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domingo, 9 de fevereiro de 2020

VIAJANDO PELO "SERTÃO" DE PORTUGAL - 2


Sabugal, na sequência dos postes de 28.10. e de 22.11.2017 aqui dedicados ao Centro de Portugal - Região da Serra da Estrela – é o local a "visitar"


Quer pela descrição de antas  já desaparecidas, quer pela descoberta recente de uma outra em Sacaparte e ainda pela existência de vários artefactos encontrados em escavações feitas no centro histórico do Sabugal, a região data de meados do III milénio a.C.

Perto do Convento de Sacaparte, existem ainda os restos (3 pedras do primitivo monumento) de um dólmen, o Dólmen de Sacaparte.

Achados diversos indicam que os povoados de altitude (o próprio Sabugal Velho, cujo nome primitivo se desconhece), surgiram na Idade do Bronze. E foi  a abundância de minérios de estanho e de cobre utilizados na produção do bronze que contribuiu para a  importância que a região de Ribacôa chegou a atingir. A Idade do Ferro, marcada também em vários relevos com povoados fortificados (Castros e Castelos) tem vindo a ser descoberta por uma equipa de arqueologia da Câmara do Sabugal no âmbito do Plano de Acção de Regeneração Urbana (PARU) da cidade.


Escavações arqueológicas no centro histórico da cidade do Sabugal revelaram "uma grande estrutura habitacional", com cerca de 3.000 anos e também materiais dos séculos XII e também materiais do século XII/XIII, quando o Sabugal ainda pertencia a Leão e Castela


O Museu Municipal, localizado no edifício das antigas finanças, apresenta os objectos recolhidos no concelho, em exposição permanente, para dar a conhecer a história da ocupação do Homem nas terras de Ribacôa ao longo dos séculos.
     
Museu Municipal

Da Pré-História: pedra lascada, pedra polida, machados de pedra e bronze, estelas (blocos em granito, em forma de paralelepípedo com gravuras) pré-históricas, fíbulas (pequena fivela utilizada há muito tempo para prender as roupas), contas de colar;
Da Época Romana: dois marcos de estradas e uma colecção de pedras com inscrições funerárias e de escrutínio;
Da Idade Média: objectos do tempo da ocupação por Leão  e de bens do domínio de terras da coroa portuguesa após a assinatura do Tratado de Alcanizes - cerâmicas, fivelas, moedas, uma colecção de armamento dos séculos XVII a XIX e ainda uma colecção de cerâmica de várias épocas.

 Estela encontrada na Aldeia Velha, concelho do Sabugal, a uma altitude de 883 metros.
"arqueofundao" - blog


Como Património construído, existe um legado de arquitectura popular, religiosa, militar e erudita muito diversificado que se encontra um pouco por todo o concelho.
O território do actual concelho do Sabugal esteve distribuído, desde a Idade Média até ao século XIX, por cinco vilas medievais /concelho: Alfaiates, Sabugal, Sortelha, Vila do Touro e Vilar Maior, onde existem vestígios (mais conservados numas do que noutras) da sua importância no passado 

Castelo de Afaiates e respectiva  Planta (Vitormanuelvieirafernandes)
Castelo de Sortelha
Ruínas do castelo de Vila do Touro
 Castelo de Vilar Maior

Em 2009, o Instituto Nacional de Estatística (INE) com a nova classificação de freguesias, considerou a  freguesia do Sabugal, sede de concelho, como Área Mediamente Urbana e as restantes, de cariz predominantemente rural.
As ÁMU são “polarizações urbanas que desempenham papéis de equilíbrio do sistema urbano, face à tendência hegemónica de crescimento das grandes metrópoles” (Portas, 2007:57). No caso português considera-se que uma cidade média terá uma população entre 20.000 e 100.000 habitantes (embora haja  excepções no âmbito da análise da rede urbana nacional).


Cidade de Sabugal - Turismo  do Centro de Portugal


Gostaria de falar da cidade de Sabugal, concelho a que pertence a minha aldeia, Cerdeira, com mais entusiasmo e orgulho.
Porem, ao contrário, para quem diz ser uma cidade “bonita, tão doce e frágil como agreste e resistente”, eu direi que a vejo como uma cidade marginalizada, envelhecida, desertificada, de paisagem pouco humanizada, sem mobilização competitiva, inestética, triste, sem capacidade para aproveitar economicamente o vasto património histórico-cultural, de mercado local pouco atractivo em cada vez menos estabelecimentos, de reduzida procura de serviços de apoio social, com falta de estratégia para promover o Sabugal como destino turístico, deficiente em estabelecimentos de qualidade para atrair segmentos elevados de procura, de pouca expressão urbanística e de edificação ao longo das últimas décadas.
Resumindo, parece uma cidade decadente, cada vez mais distante no tempo, com grande tendência para se transformar num local “esquecido”.

Falta de massa crítica ao nível da formação? De apoios? De iniciativa de capacidade empreendedora?  Desinteresse ? 
Alguma inabilidade (tanto de funcionários públicos como de  profissionais liberais) na comunicação com o cliente menos comum, também não favorece o retorno, a fidelidade ou o passa-palavra...

No Sabugal, toda a zona antiga, com destaque para Edificações do Centro Histórico e sua Envolvente, com interesse Patrimonial, merece ser visitada.
Perante o vasto Património que o Concelho do Sabugal encerra, a minha relevância limitar-se-á, apenas, a parte do Património da cidade

Igreja Matriz do Sabugal
É também conhecida como Igreja de São João e pertence à segunda metade do século XVIII
Barroca, de origem medieval, tem no seu interior o coro-alto de madeira assente em colunas de granito.
Atente-se, porem, no enquadramento edificado em que está inserida


Igreja da Misericórdia
“Igreja românica, de planta longitudinal constituída por dois rectângulos justapostos e  uma nave única e uma capela-mor mais baixa e estreita. Pensa-se ter sido construída no século XIII ou XIV e remodelada em 1673.”


Torre Sineira e Porta da antiga Vila do Sabugal
É a única porta da muralha medieval que subsistiu.  Foi reforçada com uma torre onde, mais tarde, foi  instalado um sino que lhe deu o nome.Tem planta quadrada rematada por uma cornija com gárgulas de canhão. A cobertura é feita com abóbada de cantaria


Pelourinho 
É uma réplica do original (desenho em baixo - Capeia Arraiana), por ter ficado muito danificado, ao contrário de todos os outros das antigas vilas, embora não pareça ter qualquer semelhança...




Câmara Municipal  
Ocupa, actualmente, o conjunto formado pelos edifícios da antiga Câmara, Tribunal e Cadeia, todos  ligados interiormente


Solares e casas abastadas
No Sabugal não têm grande expressão. No entanto, a Casa dos Britos que pertenceu a Brito Távora Silva no séc. XVII, conserva a entrada nobre. Aqui viveu também, Luís Cândido de Faria Vasconcellos, meu tio-bisavô, enquanto presidente da Câmara, irmão de Antónia de Faria Vasconcellos casada com o que foi,  também, Presidente da Camara, Dr. José Maximino da Silva Azevedo, 



Chafariz 
É uma enorme fonte de 1904, próxima do local onde terá existido uma fonte de mergulho da época de Dom Dinis. Constituída por um pequeno pátio ao qual se acessa através de uma dupla escadaria, tem três bicas, um frontão curvilíneo com as prováveis armas reais de Dom Dinis e um pináculo.


Casa da Memória Judaica da raia Sabugalense 
Inaugurada em 2017, está instalada num edifício junto ao castelo. Foi adquirido pelo Município que o transformou num espaço evocativo e interpretativo da presença judaica na antiga Vila. 


Desde o século XIII que viveram judeus nesta cidade. Após o decreto de Dom Manuel I de 1496, muitos optaram por sair do país ou converter-se ao cristianismo. Os que ficaram, ao continuarem as suas práticas judaizantes em segredo, entre 1544 e 1795, mais de uma centena de cristãos-novos foi apanhada na Vila pela Inquisição.  
Deixaram diversos vestígios judaico-religiosos e cruciformes que permanecem no centro histórico intra muralhas da cidade.
De sublinhar, são, também, os sobrenomes de origem judaica e os já  portugueses adoptados por judeus convertidos ao cristianismo, geralmente relacionados com nomes de plantas, animais, objectos (Pereira, Leite, Coelho, Machado), mas também Faria, Fernandes, Fonseca, Menezes, Monteiro, Ribeiro, Teixeira, Henriques, Costa e muitos outros
  

As calçadas (e pontes, miliários, artefactos de tecelagem, olaria) feitas pela "revolução" romana nas terras de Ribacôa ainda estão (muitas) preservadas na cidade.


Castelo do Sabugal (Castelo das Cinco Quinas)
O Castelo tem uma torre de menagem pentagonal, única em Portugal e está erigido num planalto da serra da Malcata, com vista para o rio Côa. 
Devido a conflitos de interesse entre senhoriais, a coroa e a população no século XIII, as suas fortificações foram feitas e desfeitas até integrar o território português através do Tratado de Alcalinizes, a 12 de Setembro de 1297 e quando Dom Dinis o começou a ampliar com muralhas mais fortes e mais torres, incluindo a Torre de Menagem. Ao longo dos séculos (séculos XVI e XVII) foi utilizado por vários Reis mas com as invasões francesas e o tempo foi perdendo relevância.
Em muito bom estado de conservação, o castelo é Monumento Nacional desde 1910, está gratuitamente aberto ao público e do topo da torre de menagem pode  desfrutar-se uma deslumbrante vista panorâmica.

A muralha, reforçada por duas barbacãs, envolvia uma vasta área da vila. Da cerca, apenas resta um pequeno troço junto ao castelo, uma porta, protegida pela torre sineira, e alguns vestígios no Lapidário e  bases das paredes de várias casas



O Bardo

Pequeno bar rústico e acolhedor, localizado numa casa antiga, toda em pedra, com uma pequena esplanada e de ligação gratuita à Internet



Restauração
Truta do rio Côa, cabrito e borrego assados ou ensopado de Javali ? 
Primordialmente, para mim, o cabrito assado no restaurante Robalo


Adenda
Como nota final, alegra-me sublinhar que os meus pessimistas diagnóstico /prognóstico no inicio deste poste acabaram por ficar mesclados de esperança com a “descoberta” de algumas preciosas estratégias de valorização e desenvolvimento local, tanto a nível de revitalização e promoção do património, como na promoção da melhoria da qualidade de vida dos seniores do concelho ou no aumento da oferta turística.

Refiro-me ao evento temático ‘Muralhas com História’ promovido pela Câmara Municipal do Sabugal, ao evento de fotografia de natureza ‘Naturcôa’, ao projecto dinâmico da Universidade Sénior aberta desde 2010 e à aquisição da antiga Casa do Castelo fechada em Setembro de 2013 – A Casa da História Judaica da Raia Sabugalense que, como o Presidente da Câmara Municipal refere, “vem juntar-se ao castelo e ao museu municipal, dois espaços que atraem muitos turistas para aquele concelho localizado junto da fronteira com Espanha”.

Mas, e reduzindo o comentário apenas a uma das viagens que fiz ao pais vizinho, Espanha, as vias de ligação não precisarão de ser mais atractivas?
Melhoradas? 


Fronteira - Rua da Cancela

Falando de melhoramentos, há que referirApeadeiro do Barracão
Nunca percebi porque chamam àquela espécie de apeadeiro alcunhado de «Barracão» a estação do Sabugal. Seria mais lógico considerar a estação da Cerdeira como a verdadeira estação do Sabugal… “Joaquim Matos, presidente da Juntada Freguesia da Cerdeira

A estação do Barracão é um apeadeiro que dista do Sabugal cerca de 27 Km e fica entre as estações de Covilhã e da  Guarda. Devido a obras de reabilitaçãoa Rede Ferroviária Nacional, em 2009, suspendeu o trânsito ferroviário no troço Sabugal-Covilhã. E a Estação Barracão-Sabugal lá ficou com dois carris, devoluta, envelhecida, de relógio parado. O comboio nunca mais passou desde 9 de Março de 2009 prejudicando, com certeza, o desenvolvimento do Concelho do Sabugal.

 i - Apeadeiro do Barracão-Sabugal
 ii-Retrete
 Estação ferroviária de Cerdeira

O prolongamento da linha 1 de Belmonte utilizando as travessas que sobraram da intervenção de 2009 para colocação dos carris que já se encontram às portas do Barracão.
"Finalmente, entre o apeadeiro do Sabugal e o túnel, avista-se a construção de uma estrutura de betão junto à antiga balança do cais de mercadorias." 
Fotografia de Samuel Inácio 




Imagens e motor de busca Google


quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

"ANDAMENTO"


À esquerda, um neurónio normal cheio de conexões com outros neurónios. À direita, o neurónio de um deprimido, pequeno, com poucas conexões.

"O meu passado foi lixo
Sinto-me abaixo de zero
Medicamentos pra quê?
Isso de que adianta
Já não tem solução...
Só me apetecia morrer
Pró que ando cá fazer 
Acha que Deus existe?
Hoje não vou ao Ginásio
Nem volto lá mais
Também não vou ao "Favas"
Olham pra esta cara...
Sinto-me tão mal!
Estou a ficar quase cego
 Tenho aversão ao PC 
Já nem sei a password
E a TV está prá ali...
Olho pra ela mas não vejo.
Não converso com ninguém
Vai sair e fico sozinho?
Oitenta anos! É o fim!
O Gaspar, o Chico, a Guida...
Estou uma pilha de nervos
Vou tomar um xanax
A que horas tomei o último?
Gostava de jantar cedo
Porque a dormir não penso
Que dia é amanhã?
Uma noite descansada"

E desde há alguns anos que tem sido assim, várias vezes, arrastando vagarosa e ruidosamente os chinelos. O tempo vai passando sem interrupções. Ou pelo tempo se vai passando.


Neste desfavorável ambiente, em ritmo de compasso, vão-se fazendo as  variadas e necessárias actividades. 
Por vezes, num momento de "pausa", espreita-se o espelho ... E ele, genuíno na reprodução da imagem, prova que os anos por que não demos, passaram mesmo. 
Tomara que Mia Couto tivesse razão quando diz  que “Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga”, porque, então, só teríamos que fazer com que isso acontecesse.


Imagens Google

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

BEM-VINDO, 2020





Que o Novo Ano 2020 traga a força necessária para correr atrás dos 
objectivos de cada um.


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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

DEUS CRONOS / NATAL


“Para as crianças, o Natal é uma antecipação. Para os adultos, o Natal é uma memória”. Eric Sevareid

E o Natal existe?

Segundo o Professor de Sociologia da Universidade da Beira Interior, Donizete Rodrigues, o Natal não existe – generalizou-se a ideia de que o Natal é a comemoração do nascimento de Jesus que não nasceu nem no dia 25 de Dezembro nem há 2019 anos. Ninguém sabe a data exacta do nascimento de Cristo. Diz, ainda, que o Natal começou a ser celebrado pelos cristãos com a criação do calendário gregoriano, no século XVI, pelo Papa Gregório XIII. Os dias 24 e 25 estão associados ao culto solar prestado pelos povos agrícolas ao nascimento do Deus grego Cronos, no tempo do Império Romano. Durante a festa popular havia suspensão do trabalho, visitas a familiares e amigos e solidariedade através da oferta de prendas.

“Chronos, o deus do tempo da mitologia grega, dormindo sobre uma tumba no cemitério Friedhof IV der Gemeinde Jerusalems- und Neue Kirche de Berlim, Alemanha, estátua de Hans Latt, c. 1904” 
Wikipédia

Definido então pelo Papa Gregório XIII, o Natal está a chegar com as ruas iluminadas, as lojas cheias de gente comprando presentes, as casas decoradas com árvores de natal, presépio e outros ornamentos típicos. Prepara-se a Consoada, as filhoses, as rabanadas. A época é de alegria.


Porém, nem todos a sentem assim.

O Christmas Blues, (tristeza natalícia) é comum no mês de Dezembro até pouco depois do inicio do ano seguinte.
De acordo com um artigo divulgado pela rede de hospitais CUF, trata-se de um "estado de tristeza que existe previamente e que pode ocorrer em qualquer altura do ano mas, como o Natal está associado a momentos de festa, alegria, luzes, presentes, balanços e projectos de vida poderá contribuir para desencadear o desânimo que já se vinha arrastando há algum tempo."


Os cristãos que vivem em países de religião de maioria muçulmana são impedidos de fazer qualquer manifestação relacionada com as tradições cristãs de Natal como a exibição de símbolos religiosos, velas, árvores de natal, canções de natal, envio de desejo de Bom Natal ou de Boas festas. Dá aso a prisão e a multas elevadas. São nove, os países mais radicais.

Arábia Saudita
Argélia
República Islâmica do Irão
                                                                                                                                                       
Tajiquistão

 Brunei

Somália
República Popular da China 
Tailândia

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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O ADVENTO (DO MESSIAS)


Em pleno tempo do Advento (tempo de esperança) há quem sinta um incentivo à alegria. A alegria parece uma coisa fácil mas não é; muitas vezes é fugaz como  acontece, por exemplo, com o Natal. Há tanta expectativa e prepara-se tanta coisa para umas horas que passam tão depressa...  
Ainda no sofá a observar as brasas que começam a perder o vigor e a diminuir na lareira, podemos acabar por nos afundar numa melancolia. Muitas vezes a alegria não depende de nós - uma questão, uma notícia, uma contrariedade, são motivos inibidores do estado de satisfação.
Na Liturgia Católica o Advento corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal dedicadas à preparação para a chegada de Jesus Cristo e tem como símbolo uma coroa,  a coroa de Advento


Ela comunica que naquele lugar vivem pessoas que se preparam com alegria para celebrar o Natal.Tradicionalmente é feita com ramos verdes  envolvidos por uma fita vermelha e 4 velas afixadas - três roxas e uma rosa. A cor de rosa acende-se  no terceiro Domingo do Advento ou dia da alegria (devido à primeira palavra do prefácio da Missa: regozijem-se). No Natal, pode acrescentar-se ainda, uma vela branca até ao fim. In “A beleza da liturgia


terça-feira, 26 de novembro de 2019

VIDEO POLÉMICO?

Nas palavras de quem me enviou este vídeo da Avé Maria, trata-se  uma relíquia de 1951. O tenor é  Mario Lanza, aos 38 anos de idade, que canta com um menino...
De ascendência italiana, Mario Lanza, pseudónimo de Alfred Arnold Cocozza, nasceu na Filadélfia, em 1921 e faleceu em Roma, em 1959. Fez grande sucesso na década de 40 e 50, sobretudo pela participação no cinema, apesar de ter feito só sete filmes 
Foi considerado o mais famoso tenor dos EUA durante toda a carreira e teve  vários cantores seus fãs, tanto clássicos como populares (Elviz PresleyPavarotti, por ex.) 
Enfrentou alguns problemas com o excesso de peso, consumo de álcool e barbitúricos. 


... Canta com um menino que é, nada mais nada menos,  do que Luciano Pavarotti.

Luciano Pavarotti, cantor lírico italiano, nasceu (1935) e faleceu (2007) em Modena, no norte de Itália. Era filho de  Fernando Pavarotti, padeiro em Modena e tenor amador numa pequena associação de coristas não profissionais, o “Crale Gloschino Rossi”, pois tinha uma enorme paixão pela música ópera e que transmitiu ao filho.
Antes de optar por uma efectiva carreira musical, Pavarotti dedicou-se, simultaneamente,  ao ensino de educação física / escolas primárias e ao estudo de canto, primeiro com o tenor Arrigo Pola e mais tarde, com o maestro Ettore Campogalliani.
Estreou-se com sucesso, em 1955, quando era membro do Corale Rossini, coral masculino de Modena e do qual o pai também fazia parte, como referido. Ganhou, então,  o Prémio Internacional Eisteddofd em Llandollen, Gales
Depois... depois, Luciano Pavarotti foi o tenor lírico que se tornou uma estrela mundial
Para comprovar que o cantor é um ícone universal, existem dois discos , um da banda sonora do filme, Pavarotti: Music From The Motion Picture e outro da nova colectânea de 3CDs, Pavarotti: The Greatest Hitsque. Ambos contêm música inédita e duetos com grandes estrelas que, segundo o artigo no blog Acronis Cyber Backup, “estes temas, gravados ao vivo nos concertos Pavarotti & Friends, a série de actuações beneficentes repletas de estrelas organizadas por Pavarotti na sua cidade natal de Modena, Itália, entre 1992 e 2003, são uma lembrança pungente da compaixão de Pavarotti, da sua humanidade e das relações duradouras que manteve com tantas estrelas do mundo do entretenimento" e, "nunca antes ou desde então, um cantor de ópera causou tanto impacto." 

A Ave Maria de Schubert tem sido muito discutida e, quanto a mim, de origem e evolução muito confusas.
Originalmente, o Avé Maria não foi escrito  para um texto vinculado à liturgia católica como hoje. Este hino à virgem pertencia a uma série de 7 canções ligadas a princesas, espadas e cavaleiros, em língua alemã, criado para piano e voz solo pelo compositor austríaco Franz Schubert para a obra literária "A Dama do Lago", de Walter Scott onde a protagonista Ellen Douglas pede à virgem para ser ajudada.
Bastante mais tarde, um desconhecido,  com as palavras de abertura e o refrão da música de Ellen, "Ave Maria", poderá ter adaptado a melodia de Schubert a um arranjo completo da oração católica tradicional Avé Maria. A versão latina agora usada tão frequentemente, terá dado origem ao equívoco de que foi Franz Schubert, originalmente, quem a escreveu. Passou, assim, de um carácter profano para o religioso.
Há vários arranjos instrumentais diferentes para a música de Gounod como violino e violão, quarteto de cordas, piano solo, violoncelo, trombones e cavaquinho.

E assim, ao longo dos séculos, o Avé Maria de Gounod / Bach tem sido cantado por cantores de diferentes estilos desde Alessandro Moreschi, Maria Callas, Luciano Pavarotti, José Carreras, Andrea  Bocelli, etc., etc.


Gounod                                                      Franz Schubert
Mario Lanza                                        Pavarotti








Fontes: 
Acronis Backup scales
Luciano Pavarotti – Wikipédia, a enciclopédia livre
Mario Lanza – Wikipédia, a enciclopédia livre
Mario Lanza Ave Maria 1951 – YouTube
Ave Maria (Bach/Gounod) – Wikipédia, a enciclopédia livre
El Ave María de Schubert… que no es un “Ave María”
Mario Lanza Ave Maria 1951
Regina Carvalho

Após ter terminado este post sobre personagens e tema do Video apresentado, encontrei o site https://www.boatos.org/entretenimento/mario-lanza-luciano-pavarotti-ave-maria.html, que desmente toda a informação sobre "o menino" do video acima referido.
Diz que a criança, não é nem poderia ser Pavarotti visto ele ter, nessa altura, uns 16 anos, ou seja, seria muito maior do que o menino do video. Depois, ainda neste artigo, através do blog Memórias Cinematográficas explica que se trata de Michael Collins, menino do coro dirigido por Philips Hayes e cuja voz é dobrada por Jacqueline Allen. Logo, conclui o artigo, Pavarotti nunca conheceu  Mario  Lanza nem contracenou com ele. 


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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

DIA MUNDIAL DA CRIATIVIDADE



O dia 17 de Novembro é mais um daqueles dias mundialmente reconhecidos como importante para ser celebrado – o Dia Mundial da Criatividade – e que tem como lema libertar a imaginação e inventar.
"Imaginação não é o mesmo que criatividade. A criatividade leva a mecânica da imaginação a outros níveis, é  o processo de ter ideias originais que possuam valor. A criatividade pode ser encarada como uma espécie de imaginação aplicada"Ken Robinson
Portanto, só é criativo aquele que consegue fazer coisas concretas, transformando ideias novas e imaginativas em realidade como por ex., encontrar novas soluções para problemas. Pode ser-se criativo em tudo  o que envolva o uso da inteligência como a matemática, as ciências, os negócios, a música, a dança, o relacionamento entre as pessoas
“A capacidade criativa é algo que pode ser alimentado e crescer ao longo do tempo. Mas o que muitas vezes perdemos à medida que envelhecemos é a motivação para ser criativo, assumir riscos, tentar algo novo, perseverar em meio a dificuldades e falhas. Precisamos de motivação intrínseca para a criatividade. Temos de abordar um problema com o entusiasmo e a convicção de que, se nós trabalharmos muito, podemos ter o talento e as habilidades necessárias para chegar a um produto surpreendente”. Beth Hennessey.

É conveniente ter boas ideias em todos os momentos!

John Lennon, no poema e cantiga Imagine 
Repare-se na forma inventiva de  John Lennon.
Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion, too
Imagine all the people
Living life in peace
You, you may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you will join us
And the world will be as one
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine…

Para inovar, é preciso estimular a criatividade. 
E então, mais ou menos tom sobre tom, diverti-me  (Albert Einstein dizia que a criatividade é a inteligência a divertir-se) a fazer um slide de uma apresentação criativa (apenas porque não existia antes) sobre fotos de locais turísticos de algumas das minhas andanças.



Cabo Verde, Évora, Guimarães, Bilbau, Cartago, Plitevice, Veneza, Aveiro, Tallinn, Mostar, Bergen, Santander, Bragança, Segóvia, Varsóvia, Rio de Janeiro