciclo, mas como uma das fases naturais do curso de vida de qualquer pessoa,
devendo ser vivida em pleno e não passivamente. Os
idosos querem ser integrados e não segregados.
Idosos activos
Viver até aos 80 anos é já muito frequente. E tudo indica que a expectativa de chegar aos 100, dentro de pouco tempo, será normal e celebrada pela ciência como uma
vitória na batalha da humanidade contra a morte.
Segundo De Grey, Revista Veja (Junho de
2011), “temos 50% de chance, com os avanços dos estudos a respeito da
degenerescência das células, de estender a vida humana até aos 200 anos entre 2030 -
2040”. Diz que "não existem razões para que isso não aconteça num futuro muito próximo". A sua argumentação baseia-se na desconstrução do
envelhecimento como uma dimensão imutável da natureza humana
“O tempo de duração de uma vida redistribui-se; somos mais tempo jovens, mais tempo adultos e, da mesma forma, começamos a ser velhos mais tarde durante mais tempo” Antonio Abellán, professor do Grupo de Pesquisa sobre Envelhecimento do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha
“O tempo de duração de uma vida redistribui-se; somos mais tempo jovens, mais tempo adultos e, da mesma forma, começamos a ser velhos mais tarde durante mais tempo” Antonio Abellán, professor do Grupo de Pesquisa sobre Envelhecimento do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha
Se a vida se prolonga, é preciso pensar o que fazer.
Para amenizar os desafios da idade de forma a ter uma vida mais saudável até ao fim, há medidas potencialmente acessíveis que podem sempre ser tomadas:
Para amenizar os desafios da idade de forma a ter uma vida mais saudável até ao fim, há medidas potencialmente acessíveis que podem sempre ser tomadas:
Ser diligente na prevenção das doenças, física e mentalmente
Ter a preocupação da qualidade de vida de forma a capacitar o
próprio organismo para o aparecimento das diversas condições
incapacitantes
Evitar
o isolamento social, muito frequente quando
os filhos saem de casa
Inspirar-se nas pessoas que lidam bem com a idade.
Treinar
a memória para fortalecer as ligações dos neurónios e prevenir a degeneração. É
fundamental evitar ou tratar quadros de depressão e ansiedade, por exemplo.
Procurar hobbies e actividades relaxantes ou mesmo novas skills.
Por outro lado, a transformação demográfica é um desafio para cada um de nós, para a sociedade, a economia, a política e as ciências, assim como para a família e o indivíduo. Hoje as sociedades estão, realmente, mais envelhecidas, com um baixo nível de fertilidade / número de nascimentos.
E não estamos preparados nem psicológica nem financeiramente para cuidar dos idosos com dignidade . “Colocar o carro à
frente dos bois” ou “querer dar o passo mais largo do que a perna”, pode não ser
viável. Há que avaliar melhor.
"A expectativa de
vida não leva
em consideração somente a idade que um indivíduo terá, mas como ele
envelhecerá. (Schaefer, 1975).
No futuro, os espaços para os idosos viverem juntamente com os filhos serão reduzidos, uma vez que os lares têm tendência a aumentar apenas duas e uma
pessoas . Logo, a prevenção e reabilitação são primordiais
Quanto aos apoios sociais e governação por parte dos
Estados, de acordo com a ONU, os países nórdicos voltam a estar no topo das
classificações.
No entanto...
A velhice nos tempos actuais - Dinamarca, um pais considerado exemplo da sociedade moderna
Atente-se na ironia e total insensibilidade da entrevistadora perante o corajoso relato do filho: "o nosso tempo acabou", sinto muito, mas precisamos encerrar...
É como se tudo o que ele disse já não interessasse!
Apesar de até nem defender suas atitudes, pois reconhece que faz parte desse sistema
Apesar de até nem defender suas atitudes, pois reconhece que faz parte desse sistema
Nesta realidade, inimaginável num país como a Dinamarca e considerado um dos mais felizes do mundo, não existe qualquer semelhança com
a informação fornecida pela própria Dinamarca (juntamente com outros países) aos
parlamentos membros do CEP/ECPRD (European Centre for Parliamentary Research
and Documentation/ Centre européen de recherche et de documentation / Centro
Europeu de Pesquisa e Documentação) sobre apoios sociais a idosos, incidindo apenas em três áreas: as instituições de acolhimento aos idosos, o apoio domiciliário e o financiamento, global ou individualizado.
European Carers’ Report 2018
- Movimento Europeu sobre as Demências
Um novo estudo financiado pela Roche e realizado pela Alzheimer Europe revelou barreiras significativas ao diagnóstico atempado de demência e ao acesso a
apoio pós-diagnóstico. O estudo incidiu sobre cinco países (República Checa, Finlândia, Itália, Holanda e Escócia) e foi realizado pela
Alzheimer Europe e pelas respectivas organizações nacionais.
No futuro,” as próximas metas
da humanidade serão provavelmente a imortalidade, a felicidade e a divindade. Reduzimos
a mortalidade por inanição, a doença e a violência; objectivaremos agora superar
a velhice e mesmo a morte” Yuval Harari em Homo Deus: Uma Breve História do
Amanhã, best-seller publicado no Brasil em 2016
A partir de 2040, os únicos
grupos populacionais que vão crescer serão os de pessoas com 55 anos ou mais.
Quem vai viver esse
futuro deverá saber que a entrada de novos integrantes
na ainda chamada terceira idade, vai sofrer um atraso. A nova configuração
populacional exigirá ajustes sociais complexos porque, sem a "experiência ainda de mangas arregaçadas", a economia não vai andar –
nem o resto da estrutura dum país.
É como se a velhice fosse prolongada, mas não se quisesse saber dela.
Os valores, as atitudes e as práticas são de exclusão, negação ou marginalização – processos de estigmatização – dos que têm a longevidade ampliada (Gusmão, 2001; Zuben, 2001). O estigma de envelhecer contribui para um mercado que se propõe a “evitar” o “indesejável”, vendendo a juventude tão desejada na contemporaneidade, como se fosse possível evitar o envelhecimento.
Parece inevitável que o bom senso julgue, algum
dia, o que representa ser idoso e faça as necessárias revisões.
É como se a velhice fosse prolongada, mas não se quisesse saber dela.
Os valores, as atitudes e as práticas são de exclusão, negação ou marginalização – processos de estigmatização – dos que têm a longevidade ampliada (Gusmão, 2001; Zuben, 2001). O estigma de envelhecer contribui para um mercado que se propõe a “evitar” o “indesejável”, vendendo a juventude tão desejada na contemporaneidade, como se fosse possível evitar o envelhecimento.
«A velhice não pode continuar a ser transformada num negócio»
“Quem vai pagar essa conta?”
“Quem vai pagar essa conta?”
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