Devia não ser importante continuar a fazer o que não
interessa (ou interessa pouco) e poder mudar quantas vezes se quisesse, sem quaisquer pressões,
até se encontrar aquilo de que apenas se gosta, fazendo-nos sentir únicos.
Fantasiar é, de certo modo, uma actividade produtiva em
que a imaginação ganha um possível `embalo´ para a mobilização do tempo `congelado´.
Quem não gostaria de romper
com o quotidiano e de se perder por algum tempo no sonho de um mundo de
fantasias?
Gosto muito da minha Beira
Alta, como tenho aqui sublinhado tantas vezes , das suas características históricas
e paisagísticas únicas.
Gosto do meu pequeno e tranquilo refúgio ambiental na aldeia, onde o silêncio rapidamente faz uma reconciliação com a paz, interrompido/completado apenas pelo cantar do galo, pelo toque dos sinos (da Igreja ou da Torre), pelo rodar dos veículos na estrada ao lado, pelo apito do comboio em frente, pelo latido dos cães ou pela voz menos melodiosa de algum transeunte.
Gosto do meu pequeno e tranquilo refúgio ambiental na aldeia, onde o silêncio rapidamente faz uma reconciliação com a paz, interrompido/completado apenas pelo cantar do galo, pelo toque dos sinos (da Igreja ou da Torre), pelo rodar dos veículos na estrada ao lado, pelo apito do comboio em frente, pelo latido dos cães ou pela voz menos melodiosa de algum transeunte.
Gosto, mas não por muito
tempo. As pessoas de agora não têm nada a ver com as da minha geração. A empatia é escassa. E o relacionamento local tem que fazer parte do modo de vida diário...
Então, rompendo também
com esta já ausência de fantasia, optaria por locais não identificados em
rotas turísticas da costa alentejana/vicentina, magistral, quase surrealista, pura
na forma de ser e de estar, onde tudo faz sentido e o belo ultrapassa a
imaginação nos seus limites (até a pureza das gentes é diferente na sua
simplicidade)
Com passaporte sem visto, desligando
a mente e deixando para trás todo o mundo digital, iria exactamente para uma das mais
secretas praias do mundo, a Praia dos Canudos, Sines, local em que ainda se encontram algumas
aves a nidificar e seres vivos em vias de extinção.
De acordo com uma pesquisa feita por Guida Brito , as gigantescas formações
esburacadas da misteriosa, silenciosa e deserta praia, tem origem na existência de uma floresta da última glaciação na terra que foi coberta por areias.
“As areias calcárias consolidaram-se, transformaram-se
em pedra; muitos dos troncos apodreceram deixando os seus moldes impressos nas
rochas – dando o nome à Praia dos Canudos. Com a erosão das dunas e da falésia,
árvores, antigos riachos e outras formações curiosas estão, hoje, a céu aberto.” Guida Brito
Fotos de Guida Brito
É uma praia muito extensa que fica quase toda imersa durante a maré alta e a falésia, encimada por um vasto sistema de dunas,
acompanha toda esta praia selvagem.
Num quase torpor, acomodada na toalha estendida sobre
a areia quente e ouvindo o som rítmico das ondas a quebrar, esperaria
que elas se encarregassem de esvaziar a memória e a ligassem à energia do
universo...
Nos períodos em que a água do mar recua, a praia fica
mais “larga” e, quando avança sobre a faixa de areia, fica mais “estreita”.
A praia deserta transmite energia, boa disposição,
menos peso sobre os ombros, sensações harmoniosas.
Por O Incrível Pontinho Azul Publicado a 08/08/2018
E não perderia um fim de tarde na baía de Sines para ver as deslumbrantes cores do Sol desaparecendo, engolidas pelo mar.
Imagem Google
Desta vez o refúgio ficaria por aqui - 2/3 dias, como habitualmente.