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sexta-feira, 30 de junho de 2023

JUNHO ACABOU, MAS SOBRADO DE PAIVA , NÃO



Vem o Santo António,
Depois S. João,
Por fim vem S. Pedro
Para a reinação

E Junho, o mês dos eventos e das Festas, um dos mais esperados do ano - ruas cheias de gente, muita música, desfiles e Marchas pela Avenida da Liberdade, manjericos com poemas de amor, casamentos em grupo, caldo verde, marteladinhas na cabeça, show de fogos de artificio, Feiras medievais, Feira do Livro em pavilhão de céu aberto, colheita das cerejas, ginjinha, Feira Internacional do Artesanato, semana das artes e artifícios, Dia das Comunidades, de Camões, da Criança e de Corpus Christi, chegada do Verão e das Férias, início da época balnear, restaurantes ao ar livre, Feira Regional do Pão, shows em parques, tendinhas com sangrias, sardinhas e bifanas, balões a estalar no céu, chegada de turistas, Festival do Atlântico, Festas dos três Santos Populares, altares de Santo António, procissões, cidades de Portugal com a sua própria festa - acabou.

Porem, o grande motivador das Festas Juninas em Lisboa e por todo o País é, sem dúvida, o mais popular, de projeção universal, Santo António.

O que destacar num homem/Santo com tantas facetas?


Santo António, frade português

É Santo António, o Santo padroeiro de Lisboa? 
A maioria dos lisboetas responderá que sim, festejando-o  como se fosse o seu padroeiro único.
Porem, na realidade, ele é apenas o santo padroeiro principal  da cidade, segundo a escolha popular, com o dia 13 de Junho como feriado municipal.

Porque sei muito pouco sobre as origens/ raízes do frade franciscano português, o Santo mais popular do mundo com " habilidade para manipular os poderes da natureza", achei interessante explorar um pouco a sua genealogia.

Nasceu em Lisboa, entre 1191 e 1195, na Rua das Pedras Negras Negras, junto à Sé. A nação portuguesa existia apenas há cerca de 50 anos e Lisboa vivia um ambiente de reconquista cristã a expulsar os muçulmanos.
Na casa onde viveu a sua infância está hoje a Igreja de Santo António que guarda, na Cripta, um pedaço de um dos ossos do Santo, autenticado por Bula. 

Foto "Lisboa Con Vida"

Batizado com o nome Fernando Martins de Bulhões, era filho de Tereza Taveira, descendente de Fruela, rei das Astúrias, nascida em Castelo de Paiva (Sobrado, segundo a tradição) e de Martinho Bulhões (descendente de cavaleiros celtas?), natural de uma terra próxima.
Casa Torre de Vegide, onde residiu a mãe de Santo António e capela, em estado muito degradado
Solar de Gondim, do pai de Santo António
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Portal da Serrada, com brasão que inclui as “armas” dos Bulhões 

O Jornal Paivense, fundado em Castelo de Paiva pelo luso-brasileiro Fabiano de Abreu foi o primeiro veículo de comunicação do país a comprovar a ligação do Santo: “empreendemos uma pesquisa que levou meses e consultamos autoridades no assunto, procuramos entender a tradição oral e ouvimos os habitantes locais. Esta descoberta tem forte significado para a população de Castelo de Paiva e principalmente para os devotos do Santo, que hoje tem mais um ponto de apoio documental para a tradição oral e para a manifestação de sua crença” Hebert Neri, editor do Jornal Paivense

Genealogia Real de Santo António

https://cdn.obrasdarte.com/wp-content/uploads/2019/06/Genealogia_Real_de_Santo_Antonio.jpeg

Ascendentes mais próximos - Geneall.net

Embora Santo António seja mais conhecido por estar relacionado com as festas populares, é importante sublinhar que fez o noviciado no Mosteiro de São Vicente de Fora, estudou teologia e foi ordenado sacerdote no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, esteve no Eremitério de Santo Antão dos Olivais, como frade franciscano e foi a Marrocos em missão apostólica onde adoeceu com malária. Ao regressar a Portugal o barco que o transportava foi desviado para a Sicília por uma tempestade. Convocado por São Francisco de Assis, pregou em França e Itália. Nomeado provincial no Norte de Itália, continuou como pregador e professor de Teologia em Pádua, onde morreu vítima de doença súbita.
Foi canonizado a 30 de Maio de 1232 e proclamado Doutor da Igreja em 1946 por Pio XII.

São raras as igrejas católicas espalhadas por todo o mundo que não lhe dedicam um altar.
Para os portugueses estará para sempre associado à cidade de Lisboa, onde nasceu, e é carinhosamente chamado como Santo António de Lisboa. O feriado municipal é aproveitado para a realização de festas populares em sua honra com arraiais, caldo verde e sardinhas assadas.


Deve ser interessante, também, falar sobre os milagres e o significado da sua diversificada iconografia.


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